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quinta-feira, 3 de junho de 2021

Bolsonaro tenta reagir a CPI e protestos e toma seu maior panelaço - O Globo

PANDEMIA

Jair Bolsonaro foi à TV tentando se mostrar mais moderado e brandindo vacina no lugar de cloroquina. Mas o resultado foi que levou seu pior panelaço, com urros de "fora Bolsonaro", buzinaços e gritos nas janelas de todo o Brasil. Também foi retorquido com uma nota da CPI da Covid, que diz que o pronunciamento vem "com atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros".
 
[CPI? essa sigla não incomoda, aliás, nunca incomodou ao presidente Bolsonaro ou a quem quer que seja. Ela está mais adequada para 'circo parlamentar de inquérito' e a credibilidade que era quase nenhuma, agora é  ZERO.
No pronunciamento de ontem, que incomodou demais a mídia contrária ao Brasil - até a mudança de horário desestruturou os telejornais que são contra o Brasil - o presidente apresentou  índices que mostram que apesar dos inimigos do Brasil e dos brasileiros, o processo de recuperação já se iniciou.
PANELAÇO??? o que uma TV mostrou, com bastante atraso, foi uma imagem idêntica a de um 'panelaço' mostrado em 2018 - poucos dias antes da estrondosa vitória do presidente. POR FAVOR,  atualizem as imagens dos panelaços.]
 
Foi uma reação aos protestos que ocorreram em todo o Brasil no último sábado, a um dia em que a CPI da Pandemia foi mortal para seu governo e ao anúncio de João Doria Jr. de que todos os paulistas estarão vacinados com ao menos a primeira dose até 31 de outubro. [a ilustre jornalista deveria lembrar aos brasileiros que o 'joãozinho' também prometeu vacina para todos os brasileiros, teve a desfaçatez de prometer que pessoas de qualquer parte do Brasil, que não conseguissem se vacinar, era só ir à São Paulo e seriam vacinadas.
Até o momento, ainda não conseguiu propiciar a todos os paulistas nem a primeira dose.]

A fala de 5 minutos de Bolsonaro foi algo desconexa. Para não dar o braço totalmente a torcer em relação ao seu histórico de discursos desacreditando e desencorajando a vacinação, começou o pronunciamento dizendo que o Brasil é um dos países que mais vacinam, e que "quem quiser" será vacinado até o fim do ano. Afinal, se ele repetiu tanto que não obrigaria ninguém a ser imunizado e até agora não teve a pachorra de ser vacinado para dar o exemplo, alguma concessão ao seu genuíno negacionismo teria de permanecer.

Na mesma toada, ele manteve a famigerada linha de dizer que seu governo sempre se preocupou "com o vírus e com a economia", uma construção falaciosa que não leva em conta o que a Ciência preconizou desde o início: que sem uma política de distanciamento social e testagem e rastreamento de contatos, enquanto não havia vacinas, o vírus se espalharia sem controle, como aconteceu. Nesse cenário de descontrole, não há economia que sobreviva. Bolsonaro mostrou em sua fala que nada vai mudar caso se confirme a terceira onda já identificada por cientistas. Ele vai seguir boicotando medidas de distanciamento que eventualmente governadores e prefeitos tenham de anunciar novamente para enfrentar o caos hospitalar, caso ele se repita.

[a ilustre jornalista por absoluta falta de elementos, teve que engolir a seco a declaração de Bolsonaro que o Brasil é um dos países que mais vacinam  no mundo, segundo Opera Mundi-UOL, é o quarto colocado; 

até um colunista, colega  da articulista, porém, bem mais qualificado, Merval Pereira,  reconhece os excessos da Covidão - conforme seu  artigo CPI da COVID - Grosseria dos senadores na CPI está incomodando, publicado em O Globo, 02 junho 2021]

MATÉRIA COMPLETA, em O Globo

sábado, 23 de janeiro de 2021

A decadência cultural da Europa. E o Brasil? - Percival Puggina

Durante anos, interrompidos agora pela covid-19 e suas cautelas, tive a graça de, com minha mulher, viajar de carro em roteiros europeus conhecendo centros históricos, cidades medievais e catedrais góticas. Foram verdadeiros encontros de comunhão com nossa cultura e com as raízes ocidentais do cristianismo, deixadas para nosso proveito num tempo em que os povos faziam arte para Deus. Em 2010, numa viagem pelos Alpes, comentei com minha mulher: “Depois de tanto ver belezas que os homens ofereceram ao Senhor, aqui estamos embevecidos com a insuperável beleza que Ele ofereceu aos homens”. Nos Alpes se sente a mão de Deus fazendo paisagismo. [agora, especialmente no Brasil, sem limitar - a maior parte dos artistas, faz arte contra Deus, contra valores religiosos, contra a Família e tudo o que presta. 
Preferem valorizar o imoral, o imundo, o ateísmo, o vilipêndio aos princípios religiosos.]

