Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador escárnio. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador escárnio. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

A romantização do desastre - Alex Pipkin, PhD

Má formação/lacuna universitária, cegueira intelectual e/ou doença da mente; escárnio.

Indivíduos que se dizem defensores da liberdade, são francos apoiadores do comunismo.

Eles não sabem como a liberdade de pensamento e expressão - não - funciona neste sistema ditatorial. “Liberdade total”, desde que não vá de encontro a única “verdade” imposta pelos ditadores de plantão.

Perdoem, eles não sabem o que dizem! Não, não pensem que estou me referindo a jovens idealistas e inexperientes, com seus 20 aninhos.Estou falando de mulheres e de homens velhos, que repetem mentiras e falácias que ouviram de algum sentimentalista utópico, e que persistem em romantizar o comunismo, os mesmos que nunca se deram o trabalho de o investigar seriamente.

Eles sofrem do mesmo fenômeno que aqueles que viveram o regime. Foram submetidos a uma grotesca lavagem cerebral.
Os regimes comunistas no mundo assassinaram mais de 100 milhões de pessoas!

Mas todo o rastro autoritário, de violência, de escassez de liberdades, de subjugação e de mortes, é negligenciado em prol de uma causa idealista, que continua sendo “moderna”. Similarmente, é moderno se mostrar ressentido.

Moçoilos e moçoilas, e membros do grupo LGBTQIA+, passeiam pelas ruas do mundo com camisetas estampadas com a face de Che Guevara. Tragicômico. Eles desconhecem o matador.

A turma progressista não viveu, nem se deu o trabalho de investigar sobre a coerção e a repressão gigantescas impingidas pelos sistemas coletivistas. Eles não sabem do que se trata: da abolição das classes e da propriedade privada. Assim, querem viver dos resultados do sistema capitalista, ganhando mais e mais dinheiro, porém, virando o cocho. Não sabem e não estão dispostos a compreenderem como, de fato, resolvem-se os problemas econômicos e sociais, mas o negócio do negócio deles, é demonstrar e gritar para todos seus sentimentalismos, sua benevolência quanto ao povaréu.

Aliás, fazem de conta que o progressismo é aquele único espaço de atendimento as necessidades dos mais carentes. Erro crasso!

Ah se eles soubessem que a fome é característica marcante de todos os sistemas coletivistas. São as (des)políticas econômicas de esquerda, estúpido! Vejam, por exemplo, a Venezuela, a Argentina Kirchnerista.

Para todos esses executores de sentimentalismos grosseiros, os sistemas coletivistas não fracassaram, só não foram implementados na sua essência… ou são sucessos mal explicados. Eles, evidentemente, não sabem do que se trata, mas a visão romantizada do comunismo/socialismo, aponta que eles ainda não “funcionaram bem”, porém, pela nobreza da causa, ainda haverão de funcionar.

Seria mais ou menos como ainda esperar pelo Messias Stalin, um grande revolucionário idealista, que só se equivocou pelo seu tempo. Eu ouço tudo isso e tento ficar quieto. Sim, às vezes é impossível me fantasiar de hiena. Simples assim.

  Alex Pipkin, PhD


segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Ponto de inflexão: Congresso precisa reagir a escárnio de Dino - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo - VOZES   

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comparece à Câmara para prestar informações à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, nesta quarta-feira, após duas ausências em convocações para prestar depoimento à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

Parlamentares da oposição se mostraram indignados após o ministro ter justificado a ausência desta terça com a alegação de uma suposta "falta de segurança" de ir ao colegiado. 
 Em ofício encaminhado ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), Dino justificou a falta às ameaças feitas por parlamentares do colegiado que, segundo ele, representam "grave ameaça" à sua integridade física.
 
O ministro que consegue frequentar favelas dominadas pelo crime organizado sem qualquer escolta alegou falta de segurança para pisar no Congresso, a Casa do Povo. 
Eis o nível de deboche a que chega o ministro comunista. 
Mas se essa postura de puro escárnio passar impune, estaremos diante de um perigoso ponto de inflexão.

Ludmila Lins Grilo, a juíza perseguida pelo sistema, comentou: "Guardadas as devidas proporções, eventual inércia do Legislativo federal ante o comportamento de Flávio Dino poderá ter o mesmo efeito da inércia do ex-presidente quando foi impedido pelo STF de nomear o delegado Ramagem. Nas duas situações, é o ponto de não retorno: se deixar por isso mesmo, o respectivo Poder não recupera nunca mais a pouca autoridade que tinha". [indiscutível que o Governo do capitão Bolsonaro começou a se esfarelar, acabar, quando naquele fatídico dia não deu um murro na mesa, ação com a qual mostraria quem realmente mandava.] 

Ela está certa. Há momentos decisivos em que a inação é um convite a mais ação nefasta do outro lado. Muitas vezes escolhemos o caminho "pacifista" de evitar conflitos necessários, mas isso é visto como um convite a novos ataques por parte do adversário. Ganhar tempo não é uma opção.
A afronta precisa ser retaliada, ou o inimigo vai testando mais e mais os limites, pois por onde passa um boi, passa uma boiada. Isso é "diplomacia" básica, que só funciona com "sticks & carrots". Infelizmente tem muita gente que, para evitar todo tipo de confronto, tenta comprar sua falsa paz temporária com mais e mais "cenouras". 
O resultado é o avanço do inimigo, como aprendeu a turma democrata com seus acordos com Irã, que financia os terroristas do Hamas.
 
