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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Entidades protocolam denúncia contra Bolsonaro por racismo

Grupo quilombola faz representação contra Jair Bolsonaro por racismo

Grupo diz que deputado fez discurso "de ódio" e comparou "quilombolas com animal"

A Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a organização Terra de Direitos, que atua na área dos direitos humanos, protocolaram, nesta quinta-feira, uma representação contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) na Procuradoria-Geral da República (PGR). O documento cita a prática de racismo e pede que a PGR inicie uma ação penal contra o parlamentar. 

A denúncia foi registrada depois de declarações de Bolsonaro sobre comunidades quilombolas durante uma palestra ministrada na última segunda-feira, no Clube Hebraica, no Rio. Em determinado momento durante o evento, o deputado falou: "Fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles".

Para a Conaq, a declaração de Bolsonaro "compara as pessoas de comunidades quilombolas com um animal, que tem a massa corporal medida através de arrobas". [arroba = quarta parte do quintal = 25 libras = 15 Kg.]  O documento enviado à PGR pontua que ao se manifestar publicamente desta forma, "o deputado corrobora o discurso racista de ódio, onde quilombolas não teriam lugar ou função na sociedade brasileira, sem nem mesmo terem condições de perpetuar suas famílias."

O documento apresentado pela Conaq destaca ainda a atribuição da PGR em instaurar um procedimento administrativo para apurar a conduta de Bolsonaro e, ao final, denunciá-lo criminalmente por racismo. Como Bolsonaro tem foro privilegiado, somente a Procuradoria Geral da República (PGR) pode abrir processo contra ele para o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue.


Ronaldo dos Santos, coordenador executivo da Conaq, disse que ainda não teve retorno da PGR, mas que vai lutar para ver a lei contra o racismo ser cumprida. — Nós, quilombolas do Brasil, queremos ver a lei ser cumprida independentemente do Bolsonaro ser deputado federal ou não. Além de ser parlamentar e ter foro privilegiado, ele aposta na impunidade que é generalizada no Brasil — disse.

Na quinta-feira, parlamentares do PT e do PCdoB também protocolaram uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro pedindo que o órgão apure se o deputado cometeu racismo na mesma palestra.  O convite para Bolsonaro palestrar veio do presidente do clube no Rio, Luiz Mairovitch, após o deputado ter sido vetado em evento similar no clube de São Paulo, após polêmica entre integrantes da comunidade.

MANIFESTANTES PROTESTARAM DO LADO DE FORA
Durante a palestra do deputado na segunda-feira, um grupo de cerca de 150 pessoas protestou em frente à Hebraica, em Laranjeiras, gritando palavras de ordem como: "Judeu e sionista não apoia fascista" e "quem permite torturar se esquece da shoá".


Em um dos momentos mais fortes do protesto, articulado por movimentos juvenis da comunidade judaica, uma pessoa gritou nomes de judeus mortos na ditadura, como o jornalista Vladimir Herzog e a psicóloga Iara Iavelberg, e os manifestantes respondiam: presente. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) e o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC-RJ) acompanharam o pai no evento.


Fonte: O Globo

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