A resposta de Cardozo
Na semana em que viu o bombardeio contra ele se intensificar, o ministro da Justiça diz em entrevista a ISTOÉ que não aceita as pressões dos aliados, não irá favorecer amigos e que não abre mão dos valores democráticos e republicanos
Desde que a Lava Jato passou a condenar e levar para a cadeia políticos do PT e empresários graúdos, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não teve mais sossego. Chefe funcional da Polícia Federal, principal braço da Operação que já entrou para a história do País por prender corruptos e corruptores considerados até então inatingíveis, o ministro virou alvo de uma saraivada de críticas – a maior parte delas oriunda do Partido dos Trabalhadores. Nos últimos meses, Cardozo tem sido atacado de maneira inclemente por algo que deveria ser encarado como uma grande virtude sua: não interferir no trabalho dos agentes federais. Num País onde sempre prevaleceu a máxima “aos amigos, tudo; aos inimigos, os rigores da lei”, o zelo do ministro pelo artigo 5º da Constituição brasileira, segundo o qual todos deve ser iguais perante a legislação, nunca deveria ser considerado um demérito. Infelizmente, é o que tem ocorrido.
EM SINTONIA
O juiz Sérgio Moro se mantém afinado com a Polícia Federal
O juiz Sérgio Moro se mantém afinado com a Polícia Federal
Na última semana, o bombardeio ao ministro
atingiu o seu ápice. Isso porque na segunda-feira 26, véspera do
aniversário de 70 anos do ex-presidente Lula, a Polícia Federal cumpriu
um mandado de busca e apreensão na LFT Marketing Esportivo, empresa de
Luis Cláudio Lula da Silva, filho da estrela máxima do PT. O caçula de
Lula é investigado na Operação Zelotes por receber R$ 2,4 milhões de uma
empresa suspeita de fazer lobby junto ao Palácio do Planalto para
comercializar medidas provisórias em benefício de empresas automotivas.
Ao saber da devassa da PF no escritório de seu filho, Lula investiu-se
de fúria. Disparou palavrões – todos impublicáveis – a esmo. A
interlocutores, responsabilizou a presidente Dilma Rousseff pelas ações
classificadas por ele de “indecentes e inaceitáveis” da PF e pelo fato
de ainda não ter substituído o atual ministro da Justiça por alguém
capaz de segurar o ímpeto dos policiais federais. O que Lula
confidenciou intramuros, o presidente do PT, Rui Falcão, extravasou
publicamente. Declarou que o filho de Lula estaria sofrendo uma
“perseguição inominável, inexplicável” e afirmou haver uma “campanha
direcionada para atingir o PT, a Dilma e o Lula”.
Mas há um alento para os defensores
intransigentes do pleno funcionamento das instituições e uma má notícia
para os que acham que o Estado deve estar a serviço de seus interesses:
Cardozo mantém-se firme no propósito de deixar o trabalho da PF, como se
diz na gíria, correr solto. Em entrevista exclusiva à ISTOÉ, concedida
em seu gabinete na quinta-feira 29, o ministro garantiu que não
pretende intervir na maneira de atuar da Polícia Federal. “Como
ministro, só intervirei quando houver caracterização de um
descumprimento objetivo da lei ou de abuso de poder por parte de
policiais. Até agora não recebi nenhuma representação de quem quer que
seja no sentido de que algum policial tenha violado algum dispositivo
legal”, afirmou. No que depender de Cardozo, a despeito das fortes
pressões que vem sofrendo do meio empresarial e político, a lei será
“igual para todos”. “O ministro da Justiça não deve jurídica e
eticamente tentar controlar uma investigação, dizendo que não se
investigue um amigo ou se puna inimigos”, acrescentou. Seu dique de
proteção é a Carta Magna. Para Cardozo, o ministro que tentasse
controlar uma investigação, não só estaria ferindo a ética republicana,
como cometendo um crime. “Quem ocupar esse cargo até pode tentar usar
subterfúgios para tentar orientar apurações, como já foi feito no
passado. Mas duvido que hoje, após a conquistada independência
institucional da PF, algum ministro consiga fazer isso de forma exitosa e
sem ter problemas com a própria Justiça”, defende-se.
