Governo chinês alega que novas regras visam defender o que chamam de valores corretos, mas barra personagens gays, ampliando o preconceito à população LGBTQIA+
De acordo com um memorando divulgado pela South China Morning Post, os jogos não são considerados apenas para entretenimento, mas como uma forma de arte e devem seguir e divulgar os valores tradicionais chineses. Elementos históricos, como fatos, personagens, mapas e vestimentas devem ser representados fielmente e os enredos devem der limites morais bem definidos, com o personagem jogável sempre “bom”, censurando os jogos que possibilitam a escolha da índole do personagem.
Segundo o Daily Mail, do Reino Unido, a
indústria de jogos na China cresceu para 32 bilhões de libras, em 2020, e
é vista como uma força para não ser controlada por Pequim. Diversas
empresas, entre elas as gigantes Tencent e NetEase, que tem entre seus
investimentos a Epic Games, Blizzard, Activision, Garena, Riot e Baidu,
se comprometeram a adequar os conteúdos.
Oficialmente, ser homossexual na China deixou de ser crime em 1997 e foi retirada da lista de problemas mentais em 2001, entretanto o casamento de pessoas do mesmo sexo ainda é ilegal e a população LBGTQIA perde cada vez mais espaço. Há no país um esforço do governo de banir “comportamentos sexuais anormais” da mídia.
Filmes e séries, com referências a relacionamentos homossexuais, são alterados. O Segredo de Brokeback Mountain, de 2005, não pôde ser exibido na China, Bohemian Rhapsody, de 2018, teve 10 minutos de referência a homossexualidade cortados e a série Game of Thrones, tiveram cenas de nudez censuradas. Em 2019 homens com brincos tinham as orelhas borradas digitalmente para que o acessório não fosse visto em programas de TV.
Em julho deste ano mais de uma dúzia de contas LGBTQIA foram apagadas do aplicativo de mensagens WeChat e, em setembro, a agência regulatória de rádio e TV anunciou que a estética afeminada e o que consideram “homens maricas” serão banidos de programas televisivos por serem considerados “influencias vulgares”.
Além da perseguição na mídia, a população LGBTQIA na China enfrenta o preconceito da população, dificuldade de conseguir empregos e são vistos como desonra para a família.
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