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domingo, 25 de abril de 2021

Vinte e quatro governadores numa impertinência- Elio Gaspari [lguém achou que daria certo? é sabido que, com raras exceções, os governadores se destacam pela desonestidade e burrice.

Folha de S. Paulo - O Globo

Governadores que entregaram carta a Biden praticaram uma marquetagem imprópria, incompetente e inútil. 

Não compete a governadores propor 'estratégias' a governos estrangeiros 

[a mancada resultou em uma grande babaquice, por todos saberem que nada do que foi comentado, pensado, na tal reunião virtual, era para valer.

Vamos aguardar 2030 e ver se rendeu alguma coisa.]

Carta entregue a Joe Biden foi marquetagem imprópria e incompetente

Os 24 governadores que entregaram ao embaixador americano Todd Chapman uma carta ao presidente Joe Biden oferecendo o “desenvolvimento de parcerias e de estratégias de financiamento” para a proteção do meio ambiente praticaram uma marquetagem imprópria, incompetente e inútil. (Os governadores de Santa Catarina, Rondônia e Roraima não assinaram a carta.)

Foi uma iniciativa imprópria, porque não compete a governadores propor “estratégias” a governos estrangeiros. Na carta, os doutores falam em nome dos “governos subnacionais brasileiros”. Ganha um fim de semana num garimpo ilegal, quem souber o que é isso. É incompetente, porque uma colaboração internacional para defender o meio ambiente (leia-se proteger a Amazônia dos agrotrogloditas aninhados no bolsonarismo) não precisa ser buscada na Casa Branca. Até o ano passado, ela era ocupada por um tatarana. Existem organizações credenciadas para negociar essas “parcerias”.

À incompetência e à impertinência junta-se um fator de inutilidade historicamente documentada. Os Estados Unidos, como qualquer outra nação, tem interesses. Os amigos são asteriscos. Governadores “amigos”
acabam virando massa de manobra. Em 1961, o presidente John Kennedy lançou um programa chamado Aliança para o Progresso. Tratava-se de barrar a influência do comunismo cubano promovendo reformas sociais na América Latina. Coisa fina, mobilizando quadros da elite que trabalhara nas transformações dos Estados Unidos durante os mandatos de Franklin Roosevelt e na Europa do pós-guerra. Nesse grupo, estava o professor americano Lincoln Gordon, com seu currículo de Harvard e Oxford, mais a experiência adquirida durante o Plano Marshall .
(...)

Em 1971, o diretor do programa de segurança pública da USAID, filha da Aliança para o Progresso, foi perguntado por um senador que pretendia denunciar a ação dos torturadores brasileiros: — Uma dura declaração de nosso governo ou de sua embaixada talvez os inibisse? (...) O senhor não concorda ?

Eu não acredito, senador, e estou habilitado a responder assim.

Madame Natasha
Madame Natasha faz qualquer coisa pelo meio ambiente, mas não participa de queimadas do idioma. Na quinta-feira, não houve reunião de cúpula de chefes de Estado. Houve, quando muito, um vídeo muito chato.
Desde sempre, as reuniões de cúpula reúnem governantes que às vezes discursam, mas sempre conversam reservadamente. Essa é a parte útil dos encontros. Na cúpula de Biden, houve só a parte inútil.

Braga Netto em 22
O general da reserva Walter Braga Netto, ministro da Defesa, defendeu o governo dizendo que “é preciso respeitar” o “projeto escolhido pela maioria dos brasileiros” para dirigir o país.
Fica combinado que ele continuará na mesma posição em novembro 2022 quando terminar a contagem dos votos da eleição presidencial.
 
Isolamento no ócio
Nos próximos quatro domingos, o signatário cumprirá um programa de isolamento com ócio.[bom ócio e cuidado com os especialistas em nada.]

 Folha de S. Paulo - Jornal O Globo - Elio Gaspari, jornalista

 

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Ganhos da guerra no curto prazo

Guerra comercial entre China e EUA pode beneficiar o agronegócio brasileiro este ano. Mas a disputa afetará a economia mundial, com impactos no Brasil


O economista José Roberto Mendonça de Barros avalia que as exportações brasileiras podem aumentar muito para a China neste primeiro momento da nova fase da guerra comercial com os Estados Unidos.