Apesar de partir do PT, agremiação mais
afetada com as investidas da Lava Jato, as mais duras críticas ao
trabalho do ministro da Justiça, Cardozo diz não se incomodar. “Não
tenho nenhuma razão para me sentir incomodado. Incomodado deve se sentir
quem ao longo do período de sua vida defendeu isso e agora nega o que
sempre defendeu”, disse à ISTOÉ. No partido, ao qual é filiado, o
ministro é tachado de “egoísta” e “ingrato” por não se importar em
proteger os próprios colegas. Cardozo não se faz de rogado. Para ele, o
PT tem direito de se manifestar sobre aquilo que acredita, mas “o
ministro da Justiça só deve atuar para exigir que a lei seja cumprida”.
Nas últimas semanas, os ataques desferidos a
Cardozo extrapolaram as fronteiras do petismo. Ao tentar costurar um
acordão com o governo para salvar a própria pele, o presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), procurou recentemente o
ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, para pedir que o chefe da Justiça
fosse substituído pelo vice-presidente da República, Michel Temer. O
recado foi levado a Dilma assim que ela retornou de uma viagem ao
exterior. A presidente, que se recusou a rifar seu subordinado na
ocasião, cometeria suicídio político se o fizesse agora: demonstraria
fraqueza à população num momento de baixíssima popularidade,
enfraqueceria uma instituição que ela própria, durante a campanha à
reeleição, se vangloriou de ter fortalecido e ficaria marcada nas
páginas da história como a mandatária que interrompeu o combate à
corrupção e a faxina ética promovida pela PF para atender a interesses
nada republicanos de aliados.
As operações da Polícia Federal no combate à corrupção, feitas de acordo
com a Constituição, apertam o cerco contra líderes do PT e de políticos
da base aliada ao governo. Barrar isso atenta contra a democracia
com a Constituição, apertam o cerco contra líderes do PT e de políticos
da base aliada ao governo. Barrar isso atenta contra a democracia
Embora os petardos tenham se intensificado
nos últimos dias, depois da batida da PF no escritório de Luís Cláudio,
as escaramuças entre Cardozo e Lula remontam a 1997, durante o conhecido
caso do CPEM (Consultoria para Empresas e Municípios). Naquele ano,
prefeituras petistas foram acusadas pelo então militante petista Paulo
de Tarso Venceslau de beneficiar uma empresa comandada por Roberto
Teixeira, compadre de Lula. O PT resolveu, então, instalar uma comissão
de sindicância interna para apurar suspeitas. Integrada por Cardozo,
Helio Bicudo e Paul Singer, a conclusão foi a de aplicar uma punição a
Teixeira. Lula ficou enfurecido e outro colegiado foi constituído,
culminando em decisão oposta: manter o denunciado, Teixeira, e expulsar o
denunciante, Venceslau.
Em 2005, quando eclodiu o mensalão, Cardozo
e Lula voltaram a ficar em trincheiras opostas. Petistas que
discordavam das deliberações da presidência da legenda decidiram fundar
uma corrente chamada Mensagem ao Partido, tendo o ex-governador Tarso
Genro e Cardozo como principais militantes. O movimento divergente
floresceu e tornou-se hoje a segunda maior força dentro da legenda,
perdendo apenas para a Construindo um Novo Brasil, na qual militam Lula e
Rui Falcão.
Os embates internos, somados a algumas
decepções com a política, mexeram com Cardozo. Em 2010, após dois
mandatos como deputado federal, ele enviou a seus eleitores uma carta
anunciando que não se candidataria mais a cargos eletivos enquanto não
houvesse mudança no atual sistema político, com elevados custos
políticos e baseados nos atuais moldes de arrecadação de recursos para
campanha, que contribuem para toda sorte de desvios. Neste mesmo ano,
trabalhou ativamente na primeira campanha presidencial de Dilma.