Nessas ocasiões, atravessamos cidades e vilas, fugindo das autoestradas para melhor conhecermos o interior dos países e de suas regiões. A sequência era sempre esta: rodava-se no meio rural, chegava-se à periferia de transição, com casas simples, mas todas abastecidas de lenha para o inverno (quase sempre guardada sob um telheiro na frente de casa); entrava-se no meio urbano e saia-se numa repetição da cena anterior, voltando ao ambiente rural. Nunca vimos malocas. Nunca vimos miséria. Recentemente, porém, a Europa começou a mudar.

Não vou entrar na polêmica questão das causas da mudança. Quero apenas lembrar que esse continente, muitas de suas catedrais, de seu patrimônio material e sua economia foram destruídos por duas guerras no século passado. A fome era endêmica e se prolongou pelos anos 50. Anos de reconstrução! Quem conviveu com europeus oriundos desse período percebe o valor que dão a qualquer alimento. E ao trabalho.

O que me deixa perplexo é ver o pacífico Brasil, encalhado na superfície de problemas que precisaria resolver para desfrutar do privilégio de viver uma vida boa em ambiente nacional tão bem dotado para isso. A reconstrução da Europa ocorreu graças à qualidade de seus recursos humanos, à sua cultura, ao valor que seus povos atribuem à Educação e às suas boas instituições políticas. [já no Brasil trabalho não está entre os principais desejos e a pretexto de ser um povo alegre, alcançam o exagero: enquanto a pandemia mata, muitos querem processar o presidente da República por não decretar feriado em um dia, a cada semana para chorar as vitimas da covid-19 - muitos dos que invocam homenagear os mortos pela covid-19 e ao mesmo tempo pensam em uma forma de incluir o carnaval em meados de 2021.]
A maior fonte de riqueza de um país é a atividade criativa e produtiva de seu povo.
No Brasil desconsideramos nossas questões institucionais, exceto para falar mal delas, como se lhes coubesse dar jeito em si mesmas. Não atribuímos importância à nossa educação. Toleramos sua instrumentalização. Admitimos que o sistema se desinteresse pelo futuro de quem encerre ali seu ciclo de estudos. Fingimos não ver o quanto o sistema induz a estudar o mínimo (o que mais adiante equivale a tentar vencer na vida sem se esforçar). Estudar cansa. Ler é chato.  
Chegamos à cultura do lixo musical, do feio, do hediondo, do satânico, do “som”. 
E à morte da beleza, da harmonia e da poesia por indigência e abandono.

Certa feita, falando sobre isso num programa de TV, chamei de lixo o conteúdo musical geralmente disponibilizado nos meios de comunicação e colhi resposta indignada de um telespectador que me “insultou” chamando-me  “crítico de arte”. Quem era eu para dizer se algo era arte ou não? Respondi felicitando-o pelo esplêndido dom com que fora agraciado. Para ele, tudo que chegava aos seus ouvidos era música e poesia. Fosse batida de porta, panelaço, motocicleta com descarga aberta, ou caminhão subindo a lomba.

Há problemas de concepção num sistema que prioriza os investimentos federais num ensino superior em que a mais bem conceituada universidade brasileira é a 115ª do mundo, a segunda melhor já pula para o 233º lugar e a terceira vai ao 380º lugar. Só para manter a roda girando estamos graduando milhares de jovens em cursos universitários de pouca ou nenhuma utilidade para eles mesmos. Esses problemas se revelam maiores quando se vê a posição do estudante brasileiro nos ensinos fundamental e médio. 
Entre 79 países, o Brasil alcançou, em 2018, o 57º lugar em leitura, 64º em Ciências e 70º em matemática. E viva Paulo Freire!

