O primeiro morto
É preciso reconhecer que a camiseta do Bolsonaro tem razão. Se o que acontece no Brasil hoje significa alguma coisa, é o triunfo da direita no nosso embate político
Calma,
gente. Do jeito que vão as coisas e as pessoas, entramos num período de
expectativa tétrica: quem será o primeiro cadáver dessa guerra? Na
convulsão que toma as ruas, nos enfrentamentos constantes e nos choques
de ódios que se repetem, está se gerando o primeiro morto. Não se sabe
como ele será. Por enquanto, é apenas uma suposição do que ainda não
aconteceu, um fantasma precoce do que ainda não existe.
Não se sabe seu gênero, sua idade, sua raça ou o que o matará — mas ele toma forma, e vem vindo. Depois, os dois lados se culparão mutuamente pela sua morte, ele virará símbolo ou mártir, e todos lamentarão a tragédia — o que para ele não fará a menor diferença. Ele será apenas alguém que estava no lugar errado quando o estilhaço, o tiro, o sarrafo, a bala perdida, o soco mortal o atingiu. O primeiro morto pode ter sorte e não morrer. Ele pode estar andando por aí neste momento sem saber como chegou perto de virar defunto e notícia internacional. Até o momento em que escrevo, escapou. Mas, do jeito que vão as coisas e as pessoas, tudo indica que ele está condenado.
TRIUNFO
As manifestações do último domingo foram impressionantes. Foram tão grandes que englobaram várias causas e broncas, do horror sincero a Dilma e ao PT ao clamor pela volta da ditadura militar. As duas coisas não são, necessariamente, complementares; os queremistas da intervenção militar são uma minoria na multidão, mas uma minoria cada vez mais ostensiva. A camiseta que vestia o Jair Bolsonaro tinha “Direita já” escrito na frente. Deu para ver com clareza porque, na foto, ele estava sendo carregado nos ombros de admiradores. E é preciso reconhecer que a camiseta do Bolsonaro tem razão. Se o que acontece no Brasil hoje significa alguma coisa, é o triunfo da direita no nosso embate político. Direita agora, direita já, a ser carregada em triunfo. O que a camiseta do Bolsonaro diz não é uma reivindicação, nem uma ordem. É uma constatação.
TUDO
Para os leitores que não concordaram comigo que a condução coercitiva do Lula por ordem do Moro foi uma ilegalidade: a opinião não é só minha, um leigo em tudo, da alma humana aos meandros da lei. É de vários juristas que se manifestaram a respeito. A condução coercitiva é para ser usada quando uma intimação é desobedecida, o que não foi o caso com o Lula. Usada sem esta justificativa, é inconstitucional, logo ilegal. [a condução coercitiva de Lula se tornou necessária, haja vista que se aquele elemento, conhecido agitador, recebesse uma intimação formal, com antecedência, cuidaria para que no dia do seu depoimento os 'militontos' - nome oficial dos que participam das manifestação pró PT, pró Dilma e pró Lula a troco de 'pão com margarina' - causassem tumulto nas ruas, prejudicando a ordem pública.] Mas da condução coercitiva do Lula até hoje aconteceram tantas coisas que o assunto tornou-se acadêmico. Mesmo porque, as leis brasileiras foram simplificadas a uma só diretriz: o Moro pode tudo. [Moro tem agido estritamente dentro da lei; tanto que suas decisões são sempre referendadas pelas instâncias superiores.]
Não se sabe seu gênero, sua idade, sua raça ou o que o matará — mas ele toma forma, e vem vindo. Depois, os dois lados se culparão mutuamente pela sua morte, ele virará símbolo ou mártir, e todos lamentarão a tragédia — o que para ele não fará a menor diferença. Ele será apenas alguém que estava no lugar errado quando o estilhaço, o tiro, o sarrafo, a bala perdida, o soco mortal o atingiu. O primeiro morto pode ter sorte e não morrer. Ele pode estar andando por aí neste momento sem saber como chegou perto de virar defunto e notícia internacional. Até o momento em que escrevo, escapou. Mas, do jeito que vão as coisas e as pessoas, tudo indica que ele está condenado.
TRIUNFO
As manifestações do último domingo foram impressionantes. Foram tão grandes que englobaram várias causas e broncas, do horror sincero a Dilma e ao PT ao clamor pela volta da ditadura militar. As duas coisas não são, necessariamente, complementares; os queremistas da intervenção militar são uma minoria na multidão, mas uma minoria cada vez mais ostensiva. A camiseta que vestia o Jair Bolsonaro tinha “Direita já” escrito na frente. Deu para ver com clareza porque, na foto, ele estava sendo carregado nos ombros de admiradores. E é preciso reconhecer que a camiseta do Bolsonaro tem razão. Se o que acontece no Brasil hoje significa alguma coisa, é o triunfo da direita no nosso embate político. Direita agora, direita já, a ser carregada em triunfo. O que a camiseta do Bolsonaro diz não é uma reivindicação, nem uma ordem. É uma constatação.
TUDO
Para os leitores que não concordaram comigo que a condução coercitiva do Lula por ordem do Moro foi uma ilegalidade: a opinião não é só minha, um leigo em tudo, da alma humana aos meandros da lei. É de vários juristas que se manifestaram a respeito. A condução coercitiva é para ser usada quando uma intimação é desobedecida, o que não foi o caso com o Lula. Usada sem esta justificativa, é inconstitucional, logo ilegal. [a condução coercitiva de Lula se tornou necessária, haja vista que se aquele elemento, conhecido agitador, recebesse uma intimação formal, com antecedência, cuidaria para que no dia do seu depoimento os 'militontos' - nome oficial dos que participam das manifestação pró PT, pró Dilma e pró Lula a troco de 'pão com margarina' - causassem tumulto nas ruas, prejudicando a ordem pública.] Mas da condução coercitiva do Lula até hoje aconteceram tantas coisas que o assunto tornou-se acadêmico. Mesmo porque, as leis brasileiras foram simplificadas a uma só diretriz: o Moro pode tudo. [Moro tem agido estritamente dentro da lei; tanto que suas decisões são sempre referendadas pelas instâncias superiores.]
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