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terça-feira, 15 de junho de 2021

Coronavírus: dor de cabeça e corrimento nasal são sintomas associados à variante Delta

Relator Calheiros se junte ao 'drácula', ao Omar e àquele senador do AC - o Rodrigues - e responsabilize o presidente Bolsonaro pela variante Delta

Embora os infectados possam não se sentir muito doentes, podem ser contagiosos e colocar outras pessoas em risco

Dor de cabeça, dor de garganta e coriza são agora os sintomas mais comumente relatados por quem tem covid-19 no Reino Unido, onde a variante Delta do novo coronavírus é predominante.  O professor Tim Spector, que dirige o estudo Zoe Covid Symptom, no Reino Unido, diz que essa cepa pode se parecer "mais como um resfriado forte" para os jovens.

Embora os infectados possam não se sentir muito doentes, podem ser contagiosos e colocar outras pessoas em risco. Qualquer pessoa com sintomas de covid-19 é orientada a fazer um teste.

Segundo o NHS, serviço de saúde pública no Reino Unido, os sintomas 
clássicos são:
- tosse;
- febre;
- perda de olfato e paladar .

Mas Spector diz que esses sintomas se tornaram menos comuns, com base nos dados que a equipe do Zoe tem recebido de milhares de pessoas que registraram seus sintomas em um aplicativo. "Desde o início de maio, observamos os principais sintomas, e eles não são os mesmos", diz ele.  A mudança parece estar ligada ao aumento da variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia e agora responsável por 90% dos casos de covid no Reino Unido. Os primeiros casos no Brasil foram registrados no final de maio.

A febre permanece bastante comum, mas a perda do olfato não aparece mais entre os dez principais sintomas, diz Spector. "Essa variante parece estar funcionando de maneira um pouco diferente", diz ele.  "As pessoas podem pensar que acabaram de pegar algum tipo de resfriado sazonal e ainda irem a festas. Elas podem espalhar o vírus para outras seis pessoas. Achamos que isso está alimentando grande parte do problema", afirma Spector. "A mensagem aqui é que, se você for jovem, terá sintomas mais leves de qualquer maneira. Pode parecer apenas um forte resfriado ou alguma sensação estranha, mas fique em casa e faça um teste."

No que ficar de olho
Da mesma forma, o estudo React, do Imperial College, de Londres, que contou com mais de 1 milhão de participantes na Inglaterra, apontou que, quando a variante Alpha era dominante, havia uma ampla gama de sintomas adicionais ligados à covid-19. Calafrios, perda de apetite, dor de cabeça e dores musculares foram os problemas mais associados à infecção, ao lado dos sintomas clássicos.

"Esses outros sintomas podem ter outra causa e não são, por si só, um motivo para fazer um teste. Mas se você estiver preocupado com seus sintomas, procure orientação médica", diz a entidade.

Correio Braziliense


sábado, 4 de abril de 2020

Até quando? As previsões de especialistas para o fim do isolamento - VEJA

Há imensa ansiedade para a volta à normalidade possível — cientistas indicam pelo menos mais um mês, desde que o isolamento seja respeitado à risca

Parece uma eternidade, e não se passaram mais de vinte dias desde que o governo do Estado de São Paulo decretou, pioneiramente no Brasil, severas medidas de distanciamento social para combater a pandemia de Covid-19. A partir daí, o país parou, com algumas distinções em cada região — congelamento necessário, imposto pelo mantra que atravessa o mundo, ancorado em três palavrinhas mandatórias: fique em casa. E é para ficar mesmo. Mas até quando teremos de estar confinados? Ou, em outros termos: quando conseguiremos retomar o cotidiano de modo relativamente normal, sem riscos para a saúde, mas em ritmo que autorize ar respirável e luz para a economia? Não há, evidentemente, uma resposta clara, muito menos única.

No entanto, a curva de casos, mortes e, sobretudo, recuperações em países que chegaram antes ao drama, além de vastos estudos de epidemiologia e projeções matemáticas, oferece um cauteloso — cauteloso, insista-seotimismo.