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 13 de março de 2020

MANIFESTAÇÕES CANCELADAS - Grupos pró-governo organizam panelaço no domingo

Bolsonaro: ''Já foi dado um tremendo recado para o parlamento''

Com adiamento de atos, grupos pró-governo organizam 'panelaço' no domingo

O Avança Brasil enviou para os apoiadores uma nota, na qual explica o motivo da suspensão das manifestações e pede que batam panelas

Após o pedido do presidente Jair Bolsonaro de adiamento das manifestações pró-governo marcadas para domingo (15/3), grupos apoiadores dos atos convocam um panelaço no mesmo dia. O Avança Brasil tomou a frente e enviou para os apoiadores uma nota, na qual explica o motivo da suspensão das manifestações e pede que batam panelas. 

Em comunicado enviado logo depois do pronunciamento de Bolsonaro, nesta quinta-feira (12/3), o grupo confirmou o adiamento. "Conclamamos porém, que todos juntem-se a nós em um mega panelaço no dia 15/03 às 20h em desagravo às atitudes de congressistas irresponsáveis que não tem o Brasil acima de tudo e que somente pensam em seus benefícios particulares", diz a nota.

Organizadores do Movimento Nas Ruas, que também apoia os atos, também se manifestaram. Pediram "compreensão" dos seguidores. "Em um momento futuro onde a nação brasileira poderá manifestar de todo Brasil seu apoio ao Presidente e exigir o correto trâmite das reformas administrativa e tributária que serão apresentadas ao congresso, em segurança, convocaremos novamente", disseram, em nota.

Bolsonaro: ''Já foi dado um tremendo recado para o parlamento''

Em transmissão ao vivo, o presidente disse que "uma das ideias é suspender ou adiar" os atos que estavam marcados para o próximo dia 15

Utilizando máscara cirúrgica descartável, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou em live na noite desta quinta-feira (12) que a tendência é suspender as manifestações do dia 15 de março. Segundo ele, o recado já foi dado um 'tremendo recado para o parlamento'.

Correio Braziliense



segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Bolsonaro silencia sobre volta de aliados às ruas - Blog do Josias



[O apoio manifestado ontem ao presidente Bolsonaro, além de repudiar os que sonham derrubá-lo, foi veemente em silenciar o 'panelaço'.

O silêncio de Bolsonaro demonstra sua consciência da pouca importância dos que desejam o fracasso do seu Governo e até o seu afastamento e a certeza espontaneidade dos seus eleitores.

Mostra que aos poucos o presidente vai se adaptando à liturgia do cargo, especialmente  em termos de comunicação:                                                          -  evitar entrevistas de 'corredor', improvisadas, dando preferência a se manifestar através de porta-voz, por 'nota oficial', rede nacional de tevê e, excepcionalmente, entrevista com hora marcada, perguntas por escrito e apresentadas antecipadamente.]                                            


Jair Bolsonaro reagiu com um ruidoso silêncio à manifestação que seus simpatizantes fizeram neste domingo em duas dezenas unidades da federação. Foi a terceira incursão dos bolsonaristas às ruas desde o início do governo. Os atos foram menores que os anteriores, atiçados e celebrados pelo presidente nas redes sociais. Dessa vez, Bolsonaro e seu clã tomaram distância do meio-fio. Até a madrugada desta segunda-feira, o capitão não esboçara reação no Twitter nem no Facebook. Nenhuma palavra.

Há método no silêncio do capitão. Conforme já comentado aqui, Bolsonaro e o pedaço do asfalto que lhe é fiel passaram a trafegar em faixas opostas. O presidente frita Sergio Moro, gruda em Deltan Dallagnol a pecha de esquerdista, hesita em vetar artigos da lei de abuso de autoridade. Tudo isso e mais a proximidade com Dias Toffoli. A rua enaltece Moro, sonha com Deltan na chefia da Procuradoria, pede o veto integral à lei anti-Lava Jato. E ainda exige o impeachment de Dias Toffoli. Como não tinha nada a dizer sobre as demandas dos seus apologistas, Bolsonaro se absteve de demonstrar seus paradoxos em palavras. Ao longo do final de semana, inúmeros internautas postaram comentários nas redes sociais instando o presidente a sintonizar-se com a rua. Um deles, identificado como Bunny Sam, conseguiu arrancar meia dúzia de palavras do presidente. Não deve ter gostado do que leu.