Flavio Dino desrespeitou o povo brasileiro ao ignorar a convocação do Congresso, e o fez com pitadas fortes de escárnio
O comunista sabe que está acima das leis e não liga para a democracia, pois o PT deve ter expectativas de avançar com seu projeto de venezuelização do Brasil, para adotar logo uma "democracia relativa" que descarta o povo.
 
É por isso mesmo que o Congresso deve se unir e reagir, pedindo a cabeça de Dino, exigindo uma punição exemplar.  
Se nada acontecer, não só Dino, mas todos os comunistas vão ler essa covardia parlamentar como um sinal verde para seu projeto totalitário de poder. Ou a democracia enquadra o comunista, ou será tarde demais para se falar em democracia. 
Dino tem que cair! [Dino pode se considerar no chão, derrubado;  a dúvida é se continuará igual a um zumbi até o próximo carnaval ou cai antes do Natal.]


Rodrigo Constantino,
colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Uns podem tudo; os outros...Falsidade, escárnio e deboche - Gazeta do Povo

Vozes - Luís Ernesto Lacombe



Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, tem sido criticado pela esquerda devido às ações policiais de combate ao crime.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Estamos assim: não importa o que é feito, mas quem faz. Há pessoas que podem tudo. A elite no Judiciário e no Executivo tem suas próprias leis, seu projeto de poder. O discurso é esquizofrênico: a ditadura implementada é em defesa da democracia... 
É preciso extirpar os opositores, contra eles tudo é permitido. 
Chega de debate, de perguntas, de dúvidas. É terminantemente proibido discordar da elite, que decide o que é verdade e o que é mentira, o que é ódio e o que é amor, que escolhe a dedo os “inimigos” do Brasil. Tudo o que antes era criticado passa a ser aceito, compreendido, até elogiado. Com medo ou por ignorância, o povo vai se entregando. Com medo e por interesse, o Congresso se entrega. 
Por militância e egoísmo, a imprensa vira cúmplice de todas as burradas, de todos os absurdos.
 
O balcão de negócios foi reaberto, e está tudo bem... Há muitos ministérios, que podem torrar um dinheirão sem licitação. Está liberado. Há também estatais, há verbas para comprar quem estiver à venda. 
É do “jogo político”. Gastar, gastar... Há viagens internacionais para todo lado, em meio a grande luxo, com enormes comitivas e nenhum resultado positivo concreto para o país. Há voos da FAB sempre disponíveis
Há muito dinheiro para regular preços, uma bobagem que nunca dará certo. E a Petrobras virou, de novo, refém da politicagem. Seu lucro já caiu pela metade, mas tudo parece normal.

    A imprensa não quer mais saber dos fatos, de todos os lados da história, das histórias em movimento. Não quer saber do que verdadeiramente é feito. Tudo depende de quem faz

O governo só faz inchar, aumentar custos, custos desnecessários
O bolso dos pagadores de impostos parece mesmo ser fundo, não ter fim. A imprensa acredita no tal arcabouço fiscal, que prevê aumento anual das despesas do Executivo, de olho numa receita fictícia, irrealizável. A sanha arrecadadora é destrutiva. 
E vêm cortes na saúde, na educação... Ninguém fala nada. 
Não há mais discursos inflamados no Congresso, não há reclamações na imprensa, protestos nas ruas. Não há estudante indignado, segurando cartaz com desenho do presidente da República sem cabeça e os dizeres “o único corte que eu quero”... A questão é quem faz.
 
Até o fim do ano passado, dizem, o Brasil enfrentava uma ditadura imposta pelo Executivo, que não prendeu ninguém, não torturou ninguém, não censurou ninguém. Mandaram dizer que Lula era contra o aborto, a liberação das drogas, que não defendia criminosos, que não apoiava ditadores mundo afora
Juraram que Bolsonaro interferia na Polícia Federal, mas não veem problema em Flávio Dino “expor direção da PF mais política e próxima do governo”. São os mesmos que absolveram Dilma quando ela tentou enquadrar a instituição, em 2016, e quando Lula, em 2007, queria ser informado sobre ações da PF e achava que a atuação da Abin era ineficiente.
 
E já há uma guerra declarada a qualquer um da oposição que possa ser candidato a presidente no longínquo ano de 2026
Tarcísio de Freitas recebe críticas pela ação da PM no litoral paulista. 
A Polícia Militar da Bahia, governada há 16 anos pelo PT, não é questionada. 
Romeu Zema defende a atuação do bloco Sul-Sudeste e vira inimigo do Nordeste, vira separatista... 
A imprensa não quer mais saber dos fatos, de todos os lados da história, das histórias em movimento. Não quer saber do que verdadeiramente é feito. Tudo depende de quem faz. 
Somos o país das distorções, das falsidades, do escárnio, do deboche. Mesmo assim, desistir está fora de cogitação.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Luís Ernesto Lacombe, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


quinta-feira, 27 de abril de 2023

Senador tenta entregar réplica de feto a ministro de Direitos Humanos

Ministro recusou o objeto

Durante audiência na comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) tentou entregar uma réplica de um feto de 11 semanas para o ministro Silvio Almeida.

