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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

INsegurança Pública no DF; Ceilândia [cidade do DF] registra três homicídios em uma hora nesta quinta-feira


Todas as vítimas eram homens, segundo a Polícia Civil. Até as primeiras horas desta manhã, apenas um autor havia sido preso

Ceilândia teve pelo menos três registros de homicídio durante a madrugada desta quinta-feira (20/2). As vítimas, segundo a Polícia Civil, são homens. Até as primeiras horas da manhã, apenas um autor foi preso. [o governador Ibaneis se jacta de que tem controle sobre a Segurança Pública do DF.
Só este ano mais de 40 pessoas foram assassinadas no DF. Na primeira semana de fevereiro, foram assassinadas 17 pessoas.
O governador está preocupado com a possibilidade de seu secretário de Segurança, baixar a nota da segurança pública de Brasília -  que em avaliação anterior aquela autoridade deu nota 8 - para  1 ou 2.
E, quando a vitima consegue sobreviver ainda sofre para ter atendimento médico. Um rapaz levou uma facada no Recanto das Emas, a faca quebrou e ficou em suas costas, a milímetros da coluna e ele teve que esperar 44 horas por atendimento médico.]


O primeiro caso aconteceu na EQNM 2/4 Bloco D, por volta da meia-noite. Investigadores da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro) foram acionados e confirmaram o óbito. [esse homicídio aconteceu a poucos metros da 15ª  Delegacia de Polícia; 
o assassino desceu do carro que parou a alguns metros da vítima, o carona desceu, aproximou-se da vítima e efetuou dois disparos à queima-roupa. câmeras  de segurança filmaram a ação.] A suspeita é de que o homem tenha sido atingido por disparos de arma de fogo. Minutos depois, na QNN 1, outra vítima foi encontrada. 

O terceiro homicídio aconteceu por volta da 1h. Um homem foi esfaqueado em frente a um bar, na EQNO 1/3. Testemunhas contaram à polícia que autor e vítima estavam juntos, acompanhados de um grupo, bebendo. De repente, os dois teriam começado a discutir e, em seguida, um esfaqueou o outro. A vítima tinha 45 anos e morreu na hora. O autor, de 32 anos, foi preso em flagrante e encaminhado para a 24ª Delegacia de Polícia (Setor O), onde o crime é investigado. [no inicio da manhã, mais um assassinato foi cometido em Samambaia. O matador desceu de um carro e atirou na sua vítima que estava em outro carro e teve morte imediata.] 

Cidades - Correio Braziliense



domingo, 22 de setembro de 2019

INsegurança pública no DF - Vítima de latrocínio, padre polonês de Paróquia na 702 Norte é estrangulado

Objetos da Paróquia Nossa Senhora da Saúde foram roubados e o caseiro foi amarrado e sofreu escoriações nas mãos e nos braços

Na noite deste sábado (21), o padre polonês Kazimierz Wojno, 71 anos, mais conhecido como Casemiro, da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, localizada na 702 Norte, foi estrangulado. Segundo informações da Polícia Militar do Distrito Federal, ele foi vítima de latrocínio, roubo seguido de morte. [não é uma paróquia  localizada na periferia e sim no centro de Brasília, coração do Plano Piloto - antigamente, antes dos governadores Agnelo, Rollemberg e Ibaneis,  área nobre de Brasília,  DF.]

Diversos objetos da Igreja foram roubados e o religioso foi encontrado com pés, mãos e pescoço amarrados. O caseiro José Gonzaga da Costa, 39, foi amarrado no local e conseguiu pedir socorro. Ele sofreu escoriações nos braços e nas mãos e foi transportado, estável e orientado, pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Regional da Asa Norte.

[até quando teremos que suportar a INsegurança pública no DF e o CAOS na Saúde, deficiências que tem sido o ponto forte do governo Ibaneis? 

A Polícia do DF, seja a militar ou a civil, nada pode fazer devido a crônica e absurda carência de efetivos, equipamentos, viaturas, etc.

A PM-DF sem recursos (especialmente efetivo) poderia em substituição a declaração do porta-voz - quando a imprensa questiona a corporação sobre o aumento de crimes - utilizar  uma placa com os dizeres:

" a Polícia Militar do DF faz rondas constantes." - afinal, é sempre essa a única explicação que a PM pode apresentar, visto que aumento de efetivo só se faz com realização de concurso público, convocação dos aprovados, curso de formação = anúncio que vai realizar concurso para aumentar efetivo, não assusta bandido.