"Cuide bem do ministro Moro", escreveu o internauta. "Você sabe que votamos em um governo composto por você ele e o Paulo Guedes." Em sua resposta, Bolsonaro não disse se irá retirar Moro do micro-ondas. E ainda insinuou que não se considera um devedor do ex-juiz. "Com todo respeito a ele, mas o mesmo não esteve comigo durante a campanha." Se conversasse com seus botões, Bolsonaro talvez retornasse às redes sociais, nesta segunda-feira, para dar respostas às demandas de seus súditos. Sob pena de transformar dúvidas em hostilidade. Na sexta-feira, nas pegadas de manifestações de rua em defesa da Amazônia, Bolsonaro ocupou uma rede nacional de tevê para tratar da encrenca das queimadas. Conseguiu ressuscitar as panelas. Se continuar desprezando a opinião dos seus adoradores, arrisca-se a juntar numa próxima manifestação a turma do panelaço com a tropa dos desiludidos. 

UOL - Blog do Josias de Souza 

 

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Dilma pode cometer hoje novo crime: usar recursos públicos para proveito pessoal

Dilma Rousseff pretende se vingar dos brasileiros devido estar sendo 'impichada' e vai usar cadeia de Rádio e TV para se defender dos muitos crimes pelos quais será condenada

Paulinho da Força aciona Justiça para impedir pronunciamento de Dilma 

[diante da ação do Solidariedade  Dilma se acovardou e desistiu do pronunciamento em Rede Nacional de Rádio e TV e com isso nossos ouvidos se livraram se ser penico.]
 
Paulinho entende que além de Dilma não ter direito a usar recursos públicos para fazer proselitismo e assim tentar se livrar da justa punição por seus crimes ainda considera que: "Ela (Dilma) só vai incentivar que o povo fique ainda mais irritado", disse Paulinho. E completou: "Ela só vai indignar mais ainda a sociedade, vai acontecer um grande panelaço e será mais um tiro no pé". O Solidariedade, ou melhor, o Paulinho - fiel aliado de Cunha - demonstra o desespero ao saber que a presidenta Dilma falará à Nação denunciando as manobras golpistas que eles promovem na Câmara. [a Dilma precisa ser avisada por um dos seus 'aspones' que não adianta nada ela falar em cadeia nacional de Rede e TV, por vários motivos, merecendo destaque dois:
- ninguém vai prestar atenção as besteiras que ela vai dizer e será saudada com um panelaço;
- o destino de Dilma está sendo selado na Câmara, local que por ser órgão público é proibido a divulgação de asneiras - que é a única coisa que Dilma consegue vomitar quando discursa.]
“Caso nada seja feito para impedir a iminente disseminação de conteúdo durante a votação, como forma de convencimento desesperado da população, tudo indica que o resultado desse processo político-jurídico seja diretamente interferido pelas manobras político-administrativas questionadas”, diz a petição do Solidariedade. Coincidência ou não, a ação foi distribuída para o juiz Rodrigo Parente Paiva Bentemuller, da 6ª Vara Federal em Curitiba.

A julgar pela ação, a oposição golpista não deve ter os votos que eles dizem ter para aprovar o impeachment no domingo (17). Ao que tudo indica, nem mesmo o "bolão" sobre o placar da votação que Paulinho lançou vai render o que esperava.

Fonte: Mapa da Democracia e outros

Estamos postando esta matéria para que nossos dois leitores - 'ninguém' e 'todo mundo'  - tenham mais uma prova do quanto a corja que defende Dilma é estúpida.
Em capacidade de ser estúpidos só perdem para a ainda presidente.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Lula perdeu mais uma chance de se explicar. E o PT também - é que é dificil para um ladrão explicar porque roubou

Lula perdeu mais uma chance de se explicar. E o PT também 

Dez minutos, ainda mais em cadeia nacional de rádio e de televisão, teria sido tempo mais do que suficiente para Lula pedir desculpas por seus erros e apartar-se das suspeitas que o cercam.  Uma vez que o pedido soasse sincero (e ninguém melhor do que Lula para mentir como se dissesse a verdade), o distinto público até teria sido capaz de perdoá-lo. Quando nada a rejeição a ele diminuiria.

