Veja
o resumão da "promiscuidade" lulopetista revelada pela Operação
Zelotes
A semana começou explosiva para a família Lula.
Vamos
contextualizar, por partes, as informações.
A
Operação Zelotes:
A Operação Zelotes começou investigando um esquema
de propinas para
reduzir ou cancelar multas milionárias no Carf, conselho responsável pelos
processos administrativos tributários e previdenciários, ligado ao Ministério
da Fazenda.Com o avanço das investigações, chegou-se à compra de Medidas
Provisórias na gestão Lula, que favoreciam empresas automotivas do
ponto de vista fiscal.
Fatos
sobre o filho de Lula:
A empresa LFT Marketing Esportivo, de
Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, recebeu 2,4 milhões de reais da Marcondes e
Mautoni Entretenimentos, de Mauro Marcondes, um dos lobistas
investigados por negociar a edição e a aprovação,
durante o governo Lula, da Medida Provisória 471, que favoreceu
montadoras de veículos.
Empresas
do setor teriam negociado pagamentos de até 36 milhões de reais a lobistas para conseguir do Executivo um “ato normativo” que resultasse
em incentivos fiscais de 1,3 bilhão
de reais por ano.
As
suspeitas da Operação Zelotes:
– Luis
Cláudio, filho de Lula, teria recebido o dinheiro pelo lobby em
favor de medida(s) provisória(s) assinada(s) no
governo (do partido) do pai.
–
Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência do
governo Dilma e ex-chefe do gabinete pessoal do então presidente Lula, teria
sido o principal interlocutor dos lobistas, em especial
dos sócios da consultoria SGR (encarregada do lobby para as
montadoras), além de ter mantido relações “deveras estreitas” com Mauro
Marcondes.
Lula
é amigo do lobista:
Gilberto
Carvalho disse à Folha que Marcondes “conhece Lula
de longa data”, desde a época de metalúrgico.
O
“low profile” Carvalho:
Uma
mensagem obtida pela PF mostra um
pedido de Marcondes ao “amigo” Carvalho para
que entregasse documento a Lula “daquela
forma informal” e “low profile”
que só ele consegue fazer, sem “formalidades”
e no momento oportuno.
Daquela
forma informal, Carvalho se explicou à Folha,
impedimento outro coleguinha: “Eu
disse que não era da minha área e que poderia ver se o ministro Guido [Mantega]
poderia recebê-lo, mas confesso que esqueci e depois soube que ele já estava
negociando na Fazenda”.
Aham.
Como dizia José Dirceu: “Gilberto
Carvalho, para com isso…”
Os
rastros de Carvalho:
O Estadão informa que “o ex-ministro teria se reunido com representantes das montadoras para
tratar dos incentivos fiscais quatro dias antes da edição da MP 471″.
Um
encontro consta de uma agenda do lobista Alexandre Paes dos Santos, o “APS”, que tem ligações com a
ex-ministra Erenice Guerra, secretária executiva da Casa Civil na época das
tratativas. Em 2006, VEJA já
descrevia APS como “homem de relações
perigosas e de uma vasta ficha criminal”.
As
empresas do lobby:
A investigação
revelou “com segurança” que as
empresas Marcondes e Mautoni e SGR “nada produzem de lícito. Limitam-se apenas a intermediar
interesses espúrios perante a administração pública”.]
Busca
e apreensão na empresa do filho de Lula:
A Polícia
Federal apreendeu documentos no escritório da LFT Marketing
Esportivo, do filho de Lula, na manhã desta segunda-feira (26), em São Paulo.
Os alvos das prisões
preventivas nesta fase da operação foram:
–
Alexandre Paes dos Santos;
– Mauro Marcondes Machado;
– José Ricardo da Silva;
– Eduardo Gonçalves Valadão;
– Cristina Mautoni Marcondes Machado;
– Halysson Carvalho Silva.
