NEGÓCIO FECHADO - Celso Amorim, Lula e John
Kufuor, em Gana, em 2008: acertos combinados nas missões no exterior
(Valter Campanato/Agência Brasil)
Homologada recentemente pela Justiça Federal e com detalhes antecipados pela coluna Radar, de VEJA, a delação de Antonio Palocci,
ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil nos governos Lula e Dilma, traz
no capítulo 21 uma descrição completa do esquema de roubalheira
internacional montado pelo PT para obras realizadas em países como Gana,
Venezuela, Cuba e Angola. Lula fazia os acertos com as autoridades
estrangeiras e mandava a conta para o BNDES. Em troca dos juros
camaradas do banco e do acesso aos mercados de fora, as empreiteiras
superfaturavam o trabalho para poder irrigar o caixa petista com o
pagamento de propinas. Antes da assinatura dos contratos já se sabia que
muitos dos governos amigos não pagariam a conta. E como essa fatura tem
sido quitada até hoje? Com o seu, o meu, o nosso dinheiro. Alguns
projetos nem foram finalizados. Ficaram no lucro as construtoras e, é
claro, o PT.
Segundo pessoas que tiveram acesso à delação e foram
entrevistadas por VEJA, embora careça de provas, o testemunho de Palocci
contém as peças que faltavam no quebra-cabeça da pilhagem nas obras
internacionais do BNDES, abrindo essa parte da caixa-preta do banco.
Ele mesmo uma peça importante no esquema, intermediando conversas com as
construtoras envolvidas, o ex-ministro conta como as ordens de Lula
chegavam, qual era a exata divisão do butim entre as empreiteiras e o
porcentual de propina cobrado em cada projeto.
Todas essas informações
permaneciam inéditas, assim como a soma da roubalheira. Somente nesse
pacote de contratos no exterior firmados entre 2010 e 2014, as
empreiteiras nacionais faturaram mais de 10 bilhões de reais e pagaram
propinas ao PT no valor total de 489 milhões de reais.
(...)
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