Temos um povo sensível a pedidos de desculpas; um povo religioso que valoriza o perdão; e um povo também meio bobo, convenhamos. Em seguida, ele poderia ter explicado por que nomeou para a Petrobras os principais diretores que a assaltaram, detendo-se por fim sobre os casos do tríplex no Guarujá e do sítio de Atibaia.  Lula está sendo acusado de quê? De ocultação de patrimônio? De promiscuidade com as empreiteiras que ganharam muito dinheiro durante seus governos e reformaram de graça para ele o tríplex e o sítio?

Sem que ninguém pudesse lhe fazer perguntas incômodas nem contestá-lo de imediato, Lula ofereceria suas versões para tais episódios. Porque ele já deve tê-las.  Por que não pediu desculpas nem se explicou? Só por que lhe faltou humildade? De fato, ele só é humilde para pedir votos. Certa vez, em Belém do Pará, beijou a mão do senador Jáder Barbalho à caça de votos.

Lula não pediu desculpas porque o personagem que ele encena não combina com um pedido de desculpas. Não deu explicações porque receia ser contrariado por fatos apurados ou a serem apurados pela Lava-Jato.  Sua admissão de erros limitou-se a uma pequena frase que cito de memória: “É verdade que erramos, mas acertamos muito mais”. E pronto. A humildade fingida cedeu a vez ao discurso mistificador de sempre.

Chegou ao ponto de culpar a "gente que não gosta de dividir a poltrona do avião" pela falta de credibilidade do governo para tirar a economia da crise mais grave de sua história.
Não lhe criará problemas culpar pela incompetência do governo a “gente que não gosta de dividir a poltrona de avião”. Lula só voa em jatinhos alugados e pagos pelos outros. Não divide poltrona.

Antes de aparecer no programa, Lula havia sido apresentado pelo discurso de um locutor que resume o estado de perplexidade em que vive o PT, sem argumentos críveis para defender seu chefe.  Disse o locutor: "Os que hoje tentam manchar sua história, Lula, são os mesmos de ontem. Os preconceituosos que nunca aceitaram suas ideias e suas origens. Mas não vão conseguir. As ofensas, as acusações, a privacidade invadida. Tudo isso passa, Lula".

Tudo passa, de fato. Até mesmo Lula.  Por pouco não foi lembrada a infância miserável de Lula, sua saída do Nordeste para o Sul na boleia de um caminhão, e a morte de sua primeira mulher em um hospital público.  À falta do marqueteiro João Santana para dizer ao PT e a Lula o que eles deveriam dizer, o partido produziu um dos piores programas dos seus 36 anos de existência. Com direito, no final, a coreografia de bailarinos.

A resposta foi imediata: em 14 capitais, e dezenas de cidades país a fora, ouviu-se o barulho furioso de um poderoso panelaço. Talvez o maior desde que virou moda saudar Dilma, o PT e Lula com panelaços.

Fonte: Ricardo Noblat - Blog do Noblat  

 

 

Lula posa de vítima na TV. Brasil responde com panelaço

No dia seguinte à deflagração da fase da Lava Jato que levou para a cadeia o marqueteiro do partido, o PT exibiu na noite desta terça-feira sua propaganda partidária em rede nacional de rádio e televisão. E o programa foi recebido com panelaços país afora. 

Houve protestos pelo menos em São Paulo, Rio Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Salvador, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A grande estrela do programa foi o ex-presidente Lula, que apareceu culpando os inimigos de sempre e nada falou sobre as graves suspeitas que pesam contra ele. A hashtag #panelaço rapidamente subiu aos Trending Topics do Twitter no Brasil.

Na capital paulista, houve manifestações em Moema, Vila Olímpia, Bela Vista, Jardins, Santa Cecília, Higienópolis, Vila Madalena, Pinheiros, Tatuapé, Perdizes, Lapa e Vila Romana. Na Região Metropolitana, ouviram-se panelas em São Bernardo do Campo, reduto político do ex-presidente. A cidade de Santos, no litoral paulista, registrou panelaços. Em Campinas e Ribeirão Preto, também houve manifestações. No Rio, houve protestos em Copacabana, Leblon, no Meier, no Flamengo, na Penha e em Petrópolis. Em Minas, manifestantes bateram panelas em Belo Horizonte.

Convocado ao longo de todo o dia pelas redes sociais, o protesto foi apoiado por movimentos como o Brasil Livre e Vem Pra Rua, dois dos principais grupos que organizam uma manifestação contra o governo e o PT no próximo dia 13 de março.