Ao tratar sobre violações de direitos humanos em outros países, Girão levantou-se com o objeto nas mãos. O ministro dos Direitos Humanos, então, recusou-se a receber o objeto, afirmando que vai ser pai e chamou a atitude do parlamentar de “performance” e “escárnio”.

“Não quero receber isso por um motivo muito simples. Vou ser pai agora, e sei muito bem o que significa isso”, disse Almeida. “Isso é para mim uma performance que eu repudio profundamente. Com todo respeito, é uma exploração inaceitável de um problema muito sério que temos no país.”

A resposta ao ministro dos Direitos Humanos

Girão, que é contrário ao aborto, argumentava a importância de preservar “a vida, a liberdade e a dignidade humana”, quando disse que iria “materializar” a discussão com a entrega de uma criança com 11 semanas de gestação. Depois da recusa do ministro, Girão respondeu que seu objetivo não era ofender.

“Só quero fazer um contraponto muito respeitoso ao ministro, dizendo que não foi brincadeira, isso é algo seriíssimo”, argumentou Girão. “Deixei na mesa desta comissão, entreguei a ministros do Supremo, entreguei a alguns outros ministros que receberam e respeito que o senhor não quis receber.”

O senador acrescentou que o direito básico é o direito à vida, que é o primeiro dos princípios.

Em março deste ano, durante entrevista para o site da BBC, o ministro Silvio Almeida defendeu o aborto e a descriminalização das drogas.

Leia também: Bloqueio do Bolsa Família provoca filas em Salvador

[quem mandou fazer o L? fiquem certos que vai piorar. O desgoverno petista quer aumentar arrecadação - ter mais dinheiro para roubar - de qualquer forma, usando qualquer meio; está tentando acabar até com renúncia fiscal que ajuda empresas que mantém elevado índice de contratação de mão de obra = emprego.
O 'poste' vai dormir e acorda a cada 15 minutos com uma ideia de aumentar imposto.] 

 Redação - Revista Oeste

 

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Fora, Alexandre de Moraes! - Gazeta do Povo

Paulo Polzonoff Jr.

"Minhas férias"

Alexandre de Moraes piscada
Depois de ler a crônica “Fora, Alexandre de Moraes!”, ele e os demais ministros do STF botaram a mão na consciência, como se diz.- Foto: EFE


Ai, palavras, ai, palavras
Que estranha potência a vossa!
- Cecília Meireles

Depois de quinze dias de férias, ele estava em crise. “Para que servem todas as minhas palavras? Quaisquer palavras. Inclusive estas?”, perguntava o autor para o escritório vazio, para a Catota e até para os estranhos na rua. Nunca, never-ever, jamé (sic) um artigo de jornal foi capaz de fazer um déspota mudar de ideia. Nem o J’Accuse. Quanto mais uma crônica! Por que agora seria diferente? E, no entanto, ele perseverou. Vai quê.

Era uma questão até de respeito com o leitor. Afinal, havia pessoas indignadas nas ruas.  
Pessoas transbordando impotência e medo diante da injustiça e da arrogância.  
Pessoas tratadas como golpistas e antidemocráticas apenas por questionarem ou discordarem. 
Pessoas engolindo humilhação atrás de humilhação, escárnio atrás de escárnio, menosprezo atrás de - adivinha! - menosprezo.
 
“Fora, Alexandre de Moraes!”, escreveu ele. Só por diversão. Só para ter certeza de que ainda podia. Posso, né?  
E ficou olhando para a tela do computador como se esperasse um aviso do Grande Irmão o alertando para o pecado imperdoável: você está sendo antidemocrático, seu fascista! 
Como nada disso acontecesse, porém, ele se pôs a escrever. E foi então que o milagre começou a ganhar forma:

Aqui é preciso interromper o fluxo natural da narrativa para dizer que os leitores daquele tempo ficaram boquiabertos com os dois pontos que pairavam auspiciosamente no céu azul de primavera. Afinal, o autor falava em milagre, e não em maldição. O que, pensando bem, até fosse um defeito da crônica-que-mudou tudo. De qualquer modo, os leitores ficaram ali admirando o suspense que não tardou a se dissipar.

Assim que os dois pontos cruzaram o lábaro estrelado, o texto prosseguiu como que por encanto. A lógica impecável, as citações cuidadosamente garimpadas (inclusive a epígrafe), os argumentos lapidados, as contextualizações precisas, as análises abissalmente profundas da psique suprema, as metáforas de causar inveja a Shakespeare e, no fim, aquela exortação ao autossacrifício: fora, Alexandre de Moraes! Tudo havia se encaixado mais-do-que-perfeitamente. “Nasceu uma obra-prima!”, disse, na ocasião, um anjo desses que se empolgam demais e depois ficam com as bochechas vermelhas.