Integrou o núcleo duro da campanha, fazendo parte do trio apelidado como
“três porquinhos”, ao lado de Antonio Palocci e de José Eduardo Dutra,
por conta da forma física arredondada dos três petistas. Elogiado pela
presidente, que o tem na mais alta conta, Cardozo ganhou aliados
principalmente no chamado entorno de Dilma.
Para estes, Lula ensaiou, na última semana,
um conveniente discurso de rompimento com o governo, se for necessário
mais adiante, ao entoar que sua família virou alvo de uma arbitrariedade
cometida pela Polícia Federal. “Ele não precisava ter manifestado sua
contrariedade por meio de emissários. Bastava ter conversado com Dilma,
olho no olho. Ao agir assim, mostra que prepara uma porta de saída, se
for o caso”, disse à ISTOÉ um auxiliar da presidente com assento no
Palácio do Planalto. Desvinculado da atual gestão, raciocina a mesma
fonte, o ex-presidente teria mais facilidade para pavimentar sua
candidatura para 2018, sem ter de carregar o ônus dos fracassos do atual
governo.
Escaldado, Cardozo fez um movimento
destinado a apaziguar os ânimos no final da semana passada. Baseando-se
apenas em notícias publicadas em sites da internet, se antecipou e pediu
explicações ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.
Queria saber por qual motivo Luis Cláudio, o filho caçula de Lula, teria
recebido às 23h de terça-feira 27 a intimação para depor na Polícia
Federal . Segundo o despacho enviado pelo ministro, o horário seria, “em
tese, fora do procedimento usual”. Com a iniciativa, Cardozo estendeu
bandeira branca em meio ao ambiente inflamável. Errará, no entanto, quem
enxergar no gesto um recuo.
Entrevista: José Eduardo Cardozo
“A LEI É IGUAL PARA TODOS”
Na quinta-feira 29, auge da fritura pelo
chamado PT lulista, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recebeu
ISTOÉ em seu gabinete. Aparentando tranquilidade, a despeito de arder
na fervura do fogo amigo – e inimigo – concedeu a entrevista abaixo:
ISTOÉ – O ex-presidente Lula reclamou com o sr. sobre abusos nas investigações?
José Eduardo Cardozo – Nunca recebi do presidente Lula nenhuma crítica direta e tenho tido com ele uma excelente relação. Pela imprensa, sei que setores do PT e da oposição criticam a minha postura de não “controlar” as investigações. Tenho minha consciência absolutamente tranquila em relação a isso. Em um Estado de Direito, o ministro da Justiça não deve jurídica e eticamente tentar controlar uma investigação, dizendo que não se investigue um amigo ou se puna inimigos. A lei é igual para todos. O ministro da Justiça só deve atuar para exigir que a lei seja cumprida, apurando eventuais abusos e arbitrariedades por parte de policiais.
José Eduardo Cardozo – Nunca recebi do presidente Lula nenhuma crítica direta e tenho tido com ele uma excelente relação. Pela imprensa, sei que setores do PT e da oposição criticam a minha postura de não “controlar” as investigações. Tenho minha consciência absolutamente tranquila em relação a isso. Em um Estado de Direito, o ministro da Justiça não deve jurídica e eticamente tentar controlar uma investigação, dizendo que não se investigue um amigo ou se puna inimigos. A lei é igual para todos. O ministro da Justiça só deve atuar para exigir que a lei seja cumprida, apurando eventuais abusos e arbitrariedades por parte de policiais.
ISTOÉ – O presidente do PT, Rui
Falcão, disse que o ex-presidente Lula está sofrendo uma perseguição
“inominável”. O sr. concorda?