Governador, quantos precisam morrer assassinados por bandidos,  ou pela ineficiência do atendimento da Saúde Pública para que o senhor entenda que Saúde, Segurança e Educação são essenciais.?]

Há quem diga que Casemiro vinha reclamando da insegurança no local há um bom tempo. Não foi a primeira vez que a Paróquia Nossa Senhora da Saúde foi alvo de roubo. Em abril deste ano, em pleno domingo de Páscoa, o sacrário da casa, estimado em torno de R$ 20 mil, foi furtado e encontrado três dias depois sendo negociado em um ferro-velho em Samambaia. O objeto usado para guardar as hóstias consagradas estava amassado, riscado e faltando um pedaço.

Em nota, a Arquidiocese de Brasília lamentou a morte do padre Casemiro e informou acompanhar o caso. De acordo com a entidade, o religioso tem 46 anos de sacerdócio. "Convidamos a todos para participarem do velório e da missa e exéquias na Paróquia N. Sra. da Saúde, em horários a serem divulgados tão logo possível", frisou o texto.

Correio Braziliense 


segunda-feira, 11 de junho de 2018

INsegurança Pública no DF - Polícia acredita em cooperação para dificultar investigação de linchamento

Victor Martins Melo, 16 anos, foi espancado até a morte durante uma festa no Parque da Cidade. Grupo seria ligado a uma jovem que teve o celular roubado em festa 

Policiais da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) acreditam que os responsáveis pelo linchamento de Victor Martins Melo, 16 anos, possam ser colegas ou pessoas próximas à dona do celular roubado. A vítima foi espancada até a morte durante uma festa realizada sem autorização no Parque da Cidade, em 26 de maio. Entre as testemunhas ouvidas até agora, ninguém se mostrou disposto a colaborar com a investigação. Depoimentos desencontrados, versões contraditórias e relatos diferentes sobre a dinâmica do crime reforçam a ideia de que exista uma cooperação para dificultar a identificação dos suspeitos. Quinze dias após o massacre, ninguém foi preso.

A maior dificuldade da polícia é ter acesso a imagens que mostrem o espancamento supostamente cometido após confundirem o adolescente com um ladrão de celular. Pelo menos 20 jovens estariam envolvidos no assassinato. Eles mataram Victor a socos, pontapés, facadas e garrafadas. O delegado adjunto da 1ª DP, Ataliba Neto, contou que vídeos circulam por um aplicativo de mensagens instantâneas no celular, mas os agentes ainda não conseguiram ter acesso às filmagens. No Facebook, um jovem comentou, ontem, que, no dia da festa, viu um grupo de 15 pessoas saindo do parque com ferro e paus. “Liguei para o 190, mas, infelizmente, acharam que era trote”, escreveu. A Polícia Militar informou que não localizou o chamado.

Para o delegado, parte do grupo ligado à dona do celular pode estar omitindo informação. “Tudo leva a crer que mataram uma pessoa inocente, mas, até agora, não temos os autores. Não recebemos nenhum vídeo. Quem estava lá disse que não viu o momento do espancamento e quem viu diz que não sabe quem são os participantes. Como vamos fazer um monitoramento nas redes sociais se não temos o nome dos envolvidos?”, questionou.

Victor tinha ido à festa na companhia de pelo menos sete colegas — três deles eram primos. “Dois dos meninos tinham ido com a intenção de furtar celular, mas, pelo que contaram, o Victor não sabia disso. Um deles, de 16 anos, foi o responsável pela subtração. Na hora, a vítima estava andando com esse adolescente, mas um pouco atrás. Tudo leva a crer que ele foi morto por engano”, reforçou o investigador. “Alguém deve ter visto e achado covardia. Alguém conhece essas pessoas, testemunhou alguma coisa, mas estamos em busca de quem traga isso”, acrescentou.
 