A obra-prima, porém, ainda não era milagre. Porque de nada adiantariam aquelas palavras todas se elas caíssem em ouvidos moucos ou, pior!, fossem sugadas pelo grande redemoinho de indiferença das redes sociais. Por sorte, para quem não acredita, ou pela Graça, para quem crê, eis que a crônica chamou a atenção de um assessor do Supremo.  
Que tomou o cuidado de imprimir as palavras e colocá-las cuidadosamente sobre a mesa do déspota, com um bilhetinho no qual, com algum esforço (ê letrinha feia, hein!), lia-se: “Quem esse cara pensa que é?! PRENDE ELE, ALEXANDRE!”.
 
A julgar pelo título, Alexandre de Moraes já estava até assinando o mandado de prisão. 
Mas lhe chamou a atenção a epígrafe com aquela poetisa que o minissenador Randolfe Rodrigues disse que era boa. 
E só por isso o déspota começou a ler. E, caramba!, não é que o cronista tinha razão mesmo? Quando percebeu, Alexandre de Moraes estava na última linha - e em prantos. “Data venia, eu só queria salvar a democracia”, repetia entre soluços, numa última e desesperada tentativa de se convencer disso.

Neste ponto os estudiosos divergem e até se pegam no tapa. Eu, que sou o autor desta joça, digo que o milagre estava na epifania de Alexandre de Moraes. Mas agora uns chatos inventaram de dizer que o milagre se estendeu pelos dias seguintes, abrangendo tudo o que entrou para a história com o nome meio cafona de Primavera Brasileira:

(Olha os dois pontos cruzando a abóboda celeste aí de novo, incréu!).
Alexandre de Moraes fez circular a crônica entre os demais ministros que, tocados por todas as qualidades literárias aqui já mencionadas, convocaram uma coletiva de imprensa para reconhecer os muitos erros cometidos nos últimos anos, pedir desculpas e, já que estavam ali mesmo, anunciar novas eleições. “Mas dessa vez sem candidato ex-presidiário!”, ressaltou um brincalhão Edson Fachin que, não pude deixar de perceber, até raspou o bigode. “E, daqui para frente, sem censura. Mesmo!”, acrescentou Cármen Lúcia, visivelmente constrangida, tadinha.

Assim a paz se fez no Brasil. É bem verdade que um ou outro petista cínico ainda tentou emplacar a narrativa de que tudo não passava de uma fantasia mequetrefe de um cronista de província voltando de férias. Mas de nada adiantou. No final das contas, prevaleceram não só os argumentos, citações, figuras de linguagem e até um ou outro afago pouco sincero que o autor incluiu no texto para apaziguar a ira suprema; prevaleceu sobretudo a exortação final que, apesar da cara jacobina, tinha um quê mesmo de sábio conselho maternal: fora, Alexandre de Moraes!

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

terça-feira, 1 de novembro de 2022

O cinza e a liberdade - Alex Pipkin, PhD

 Acordei pior que a cinzenta paisagem que miro através da janela.

Aparento estar de ressaca por ter exagerado no vinho, porém, hoje é segunda-feira, não sábado à noite. Mesmo desse jeitão, tentando encontrar explicações para o aterrorizante retorno da turba do ódio do bem ao delicioso poder - e elas são muitas e variadas -, chego a racional conclusão de que a irracionalidade das instituições extrativistas verde-amarelas, ou se preferirem, o sistema, o mecanismo e/ou o estande, é a causa essencial para que esta fantasia macabra se torne realidade.

Foi o militante petista de carteirinha, aquele togado de fala estranha do STF, o marxista Edson Fachin, que anulou todas as condenações do ex-presidiário, referentes às operações da Lava Jato, brindando-o com o retorno de seus direitos políticos.  
É mister salientar que a decisão desse militante disfarçado de juiz, teve somente caráter processual. 
O militante de toga encontrou uma agulha no palheiro, ou seja, uma firula jurídica, a fim de salvar o companheiro. Fachin não analisou o mérito das condenações, e afirmou que era preciso “ser imparcial e apartidário”.

Um escárnio total, assimilado - e sufocado - quase que normalmente por um establishment podre que não arreda um milímetro de seus poderes e privilégios. Evidente que esse estande deu “match” com um povaréu que acredita no impossível, em salvadores da pátria e que, portanto, somente populistas e retóricos da língua (des)portuguesa podem satisfazê-los.

Lamentável que esteja encrustado na mente e nos corações dos homens e das mulheres da terra de Macunaíma o coletivismo inibidor da vontade e da responsabilidade individual. Especialmente em relação os iletrados, sem uma radical e transformadora revolução no ensino brasileiro, esses irão continuar trocando a vital liberdade por migalhas econômicas.

Ironicamente, o resultado da eleição de ontem, foi intensamente influenciado pela manipulação de professores doutrinadores, por meio da ditadura do pensamento esquerdizante, que martela forte na cabeça de jovens idealistas.

No gramado verde - e amarelo -, evidente que tem sapo enterrado. Ainda mais triste, é o fato de que existe uma enormidade de sapos fervidos que não dá um vintém por suas liberdades individuais.

Ontem, ouvindo o discurso do ex-presidiário, senti um fenômeno tipo “a volta dos que não foram”, sei lá, anos 70, com falas repletas de naftalina, equívocos comprovados, narrativas bondosas “pero muy peligrosas”, ideias velhas com muita gente nova na plateia
De velho e deplorável também vi o “homem do dinheiro na cueca atrás do demiurgo de Garanhuns.

