Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador órbita. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador órbita. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

O leviatã não perdoa - Sirlene Lino

       O Brasil mergulhou inexoravelmente em um regime ditatorial. E não falamos apenas dos presos políticos e das perseguições ideológicas promovidas pelo Judiciário, mas da gama de ações ilegais que tem se multiplicado no país. 
O desmonte do ordenamento jurídico é nefasto, joga o indefeso cidadão na arena do feroz leão estatal. 
Em nome de um suposto “bem maior” ou de “salvar a democracia”, cometem os mais perversos absurdos.

Não existem mais garantias legais ou normas do devido processo legal - um marco civilizatório de qualquer nação. Há apenas o arbítrio dos tiranos.
Um simples crime de injúria - descrito antigamente na lei penal como “atribuir palavras ou qualidades ofensivas a alguém, expor defeitos ou opinião que desqualifique a pessoa, atingindo sua honra e moral” - pode ensejar uma medida cautelar de busca e apreensão. 
Um descalabro nunca dantes visto nos tribunais brasileiros.

A história mostra que, o uso indevido de instrumentos coercitivos (ou da força policial) como forma de intimidar e constranger, constitui uma das mais abjetas arquiteturas da manutenção de um regime autoritário. Em vez de seguir a lei, segue-se a sede de justiçamento da tirania.

O mais grave vivido atualmente no Brasil é o silêncio dos juristas e dos operadores do direito, com relação ao que se passa na caótica órbita jurisdicional brasileira. 
O silêncio dessa gente prolongará o estado de putrefação da nação brasileira. Preferiram, com o aval covarde e militante da mídia nacional, fazer de conta que vivemos uma normalidade institucional, quando na verdade vivemos uma desordem jurídica sem precedentes.

Assistimos à ruína completa de qualquer tênue vestígio de civilidade que o país já tenha tido. Resta repetir o básico: o Leviatã não perdoa ninguém! Em algum momento também mostrará suas garras aos covardes.

 

Sirlene Lino  - Conservadores e Liberais


 

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Se o duelo Bolsonaro-Macron é um jogo de ganha-ganha, quem são os perdedores? - Alon Feuerwerker

À medida que a fumaça (sem ironia) da batalha se dissipa, fica claro: a disputa entre Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron leva jeito de ganha-ganha. O francês afagou seus agricultores e lustrou o figurino de líder mundial na luta pela salvação do planeta. Já o brasileiro reagrupou as tropas. O ambientalismo é a corrente política ascendente na Europa. E o apoio das Forças Armadas é um passaporte para a estabilidade do governante no Brasil.

Bolsonaro terminou bem a semana. Além de varrer do noticiário os resmungos internos, sempre em off, pelo tratamento sem deferência dispensado aos militares graduados palacianos, parece ter fechado um acordo de procedimentos com Sergio Moro. E este leva jeito de ter percebido que não lhe convém sair do governo. Deixaria sua tropa exposta a retaliações. E, após as manchetes lácrimo-laudatórias, ou iria para o ostracismo ou viraria coadjuvante de João Doria.

Coadjuvante por coadjuvante, melhor ser do presidente da República.  Do lado de Macron, o protagonismo ambientalista ajuda-o também a receber um olhar mais condescendente nos problemas internos. O chefe do Eliseu foi neste episódio um mestre no manejo do “jornalismo de causas”. Funciona assim: Se você defende uma causa pré-definida como certa, você está certo a priori em qualquer debate relacionado à causa em questão. E não só. Aos amigos, tudo; aos inimigos, nem o manual da redação.   No campo bolsonarista, ganharam muitos pontos os militares, cujos líderes foram os únicos a repudiar expressamente a proposta macroniana de abrir o debate sobre a internacionalização da Amazônia. Já registrei aqui mas não custa repetir. A bandeira “A Amazônia é nossa”, que enfeitou por décadas os ambientes da esquerda, hoje está pendurada como troféu de guerra nas paredes da direita. A raiva é uma péssima conselheira, sempre costuma lembrar o ex-presidente Lula.