Barbárie
O massacre de Victor teve incentivo. Muitos gritaram: “Pega!”, “Finaliza!”, “Mata!”, acompanhados de inúmeros palavrões dirigidos à vítima. A festa Cala a Boca e me Beija não tinha segurança privada nem equipe de enfermeiros e socorristas. Aconteceu de forma ilegal, sem alvará nem aviso às autoridades públicas. Desde 28 de maio, o Correio tenta entrevista com uma das jovens, que, nas redes sociais, aparecia como organizadora do evento que reuniu 1,5 mil pessoas. Em 30 de maio, ela atendeu à reportagem. Disse que só divulgou a festa na página pessoal porque trabalha como promoter, mas, depois do contato, apagou todas as mensagens sobre a confraternização. A página oficial no Facebook também foi excluída.

Nesse domingo (10/6), o Correio voltou a ligar para ela. Das quatro tentativas, a jovem atendeu a uma. Quando a reportagem se identificou, a garota desligou. Depois, recusou outras duas chamadas. Foi enviada uma mensagem no celular dela, também ignorada.
A Polícia Militar informou que, constantemente, ocorrem eventos no Estacionamento 11 do Parque, combinados por meio das redes sociais e que reúnem “centenas de pessoas em pouco tempo”. Segundo a corporação, militares realizam abordagens, mas, no dia da Cala a Boca e me Beija, o efetivo estava concentrado em outras duas festas de grande porte. “Ao serem acionados, policiais foram deslocados até o local, mas, infelizmente, a tragédia havia acontecido”, acrescentou a PM.
 

DENUNCIE:

197Serviço telefônico da Polícia Civil para denúncias
Denuncie Quem tiver informações sobre os autores do linchamento no Parque da Cidade pode denunciar. Não é obrigado a revelar a identidade. A Polícia Civil tem quatro meios para os relatos, além do telefone 197. São eles:
site
www.pcdf.df.gov.bre-mail:
  denuncia197@pcdf.df.gov.br
         Telefone: 197
WhatsApp 98626-1197
 

terça-feira, 22 de agosto de 2017

INsegurança Pública no DF: mais uma greve da Polícia Civil

Polícia Civil decide hoje se cruza os braços a partir de amanhã

Executivo local reforça que, neste ano, não tem dinheiro para pagar o reajuste salarial pleiteado pelos agentes

 Policiais civis podem entrar em greve ou interromper serviços essenciais para a população a partir de amanhã. Em uma assembleia com indicativo de greve, marcada para as 14h de hoje, a categoria deve decidir o que fazer para pressionar o governo a conceder o reajuste salarial pleiteado desde o ano passado. Eles reivindicam a manutenção da paridade salarial com a Polícia Federal, que conseguiu reajuste de 37% parcelado em três anos.

Na semana passada, policiais civis se reuniram com o chefe da Casa Civil, secretário Sérgio Sampaio; a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos; o secretário interino de Fazenda, Wilson de Paula, além dos deputados distritais e agentes da Polícia Civil Wellington Luiz (PMDB) e Claudio Abrantes (sem partido) e o deputado federal Roney Nemer (PP-DF). O deputado distrital Wasny de Roure mandou representante. Durante o encontro, o Executivo local confirmou a dificuldade de atender a reivindicação até o próximo ano, último ano do mandato do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). No entanto, a Casa Civil destacou que, caso surgisse uma nova fonte de receita contínua, as negociações poderiam ser retomadas. Em nota, o órgão reforçou que, “diante da situação econômica local e federal, não será possível propor reajuste à categoria até o próximo ano.” Acrescentou que “reconhece a importância da corporação para a manutenção da segurança pública no DF e todo o trabalho desenvolvido pela categoria em prol da população brasiliense e, por isso, conta com a compreensão dos servidores diante do momento econômico delicado pelo qual o DF e todo o país passam atualmente.”
 
Inflação
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol), Rodrigo Franco, refuta a dificuldade em caixa. Segundo ele, enquanto todas as categorias do DF e do governo federal tiveram os salários reajustados, a Polícia Civil ficou sem receber a recomposição. “O governador voltou a dizer que não vai cumprir a manutenção da paridade, porque não tem condições de oferecer nenhuma proposta até o ano que vem, mas não nos conformamos, porque existe dinheiro do Fundo Constitucional que deve ser usado, prioritariamente, para a segurança pública”, argumentou.

O presidente do Sinpol ressaltou que o orçamento do Fundo Constitucional deste ano ficou na ordem de R$ 13 bilhões e destacou que, no próximo ano, haverá acréscimo de 3,8%. “Esse aumento comportaria o reajuste da Polícia Civil. Nós tivemos perdas inflacionárias de cerca de 50% nos últimos anos”, reclamou.
 