Pois bem, esse match” entre o sistema - coletivista para os outros -,  o populacho e à esquerda caviar, tem tudo para prosseguir prosperando nessa terra de ninguém e só dessa gente.

Perdoa, eles não sabem que a liberdade é mais importante do que a propalada “democracia”.

Étienne de La Boétie, em seu fantástico livro The Politics of Obedience: The Discourse of Voluntary Servitude, afirma que um tirano domina em razão do consentimento popular, uma vez que não há outro meio de um homem controlar o destino de milhões de indivíduos.

Por aqui, a liberdade é o bolo da cereja.

Enfim, Churchill afirmou que as grandes coisas são simples, e que muitas dessas poderiam ser expressas numa só palavra.

É desolador que os brasileiros ainda não a tenham assimilado: LIBERDADE.

Conservadores e Liberais - Alex Pipkin, PhD  

 

quarta-feira, 23 de março de 2022

Escárnio! - Gazeta do Povo


O Brasil cansa. E cansa muito! Em nosso país, manda quem pode, obedece quem tem juízo. Há uma cleptocracia que tomou conta da nação. Os donos do poder brincam e riem da cara de nós, os otários. É terra sem lei, ou melhor, com abuso de autoridade para inocentes e impunidade para ladrões. No Brasil, o poste mija no cachorro.

Deltan Dallagnol terá de pagar indenização a Lula. O quão ridículo é isso? O ex-procurador desabafou: "INDIGNADO! Vou ter que INDENIZAR LULA por causa da LAVA JATO!" Ele gravou um vídeo sobre o assunto:

O sistema é bruto, companheiro. Em qualquer país sério, Lula estaria atrás das grades. No Brasil supremo, ele está não só solto, como elegível, favoritíssimo em pesquisas suspeitas, e com direito à indenização. É o país da piada pronta, mas uma piada de muito mau gosto.

Pode-se condenar excessos da Lava Jato, que sempre contou com apoio midiático para atrair a opinião pública, inspirada na Operação Mãos Limpas da Itália. Para desafiar mafiosos tão poderosos, era mesmo crucial contar com o apoio do povo, de preferência nas ruas. Basta pensar que mesmo assim o sistema reagiu e com força, estão todos soltos e os responsáveis pela operação é que viraram alvos.

O powerpoint pode ter sido um tanto espetaculoso, mas a decisão é estapafúrdia.   
Ora, Lula era ou não o chefe da máfia, o capo da quadrilha, o maior beneficiado com os esquemas bilionários de desvios de recursos públicos? Quem mandava em Dirceu? 
Quem teve "mimos" de empreiteiras, como sítios e obras em cobertura? Quem dava "palestras" a preço de ouro, que sumiram junto com o poder?


Reino Unido diz que Rússia se reorganiza para agir “em grande escala”

Decisão do STJ para indenizar Lula pune quem luta contra a corrupção, diz Deltan

O deputado Paulo Eduardo Martins resumiu bem o absurdo: "Lula receber uma indenização da Lava Jato é como a Suzanne ganhar uma saidinha em dia dos pais". [normal; tanto que Suzanne sai, a Nardoni sai no 'dia das crianças' ... e outros] E, no entanto, ela ganhou! Pois o Brasil é mesmo o país da impunidade - desde que seja o criminoso "certo".  
Se for bolsonarista e tiver praticado o "crime" de opinião, porém, que sequer consta em nosso Código Penal, aí vai ter ministro supremo acionando até a Interpol no afã ensandecido de vê-lo atrás das grades! [só que o esforço do ministro é inútil - ele e suas supremas decisões são ignoradas tanto pelo governo dos Estados Unidos quanto pela Interpol.
Aliás, fatos recentes mostram que ordens só são obedecidas quando tem alguém disposto a obedecê-las.]

O Brasil tem censura também. Nosso STF virou partido de oposição, com apoio cúmplice de boa parte da imprensa, que quer derrubar Bolsonaro custe o que custar. O garoto-propaganda da Dilma e simpatizante do MST vai decidir o que é verdade ou mentira. O tucano raivoso dos inquéritos ilegais vai punir a "desinformação" durante a campanha eleitoral. É tudo muito abjeto.[apontar a possibilidade de falhas na segurança do sistema eleitoral brasileiro ainda não é crime,  no papel - mas logo será. Qualquer decisão monocrática, será o suficiente para uma inserção virtual no Código Penal tornando crime.]

Somos o país cuja mídia levou a sério uma CPI circense que fechou os olhos para a corrupção e passou o tempo todo criando narrativas contra o governo.   
Tratou embusteiros como a voz da ciência e médicos sérios como picaretas. 
Todo esse palanque ridículo liderado por Renan Calheiros, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues, os três agora oficialmente colados na campanha de Lula. Repito: é tudo muito tosco, script de filme de categoria D.

Mas é esse o nosso Brasil, que vai para as eleições com um esforço homérico de inúmeros canalhas para tentar recolocar no comando um notório bandido. Esses cafajestes querem o destino argentino para nossa nação, pois não ligam para o povo, desde que a pilhagem possa continuar na tranquilidade. Eles só pensam no butim, nada mais.

