"Daqui a pouco, vai ter dinheiro só para a Previdência", diz Rodrigo Maia
Presidente da Câmara reforça a necessidade de mudanças nas regras de aposentadoria e prevê piora nas contas públicas dos estados
Rodrigo Felicito Ibarra Epitácio Maia, 46 anos, está presidente do
Brasil com a viagem de Michel Temer ao Oriente. Parece, entretanto, ter a
exata dimensão do poder de fogo neste período. “Claro que é uma honra
presidir o país por uma hora, quanto mais uma semana, mas não vamos
tomar nenhuma decisão que não esteja colocada.” Se, no Planalto, Maia
vai cumprir o protocolo do chefe do Executivo, na Câmara, onde é o
comandante, ele tem o próprio plano, anunciado com os partidos do
governo e da oposição. “As agendas são poucas, mas importantes e de
difícil compreensão. Não dá para inventar”, disse ele, elencando o
segundo turno do teto de gastos, o texto do pré-sal e as reformas
política e da Previdência, o principal desafio do governo Temer, que
Maia tenta adiar para depois das eleições municipais, e até agora tem
conseguido. “Eu acho que o governo pode encaminhar a hora que quiser, só
acho que agora vamos ter duas brigas, é besteira”, afirmou o deputado
em entrevista ao Correio, na última quinta-feira. Entre uma olhada e
outra no celular de forma frenética, falou também sobre a crise nos
estados, impeachment, Eduardo Cunha, Brasília e o futuro do DEM, o
partido que voltou ao centro das decisões com a saída de Dilma Rousseff.
Passado o teto de gastos, no primeiro turno, quais os próximos passos?
As agendas são poucas, mas importantes e de difícil compreensão. Não dá para inventar. Terminamos outubro com o pré-sal e o teto. Depois, o governo deve encaminhar a Previdência, que vai gerar muita discussão. Todo mundo precisa estudar a questão, ver as alternativas na Previdência pública e privada. É importante que possamos estar preparados para esse debate fundamental. É a reorganização do Estado brasileiro, o equilíbrio das contas que inclui o orçamento fiscal. Vamos entrar com uma pauta, combinada com o Senado, da reforma política, que, esperamos, avance durante o mês de novembro. Ficamos com a parte infraconstitucional, com as leis, e o Senado ficou com a PEC da cláusula do desempenho e fim de coligação.
E vai dar certo desta vez? A pergunta que eu fiz ao Renan foi: “Vocês vão votar a PEC do financiamento privado? Não?”
Então, se não vão, tem que se pensar qual sistema se encaixa nessa nova realidade. Há a ideia de criar um fundo eleitoral porque o partidário, do jeito que está, empodera demais poucas pessoas, os presidentes das legendas. Se vai ter só esse financiamento, majoritariamente, tem que pensar uma fórmula onde se tenha mais transparência sobre como esses recursos são distribuídos. Tem de se encaixar na realidade. É, por isso, que tenho defendido que esse modelo não representa mais ninguém e que, para se encaixar em um modelo de financiamento basicamente público, cabe testar a lista fechada. Ele é mais barato, mais simples de você financiar, não haverá briga. A briga existirá dentro dos partidos para compor a lista. Fora isso, o partido vai ter um percentual do seu fundo para fazer campanha no seu estado.Ler entrevista na íntegra, no Correio Braziliense, clique aqui
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