Bruno Boghossian
Petista está preso há quase 500 dias, mas opositores ainda buscam revanche
As decisões dos juízes de São Paulo e do Paraná animaram a militância
bolsonarista. “O presidiário pode ficar em cela coletiva!”, comemorou a
deputada Carla Zambelli (PSL). Lula está preso há quase 500 dias, mas
alguns de seus opositores ainda estão em busca de revanche. A discussão sobre uma possível transferência do petista de uma sala da
Polícia Federal para uma penitenciária comum resume a contaminação do
debate público no Brasil. O episódio conseguiu desgastar ainda mais as
relações políticas e institucionais dos dois lados do fosso. [a condenação é a prova incontestável de que qualquer condenado,
especialmente quando confirmada em segunda instância, é um
criminoso, portanto, um bandido; qual a razão de um bandido merecer
prisão especial?]
O ex-presidente estava na superintendência da PF em Curitiba por
determinação da Justiça. Quando mandou prendê-lo, Sergio Moro afirmou
que, em razão do cargo que havia ocupado, Lula deveria começar a cumprir
sua pena “separado dos demais presos, sem qualquer risco para a
integridade moral ou física”. [quanto a preservar a integridade física é justo, se trata de um idoso, já na casa dos 70 e merece atenção especial - igual a que qualquer outro idoso, na faixa de idade dele, deve receber na prisão;
mas, falar de integridade moral? o presidiário petista sabe ao menos o que é ser moralmente íntegro?]
Um subordinado de Moro achou que isso deveria mudar. O superintendente
Luciano Flores disse que a presença do ex-presidente mudou a rotina do
prédio e que apoiadores do petista passaram a se aglomerar na região,
demandando a presença constante de policiais. Isso acontece há 16 meses,
mas só agora o órgão pediu a transferência do preso. Ao saber que o ex-presidente poderia ser levado para o sistema prisional
de seu estado, João Doria (PSDB) tentou passar a mão no troféu. “Ele
será tratado como todos os outros presidiários”, escreveu. “Se desejar,
terá a oportunidade de fazer algo que jamais fez na vida: trabalhar!” [João Doria está certo; ele, governador do estado, tem o DEVER de zelar para que TODOS os presidiários sejam tratados com igualdade, sem privilégios, regalias, etc.]
O tom de vingança provocou reação de deputados de vários partidos. Na
Câmara, um tucano foi ao microfone e disse que a decisão era absurda.
Parlamentares pediram ao Supremo que julgasse o assunto no plenário. Os
ministros suspenderam a transferência por 10 votos a 1. [os parlamentares, não todos, se preocupam por muitos estarem sendo investigado e sujeitos a serem presos e receber tratamento rigoroso;
deveriam se manter atentos e perceber que todos os parlamentares presos, alguns ainda sem a condenação ter transitado em julgado, estão presos em penitenciárias - por que só o presidiário petista tem tratamento especial?]
O STF pôs de pé uma resposta institucional. A imagem de Moro se
deteriorou um pouco mais, tanto no tribunal quanto no Congresso. De
outro lado, os apoiadores do ex-juiz e de Bolsonaro tomam fôlego para
atacar essa aliança. O fosso aumenta.
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