Enquanto isso, qualquer mínima suspeita que recaia sobre Bolsonaro, por menor que seja, por mais antiga que seja, o mundo vem abaixo. O cidadão mais escrutinado do país é o atual presidente, mas não encontram nada concreto 
É por isso que vivem de narrativas como a "rachadinha" ou a "funcionária fantasma". O ex-ministro Ricardo Salles resumiu bem: "Se o problema do Brasil fosse a moça do açaí, tava tudo resolvido. Coisa ridícula. Vai atrás do Lula e dos vagabundos do PT que roubaram bilhões das escolas, hospitais, moradias, infraestrutura, refinarias, bancos, estatais, fundos de pensão etc etc etc …" [e a rachadinha do Alcolumbre, foi esquecida?
Se inventaram, tem que descobrir e punir o mentiroso. Caso seja verdade o senador tem que ser cassado.]

E vale notar que os “isentões” que se dizem liberais estão mais preocupados com a tal Val do que com a indenização a Lula, o que demonstra que não tem nada a ver com ética, e sim com um projeto de poder. O povo brasileiro não merece a elite que temos. Escárnio!

Rodrigo Constantino, jornalista -  Gazeta do Povo - VOZES

 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

A ideologia bolsonarista - Denis Lerrer Rosenfield

O Estado de S. Paulo

É uma concepção de extrema direita, que não se confunde com direita conservadora e liberal

A ideologia bolsonarista configura um caso de concepção de extrema direita, que não se deixa confundir com posições de direita conservadora e liberal. Ela se constitui enquanto conjunto de ideias que estrutura a sua ação, visando à instituição de sua própria forma de poder. Criticá-la por “insensata”, “maluca”, “macabra” ou “contraditória” realça isoladamente determinados aspectos seus sem, no entanto, abarcar a sua totalidade. São posições que, por assim dizer, se situam em outra perspectiva, a de uma normalidade que é posta em questão. Vejamos alguns de seus eixos estruturantes.

A figura do líder – Bolsonaro se produz como um líder de massas, que com elas procura estabelecer uma interação direta, sem o uso de mediações, como a Câmara dos Deputados e o Senado. Ou seja, a representação política é objeto de escárnio, salvo nos casos em que se torna necessária, como hoje ocorre com o restabelecimento das relações com alguns partidos políticos, por temor de impeachment ou de perda de poder. Seu objetivo consiste em colocar-se acima das instituições e da sociedade, como se só ele soubesse o que é melhor para elas. Não hesita em se colocar como grande médico e cientista, prescrevendo medicamentos ineficazes, como a cloroquina. Sozinho sabe o que é melhor para a saúde dos brasileiros, menosprezando a ciência por princípio. Em outra versão, é o “super-homem” contra os “maricas”. Eis por que é tratado por mito, por maior que seja a bobagem que diga. O mito é o lugar do seu saber.

O medo – Insufla ele o medo da pandemia e do desemprego, ao mesmo tempo que se apresenta como a solução da pandemia e do desemprego. Não é ele responsável por nada, tudo atribui aos outros como causadores desta situação, sejam os chineses, os comunistas ou os políticos a ele não alinhados. Ele precisa do medo para governar e se põe na posição de “salvador”. [Bolsonaro não precisa do medo para governar e sim que parem de sabotar seus esforços para governar o Brasil;
Respeitem a vontade de quase 60.000.000 de eleitores e tenham em conta que a democracia que tanto dizem defender (claro em uma versão interpretada de forma criativa) determina que a vontade da maioria tem que ser respeitada - ainda que para tanto tenham que desconsiderar os desejos intenções de alguns líderes políticos que ocupam cargo de importância, mas que nas eleições 2018 um deles obteve pouco mais de 70.000 sufrágios e o outro menos de 150.000 - felizmente, estão sendo alijados dos cargos que ainda ocupam por mais alguns dias.]  Isso pode soar paradoxal, porém só o é na perspectiva da política clássica, e não da de extrema direita, que expressa a sua concepção. Mais especificamente, o seu modo de tratamento da pandemia corresponde a essa orientação, jogando com o medo da doença e da morte, declarando procurar minimizá-las. O Brasil chega às 210 mil mortes, no entanto, é como se fosse “da vida” a morte causada por descaso, incúria e, em certo sentido, intencionalmente, visto que vem a fazer parte desse jogo macabro da política. [sendo recorrente no repto, até o momento,  não contradito: 
- inúmeras acusações de responsabilidade do presidente Bolsonaro pelas mortes decorrentes da covid-19, muitas atribuídas à pandemia, são mencionadas (sem detalhes, sem  evidências.) Só que até o momento, nenhuma acusação, sustentável, de que uma só morte seja decorrente de alguma ação ou omissão do presidente da República.
O mesmo não se pode dizer de alguns governadores e prefeitos que usando de um protagonismo que receberam, se sentiram à vontade para fazer besteiras. Exemplos: um mandava abrir e o vizinho mandava fechar; um mandou fechar e viajou para Miami; outro investiu na criação de engarrafamentos artificiais e compra de urnas funerárias.
Vamos facilitar: qual a real, concreta e fundamentada responsabilidade do presidente Bolsonaro para a lamentável e terrível falta de oxigênio em Manaus?  
Seus inimigos, também inimigos do Brasil, chegaram ao ápice de chamá-lo de presidente 'asfixiador' - um dos primeiros a aplicar imerecidamente tal adjetivo foi um ex-governador do DF, também ex-ministro que conseguiu a proeza de ser demitido, por telefone,  pelo ex-presidente petista.]

