Melancólico final de ano
vivido pelo Brasil! Somos objeto de escárnio e do descrédito internacional.
Vamos enfrentar
as dificuldades de 2016 com as instituições engasgadas, sob o comando de quem
produziu o caos.
Já
fizemos desastrosas experiências com líderes carismáticos. Fomos do empresário bem acabado e milionário Collor ao
operário mal acabado e pobretão Lula. Hoje não se sabe qual o mais
abastado. Exceto pelos dois beneficiários, foi tudo em vão porque líderes
carismáticos são causa de instabilidade e insegurança política. Embora tantos
preguem diferente, a política pode passar muito bem sem pessoas assim. Ela precisa é de líderes capazes de
conduzir competentemente o barco nacional. Nós temos
Dilma Rousseff.
Entre
honrosas exceções, a
maioria dos políticos brasileiros cuidam do próprio barquinho. Essa condução,
quando envolve interesse nacional, decide seu rumo sentindo para onde aponta o
vento da opinião pública. Não são líderes, mas seres erráticos liderados por
orientações mutáveis como as brisas, os ventos e os redemoinhos. Observem o
PMDB e depois me digam se estou errado. Quantos
deputados têm tutano para subir à tribuna e enfrentar a ira das galerias? Agora, a presidente Dilma. O governo petista, desde 2003, deu
continuidade àquilo que o PT sempre foi - uma escola da mentira. Mentiam sobre si mesmos, sobre a História, sobre os outros
destruindo injustamente muitas reputações, mentiam sobre suas reais intenções,
sobre a conduta de suas referências internacionais.
Mentiram tanto que convenceram a maioria
da sociedade que as demagógicas bandeiras e propostas com que atacavam todos os
governos ao longo de seu caminho,
trariam a prosperidade e a paz social. No entanto, às vésperas da eleição de 2002, rasgaram toda a parolagem num
picador de papel e redigiram a famosa "Carta
ao povo brasileiro". Nela, desmentiram-se publicamente. Quatro anos mais tarde passaram a desmentir a própria carta
e, gradualmente, foram quebrando o país. Para esconder a quebradeira
mentiram como nunca em 2014.
Melancólico
final de ano vivido pelo Brasil! Somos
objeto de escárnio e do descrédito internacional. Somos vistos como um país onde governantes
roubam e deixam roubar. Ou você já viu algum alto dirigente do partido,
ou gestor no governo, tomar a iniciativa de denunciar pixulecos e
falcatruas ocorridos sob seus olhos? Nosso governo enfrenta indizível
rejeição popular e não renuncia. Apenas silencia.
O silêncio de Dilma no Natal, por exemplo, deve ter sido muito
apreciado por sua fiel devota, a CNBB. Sobre a reunião e confraternização das
famílias e o espírito natalino, nenhuma palavra sequer da pessoa que deveria liderar o país. Nem mesmo
genéricos votos de uma Noite Feliz.
De Jesus, nem se fale. Agora, ao encerrar-se 2015, a presidente limitará sua
fala à Nação, assim foi dito, a um artigo na Folha
de São Paulo. Todo esse silêncio resulta de simples
adição, cujas parcelas são: falta do que dizer, sentimento de rejeição, orgulho ferido, incompetência para o desempenho de suas funções. Se falar antes dos foguetes, leva panelaço.
Se falar durante
os foguetes, ninguém a ouvirá. Então, total silêncio desde o topo do
poste.
Vamos
enfrentar as dificuldades de 2016 com as instituições engasgadas, sob o comando de quem produziu o caos, tendo na presidência uma pessoa que confunde grosseria com autoridade, mau humor com seriedade, impeachment com golpe, mentira com verdade
e verdade com mentira. É a
receita certa para o fracasso.
Por tudo isso, o silêncio de Dilma é muito preferível à sua fala. Sua ausência
desejada e sua presença incômoda.