Além de elevar a compra de soja no Brasil, a China precisará comprar muito mais carne, porque teve uma enorme perda com a gripe suína. Essa vantagem, contudo, é só de curto prazo, porque a perspectiva de um conflito entre as duas potências é ruim para o Brasil:  —O evento da gripe suína é muito maior do que as pessoas imaginam. Vai haver uma queda grande de produção por lá. Eles consomem 55 milhões de toneladas e vão perder pelo menos 12 milhões. O Brasil não tem muita capacidade de aumento de oferta, talvez mais 300 mil a 500 mil toneladas, mas isso é um grande aumento para nós. Por reflexo, atinge também carne vermelha e frango. Esse complexo deve aumentar sua oferta.

José Roberto lembra que, como sempre, a fonte de boa notícia vem de poucos setores, mas pelo menos eles existem:  —Nos últimos anos o que cresceu foi o agronegócio, o setor de energia eólica e de petróleo. Não muito mais do que isso. Neste ano, por causa do mercado chinês, o Brasil terá um aumento de exportação do agronegócio. O grande impacto será na soja. No ano passado, isso já aconteceu. Na opinião do economista, por causa dessa capacidade de aumentar o fornecimento, o Brasil se firmou como parceiro confiável. Assim como outros países da América do Sul, como Argentina e Paraguai.
—Em 2017, o Brasil forneceu 43 milhões de toneladas de soja para a China, e os Estados Unidos, 35 milhões. No ano passado, por causa da guerra comercial, a China comprou apenas 8 milhões nos Estados Unidos e elevou para 75 milhões no mercado brasileiro. Os produtores brasileiros têm volume e confiabilidade — disse o economista. O presidente Donald Trump prometeu compensar os agricultores americanos com US$ 15 bilhões de subsídio.

Isso prejudica diretamente o Brasil porque a proposta é o governo comprar os estoques excedentes e mandar para países que precisam. José Roberto não acredita muito que isso dê certo: — Isso é conversa mole. No ano passado, ele prometeu R$ 12 bilhões e não deu nem a metade. Até porque não é fácil fazer isso, não há estrutura governamental para comprar, estocar e exportar. Não estamos mais no período da Aliança para o Progresso, naquela época tinha uma máquina. Os americanos estão construindo silos pra estocar e é por isso que os políticos do meio-oeste, até os do Partido Republicano, estão furiosos com o Trump.

Os chineses prometeram comprar 20 milhões de toneladas, logo de cara, se o acordo fosse feito, mas a nova temporada da guerra aumentou a incerteza. José Roberto acha que esse é um bom momento de o Brasil se consolidar como um fornecedor confiável. Esse é o ganho, mas a perda é bem assustadora. No geral, com a guerra comercial perdem todos, perdemos nós também com a queda do crescimento mundial —diz José Roberto. Este não é um bom momento para o Brasil enfrentar um alto grau de incerteza internacional como o que se abre a partir do agravamento da crise que houve esta semana. A economia brasileira tem esfriado ainda mais nos últimos meses, aumentando a fragilidade fiscal.