– Mauro Marcondes Machado;
– José Ricardo da Silva;
– Eduardo Gonçalves Valadão;
– Cristina Mautoni Marcondes Machado;
– Halysson Carvalho Silva.
Defesa:
Em nota à
imprensa no começo da tarde, o advogado Cristiano Zanin Martins, que
defende Luis Cláudio, havia argumentado: “A
simples observação da data da constituição da empresa” LFT Marketing Esportivo
“é o que basta [para] afastá-la de qualquer envolvimento com as suspeitas
levantadas”.
Motivo
alegado:
“A citada MP foi editada em 2009 e a LFT
constituída em 2011 — 2 anos depois. A prestação de serviços da LFT para a
Marcondes & Maltone ocorreu entre 2014 e 2015 – mais de 5 anos depois da
referida MP e está restrita à atuação no âmbito de marketing esportivo.”
Procuradoria
desmente a defesa:
A Procuradoria da República no DF, na prática, desmente a tese da defesa sobre a distância das datas ao
observar que o grupo de lobistas
atuou entre 2013 e 2014 para RENOVAR a MP de 2009.
Diz
a Folha: “Entre 2013 e 2014,
segundo a investigação, o grupo de lobistas atuou para renovar uma medida
provisória de 2009, com prazo de validade de cinco anos, que na época havia
gerado o pagamento de ‘comissões’. A nova empreitada ocorrida entre 2013 e
2014, de acordo com a Zelotes, resultou na edição da medida provisória n° 627,
de 2013, que foi convertida na lei nº 12.973, de 2014.”
Os pagamentos ao filho
de Lula, portanto, ocorreram logo após a
conversão da MP 627 em lei.
“Muito
suspeito”:
Para a
Procuradoria, “é muito suspeito que uma
empresa de marketing esportivo [a do filho de Lula, no caso] receba valor
tão expressivo de uma empresa especializada em manter contatos com a
administração pública (Marcondes e Mautoni)”.
2ª
maior beneficiária:
A Procuradoria
concluiu, segundo a Folha, que a firma de Luis Cláudio “estranhamente” foi o
segundo maior destino dos R$ 16 milhões obtidos pela Marcondes e Mautoni
em 2014 das firmas automotivas MMC e Caoa, as mesmas que são alvo de
investigação relativa à MP de 2009.
Busca
e apreensão justificadas:
“Dentro desse contexto”, diz a
Procuradoria, “justifica-se a execução de
busca e apreensão na sede da empresa” LFT, cumprida nesta segunda (26) em
São Paulo.
LFT,
Três
empresas no mesmo endereço:
A
Procuradoria apurou que “outras duas
empresas, que têm vínculos societários entre si, têm a mesma sede”:
–
Touchdown Promoção de Eventos Esportivos Ltda, que organiza o campeonato brasileiro de
futebol americano e cuja única sócia seria a LFT;
–
Silva e Cassaro Corretora de Seguros Ltda, cujos sócios
seriam Lilian e Marcos Cassaro e, com 50% das cotas, Fatima
Regina Cassaro da Silva, também sócia da LFT.
Fatima é
casada com o próprio Luis Claudio Lula da Silva, que foi sócio da corretora
entre 2014 e 2015.
“Promiscuidade”:
“Enfim”,
conclui a Procuradoria, “ante o quadro de promiscuidade apresentado, tudo
indica que as empresas representam uma única entidade. Nessa linha, não há
como, na atual fase da investigação, abrir mão do material localizado no
endereço do condomínio empresarial. A unidade das empresas (física e
societária) é evidente, tudo girando em torno de Luis Claudio Lula da Silva”.
Conclusão
do blog:
Em junho, escrevi aqui o post “Os ganhos pornográficos da família Brahma“, mostrando que, com Lula no poder, a pornografia
público-privada no Brasil, que remonta à carta de Pero Vaz de Caminha, atingiu
o ápice.
Que a
procuradoria fale em “promiscuidade”,
é apenas mais um sintoma de toda essa suruba
lulopetista.
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