Enquanto as panelas rugiam, o locutor do comercial petista classificava como "ofensas e acusações de preconceituosos" as diversas frentes de apuração oficiais contra o ex-presidente, como as investigações sobre tráfico de influência internacional, sobre o tríplex e o sítio em nome de sócios de um dos filhos de Lula e sobre as medidas provisórias que beneficiaram o setor automotivo, aprovadas, conforme o MP, com pagamento de propina. "Os que hoje tentam manchar sua história, Lula, são os mesmos de ontem. Os preconceituosos que nunca aceitaram suas ideias e suas origens. Mas não vão conseguir. As ofensas, as acusações, a privacidade invadida. Tudo isso passa, Lula", afirma o PT.

Com pose de vítima, Lula afirma: "De um tempo para cá parece que virou moda falar mal do Brasil. As pessoas que ficam falando em crise, crise, crise, repetem isso todo santo dia e ficam minando a confiança no Brasil. É verdade que erramos, mas acertamos muito mais". 

Ele ainda atribuiu a "gente que não gosta de dividir a poltrona do avião" a falta de credibilidade do governo para recuperar a economia - um argumento que ignora os seguidos rebaixamentos da nota de crédito do país e as previsões cada vez mais assustadoras do Banco Central para o país.

O programa petista também recupera os argumentos já desgastados durante a campanha eleitoral de 2014 e cita a crise econômica mundial de 2008 para justificar o enfraquecimento da economia brasileira. Como os seguidos panelaços durante pronunciamentos de petistas deixam claro: são desculpas em que os brasileiros já não acreditam - e não têm mais paciência para ouvir.

Fonte: Redação VEJA

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Dilma cai das asas do mosquito

O Aedes aegypti é o novo fator de unidade nacional. Ou: Dilma cai das asas do mosquito

A ditadura militar tentou unir o país com estradas, ferrovias, aulas de Educação Moral e Cívica... Tudo inútil. 

Temos, finalmente, o mosquito. Só ele agora nos define e nos unifica moral, intelectual e existencialmente

Não vou aqui fazer a lista das cidades onde houve panelaço quando a presidente Dilma apareceu na TV para falar sobre o combate ao mosquito Aedes aegypti. Não faço porque isso sempre tem de ser ampliado, incluindo cidades e bairros que não são citados. Parece-me que o prudente é considerar que houve protestos onde quer que as pessoas soubessem que ela iria se manifestar. Acho que se espalhou pelo Brasil inteiro.

Na região onde estou, na Paulista, do 24º andar de um edifício, ouvi o mais ruidoso de todos os protestos até agora. Como há muita gente voltando pra casa, as buzinas brigavam com as panelas para ver quem se manifestava com mais clareza.

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Dilma está de parabéns! O ímpeto da presidente da República de transformar o mosquito num ativo político mereceu da população o devido repúdio e certamente vai contribuir para, como posso dizer?, elevar a temperatura em favor do impeachment.

O governo vende por aí, de maneira determinada, que houve um arrefecimento dessa possibilidade. Acho que está a confundir desejo com realidade. A reação da população ao perceber que Dilma tentou voar nas asas do mosquito deixou isso claro.

Não tenho nada com isso Como é praxe, a presidente buscou se eximir e a seus parceiros de petismo de qualquer responsabilidade. Afirmou: “O vírus zika, transmitido pelo mosquito, não tem nacionalidade. Começou na África, se espalhou pelo Sudeste da Ásia, pela Oceania e agora está na América Latina. E este foi um processo excepcionalmente rápido, a partir do ano passado”.

Ora, presidente Dilma!
Sei que é difícil, mas um governante deveria ser proibido de usar bens públicos e privados — resumidos na Rede Nacional de Rádio e Televisão para dizer imprecisões e inverdades.

Sim, essa é a geografia do vírus. Ela só se esqueceu de dizer que, ao chegar ao Brasil, o bichinho encontrou as circunstâncias ideais para se expandir. Afinal, o Aedes aegypti, seu hospedeiro, havia se transformado num verdadeiro fator de identidade e unidade nacionais.

Muito se fala nessas ditas-cujas. As mais variadas correntes políticas, artísticas e ideológicas tentaram defini-las. A literatura indianista estava em busca do elemento que as plasmasse. Foi parcial. Os modernistas de 22 também se dedicaram a esse esforço — tanto que uma corrente até chegou a ter simpatias pelo fascismo em razão de seu nacionalismo exagerado. Mais recentemente, o Tropicalismo, um movimento musical, mas com imbricações em outras artes, também escarafunchou o solo em busca dessa identidade, da unidade. E nada!