Ausência do princípio da não contradição – O princípio da não contradição, formulado por Aristóteles, que veio a fazer parte do exercício da razão e da política, não opera numa concepção de extrema direita. O líder diz uma coisa num dia e o seu contraditório no dia seguinte, e assim indefinidamente. Seu traço característico é que sempre tem razão, por mais irracional que seja a sua posição. Um dia declara o presidente que jamais comprará uma vacina chinesa, em outro a compra; um dia a covid-19 é uma mera “gripezinha”, em outro, uma doença mortal; um dia, ao arrepio de qualquer verdade, considera que apenas seus medicamentos mágicos são eficazes e em outro, que o Brasil é o país que tem o melhor desempenho mundial no combate a essa pandemia. Um dia é contra a corrupção na política, em outro protege os seus que estão nela envolvidos.

Distinção amigo e inimigo – A política de extrema direita está baseada na distinção amigo/inimigo, formulada pelo teórico nazista Carl Schmitt. Todo aquele que não se alinha ao líder em suas mutáveis posições, uma vez que ele detém a razão e a verdade, é tido por inimigo. Não há possibilidade de diálogo e conciliação, salvo sob a forma enganosa produzida por alguma oportunidade do momento. Ela está centrada na destruição do outro, na não aceitação da crítica e na tentativa de impor diretamente uma relação hierárquica de comando: sou “eu” quem manda! Quem não estiver comigo deve ser abatido, o que vale para “amigos” que, por discordância, deixaram de sê-lo. Veja-se o caso de agora “ex-amigos” do presidente que ousaram discordar de suas opiniões. Observe-se que tal tipo de política cria a desordem institucional, sanitária, econômica e social, embora a sua justificativa seja a de que o “salvador” é o fiador da ordem.

Milícias digitais – As milícias do líder apresentam-se sob a forma contemporânea de milícias digitais. De um lado, não há nada de novo, uma vez que tanto o nazismo quanto o fascismo fizeram uso intensivo dos meios de comunicação vigentes na época, muito particularmente do rádio; de outro lado, as novas redes digitais são muito mais abrangentes, alcançando diretamente as pessoas, prescindem dos meios de comunicação tradicionais e também dos seus meios de controle. Mentiras e o que se denomina fake news têm livre trânsito, como se um mundo paralelo por meio delas se criasse, pretendendo alguns ser o verdadeiro. Mais particularmente, os meios digitais, por seu modo de transmissão e mensagem, são particularmente adequados para a distinção amigo/inimigo, tratando o “discordante”, o “opositor”, com desprezo e escárnio, como inimigo a ser abatido.

Denis Lerrer Rosenfield, Professor de filosofia UFRGS -  e-mail: denisrosenfield@terra.com.br - O Estado de S. Paulo


sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Pedido indecente – Folha de S. Paulo

Opinião

STF e STJ mancham atuação na pandemia ao tentar furar a fila da vacinação

Todos são iguais perante a lei, apregoa a Constituição. Na corrida pela vacina contra a Covid-19, no entanto, os ministros do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça imaginam ser mais iguais do que os demais brasileiros. Depois de um grupo de promotores paulistas pedir prioridade à imunização da categoria no início de dezembro, recuando após a má repercussão, coube agora às duas cortes superiores o disparate.

Ambas solicitaram à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que fossem reservadas milhares de vacinas para seus servidores e integrantes do Conselho Nacional de Justiça. Ao que parece, para as excelências, a toga as coloca à frente de grupos de risco e agentes de saúde.  O pedido não faz sentido, inclusive, quando se leva em consideração que o Judiciário tem funcionado razoavelmente bem com o trabalho remoto, até com aumento de sua produtividade.

Como se o escárnio já não fosse evidente o bastante, o Supremo chegou a afirmar no ofício encaminhado à Fiocruz que o pedido seria “uma forma de contribuir com o país nesse momento tão crítico da nossa história”.  Ao menos o ministro Marco Aurélio Mello expressou, ao jornal O Estado de S. Paulo, discordância veemente. “Todo privilégio é odioso.”

A Fundação Oswaldo Cruz, felizmente, rejeitou o pedido vexatório das cortes superiores que, em português claro, pretendiam furar a fila da imunização na pandemia. Os mesmos tribunais têm relutado em proteger um grupo de risco real para a contaminação pelo novo coronavírus, caso da população carcerária.

[Já expressamos algumas vezes o nosso entendimento de que presidiário não precisa ser considerado grupo de risco - especialmente a população carcerária que abrange tudo que é condenado.

Segundo os especialistas o ISOLAMENTO é um dos mais importante meio de evitar contágio.