O melhor é aproveitar o bom momento com as missões à China como as que estão sendo feitas pelo Brasil. O discurso do presidente Jair Bolsonaro é anti China, pela identidade ideológica com Trump. Mas a realidade dos negócios vai se impondo. O fato é que Brasil e Estados Unidos, no campo das commodities agrícolas, são economias que competem entre si pelos mesmos mercados. É por isso que a guerra comercial tem esse efeito imediato de elevar as compras chinesas no Brasil. Esse cenário de maior exportação do agronegócio se fortalece com o fator que José Roberto falou: a gripe suína forçará a China a comprar mais carne. E os produtores brasileiros podem entregar.
— Eu estou rouco de falar que essa cadeia longa do agronegócio é um dos fortes do país. E ela se fortaleceu com educação, pesquisa, tecnologia e trabalho duro — afirmou o economista.
Há quem, no governo, e no ruralismo, acredite que a agenda do agronegócio tem que ser arma, desmatamento, uso de terra indígena. Tomara que o trigo vença o joio. [terra o agronegócio precisa e as reservas indígenas representam milhares de hectares para cada índio (temos Post sobre isso, sendo muito lido o que comprova a existência de uma reserva de 50.000 hectares para doze índios.)o desmatamento é o que torna a terra ociosa utilizável, pode e deve ser controlado e preservar o meio ambiente;
armas, até que quadrilhas como a do MST sejam extintas são necessário à defesa do sagrado direito de propriedade. ]


Coluna da Miriam Leitão - O Globo

domingo, 11 de março de 2018

O general e ‘o que fizemos no Araguaia’



Augusto Heleno Pereira fez citação ao falar da guerra civil colombiana

Falando na Escola Superior de Guerra, o general Augusto Heleno Pereira tratou da intervenção federal na Segurança do Rio e, numa breve observação, disse o seguinte: “A Colômbia ficou 50 anos em guerra civil porque não fizeram o que fizemos no Araguaia”. Deixando-se de lado a complexa situação colombiana, fica uma pergunta: “O que fizemos no Araguaia?” [pergunta fácil de ser respondida: foi feito o necessário - faltou fazer algumas pequenas coisas que se feitas, teriam evitado totalmente, ou quase, o que está acontecendo hoje no Brasil.]
Até hoje, os comandantes militares não disseram o que aconteceu no combate à chamada guerrilha do Araguaia. Os documentos teriam sido destruídos. O projeto de insurreição na selva foi transformado em lenda heroica pelo Partido Comunista do Brasil, mas sua fase decisiva começou com a fuga do chefe político e terminou com a fuga do comandante militar. João Amazonas, o secretário-geral do Partido Comunista do Brasil, tocou-se para São Paulo em abril de 1972, logo que os militares chegaram à região onde viviam seus 69 guerrilheiros. Ângelo Arroyo, o último comandante militar, foi-se embora em janeiro de 1974, quando a guerrilha fora decapitada e restavam 35 militantes, em fuga, escondidos na mata.

As operações militares no Araguaia podem ser divididas em duas fases. Na primeira, que vai de 1972 a outubro de 1973, sabe-se o que aconteceu. Foram mortos 12 guerrilheiros e presos cinco, entre eles José Genoino, que mais tarde presidiu o PT. O último preso, Glênio Sá, foi capturado em dezembro de 1972. Todos foram condenados a penas leves para os padrões da época.

Os comandantes militares mantiveram sob um manto de silêncio a segunda fase, que foi de outubro de 1973 ao final de 1974. Aí está a parte essencial de “o que fizemos no Araguaia”. Dos 35 militantes deixados na mata, 34 desapareceram, e o cadáver do 35º foi exposto à população.  Ficando-se apenas com três narrativas militares confiáveis e documentadas, pode-se chegar ao “fizemos”.

No dia 12 de janeiro, um Relatório Especial de Informações do CIE estimou que os fugitivos do Araguaia fossem 33 e advertiu: “Uma interrupção da operação (...), antes da destruição total do inimigo, poderá possibilitar o seu ressurgimento, ainda com maior vigor e experiência.”

Quatro dias depois, o general Ernesto Geisel, presidente eleito da República, conversava com o chefe de sua segurança, tenente-coronel Germano Pedrozo, quadro do Centro de Informações do Exército, e perguntou-lhe como estava “aquela operação” do Araguaia.
— Tenho a impressão de que se prosseguir como tem sido executada, mais uns dois ou três meses liquida-se aquilo lá. (...) Atualmente, já pegaram quase 30.
— E esses 30, o que eles fizeram? Liquidaram, também?
— Também.

— Hein?

— Alguns na própria ação. E outros presos, depois. Não tem jeito não.

