Ação da PF aumenta irritação do PT com ministro da
Justiça
Deputado
vê tentativa de desgastar Lula na véspera do seu aniversário
A
operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal no escritório
da LFT Marketing Esportivo, de Luis Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, fez crescer no PT a insatisfação com o
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acusado de não ter controle da
Polícia Federal. Também há reclamações sobre supostos excessos na Operação
Lava-Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras, e de vazamentos
considerados seletivos. Lula tenta
derrubar Cardozo desde o final do ano passado, mas, nesse período, Dilma já fez duas reformas ministeriais e não mexeu na pasta
da Justiça.
— Acho um absurdo, é uma total arbitrariedade. Ninguém me
convence de que não fizeram isso porque amanhã (hoje) é aniversário do Lula —
disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), relator da subcomissão da Câmara para
acompanhamento das operações da Polícia Federal alusivas ao Sistema Tributário
Nacional.
A
investida da Operação Zelotes na empresa do filho de Lula também causou
preocupação no Palácio do Planalto. O governo teme o “efeito dominó”. A avaliação é que o que
desgaste de Lula respinga no PT e, por tabela, na presidente Dilma.
Para
sustentar o discurso de motivação política nas ações da
Polícia Federal contra Lula e o PT, Pimenta lembrou que o então
tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, foi alvo de um mandado de condução
coercitiva, no âmbito da Lava Jato, na véspera do evento de comemoração de 35
anos do partido, em fevereiro. Vaccari acabou preso em abril, um dia antes de reuniões
da Executiva e do Diretório Nacional do PT. [os
bandidos é que ao decidirem cometer seus crimes abrem espaço para serem presos
na data que a prisão for autorizada.]
Lideranças
petistas questionaram ainda o foco da Operação Zelotes no filho de Lula e
cobraram ações da Polícia Federal contra as grandes empresas que teriam
sonegado e corrompido conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (Carf). — O que o filho do Lula
tem a ver com a corrupção no Carf? — questionou uma liderança petista.
[o parágrafo adiante responde com
clareza meridiana ao questionamento vomitado pela liderança petista]
Entre os presos pela
Polícia Federal sob suspeita de envolvimento com fraudes no Carf está Mauro Marcondes Machado, sócio da Marcondes & Mautoni. Ele é acusado de negociar
interesses de montadoras com conselheiros do Carf. A Marcondes & Mautoni Empreendimentos fez repasses à LFT Marketing Esportivo. Essa é uma das consultorias
suspeitas de atuar a favor da medida provisória que prorrogou benefícios fiscais
de montadoras de veículos, como informou o jornal “O Estado de S.Paulo”.
Apesar da pressão de Lula e do
PT, Dilma resiste a entregar a cabeça de Cardozo. O próprio ministro já deu
sinais de cansaço e de que gostaria de deixar o cargo, mas a avaliação no
Planalto é que substituí-lo em meio à Lava-Jato seria uma péssima sinalização.
Na ofensiva contra Cardozo, Lula já tentou emplacar no Ministério da Justiça
até o vice-presidente Michel Temer.
Em
reunião com deputados do PT em Brasília, no último dia 15, Lula se queixou, de
acordo com participantes do encontro, de que toda semana há uma “saraivada de ataques” contra ele e sua família. [Lula cometeu vários crimes durante seus dois mandatos e sua presidência-interina-em-exercício,
no primeiro governo Dilma.
A prática de traições e outros
delitos são comuns ao Lula desde o inicio de sua vida sindical – só que sempre
conseguiu escapar. Mas agora ele está cercado é só questão de tempo ser preso.]
LULA
DIZ TER ORGULHO DO QUE FEZ
O próprio ex-presidente é alvo de inquérito aberto pelo Ministério Público do
Distrito Federal para investigar suposto tráfico de influência em favor de
empreiteiras no exterior. Em depoimento prestado espontaneamente no último dia
15, Lula disse ter orgulho de defender empresas brasileiras e que essa seria
prática comum de presidentes e ex-presidentes de outros países. No mesmo
depoimento, Lula admitiu que pode ter
entregue ao então ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, uma carta de Cuba pedindo um financiamento do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), órgão que é subordinado ao ministério.
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