Polícia Civil decide hoje se cruza os braços a partir de amanhã
Executivo local reforça que, neste ano, não tem dinheiro para pagar o reajuste salarial pleiteado pelos agentes
Policiais civis podem entrar em greve ou interromper serviços
essenciais para a população a partir de amanhã. Em uma assembleia com
indicativo de greve, marcada para as 14h de hoje, a categoria deve
decidir o que fazer para pressionar o governo a conceder o reajuste
salarial pleiteado desde o ano passado. Eles reivindicam a manutenção da
paridade salarial com a Polícia Federal, que conseguiu reajuste de 37%
parcelado em três anos.
Na
semana passada, policiais civis se reuniram com o chefe da Casa Civil,
secretário Sérgio Sampaio; a secretária de Planejamento, Orçamento e
Gestão, Leany Lemos; o secretário interino de Fazenda, Wilson de Paula,
além dos deputados distritais e agentes da Polícia Civil Wellington Luiz
(PMDB) e Claudio Abrantes (sem partido) e o deputado federal Roney
Nemer (PP-DF). O deputado distrital Wasny de Roure mandou representante. Durante o encontro, o Executivo local confirmou a dificuldade de
atender a reivindicação até o próximo ano, último ano do mandato do
governador Rodrigo Rollemberg (PSB). No entanto, a Casa Civil destacou
que, caso surgisse uma nova fonte de receita contínua, as negociações
poderiam ser retomadas. Em nota, o órgão reforçou que, “diante da
situação econômica local e federal, não será possível propor reajuste à
categoria até o próximo ano.” Acrescentou que “reconhece a importância
da corporação para a manutenção da segurança pública no DF e todo o
trabalho desenvolvido pela categoria em prol da população brasiliense e,
por isso, conta com a compreensão dos servidores diante do momento
econômico delicado pelo qual o DF e todo o país passam atualmente.”
O
presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol), Rodrigo
Franco, refuta a dificuldade em caixa. Segundo ele, enquanto todas as
categorias do DF e do governo federal tiveram os salários reajustados, a
Polícia Civil ficou sem receber a recomposição. “O governador voltou a
dizer que não vai cumprir a manutenção da paridade, porque não tem
condições de oferecer nenhuma proposta até o ano que vem, mas não nos
conformamos, porque existe dinheiro do Fundo Constitucional que deve ser
usado, prioritariamente, para a segurança pública”, argumentou.
O
presidente do Sinpol ressaltou que o orçamento do Fundo Constitucional
deste ano ficou na ordem de R$ 13 bilhões e destacou que, no próximo
ano, haverá acréscimo de 3,8%. “Esse aumento comportaria o reajuste da
Polícia Civil. Nós tivemos perdas inflacionárias de cerca de 50% nos
últimos anos”, reclamou.
Para saber mais
Sob pressão
São
sucessivas as paralisações e greves dos policiais civis para pressionar
o GDF. No ano passado, a categoria deflagrou a Operação PCDF Legal e
interrompeu investigações, funcionamento de delegacias fora do horário
comercial e fechamento de unidades. Além disso, delegados e agentes com
posições de destaque entregaram os cargos. A categoria pleiteia a
manutenção da paridade com a Polícia Federal e quer os mesmos 37% de
reajuste em três anos.
Fonte: Correio Braziliense
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