Em 2013, o general Álvaro Pinheiro, combatente ferido no Araguaia, deu seu depoimento à Comissão Nacional da Verdade. Qualificou-a de “farsa” e “canalhice sem tamanho”, porque pesquisava o surto radical dos anos 1960 e 1970, sem analisar os crimes cometidos pelos militantes das organizações esquerdistas. (No Araguaia, os quadros do PCdoB mataram um cabo e executaram dois moradores da região, um dos quais, segundo o então comandante da guerrilha, “conhecia a selva como a palma da mão, o jeito mesmo era acabar com ele.”)

Falando do Araguaia, o general Pinheiro disse que desconhecia a existência de uma ordem de extermínio, mas informou: “Às vezes se rendiam, se entregavam. Chegavam às bases dizendo ‘não quero mais’.”  Nenhum militante preso na primeira fase apresentou-se a uma base militar. Helicópteros sobrevoavam a mata instando os guerrilheiros a se renderem, distribuíam panfletos e também cartas de três companheiros presos aconselhando-os a se entregarem. Quem aceitou a oferta do cavalheirismo militar foi assassinado.

É uma questão de lógica: se na primeira fase, quando o movimento tinha alguma infraestrutura na região, deram-se quatro prisões e uma rendição, não faz sentido que entre 1973 e 1974 os militares não tenham conseguido capturar um só dos 34 guerrilheiros convertidos em fugitivos, desamparados e desnutridos.
O “fizemos” feito está, mas o medo é que ele se transforme num “faremos”.

(...)
.
MADAME NATASHA
Uma boa amiga de Madame Natasha chamou sua atenção para um tique do governador Luiz Fernando Pezão. Ele se expressa por meio uma astuciosa evasão do penoso exercício da conjugação dos verbos.
Não usa a primeira pessoa do singular, — eu — nem a do plural — nós. Tudo cai na vala do “a gente”: “A gente vai”, “a gente espera” e a “a gente conseguiu”. Fica tudo mais fácil. Lula tinha esse hábito, mas passou a desafiar as conjugações, às vezes com sucesso.

GIRAFA
O ministro Luís Roberto Barroso deve ter razões jurídicas para quebrar o sigilo bancário de Michel Temer, mas é meio girafa uma situação na qual um presidente da República é exposto a esse constrangimento, e seus advogados não conseguem ver o inquérito que motiva a iniciativa.
O pescoço da girafa cresce quando se sabe que a vista não foi concedida mesmo depois da quebra do sigilo.


(...)

PODE DAR CERTO
A interventoria do general Braga Netto na Segurança do Rio pode dar certo. Nada a ver com o “jogada de mestre” de Temer. Até o fim do ano, ele impõe normas de moralidade nas polícias, mantém a bandidagem num clima de relativa dissuasão e escolhe um ponto crítico da cidade para mostrar como o serviço pode ser feito, com o apoio de iniciativas públicas nas áreas de Saúde, Educação e ouvidoria.

Tem tudo para dar certo a ideia de transformar a Vila Kennedy na vitrine da operação. Nos anos 1960, quando ela foi criada, era a joia da coroa do urbanismo conservador e do programa Aliança para o Progresso, do presidente americano John Kennedy. Deu no que deu por obra da demofobia pública e privada.



sábado, 13 de agosto de 2016

Madame Natasha em Cidade de Deus

Cidade de Deus não recebeu obras de infraestrutura necessárias e, aos poucos, deslizou para o abandono pelo Estado. Já o Leblon…

Madame Natasha concedeu sua primeira bolsa de estudos multilíngue para todos aqueles que usaram a palavra “favela” para designar o bairro de Cidade de Deus, berço de Rafaela Silva. Cidade de Deus nunca foi uma favela. É o contrário. Ela foi construída em 1965, no auge da política de remoções. Era um dos símbolos do progresso da alvenaria, triunfando sobre os barracos e a miséria. Em 1969 misteriosas mãos higienistas tocaram fogo na favela da Praia do Pinto, à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, desabrigando nove mil pessoas. Os favelados foram para Cidade de Deus, e o terreno desocupado deu lugar a um conjunto de edifícios para a boa classe média, conhecido como Selva de Pedra. E assim o Leblon mudou de cara.