Para saber mais

Sob pressão

São sucessivas as paralisações e greves dos policiais civis para pressionar o GDF. No ano passado, a categoria deflagrou a Operação PCDF Legal e interrompeu investigações, funcionamento de delegacias fora do horário comercial e fechamento de unidades. Além disso, delegados e agentes com posições de destaque entregaram os cargos. A categoria pleiteia a manutenção da paridade com a Polícia Federal e quer os mesmos 37% de reajuste em três anos. 
 
Fonte: Correio Braziliense
 
 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

INsegurança Pública no DF: Assessora do ministro Torquato Jardim, da Justiça, é vítima de sequestro relâmpago

O crime iniciou na Asa Sul - coração do Plano Piloto e que já foi considerada área nobre de Brasília - e a vítima foi abandonada em Águas Lindas de Goiás (GO)

Uma assessora direta do Ministro da Justiça sofreu sequestro relâmpago na noite desta terça-feira (15/8), na Asa Sul. O caso ocorreu por volta das 20h, quando a vítima estacionava o carro em frente a um bloco comercial da 408 Sul. Ela foi surpreendida por dois homens, que a obrigaram a seguir viagem e repassar a senha da conta bancária. Após duas horas de tensão, ela foi abandonada em um terreno baldio em Águas Lindas de Goiás (GO), cidade distante 55 km de Brasília. 

A vítima informou à polícia que após destravar as portas do carro, um homem entrou no banco da frente e outro no banco de trás. Segundo consta no boletim de ocorrência, um deles portava uma faca e orientou a mulher a não ter nenhuma reação, muito menos gritar por socorro. "Vamos levar você e seu carro. Isso é um sequestro relâmpago", teria dito o bandido à vítima. 

Após isso, um dos bandidos assumiu a direção do veículo. Ele seguiu pela Via Estrutural, passando por Taguatinga, Ceilândia, até chegar em Águas Lindas de Goiás (GO). A dupla exigiu a senha da sua conta bancária. Primeiro eles passaram em um caixa rápido, mas não conseguiram sacar nenhuma quantia. Depois, eles seguiram para um shopping da cidade, onde conseguiram efetuar o saque. A vítima permaneceu no carro durante todo o tempo sendo ameaçada com a faca.

Depois de conseguir tirar R$800, os bandidos abandonaram a mulher, por volta das 22h, próximo ao Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-070. Eles seguiram com o carro, um Honda Fit, cor preta, e o celular da vítima.  A 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) investiga o crime. Até o momento, ninguém foi preso. 
 
Fonte: Correio Braziliense 
 
 

 

sexta-feira, 14 de julho de 2017

INsegurança Pública no DF - proporcionalmente, o DF é mais violento que o Rio

Duas pessoas morrem a cada três dias vítimas de arma de fogo no DF

Levantamento inédito do Samu, a pedido do Correio, mostra que os hospitais do DF receberam 276 vítimas de arma de fogo em 2016, contra 250 no ano anterior, o que representa um aumento de 10,4%

Após um ano em queda, os números de vítimas de arma de fogo voltaram a subir no Distrito Federal. No ano passado, os hospitais públicos da capital receberam 276 pessoas com perfuração provocada por tiro. Em 2015, foram 250. Em comparação, o aumento é de 10,4%. As mortes à bala cresceram 5,5% de um ano para o outro, passando de 486 para 513. A discrepância entre internações e óbitos se deve ao fato de a maioria das vítimas de disparo morrerem antes de receber atendimento médico. Os dados foram levantados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a pedido do Correio.

A tendência de alta continua em 2017. Só no primeiro quadrimestre do ano — balanço mais recente —, o Samu socorreu 170 pessoas alvos de arma de fogo. O índice representa 61% do total registrado em 2016. De janeiro a abril último, 138 morreram baleados. Com base nos casos anotados pelas equipes do Samu, entre 2014 e 2016, 894 necessitaram de socorro de emergência após serem baleados. No mesmo período, 1.630 pessoas morreram após serem alvejadas na capital federal. Só no ano passado, foram 513. Isso significa que, a cada um dia e meio, um brasiliense perdeu a vida vítima de arma de fogo. Ou seja, duas vítimas a cada três dias.