Os criminosos condenados já estão sujeitos a regime de isolamento - a pena de reclusão = regime fechado = já impõe o confinamento, o isolamento = principio básico que se busca alcançar impondo o ISOLAMENTO  às pessoas de BEM.

Então, que tal em vez de soltar criminoso, bandido condenado e por em risco a sociedade - que terá que enfrentar o vírus e ao mesmo tempo correr o risco de ser vítima de bandido em liberdade - os defensores do solta bandido não defendem CUMPRAM A LEI = mantenham os condenados em regime fechado em regime fechado mesmo. Sem saidão, sem visita íntima = cada saidão é oportunidade para os presos contraírem o vírus, trazer para a prisão, contaminando outros e outros; a visita íntima é outra fonte de contágio - tanto o visitado corre risco de contágio quanto a visitante, que na prática é uma verdadeira leva e traz.

Mantenham os criminosos presos, cumprindo a pena de regime fechado que lhes foi imposta = cumprir a lei, o que não é uma opção e sim uma obrigação = , e se elimina o risco.] O STJ indeferiu em abril deste ano um habeas corpus coletivo para os presos potencialmente mais vulneráveis à doença.  O Supremo têm resistido a conceder habeas corpus durante a pandemia —entre março e maio de 2020 atenderam-se apenas 6% dos pedidos. Somente neste mês concedeu-se o benefício a detentos de grupos de risco em presídios superlotados, em decisão do ministro Edson Fachin.

Espanta, ademais, que STF e STJ façam pouco caso do que diz a legislação: cabe ao Ministério da Saúde, não à Fiocruz, elaborar o plano de imunização nacional. Mais uma vez o Judiciário brasileiro se comporta como se fosse uma aristocracia, envolta em benesses vultosas a custo do dinheiro público, e não um órgão republicano, responsável por garantir o direito à saúde a todos. Mancha, com isso, seus méritos inegáveis no enfrentamento das omissões e sabotagens do governo Jair Bolsonaro na pandemia.[permanece a mancha no STF, decorrente de sua conduta no inicio da pandemia, abril 2020 = ter restringido a atuação do governo federal no combate ao coronavírus.

Passou o protagonismo para os prefeitos e governadores que, devido a falta de uma coordenação geral - cassada do Poder Executivo da União - se perderam com a adoção de políticas contraditórias, estados e municípios muitas vezes adotaram medidas conflitantes.]

 Opinião - Folha de S. Paulo

 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

STF terá de optar: Compadrio ou Constituição? - Blog do Josias

As regras são menos perigosas do que a criatividade. Mas na política, para ganhar o jogo, há sempre alguém querendo subverter as regras. Mesmo quando elas estão inscritas no texto constitucional. O Supremo Tribunal Federal inicia nesta semana, no seu plenário virtual, o julgamento da ação sobre a possibilidade de reeleição dos presidentes do Senado e da Câmara. A simples discussão do tema é um absurdo

A autorização para que Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia concorram à recondução será um escárnio.  
A Constituição brasileira é soberana, inviolável e, por vezes, incompreensível. 
Certos trechos dão margem a interpretações divergentes. Mas no pedaço em que trata da reeleição para o comando das duas Casas do Legislativo — pleiteada escancaradamente por Alcolumbre e sorrateiramente por Maia— o texto é claro como água de bica. 

O que se lê no parágrafo 4º do artigo 57 é o seguinte: o mandato dos membros da Mesa do Senado e da Câmara é de "dois anos", sendo "vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente." O texto pode ser compreendido por qualquer criança de cinco anos, sem a ajuda de dicionário. Há nele um fato —o mandato de dois anos— e uma proibição —engatar dois mandatos seguidos.

Vai a julgamento uma ação escalafobética do PTB. Mal comparando, o partido de Roberto Jefferson pede ao Supremo que opere como uma banca do jogo do bicho, confirmando que vale o que está escrito. No limite, deveria ser desautorizada inclusive a gambiarra que permite a recondução subsequente desde que ela ocorra em legislaturas diferentes. No momento, o Congresso vive a metade de uma legislatura. Quer dizer: nem a gambiarra se aplica aos casos de Alcolumbre e Maia. Só há dois caminhos possíveis para o Supremo: ou os ministros pegam em lanças para defender a Constituição, desautorizando a manobra, ou a Corte se desmoraliza.

A trilha da autocombustão já foi aberta. Relator da ação, o ministro Gilmar Mendes dividiu uma mesa de jantar há dois meses com o réu Renan Calheiros e Davi Alcolumbre. Deveria ser um escândalo. Mas é apenas parte da paisagem brasiliense. Súbito, começou a circular pelos subterrâneos da Capital a versão segunda a qual o Supremo decidiria não decidir. Nessa hipótese, ficaria entendido que a reeleição é um assunto interna corporis. 

Caberia aos próprios congressistas decidir se Alcolumbre e Maia podem ou não pleitear a recondução. As onze togas do Supremo costumam dizer que a atribuição mais nobre que exercem é a de 
"guardiões da Constituição."
Avalizando a manobra, os magistrados sairão em defesa do compadrio, não da Constituição. 

Blog do Josias - UOL - Josias de Souza, jornalista