José Eduardo Cardozo – O PT tem o direito de se manifestar sobre aquilo que crê. Já o ministro da Justiça não pode emitir juízo de valor sobre investigações que estão em curso. Salvo se houver alguma denúncia concreta de que algum mandamento legal foi violado por autoridades policiais. Nesse caso, o ministro da Justiça deve determinar a abertura de inquérito policial ou processo disciplinar e, ao seu final, emitir sua decisão.
José Eduardo Cardozo – O PT tem o direito de se manifestar sobre aquilo que crê. Já o ministro da Justiça não pode emitir juízo de valor sobre investigações que estão em curso. Salvo se houver alguma denúncia concreta de que algum mandamento legal foi violado por autoridades policiais. Nesse caso, o ministro da Justiça deve determinar a abertura de inquérito policial ou processo disciplinar e, ao seu final, emitir sua decisão.
"O PT tem o direito de se manifestar sobre aquilo que crê. O ministro
da Justiça não pode emitir juízo sobre investigações"
da Justiça não pode emitir juízo sobre investigações"
ISTOÉ – O sr. acha que Lula e família estão sendo injustiçados?
Cardozo – Conheço o ex-presidente Lula há muitos anos, como cidadão e como petista. Acredito, sinceramente, que ele jamais se envolveria em desmandos de qualquer natureza, nem permitira que pessoas próximas o fizessem.
Cardozo – Conheço o ex-presidente Lula há muitos anos, como cidadão e como petista. Acredito, sinceramente, que ele jamais se envolveria em desmandos de qualquer natureza, nem permitira que pessoas próximas o fizessem.
ISTOÉ – Se o sr. mesmo acha que
“Lula jamais se envolveria em desmandos nem permitiria que pessoas
próximas o fizessem”, não é razoável que ele próprio se sinta vítima de
um abuso da PF?
Cardozo – Não se pode confundir as coisas. O cidadão José Eduardo tem suas crenças e convicções, formadas ao longo de sua experiência de vida. Já o ministro tem o dever constitucional de respeitar o Estado de Direito e cumprir a lei. Jamais transformando as suas razões pessoais ou convicções íntimas em razões de Estado. A lei deve ser cumprida, independentemente do que pensa o cidadão José Eduardo. Como ministro, só intervirei quando houver caracterização de um descumprimento objetivo da lei ou de abuso de poder por parte de policiais. Até agora não recebi nenhuma representação de quem quer que seja no sentido de que algum policial tenha violado algum dispositivo legal. Aliás, é importante observar que no caso da busca e apreensão determinadas em relação à empresa do filho de Lula, foi uma medida solicitada pelo Ministério Público Federal e não pela Polícia Federal, decidida por juíza de direito regularmente investida nas suas funções.
Cardozo – Não se pode confundir as coisas. O cidadão José Eduardo tem suas crenças e convicções, formadas ao longo de sua experiência de vida. Já o ministro tem o dever constitucional de respeitar o Estado de Direito e cumprir a lei. Jamais transformando as suas razões pessoais ou convicções íntimas em razões de Estado. A lei deve ser cumprida, independentemente do que pensa o cidadão José Eduardo. Como ministro, só intervirei quando houver caracterização de um descumprimento objetivo da lei ou de abuso de poder por parte de policiais. Até agora não recebi nenhuma representação de quem quer que seja no sentido de que algum policial tenha violado algum dispositivo legal. Aliás, é importante observar que no caso da busca e apreensão determinadas em relação à empresa do filho de Lula, foi uma medida solicitada pelo Ministério Público Federal e não pela Polícia Federal, decidida por juíza de direito regularmente investida nas suas funções.
“Incomodado deve se sentir quem
nega o que sempre defendeu”
nega o que sempre defendeu”
ISTOÉ – O sr. está no PT desde a fundação do partido, há 35 anos. Como é ver a militância pedir a sua demissão?
