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quarta-feira, 1 de maio de 2019

Sem reforma, sobra o atoleiro

O governo continua preso no atoleiro das contas públicas. Há cada vez menos verbas até para a operação da máquina pública no dia a dia

Com dinheiro curto, orçamento engessado, investimentos comprimidos e gastos sem freio na Previdência, o setor governo continua preso no atoleiro das contas públicas, com déficit total de R$ 81,14 bilhões no primeiro trimestre, soma equivalente a 4,64% do Produto Interno Bruto (PIB). Com o rombo previdenciário funcionando como um buraco negro, têm sobrado cada vez menos verbas para investimentos em obras e até para a operação da máquina pública no dia a dia. O saldo negativo total inclui os juros vencidos.  

Sem perspectiva de resultados melhores nos próximos meses, a equipe econômica do governo central batalha agora para fechar o ano com um déficit primário (sem juros) de R$ 139 bilhões. Essa é meta original definida no Orçamento, mas o pessoal do Ministério da Economia chegou a mencionar, em alguns momentos, a esperança de um resultado melhor, talvez próximo do obtido no ano passado, quando o déficit das contas primárias foi contido em R$ 120,2 bilhões, bem abaixo da meta de R$ 159 bilhões.  

Enquanto a economia derrapa e a arrecadação fraqueja, o governo central arranja-se como pode, com R$ 30 bilhões de gastos congelados e cortes nas chamadas despesas discricionárias. Mas esse nome é enganoso, porque o grupo das discricionárias inclui despesas essenciais, como o pagamento de bolsas de estudo, as subvenções ao programa Minha Casa, Minha Vida e investimentos em educação e saúde.  O maior desajuste é o do governo central, formado por Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central (BC). O governo central teve déficit primário de R$ 20,40 bilhões em março, de R$ 5,40 bilhões no primeiro trimestre e de R$ 113,576 bilhões em 12 meses. O saldo contabilizado no trimestre inicial de 2019 foi atenuado por um superávit em janeiro.  

Mas nem todo o resultado primário do governo central tem ficado no vermelho. Apesar dos gastos crescentes e da receita em recuperação muito lenta, o Tesouro tem sido superavitário, chegando a acumular um saldo positivo de R$ 84,28 bilhões em 12 meses.  Esse resultado foi engolido, como vem ocorrendo há anos, pelo buraco do INSS, um déficit de R$ 197,37 bilhões. Governos de Estados e municípios e empresas estatais tiveram em conjunto resultado positivo. Tudo somado, o setor público chegou ao fim de 12 meses com déficit primário de R$ 99,31 bilhões. Adicionados os juros, chega-se ao resultado geral do setor público, também conhecido como nominal: um déficit de R$ 483,77 bilhões, equivalente a 6,98% do PIB. Esta é uma das piores proporções do mundo.  

Os gastos com juros poderiam ser menores se fosse possível cortar a taxa básica, de forma sustentável, para menos de 6,50%, o nível atual. Não se resolve esse tipo de problema, no entanto, com voluntarismo, especialmente porque a decisão de continuar financiando o governo brasileiro depende, afinal, do mercado. A confiança do mercado será maior quando o setor público for capaz de operar com menor desequilíbrio financeiro. A aprovação de uma boa reforma da Previdência, com economia significativa nos próximos dez anos, é condição essencial para isso. Ainda faltarão outras providências. O País precisa de um orçamento mais flexível e de uma reforma tributária, mas a mudança das aposentadorias é a tarefa mais urgente.  

Enquanto se discutem medidas para a recuperação das finanças governamentais, a dívida pública se torna mais pesada. Em março, a dívida bruta do governo geral – da União, dos Estados e dos municípios – atingiu o valor de R$ 5,41 trilhões, soma correspondente a 78,4% do PIB, com aumento de 0,9 ponto porcentual em relação ao nível de fevereiro.  Essa dívida é calculada pelo critério de Brasília, sem inclusão de papéis do Tesouro sob controle do BC. Pelo critério do Fundo Monetário Internacional (FMI), a dívida bruta do governo geral brasileiro já passa dos 80% do PIB e avança rapidamente para os 90%.  Esses números, muito ruins por qualquer dos critérios, são acompanhados por investidores e analistas no País e no exterior e podem afetar o movimento de capitais para dentro ou para fora do Brasil. Um surto de pessimismo pode ser desastroso. 

 Editorial - O Estado de S. Paulo


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Desta vez, Dilma se superou na capacidade de ultrapassar qualquer recorde negativo – ela sempre consegue piorar o impiorável



Tesouro, Previdência e BC têm rombo de R$ 12,2 bi em outubro
É o pior resultado já registrado para o mês desde o início da série histórica, iniciada em 1997
Governo Central registra déficit recorde para outubro
É o pior resultado já registrado para o mês desde o início da série histórica em 18 anos

As contas públicas voltaram a apresentar resultado negativo em outubro. O Ministério da Fazenda informou, nesta quinta-feira, que o governo central (composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou déficit primário de R$ 12,279 bilhões. Isso significa que a equipe econômica não conseguiu poupar nenhum centavo para o pagamento de juros da dívida pública. Esse é o pior resultado já registrado para o mês desde o início da série histórica, iniciada em 1997.

No acumulado do ano, o rombo do governo central chega a R$ 33,1 bilhões. O valor também é recorde. O pior número que havia sido observado até agora, era um déficit primário de R$ 11,630 bilhões entre janeiro e outubro de 2014. 

