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sexta-feira, 6 de março de 2020

Petista ainda se recusa a condenar abusos do regime de Maduro - Folha de S. Paulo

Bruno Boghossian 

Petista se distancia de líderes de esquerda que criticaram o ditador venezuelano

Lula soltou um "peraí" quando lhe perguntaram se Nicolás Maduro era um democrata. Numa entrevista há duas semanas, o petista se negou a comentar os atos de repressão registrados no país vizinho. Disse apenas que o venezuelano foi eleito democraticamente e que agiu de modo democrático por não ter prendido seu principal opositor.

[É arriscado esquecer uma serpente - uma serpente, uma cobra venenosa, um réptil asqueroso e traiçoeiro é o que Lula é, segundo suas próprias palavras, uma jararaca - esquecemos o multicondenado petista.
Hoje lembramos do petista, devido uma matéria que faz referência a Ali Babá,  e  por respeito a nossos dois leitores decidimos publicar este post, dedicado a um marginal, porém  oportuno.]

A hesitação indica que o ex-presidente continua amarrado às velhas alianças ideológicas da região. Lula não chama Maduro de democrata, mas se recusa a condenar os abusos do regime e a encarar o autoritarismo com o devido repúdio.  Nove anos após deixar o poder, o petista se distancia de líderes de esquerda que fizeram críticas categóricas ao governo venezuelano. O uruguaio José Mujica já declarou que ali opera uma ditadura. A chilena Michelle Bachelet liderou a produção de relatórios da ONU sobre a violação de direitos humanos na Venezuela.

Lula se esquivou de fazer algo semelhante ao menos duas vezes na entrevista publicada pelo UOL. Quando os repórteres quiseram saber se ele considerava Maduro um democrata, o petista afirmou que o venezuelano vencera eleições, mas deixou de apontar que o regime limita a atuação de opositores no país.  Numa solidariedade cega ao chavismo, o ex-presidente fugiu pela tangente outra vez com uma crítica ao embargo comercial à Venezuela liderado pelos EUA. "Não dá para a gente fazer crítica ao Maduro e não fazer crítica ao bloqueio", disse. Ele poderia ter atacado ambos, mas preferiu ficar só com o segundo item.

A titubeação diante de uma ditadura de esquerda cobre o petista de um mofo antidemocrático. O comportamento deteriora o debate público num momento em que a oposição denuncia os avanços autoritários de Jair Bolsonaro no Brasil. Quando ocupava o Planalto e viajava para se reunir com ditadores, Lula dizia que não se podia ter preconceito com líderes de outros países. Na Venezuela, o tempo dos prejulgamentos já passou, mas o petista ainda prefere ignorar os fatos.

Bruno Boghossian, colunista - Folha de S. Paulo


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