A verdade é que há tantos Brasis dentro do Brasil que todas essas tentativas falharam. Querem ver? O “samba” é coisa nossa? Não diz nada para o interior de São Paulo, Minas e Região Centro-Oeste, onde a identidade está na música sertaneja e variantes, ainda que modernizadas. Há o forró e assemelhados nordestinos. Nem uma coisa nem outra falam à memória cultural e afetiva do Sul e do Norte do país. E vai por aí.

A ditadura militar tentou unir o Brasil com estradas, ferrovias, aulas de Educação Moral e Cívica… Tudo inútil.
Temos, finalmente, o mosquito.
Só ele agora nos define e nos unifica moral, intelectual e existencialmente.
Devemos isso ao PT de Dilma.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA ON LINE 

 


 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

PT se agarra ao mito

Acossado por todos os lados e com seu grande líder na mira de investigações sobre corrupção, o PT está lançando na programação partidária gratuita da mídia eletrônica uma campanha de forte apelo emocional, com inserções de 30 segundos, focada na defesa de Lula, que é apresentado como alvo de “perseguição” por parte dos “preconceituosos de sempre” que “não aceitam que o Lula continue morando no coração do nosso povo”. Essa campanha é a primeira providência prática de atuação pública da direção petista a partir da avaliação de que as investigações sobre corrupção estão tendo um efeito devastador sobre a imagem do partido e de sua principal liderança, colocando em xeque não apenas o desempenho eleitoral dos petistas no pleito municipal deste ano, mas também na eleição presidencial de 2018.

A preocupação é procedente, pois o PT é a mais corrupta de todas as legendas políticas, na opinião de mais de 7 em cada 10 brasileiros, que também acham que nem o partido nem Lula têm mais moral para falar de ética. Apenas 15% dos brasileiros continuam acreditando na honestidade do PT, contra 27% em 2005, no auge do escândalo do mensalão. Esse é o quadro revelado pela pesquisa do Instituto Ipsos divulgada na segunda-feira.

Na avaliação do presidente do instituto, Cliff Young, a pesquisa demonstra que o PT deixou de ser considerado o partido dos pobres para se transformar na legenda dos corruptos: 71% dos entrevistados consideram o partido de Lula o mais corrupto entre todos. De tal modo que a preferência popular pelo PT, que era de 28% em 2002, ano em que Lula foi eleito presidente pela primeira vez, caiu para inexpressivos 6%, depois de o partido ter permanecido 13 anos no poder.

A consulta revela que os brasileiros estão decepcionados com a política em geral e com os partidos em particular: 82% dos entrevistados consideram que a Lava Jato está demonstrando que todas as legendas políticas são corruptas. Esse sentimento parece indicar que os brasileiros estão se dando conta de que, mais do que os partidos e os políticos, o grande problema a impedir que o país possa contar com uma gestão pública eficiente é o desvio de conduta favorecido e estimulado por um sistema político essencialmente patrimonialista, voltado para interesses espúrios de pessoas e grupos. É um sistema que ganha força nas sombras e que, nos últimos 13 anos, foi abertamente transformado em método e doutrina de governo pelo partido que se apresenta como dos trabalhadores, a pretexto de viabilizar a “governabilidade” em benefício da redenção dos fracos e oprimidos. E que tem beneficiado principalmente os espertalhões que já não conseguem escapar do longo braço da Justiça com a facilidade de antes.

Se, como a Lava Jato está demonstrando e os brasileiros começando a também perceber, a corrupção tornou-se sistêmica, entranhada em todos os desvãos da administração pública, em todos os níveis, como imaginar que possa haver autoridade de primeiro escalão que ignore essa triste realidade, mesmo que dela não se beneficie?

Só mesmo o caradurismo de militantes profissionais do lulopetismo é capaz de sustentar, na atual conjuntura, o argumento de que Lula é a “alma mais honesta” do Brasil e, nessa condição, uma vítima dos “preconceituosos” – qualificação dada a todos aqueles que não são petistas. Pois são esses bate-estacas bem pagos que, no momento em que o PT é avaliado como o partido mais corrupto e o maior responsável pela inédita crise política, econômica e moral que o país enfrenta, em vez de usar o horário de que dispõem no rádio e na televisão para propor soluções para a crise, resolvem fazer teatrinho com a imagem mítica de Lula. Querem elegê-lo em 2018 para não perder a rica boquinha em que se aconchegaram.

