Ele de um lado, o povo do outro
O presidente Jair Bolsonaro ficará rouco de tanto repetir que ele está do lado do povo. O que acontece, segundo a mais recente pesquisa do instituto Datafolha, é que o povo não está do lado dele.
[Pontos da pesquisa Datafolha que mostram não ser um retrato fiel - não por má fé ou incompetência dos seus realizadores e sim pela situação que o Brasil atravessa - da situação.
NÚMERO DE PESQUISADOS: pouco mais de 1.500 e comparando fatores diferentes - total para todo o Brasil.
- qual o significado concreto dado por uma pesquisa que compara o desempenho do presidente da República com o desempenho do governador do Rio?
- declara que o desempenho dos governadores no combate ao coronavírus é muito parecido = 54%. São 27 governadores, o que motiva a pergunta: comparou um com outro ou cada um de forma individual?]
A pesquisa feita por
telefone em todas as capitais e no Distrito Federal mostra que 55% dos
brasileiros consideram ótimo ou bom o desempenho do ministro da Saúde. O desempenho dos
governadores no combate ao coronavírus é muito parecido – 54%. Quanto ao
presidente que arrisca a própria viva em defesa do povo, só 35% aprovam
a sua conduta. [qual conduta? em que situação? até para um bolsonarista de raiz o meu caso fica dificil não reconhecer que só na questão do corona vírus o Presidente do Brasil, adotou várias posturas.
Qual delas motivou os 35%? qual o critério? ou foi escolhido o menor percentual pró Bolsonaro?]
Quase 70% dos
entrevistados reprovaram o gesto de Bolsonaro de recepcionar seus
devotos na rampa do Palácio do Planalto. Foi durante a manifestação
convocada contra o Congresso e a Justiça. Ali, Bolsonaro foi
duplamente irresponsável. Primeiro porque participou de um ato que ele
mesmo desaconselhara. Segundo porque pôs em risco a vida dos
manifestantes. [como se chegou a esses 70%? uma pergunta do tipo: sendo o coronavírus extremamente contagioso, você acha que o presidente se arriscou e aos seus apoiadores?]
Ele acabara de voltar dos
Estados Unidos. Trouxera na sua comitiva um auxiliar contaminado. Mais
de um. Até aqui, foram 27 contaminados. E tocou em 272 pessoas. Que tal? A primeira parte da
pesquisa, publicada, ontem, pela Folha de São Paulo, mostrara que
Bolsonaro está na contramão dos brasileiros ao se preocupar com mais com
a economia do que com vidas. 92% das pessoas concordam
com a suspensão de aulas, 94% aprovam a proibição de viagens
internacionais e 92% apoiam o fechamento de fronteiras. Bolsonaro era
contra tudo isso.
[O importante é onde é feita a pergunta:
Este blog [Blog do Noblat] perguntou no Twitter:
Quem está enfrentado melhor o coronavírus?
E 44.977 leitores, numa mobilização formidável para um dia de domingo e de coronavírus, responderam assim:
Bolsonaro – 64.1%
Os governadores – 35.9% ]
[O importante é onde é feita a pergunta:
Este blog [Blog do Noblat] perguntou no Twitter:
Quem está enfrentado melhor o coronavírus?
E 44.977 leitores, numa mobilização formidável para um dia de domingo e de coronavírus, responderam assim:
Bolsonaro – 64.1%
Os governadores – 35.9% ]
Em entrevista, nesse
domingo, à TV Record, nervoso, gaguejando muito, Bolsonaro afirmou que
julga “exagerados” os números sobre a pandemia divulgados pelo
Ministério da Saúde. Ora, ele não havia feito
questão de dizer que seu time “está ganhando” por governar bem? E de
lembrar que o técnico do time era ele? Suplicava por reconhecimento.
Numa hora dessas, como
ele ousa pôr em dúvida o que anuncia um ministro escolhido por ele
mesmo? Se o que informa Luiz Henrique Mandetta não merece fé, por que
Bolsonaro não o demite? Não manda Mandetta embora
porque ele não seria tão maluco a esse ponto. Mas o ministro está
convencido de que será mandado embora antes do fim do ano. Não se
incomodará se for.
Pesquisa IBOPE, publicada
pelo jornal O Estado de S. Paulo, quis saber quanto valeria o apoio de
Bolsonaro e de outros líderes políticos a um candidato a prefeito da
capital paulista. O apoio de Bolsonaro
diminuiria em 41% a vontade do eleitor em votar no candidato que ele
apoiasse. O apoio de Lula, em 36%. O de João Doria, em 40%. E o de
Geraldo Alckmin em 34%. [A pesquisa IBOPE mostra o inexplicável:
O apoio de Bolsonaro, comparado com o dos outros 3 - faltou incluir Marcola e Fernandinho Beira-mar, já que a presença do condenado petista credencia os não inclusos a participarem = questão de isonomia - é o que mais prejudica o candidato apoiado.
Só que o atual presidente venceu com quase 60.000.000 de votos o mais bem colocado na pesquisa.]
O apoio de Bolsonaro
aumentaria em 17% a vontade do eleitor em votar no candidato dele. No
caso do apoio de Lula, aumentaria em 26%. No de Doria, 9%. No de
Alckmin, 10%. Pesquisa XP-Ipesp, da
última sexta-feira, conferiu que a popularidade de Bolsonaro recuou
quatro pontos percentuais se comparada com a pesquisa de fevereiro
último. O processo de
derretimento da imagem do presidente da República está correndo mais
rápido do que ele próprio imaginara. Daí o seu pânico.
Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA
Nenhum comentário:
Postar um comentário