Mas, e o risco de isolamento global? No momento é baixo. A força da agropecuária nacional leva França e Irlanda a resistir à invasão do agronegócio brasileiro. Mas para a Alemanha a abertura aqui do mercado de compras públicas e para importar manufaturados é um negócio irresistível. Cada um com seus problemas, deve ter pensado Frau Merkel diante da belicosidade verbal de Monsieur Macron. Ainda que ela também esteja sob pressão dos Verdes. Bolsonaro move-se em circunstâncias geopolíticas favoráveis. Interessa aos Estados Unidos manter o Brasil sob seu guarda-chuva, pois a alternativa é o deslocamento brasileiro para mais perto da órbita da China. E se Trump perder a eleição? Aí teríamos um replay das tensões entre Jimmy Carter e Ernesto Geisel. Bem, nesse caso sempre restará a carta chinesa para colocar na mesa. Como Geisel manejou a carta alemã. E, afinal, cada dia com sua agonia.

Por falar em carta chinesa, veio da embaixada da China em Brasília o apoio verbal mais musculoso ao Brasil no caso dos incêndios amazônicos. Fica a dica.


*
O presidente disse que vai vetar coisas na Lei de Abuso de Autoridade. Aí caberá a Moro lutar no Congresso Nacional para evitar a derrubada. Vetos são derrubáveis pela maioria absoluta dos deputados (257) e senadores (41). Quanto Bolsonaro vai se meter nisso? Mais provável é que se meta pouco, muito pouco. Já está claro que ele dá um boi para não entrar numa briga com o Legislativo, e dá uma boiada para sair.

*
A economia dá sinais de retomada lenta. Mas os empregos gerados são por enquanto poucos e de baixa qualidade. O que vai pesar mais no povão na hora de avaliar o governo? As coisas estarem melhorando? Ou elas melhorarem pouco e devagar? Façam suas apostas. 

Análise Política Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

sábado, 9 de maio de 2015

PT e Lula fracassam ao tentar se afastar de Dilma

País fora de órbita

PT e Lula fracassam ao tentar se afastar de Dilma, ampliam a crise e colocam em risco o ajuste fiscal, que só foi aprovado graças ao apoio da oposição

Desde 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores chegaram juntos ao poder, o governo e a legenda da estrela rubra nunca estiveram tão em conflito como agora. O embate, em muitos aspectos, não passa de esperta conveniência. Nesse momento, interessa tanto ao PT como ao governo Dilma Rousseff parecerem longe um do outro. Num jogo de sombras, o PT tenta se dissociar das medidas econômicas de arrocho adotadas por Dilma, que estão na contramão das bandeiras históricas da esquerda. Já ao governo, abalado pela deterioração da popularidade da presidente, é vantajoso se desvincular dos escândalos de corrupção protagonizados por dirigentes petistas. Na verdade, porém, embora queiram só o bônus da relação, PT e governo são sócios da crise instalada no País. Na semana passada, ela se intensificou com o acirramento dos ânimos no Congresso e colocou em risco o ajuste fiscal tão necessário para o reequilíbrio das contas públicas do País. Na quinta-feira 7, o pacote só foi aprovado e por uma diferença de apenas 25 votos graças ao apoio de setores da oposição. O estopim da mais nova crise foi justamente a ação que o PT empreendeu para tentar se desvincular das trapalhadas de Dilma, como se isso fosse possível.
O ESTOPIM
Em programa do PT, Lula criticou medidas aprovadas pelo Congresso e
desencadeou reações na sociedade, no Planalto e entre
os partidos da base aliada de Dilma

