Celso de Mello, decano do Supremo, lembra a Lula e Dilma que a dupla não está acima da lei
[pena que o ministro usou uma linguagem elaborada que dificilmente os dois repreendidos vão conseguir entender;
perceberam hoje que quando a presidente Dilma esta cometendo um discurso ela se enrolou para decidir se usava 'alguns', 'alguém' ou 'não' e terminou não decidindo.]
O
ministro Celso de Mello, decano do Supremo, reagiu com extrema dureza às
boçalidades ditas por Lula sobre o Supremo e à clara sugestão de que o tribunal
pode ser influenciado. Vamos contextualizar. Em uma de suas conversas,
ocorrida no último dia 4, o ex-presidente afirma à presidente Dilma que o
Supremo está acovardado. Nota-se que a mandatária endossa as críticas de
seu antecessor. Ele afirma literalmente:
“Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada, nós temos um
Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado, um Parlamento totalmente
acovardado, somente nos últimos tempos é que o PT e o PC do B acordaram e
começaram a brigar. Nós temos um presidente da Câmara fodido, um presidente do
Senado fodido, não sei quantos parlamentares ameaçados, e fica todo mundo no
compasso de que vai acontecer um milagre e que vai todo mundo se salvar. Eu,
sinceramente, tô assustado com a “República de Curitiba”. Porque, a partir de
um juiz de Primeira Instância, tudo pode acontecer nesse país”.
Em seus delírios de potência, Lula sempre deixa claro
que não há força terrena neste mundo que possa agir contra ele. Não custa lembrar
que, em depoimento ao Ministério Público Federal, afirmou que será, sim, candidato
em 2018, lançando o desafio: quer ver se alguém terá a “coragem” — usou essa expressão — de declará-lo inelegível.
Depois de falar com Lula, Dilma passa o
telefone a Jaques Wagner, então ministro da Casa Civil. E Lula lhe pede que
fale com Dilma para que esta interceda junto à ministra Rosa Weber para que
tome uma decisão que lhe seja favorável:
“Eu queria que você visse agora, falar com ela [Dilma] já que ela está aí, falar com ela o negócio da Rosa Weber. Está na mão dela para decidir. Se homem não tem saco, quem sabe uma mulher corajosa possa fazer o que os homens não fizeram.”
“Eu queria que você visse agora, falar com ela [Dilma] já que ela está aí, falar com ela o negócio da Rosa Weber. Está na mão dela para decidir. Se homem não tem saco, quem sabe uma mulher corajosa possa fazer o que os homens não fizeram.”
Celso de Mello
Quando
o decano do Supremo fala sobre o próprio tribunal, ele o faz em nome de todos
os ministros. O discurso é forte e termina com um recado a Dilma:
“os agentes que as houverem praticado conduta criminosa, posicionados ou não nas culminâncias da hierarquia governamental, serão punidos por seu Juiz natural na exata medida e na justa extensão de sua responsabilidade criminal!” Vale dizer: nem ela nem Lula estão acima da lei. Leiam a íntegra.
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“os agentes que as houverem praticado conduta criminosa, posicionados ou não nas culminâncias da hierarquia governamental, serão punidos por seu Juiz natural na exata medida e na justa extensão de sua responsabilidade criminal!” Vale dizer: nem ela nem Lula estão acima da lei. Leiam a íntegra.
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Os meios de comunicação revelaram,
ontem, que conhecida figura política de nosso País, em diálogo telefônico com
terceira pessoa, ofendeu, gravemente, a dignidade institucional do Poder
Judiciário, imputando a este Tribunal a grosseira e injusta qualificação de ser
“uma Suprema Corte totalmente acovardada”!
Esse insulto ao Poder Judiciário, além
de absolutamente inaceitável e passível da mais veemente repulsa por parte
desta Corte Suprema, traduz, no presente contexto da profunda crise moral que
envolve os altos escalões da República, reação torpe e indigna, típica de
mentes autocráticas e arrogantes que não conseguem esconder, até mesmo em razão
do primarismo de seu gesto leviano e irresponsável, o temor pela prevalência do
império da lei e o receio pela atuação firme, justa, impessoal e isenta de
Juízes livres e independentes, que tanto honram a Magistratura brasileira e que
não hesitarão, observados os grandes princípios consagrados pelo regime
democrático e respeitada a garantia constitucional do devido processo legal, em
fazer recair sobre aqueles considerados culpados, em regular processo judicial,
todo o peso e toda a autoridade das leis criminais de nosso País!
A República, Senhor Presidente, além de
não admitir privilégios, repudia a outorga de favores especiais e rejeita a
concessão de tratamentos diferenciados aos detentores do poder ou a quem quer
que seja. Por isso, Senhor Presidente, cumpre não desconhecer que o dogma da
isonomia, que constitui uma das mais expressivas virtudes republicanas, a todos
iguala, governantes e governados, sem qualquer distinção, indicando que
ninguém, absolutamente ninguém, está acima da autoridade das leis e da
Constituição de nosso País, a significar que condutas criminosas perpetradas à
sombra do Poder jamais serão toleradas, e os agentes que as houverem praticado,
posicionados, ou não, nas culminâncias da hierarquia governamental, serão
punidos por seu Juiz natural na exata medida e na justa extensão de sua
responsabilidade criminal!
Esse, Senhor Presidente e Senhores
Ministros, o registro que desejava fazer.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
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