Por volta das 9h, o sequestrador foi baleado por atiradores de elite após descer do ônibus. Os reféns foram libertados ilesos
Um homem armado fez passageiros de um ônibus reféns na Ponte
Rio-Niterói na manhã desta terça-feira (20/8). O veículo da Viação Galo
Branco foi parado pelo sequestrador por volta das 6h da manhã. O
trânsito no sentido Rio de Janeiro foi totalmente bloqueado e o
congestionamento chegou a 81 km. Pouco depois das 9h, o
sequestrador foi baleado por atiradores de elite. O porta-voz da Polícia
Militar (PM) do Rio de Janeiro, coronel Mauro Fliess, confirmou que o
sequestrador foi morto por atiradores de elite. "A PMERJ informa que foi
encerrada a ocorrência com reféns, na Ponte Rio-Niterói. O tomador de
refém foi neutralizado por um atirador de precisão do BOPE e todos os
reféns foram libertados ilesos", informou no Twitter a corporação.
Veja o momento em que sequestrador é baleado por atirador de elite | Primeiro Impacto
Um
homem armado fez passageiros de um ônibus da viação Galo Branco reféns no
começo da manhã desta terça-feira (20). O coletivo cumpria a rota Jardim
Alcântara-Estácio, sentido Rio de Janeiro, quando foi parado por um homem que
se passou por um policial e rendeu o motorista durante a travessia na ponte
Rio-Niterói. Agentes da Polícia Rodoviária Federal, Policia Militar do 12°
Batalhão de Niterói, Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), RECOM (
Rondas Especiais e Controle das Multidões) foram à travessia - que teve de ser
bloqueada nos dois sentidos - negociar com o sequestrador. Depois de quase 4
horas de tensão, um atirador de elite do BOPE aproveitou o momento em que o
sequestrador desceu do ônibus e atirou de forma certeira.
Por volta das 8h30, havia 31 pessoas reféns. Mais cedo, seis passageiros chegaram a ser liberados. As vítimas foram socorridas sem ferimentos, mas em estado de choque. Uma das mulheres saiu do local desacordada. Em um momento de tensão, a polícia pediu para que a imprensa e fotógrafos se afastassem do local. A polícia disse que a arma usada por ele era um simulacro, ou seja, de brinquedo. A ponte permanece interditada.
Em entrevista no local do sequestro após o desfecho do caso, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, parabenizou a ação da polícia, classificada por ele como "exitosa".
"(Matar o sequestrador) não era a melhor opção, a melhor era salvar
todo mundo. Mas a prioridade era salvar os reféns", afirmou o
governador. Witzel ressaltou que o mérito é da polícia, que é "quem sabe
como deve agir".
"Agradeço à Polícia Militar, à
Polícia Civil, à Polícia Rodoviária Federal e a todos os integrantes do
Bope. Algumas vezes a popularização não entende o trabalho da polícia, que
tem que ser dessa forma. Se a polícia puder fazer o trabalho dela de
abater quem está armado com fuzil nas comunidades, a população vai
agradecer", continuou o governador cuja política de segurança pública
vem sendo alvo de críticas.
O governador ainda
contou aos jornalistas que as prioridades agora são a perícia para
possibilitar um estudo de caso e a atenção aos reféns e à família do
sequestrador.
O homem
teria se identificado como policial militar e ordenado que o motorista
parasse o veículo e o atravessasse na pista. Ele está com um galão de
combustível, um revólver e uma pistola de choque, e ameaça atear fogo no
interior do ônibus. Ainda não se sabe qual é a motivação do
sequestrador, mas as autoridades acreditam que a ação tenha sido
premeditada. As vítimas estavam com celular dentro do
transporte e imagens do interior do ônibus circulam nas redes socais. A
televisão transmitia o sequestro ao vivo quando os tiros que o atingiram
foram ouvidos, provocando em seguida aplausos da multidão de curiosos
presentes no local.
A polícia negociava desde
cedo com o sequestrador que, segundo alguns reféns, não feriu nenhuma
pessoa, mas ameaçou atear fogo ao ônibus. "Parou o motorista, anunciou
que o ônibus seria sequestrado, não pediu as nossas coisas, amarrou
nossas mãos e pediu para que fechássemos as cortinas", declarou ao canal
Globo News Hans Moreno, um dos reféns. "Ele estava muito calmo, muito tranquilo".
"Pensei
que ia morrer", disse Walter Freire, outro refém que concedeu uma
entrevista à televisão, visivelmente nervoso. "Graças a Deus a polícia
agiu bem", afirmou. Durante quase quatro horas, dezenas de carros ficaram bloqueados na
ponte. Pouco depois das 10H00 o tráfego foi liberado, enquanto as
ambulâncias permaneciam ao redor do ônibus. Antes
da ação policial que pôs fim ao sequestro, o presidente Jair Bolsonaro,
em sua residência oficial em Brasília, disse a repórteres que
concordava com o uso de franco-atiradores. "Não tem que ter pena", disse
ele, lembrando casos anteriores semelhantes.
Correio Braziliense
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