Cardozo – Quem se sentir magoado por críticas dessa natureza não deve jamais aceitar ser ministro da Justiça. Nessa hora, é importante avaliar se atuo de acordo com os princípios democráticos e republicanos que acredito e que tenho defendido ao longo da vida. Aliás, entrei no PT e permaneço nele porque meu partido sempre defendeu o Estado de Direito, a distinção entre o público e o privado e a ideia de que a lei deve ser cumprida para todos. E venho me comportando como ministro exatamente dentro desses pressupostos. Não tenho nenhuma razão para me sentir incomodado. Incomodado deve se sentir quem ao longo do período de sua vida defendeu isso e agora nega o que sempre defendeu.
Cardozo – Quem se sentir magoado por críticas dessa natureza não deve jamais aceitar ser ministro da Justiça. Nessa hora, é importante avaliar se atuo de acordo com os princípios democráticos e republicanos que acredito e que tenho defendido ao longo da vida. Aliás, entrei no PT e permaneço nele porque meu partido sempre defendeu o Estado de Direito, a distinção entre o público e o privado e a ideia de que a lei deve ser cumprida para todos. E venho me comportando como ministro exatamente dentro desses pressupostos. Não tenho nenhuma razão para me sentir incomodado. Incomodado deve se sentir quem ao longo do período de sua vida defendeu isso e agora nega o que sempre defendeu.
ISTOÉ – Quem, por exemplo?
Cardozo – Quem, eventualmente, ache que a lei não deva ser aplicada para todos.
Cardozo – Quem, eventualmente, ache que a lei não deva ser aplicada para todos.
ISTOÉ – O presidente do PT, Rui
Falcão, disse nesta semana que a PF, o MPF, o Judiciário e a “grande
mídia” estão fazendo uma perseguição a Lula e família. O sr. se refere a
esse tipo de reação?
Cardozo – De forma nenhuma. Ele expressa uma posição partidária. Caso o PT entenda que há arbítrio de policiais federais ou ofensas à lei, poderá se dirigir ao Ministério da Justiça para a apuração dos fatos. Naturalmente, qualquer acusação exige a indicação de fatos concretos.
Cardozo – De forma nenhuma. Ele expressa uma posição partidária. Caso o PT entenda que há arbítrio de policiais federais ou ofensas à lei, poderá se dirigir ao Ministério da Justiça para a apuração dos fatos. Naturalmente, qualquer acusação exige a indicação de fatos concretos.
ISTOÉ – Parte da militância petista sugere que o sr. seja substituído. Outro ministro conseguiria controlar investigações?
Cardozo – O ministro da Justiça que tentasse controlar uma investigação, ele não só estaria ferindo a ética republicana, mas ele estaria cometendo um crime. Quem ocupar esse cargo até pode tentar usar subterfúgios para tentar orientar apurações, como já foi feito no passado. Nomeia-se diretores, superintendentes que possam usar seu peso hierárquico para fazer atuações políticas e para pressionar subordinados, os ameaçando de perseguição. Mas duvido que hoje, após a conquistada independência institucional da PF, adquirida sobretudo durante as gestões do ex-presidente Lula e da presidente Dilma, algum ministro consiga fazer isso de forma exitosa e sem ter problemas com a própria Justiça. (Débora Bergamasco)
Cardozo – O ministro da Justiça que tentasse controlar uma investigação, ele não só estaria ferindo a ética republicana, mas ele estaria cometendo um crime. Quem ocupar esse cargo até pode tentar usar subterfúgios para tentar orientar apurações, como já foi feito no passado. Nomeia-se diretores, superintendentes que possam usar seu peso hierárquico para fazer atuações políticas e para pressionar subordinados, os ameaçando de perseguição. Mas duvido que hoje, após a conquistada independência institucional da PF, adquirida sobretudo durante as gestões do ex-presidente Lula e da presidente Dilma, algum ministro consiga fazer isso de forma exitosa e sem ter problemas com a própria Justiça. (Débora Bergamasco)
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