A violência permanece assombrando os brasilienses. Ao menos três crimes com armas de fogo ocorreram nas últimas duas semanas, em pontos diferentes do DF. O DJ Yago Sik, 23 anos, morreu com dois tiros após uma festa no Conic. Johangel Sckully Ferreira, 20, foi assassinada com um tiro no rosto, na porta de casa, em São Sebastião. O empresário Lessandro Vilela Borba, 38, não resistiu ao disparo na nuca, no Recanto das Emas.

Familiares de Johangel se reuniram no Cemitério Campo da Esperança, terça-feira, para sepultar a jovem, morta domingo. Valdeci Santos, 52 anos, um agiota conhecido na região, é apontado pelos investigadores como autor do tiro fatal. Ao chegar à casa da vítima, ele a chamou pelo nome e, quando ela abriu o portão, disparou à queima-roupa. Ela morreu na hora. “Essa violência desenfreada tem que acabar. Um parente nosso se tornar alvo de arma de fogo é uma tragédia. Onde estão as autoridades de segurança, cadê a compaixão?”, desabafou uma parente de Johangel, que pediu para não ser identificada.

Desde o crime, pouca é a movimentação na casa onde a jovem morava, na Quadra 11 do Morro Azul, em São Sebastião. “Ainda estamos assustados. Não sabemos direito o que teria motivado essa crueldade”, completou a parente. A família é resistente à entrevista e o contato até mesmo com vizinhos está ligeiro. “Queremos evitar comentários. Estamos com medo”, ponderou a mulher. Johangel deixou uma filha de 5 meses.

Subestimados
Integrante do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de Brasília (UnB), Maria Stela Grossi Porto alerta para a onda de violência. Ela diz haver falhas na falta de combate ao mercado paralelo de armas e na ausência de diálogo, que deu lugar a situações extremas para resolver conflitos. “Já houve pesquisa e estatística suficientes para mostrar esses problemas, que parecem não preocupar as autoridades públicas”, critica a especialista.

Maria Stela diz que o poder público não avançou após a criação do Estatuto do Desarmamento, sancionado há 14 anos. “Esses índices, embora sejam preocupantes, não têm feito com que a sociedade se mobilize ou passe a exigir um maior controle das armas, que o estatuto do desarmamento seja respeitado. Ao lado dessa discussão, temos outra perspectiva, a defesa de algumas autoridades ao uso desregrado de armas de fogo”, comenta.

A Secretaria de Saúde admite a possibilidade de uma subnotificação dos casos. Isso acontece porque, no banco de dados da pasta, o preenchimento de códigos, como para arma de fogo, não é obrigatório no Prontuário Eletrônico. Esse tipo de identificação é secundária ou associada, ressalta a secretaria, por meio de nota. Além da falha nos cadastros da Secretaria de Saúde, a Secretaria de Segurança Pública e o Corpo de Bombeiros não contabilizam os casos.  A Secretaria de Saúde não soube precisar o custo desses atendimentos e os impactos no orçamento. “As internações em enfermarias e prontos-socorros têm um custo universal, não sendo detalhado por especialidade. Deste modo, não temos o dado filtrado”, alegou, também por meio da assessoria de comunicação.

Armas recolhidas
Ninguém do Executivo local quis dar entrevista. A Secretaria de Segurança informou apenas, por meio de nota, que as polícias retiraram das ruas do DF, nos últimos três anos, 6,6 mil armas de fogo. Neste ano, até junho, os agentes de segurança apreenderam 1.076 armas — 50,8% do total recolhido em 2016, quando houve 2.116 apreensões.


Para saber mais

Números de guerra
Um levantamento das secretarias estadual e municipal de Saúde do Rio de Janeiro mostra que, de janeiro a março deste ano, 1.198 pessoas foram socorridas nos hospitais públicos da capital carioca com esse tipo de ferimento. O número representa 33% dos 3.729 casos de 2016. Em média, são atendidas 13 pessoas baleadas por dia.
O Brasil ocupa a 10ª posição no ranking dos países que mais matam com armas de fogo, de acordo com o Mapa da Violência 2016. Pesquisa da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) afirma que o país teve 44.861 mortes dessa modalidade em 2014, um pouco mais que os acidentes de trânsito (44.823) e quatro vezes mais que as mortes em decorrência da aids (12.534).
 
Fonte: Correio Braziliense