Em programa do partido, exibido na noite de terça-feira 5, que não contou com a participação de Dilma, o PT se colocou frontalmente contra a terceirização dos empregos e o ajuste fiscal patrocinado pelo Planalto. Coube ao ex-presidente Lula o papel de mensageiro do PT. A estratégia, no entanto, revelou-se um fracasso. Porque enquanto Lula, em nome do PT, aparecia na TV para atacar a Câmara e os deputados aliados por causa do projeto de terceirização aprovado em abril, em Brasília, a presidente Dilma e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, suplicavam para que os parlamentares aprovassem o pacote do ajuste fiscal. Os mesmos deputados aos quais Dilma implorava por apoio seriam, segundo Lula, responsáveis por fazer “o Brasil retornar ao que era no começo do século passado”, quando “o trabalhador era um cidadão de terceira classe, sem direitos, sem garantias, sem dignidade”. “Nós não vamos permitir esse retrocesso”, afirmou. Claro que o gesto do ex-presidente não ficaria impune em meio a um ambiente político inflamável. As declarações de Lula tiveram efeitos colaterais pesadíssimos.
 Enquanto deputados contrários ao ajuste fiscal batiam panelas, sindicalistas
jogavam notas de dólar com as caras de Dilma, Lula e João Vaccari

Para constranger os petistas a votar com o governo, a Força Sindical liderada pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, lotou as galerias do plenário arremessando notas falsas de dólares estampadas com os rostos de Lula, Dilma e do ex-tesoureiro da sigla João Vaccari Neto, preso sob a acuação de participar do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. O deputado Vicentinho (PT-SP) foi o mais alvejado com cartazes e palavras de ordem que atribuíam a ele o título de traidor, realçando seu passado de militante sindical em defesa da luta dos trabalhadores. Próximo ao término da sessão, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) reconheceu a ajuda da oposição na votação da primeira MP do pacote do ajuste fiscal. “Quero agradecer toda a nossa base e aqueles da oposição que votaram conosco em função dos compromissos com o País.”

A VACA TOSSIU
Durante a votação do ajuste fiscal, parlamentares que se opunham ao
projeto empunharam cartazes que faziam troça com expressão
usada por Dilma na campanha 
 

Apesar da ação desastrada que, ao fim, trouxe mais ônus do que bônus ao partido e ao próprio Planalto, tentar descolar-se de Dilma, quando é conveniente, foi a maneira encontrada pelo PT para sobreviver até as eleições de 2018. Por enquanto, essa estratégia não colou perante os eleitores e provocou uma crise com o Congresso e com a própria presidente num momento crucial para o governo. É impossível prever se dará certo mais adiante. “As declarações de Lula mostram que ele vai se apresentar como uma candidatura alternativa à Dilma e não como sucessor dela. O afastamento é uma sobrevivência para o PT. A junção entre o partido e o Planalto não foi ruim para o PT enquanto o governo ia bem. Mas se o governo de Dilma degringolar, o PT vai junto”, afirma o cientista político Artigas Godoy, professor da Universidade Federal da Paraíba. 

Seguindo essa lógica, a CUT convocou uma paralisação nacional para o próximo dia 29. Segundo a Central, os protestos serão contra o projeto de terceirização e as mudanças no seguro-desemprego e na aposentadoria propostas pelo governo federal. A postura de confronto não ocorre por acaso. Em conversas internas, líderes sindicais se revelam preocupados com o crescente desgaste do governo. Para não perder o apoio de suas bases, a alternativa é tentar retomar bandeiras históricas. “Não há uma briga de fundo. A questão é tática. Está todo mundo no mesmo barco e para o PT e sindicatos a melhor estratégia é reafirmar sua identidade”, analisa Godoy.

 Na noite de terça-feira 5, as declarações de Lula exibidas no programa do PT
foram recebidas com panelaços nas principais capitais do País

Embora o PT, na pessoa de Lula, e governo se esforcem para demonstrar distanciamento quando lhes é oportuno, as investigações da Lava Jato tratam de lembrá-los que eles são como irmãos siameses. Em depoimento à Justiça Federal realizado na terça-feira 5, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou que foi convidado para o cargo pelo então presidente Lula e a então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. Ele negou qualquer indicação política do PMDB e se disse mais próximo ao PT. Em outro depoimento, desta vez à CPI da Petrobras na Câmara, o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, responsabilizou a presidente pelas perdas na refinaria de Pasadena, no Texas, e reafirmou que houve um repasse da cota que era do PP para a campanha da presidente Dilma em 2010. “Houve pedido de R$ 2 milhões para a campanha da presidente Dilma, sim”, disse.


Por: Sérgio Pardellas e Josie Jeronimo