O fraco desempenho das contas de outubro se deveu a uma combinação de forte queda na arrecadação e alta nas despesas. De acordo com relatório divulgado hoje, a receita líquida (que já desconta os repasses feitos para estados e municípios) recuou R$ 13,9% e fechou o mês em R$ 86,796 bilhões. Já as despesas subiram 2,9%, ficando em R$ 99,075 bilhões.

No ano, os dados mostram que houve queda tanto na arrecadação quanto nos gastos. No entanto, as receitas caíram mais fortemente. Elas tiveram uma retração de 5,6%, somando R$ 878,883 bilhões. Já das despesas foram reduzidas em 3,3%, chegando a R$ 911,888 bilhões.

No período acumulado em 12 meses fechados em outubro, o governo central apresenta um déficit primário de R$ 39,1 bilhões, ou 0,68% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país). Esse também é um recorde histórico. Diante da deterioração fiscal, o governo já encaminhou ao Congresso uma proposta para alterar a meta fiscal de 2015. Ela prevê que o setor público terminará o ano com um déficit de R$ 48,9 bilhões (0,85% do PIB). Considerando apenas o governo central, o rombo previsto é de R$ 51,8 bilhões (0,9% do PIB). Já estados e municípios têm estimativa de superávit primário de R$ 2,9 bilhões (0,05% do PIB). 

A proposta também traz uma cláusula de abatimento pela qual o resultado do setor público poderá ficar negativo de R$ 120 bilhões caso haja frustração de receitas e o governo pague ainda em 2015 todo o estoque das pedaladas fiscais (atrasos nos repasses de recursos do Tesouro para bancos públicos ocorridos nos últimos anos).  

O texto, no entanto, ainda não recebeu o aval do Congresso. Se a nova meta não for aprovada, será preciso fechar o ano com a meta que está em vigor oficialmente, mas que não é mais factível. Ela prevê um superávit primário de R$ 66,3 bilhões (1,19% do PIB) para o setor público, sendo R$ 55,3 bilhões (0,99% do PIB) para o governo central e R$ 11 bilhões (0,2% do PIB) para estados e municípios. 

Fonte: O Globo



quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Governo analisa cenário de receitas para definir corte na meta, diz Barbosa – Governo no desespero deve parar tudo, inclusive o já parado PACo



Segundo o ministro do Planejamento, não há número consolidado neste momento; há a possibilidade de o governo realizar um abatimento com despesas do PACo
Em meio à expectativa sobre a redução da meta fiscal para este ano, o ministro do Planejamento e integrante da junta orçamentária, Nelson Barbosa, afirmou hoje que o governo está avaliando os cenários de receitas em 2015 para definir o tamanho do corte que deverá ser realizado na meta fiscal. Há a possibilidade ainda de o governo realizar um abatimento com despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PACo).

"A gente não tem nenhum número consolidado neste momento, porque depende das hipóteses que fazemos sobre a receita. O que está sendo analisado agora é justamente isso, qual o cenário de receita que a gente tem daqui até o final do ano e se esse cenário é muito diferente do que estava previsto anteriormente. E, a partir disso, vamos reavaliar ou não o cenário fiscal",
disse Barbosa, ao deixar reunião com o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto.

Dois integrantes da área econômica não descartaram a possibilidade de o déficit primário do Governo Central (que reúne as contas do Tesouro, INSS e Banco Central) chegar a R$ 70 bilhões.

No relatório que está na Comissão Mista de Orçamento, há a previsão de receitas extraordinárias com a abertura de capital da Caixa Seguridade e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). A Caixa já adiou a operação e não marcou uma nova data. O ministro acredita que o governo tomará uma decisão até o fim da semana. "Nossa expectativa é de que saia até sexta-feira, porque tem um projeto de lei em análise na Comissão Mista de Orçamento e os parlamentares e relatores estão aguardando essa reavaliação do governo para incorporar ou não em seu relatório", frisou. 

Sobre uma alteração na meta do próximo ano, o ministro preferiu se ater a 2015 e às decisões que o governo precisa tomar ainda este ano, mas frisou a importância de 2016. Na avaliação de Barbosa, é preciso focar na queda das receitas e nos encaminhamentos que o Tribunal de Contas da União (TCU) dará sobre o pagamento de equalização de taxa de juros. "O foco está em 2015. Não que 2016 não seja importante, é muito importante, porque nossa direção continua sendo a mesma, de recuperar a capacidade fiscal do governo produzir resultados primários num nível suficiente para estabilizar a dívida pública, mas no contexto atual macroeconômico essa recuperação é mais lenta do que se esperava inicialmente", ressaltou.

Previdência. Após reunião com o Rossetto, Barbosa reafirmou que o governo está estudando novas mudanças na Previdência Social. Segundo ele, entre os pontos que estão em análise está a previdência rural. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, incluiu, no mês passado, este tema em seus discursos. "Vamos retomar trabalhos para apresentar novas propostas que vão melhorar a situação fiscal da Previdência", disse. O ministro frisou ainda que o governo não decidiu se irá vetar as mudanças feitas pelo Congresso na Medida Provisória que estabeleceu a regra 86/95 para a Previdência Social.

De acordo com ele, a reunião com Rossetto foi para estabelecer um plano de trabalho neste sentido. "A reunião de hoje foi para estabelecer um plano de trabalho do governo para retomar esse trabalho nos próximos dias, inclusive para apresentamos as diretrizes", finalizou.

Fonte: O Estado de São Paulo