Um modo inaugural de enxergar alguma saída é olhar para a região de Hubei, na China, epicentro do espraiamento do coronavírus, identificado pela primeira vez logo depois do Natal de 2019, então como “uma pneumonia atípica de causa desconhecida” e que, na quinta-feira 2, tinha alcançado a triste marca de mais de 1 milhão de casos, 8 000 deles no Brasil. Em 23 de janeiro, a cidade mais populosa do condado chinês — Wuhan — entrou em um processo chamado de “isolamento sanitário”. Tudo fechou — ruas, escolas, estabelecimentos comerciais. Em 24 de março, depois de exatos dois meses, a pétrea decisão foi levantada.




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Embora seja compulsório registrar as diferenças: a ditadura mandou prender quem ousasse abrir a porta para a rua; havia testes em profusão, separando sãos de enfermos; e deu-se, é sempre bom sublinhar, uma exibição da extraordinária capacidade de movimentação oriental, que ergueu em apenas dez dias um hospital com 1 600 leitos. Ainda assim, apesar das evidentes discrepâncias, trata-se de um bom espelho. [além da lentidão típica dos burocratas brasileiros, alguns conseguem ser pior que outros.
Em Goiânia, entregaram um hospital de campanha em apenas oito dias.
Já em Brasília, na segunda, 31/3, o secretário de Saúde do governo Ibaneis informou que o estádio Mané Garrincha seria adaptado para receber pacientes - ontem, 3/4, conseguiram liberar o edital para escolher quem vai construir. Isso apesar da operosa Câmara Legislativa do DF = aquela que abriga os distritais = ter declarado calamidade pública no DF.
Com muita sorte, talvez no começo de maio, comedem a construção.]

Outros cenários, baseados em levantamentos rigorosos, entregam diferentes alternativas — bem mais sinistras. Há, grosso modo, duas perspectivas fundamentais no campo dos estudos de respeitadas instituições sobre o Brasil — uma em relação ao tempo de quarentena e a outra relativa ao número de óbitos. 

A primeira, desenhada por grupos como o da Universidade Simon Fraser, do Canadá, ao medir o vaivém virótico de uma cidade grande, Vancouver, adverte que são necessários ainda seis meses de vigília no Brasil, dado o tipo de quarentena costurado por aqui (algo em torno de 60% das pessoas com restrição de circulação). Detalhe: se isso for verdade, pulverizará nossa economia. 

O outro trabalho, dos cientistas do Imperial College, de Londres, ao focar a régua de mortes, sobretudo, e menos a linha temporal, é ainda mais assustador. Para eles, sem distanciamento social, haveria mais de 1 milhão de falecimentos no Brasil. Com restrições à locomoção de 45% da população, o pico iria a 627 000. Isolando-se 60% dos idosos, a 529 000. Com 75% em casa e aplicação massiva de testes, seriam 44 000 mortos.

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Um de seus pares, também da USP, Esper Kallás, afirma que o exagerado zelo na largada é imperioso em situações inéditas como a do surto atual. “Faltavam-nos dados precisos, e as referências, como as da China, poderiam não se aplicar ao Brasil”, explica ele.

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Não por acaso, adequadamente, o Ministério da Saúde anunciou — à falta de testes, que precisam ser importados — um serviço de ligações telefônicas, alimentadas por inteligência artificial, de modo a distinguir as ditas “zonas quentes” de outras menos ameaçadoras. Desde 1º de abril, 125 milhões de brasileiros estão recebendo chamadas telefônicas com perguntas sobre a existência (ou não) de sintomas. Um colossal banco de dados indicará onde serão necessárias ações incisivas de equipes de saúde para evitar que o vírus se espalhe (ainda) mais. É a aposta do lado consciente do governo federal. E é boa. 



 TRISTEZA – O Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo: estudo inglês alerta para até 1 milhão de mortos no país Andre Penner/ap/.    

Em futuro breve, a Covid-19 pode se tornar o que é a gripe hoje — um flagelo controlável, recorrente no inverno. Se tivéssemos permitido que a pandemia seguisse seu curso natural, sem intervenção, ela acabaria, talvez definitivamente, em cerca de doze meses, mas deixaria milhões de mortos, como aconteceu quando da gripe espanhola, que ceifou 50 milhões de vidas em 1918. Ninguém deseja esse cenário — e o preço, que fere a economia global, mergulhada na pior crise desde a II Guerra, é ficar em casa. Calmamente, como um velho marinheiro.

Colaborou Edoardo Ghirotto
Publicado em VEJA,  edição nº 2681,  de 8 de abril de 2020

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