Cidade de Deus não recebeu obras de infraestrutura necessárias e, aos poucos, deslizou para o abandono pelo Estado. Já o Leblon… A palavra favela tem um componente de anomalia, voluntarismo e exclusão. Favela é obra e moradia de pobres. Cidade de Deus foi um símbolo do planejamento estatal com suas promessas de inclusão social. A joia da coroa da política de remoções, que até hoje alimenta a demofobia das cidades brasileiras, chamava-se Vila Kennedy, na região de Bangu, inaugurada em 1964, um ano antes do início das obras de Cidade de Deus. Era a menina dos olhos do governador Carlos Lacerda e do embaixador americano Lincoln Gordon, que despejou no projeto verbas da Aliança para o Progresso. Para lá foram moradores da favela do morro do Pasmado, por dentro do qual passa o primeiro túnel que leva a Copacabana. Tinha tudo para dar certo, mas o Estado sumiu e, quando a Vila Kennedy comemorou seu décimo aniversário, foi chamada de “fracasso”. No vigésimo, de “pesadelo”. No trigésimo, esqueceram-na. A essa altura, com 150 mil moradores, ela só era notícia quando a tropa do BOPE disputava o controle de algumas áreas com o Comando Vermelho. A Vila ganhou Unidade de Polícia Pacificadora e, entre 2013 e 2015, as denúncias de abuso de autoridade de policiais subiram de 4% para 30% na contabilidade do Disque Denúncia.

Houve época em que diversos bairros do Rio degradaram-se. Ninguém chamou a Lapa da primeira metade do século passado de favela. Se Cidade de Deus é uma favela, a palavra serviria para designar moradores e não moradias. Nesse tipo de classificação, favela é o lugar onde vive gente negra e pobre, como Rafaela Silva, a moça da medalha de ouro.

Querem criar a Bolsa Caixa Dois
A repórter Maria Cristina Fernandes mostrou que circula em Brasília a ideia de uma anistia para partidos e políticos beneficiados em suas campanhas por doações ilegais vindas de caixas dois de empresas. Um advogado que não gosta da ideia e conhece o mundo das doações ilegais sugere: “Tudo bem, desde que a anistia dependa da confissão do partido e/ou do cidadão. Feita a confissão, o interessado deverá pagar uma multa. Para começar a conversa poderíamos fixá-la em 10% do valor recebido. Achou pouco? 20%. Sem a iniciativa da confissão e sem multa, não será anistia, mas passe livre.”

A História do Brasil foi iluminada por mais de uma dezena de anistias e nenhuma equivaleu a um passe livre. A maior delas foi assinada pelo presidente João Figueiredo em 1979, beneficiando cerca de 5 mil pessoas. Todos os anistiados haviam sofrido alguma forma de violência ou constrangimento. A anistia que se articula equivaleria a uma Bolsa Caixa Dois, destinada a beneficiar os beneficiados.

Delírio de Lula
Em março, quando cozinhava sua nomeação para a chefia da Casa Civil de Dilma, Lula investiu-se da condição de regente da República e começou a formar seu ministério.
Apostou alto e convidou o empresário Jorge Paulo Lemann para uma pasta da área econômica. Como o bilionário estava na China, a conversa foi por telefone. Lemann tem uma fortuna que lhe permitiria rasgar dinheiro, mas não pode beber água fervendo. Não sendo doido, recusou.

Fica a suspeita de que Henrique Meirelles também tenha sido convidado por Lula.

O homem-chave
Os mais experimentados procuradores da Operação Lava-Jato dão a Alberto Youssef a medalha do mérito da colaboração. Sem ele, muita coisa não teria saído do lugar, pois seus depoimentos serviram também para ensinar o caminho das pedras aos investigadores.
Youssef está preso em regime fechado desde 2014 e deve ser solto no ano que vem.
Fonte: Elio Gaspari - O Globo