Acordo de colaboração com a Justiça firmado pelo ex-presidente da Andrade Gutierrez diz que R$ 10 milhões doados à campanha da petista em 2014 são oriundos de propinas de obras superfaturadas da Petrobras
A delação premiada do ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques
de Azevedo, dizendo que ao menos R$ 10 milhões doados legalmente pela construtora à campanha de Dilma Rousseff em 2014 são frutos das propinas
pagas por obras superfaturadas, tornou mais concreto o risco de que a
crise política não se encerre após a votação do impeachment na Câmara,
daqui a 10 dias. “O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai investigar a
chapa Dilma-Michel Temer, independentemente do que decidirem deputados e
senadores”, resumiu um cacique político.
O governo tenta fazer o jogo diversionista de que “serão jogadas bombas
daqui até o dia da votação do impeachment” para tentar manter a calma.
Mas é óbvio que a delação da Andrade Gutierrez, homologada pelo ministro
do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, joga mais óleo na pista em
um momento em que o Planalto garante ter os votos necessários para
evitar o afastamento de Dilma na Câmara. Os cálculos mais otimistas
falam em 214 apoios pró-governo. A oposição precisa de 342 votos dos 513
deputados para afastar Dilma do cargo.
Um articulador petista admitiu que, pela primeira vez, “os investigadores da Lava-Jato conseguiram o que sempre sonharam”: mostrar como uma doação legal pode ser originada de pagamento de propina, para mascarar os crimes de caixa dois praticados durante o escândalo do mensalão.
Neste novo cenário, não é apenas o mandato de Dilma que fica em risco, mas também o de Michel Temer. Por enquanto, apesar da exigência do ministro Marco Aurélio de Mello de mandar prosseguir o pedido de impeachment do vice, apenas a presidente está sendo julgada pelo Congresso. O processo relativo às contas presidenciais de 2014 — que poderia levar à cassação da chapa e a convocação de novas eleições presidenciais — está parado no TSE.
Defesa
O coordenador jurídico da campanha presidencial de Dilma e Temer, Flávio Caetano, divulgou nota ontem alegando que “toda a arrecadação da campanha da presidente de 2014 foi feita de acordo com a legislação eleitoral em vigor. Jamais a campanha impôs exigências ou fixou valores. Aliás, a empresa (no caso, a Andrade Gutierrez) fez doações legais e voluntárias para a campanha de 2014 em valores inferiores à quantia doada ao candidato adversário (Aécio Neves)”.
Um articulador petista admitiu que, pela primeira vez, “os investigadores da Lava-Jato conseguiram o que sempre sonharam”: mostrar como uma doação legal pode ser originada de pagamento de propina, para mascarar os crimes de caixa dois praticados durante o escândalo do mensalão.
Neste novo cenário, não é apenas o mandato de Dilma que fica em risco, mas também o de Michel Temer. Por enquanto, apesar da exigência do ministro Marco Aurélio de Mello de mandar prosseguir o pedido de impeachment do vice, apenas a presidente está sendo julgada pelo Congresso. O processo relativo às contas presidenciais de 2014 — que poderia levar à cassação da chapa e a convocação de novas eleições presidenciais — está parado no TSE.
Defesa
O coordenador jurídico da campanha presidencial de Dilma e Temer, Flávio Caetano, divulgou nota ontem alegando que “toda a arrecadação da campanha da presidente de 2014 foi feita de acordo com a legislação eleitoral em vigor. Jamais a campanha impôs exigências ou fixou valores. Aliás, a empresa (no caso, a Andrade Gutierrez) fez doações legais e voluntárias para a campanha de 2014 em valores inferiores à quantia doada ao candidato adversário (Aécio Neves)”.
Fonte: Correio Braziliense
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