Por medida de prudência, a tigrada, que de boba não tem nada, resolveu poupar os telespectadores das falações tanto de Lula como de Dilma. Não querem marcar essa campanha publicitária com um longo e ensurdecedor panelaço.


Fonte: Estadão - Editorial 


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O silêncio de Dilma




Melancólico final de ano vivido pelo Brasil! Somos objeto de escárnio e do descrédito internacional.
Vamos enfrentar as dificuldades de 2016 com as instituições engasgadas, sob o comando de quem produziu o caos.

Já fizemos desastrosas experiências com líderes carismáticos. Fomos do empresário bem acabado e milionário Collor ao operário mal acabado e pobretão Lula. Hoje não se sabe qual o mais abastado. Exceto pelos dois beneficiários, foi tudo em vão porque líderes carismáticos são causa de instabilidade e insegurança política. Embora tantos preguem diferente, a política pode passar muito bem sem pessoas assim. Ela precisa é de líderes capazes de conduzir competentemente o barco nacional. Nós temos Dilma Rousseff.

Entre honrosas exceções, a maioria dos políticos brasileiros cuidam do próprio barquinho. Essa condução, quando envolve interesse nacional, decide seu rumo sentindo para onde aponta o vento da opinião pública. Não são líderes, mas seres erráticos liderados por orientações mutáveis como as brisas, os ventos e os redemoinhos. Observem o PMDB e depois me digam se estou errado. Quantos deputados têm tutano para subir à tribuna e enfrentar a ira das galerias? Agora, a presidente Dilma. O governo petista, desde 2003, deu continuidade àquilo que o PT sempre foi - uma escola da mentira. Mentiam sobre si mesmos, sobre a História, sobre os outros destruindo injustamente muitas reputações, mentiam sobre suas reais intenções, sobre a conduta de suas referências internacionais.

Mentiram tanto que convenceram a maioria da sociedade que as demagógicas bandeiras e propostas com que atacavam todos os governos ao longo de seu caminho, trariam a prosperidade e a paz social. No entanto, às vésperas da eleição de 2002, rasgaram toda a parolagem num picador de papel e redigiram a famosa "Carta ao povo brasileiro". Nela, desmentiram-se publicamente. Quatro anos mais tarde passaram a desmentir a própria carta e, gradualmente, foram quebrando o país. Para esconder a quebradeira mentiram como nunca em 2014.

Melancólico final de ano vivido pelo Brasil! Somos objeto de escárnio e do descrédito internacional. Somos vistos como um país onde governantes roubam e deixam roubar. Ou você já viu algum alto dirigente do partido, ou gestor no governo, tomar a iniciativa de denunciar  pixulecos e falcatruas ocorridos sob seus olhos? Nosso governo enfrenta indizível rejeição popular e não renuncia. Apenas silencia.

O silêncio de Dilma no Natal, por exemplo, deve ter sido muito apreciado por sua fiel devota, a CNBB.  Sobre a reunião e confraternização das famílias e o espírito natalino, nenhuma palavra sequer da pessoa que deveria liderar o país. Nem mesmo genéricos votos de uma Noite Feliz. De Jesus, nem se fale. Agora, ao encerrar-se 2015, a presidente limitará sua fala à Nação, assim foi dito, a um artigo na Folha de São Paulo. Todo esse silêncio resulta de simples adição, cujas parcelas são: falta do que dizer, sentimento de rejeição, orgulho ferido, incompetência para o desempenho de suas funções. Se falar antes dos foguetes, leva panelaço. Se falar durante os foguetes, ninguém a ouvirá. Então, total silêncio desde o topo do poste.

Vamos enfrentar as dificuldades de 2016 com as instituições engasgadas, sob o comando de quem produziu o caos, tendo na presidência uma pessoa que confunde grosseria com autoridade, mau humor com seriedade, impeachment com golpe, mentira com verdade e verdade com mentira. É a receita certa para o fracasso.

Por tudo isso, o silêncio de Dilma é muito preferível à sua fala. Sua ausência desejada e sua presença incômoda.

Fonte: Percival Puggina - http://puggina.org/