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terça-feira, 6 de outubro de 2015

Ministra do TSE contraria PT e Janot, e MP e PF terão de investigar contas de Dilma



Falhou a tentativa do PT de impedir que a PF e o Ministério Público investiguem as contas de campanha de 2014 de Dilma Rousseff.  A ministra do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Maria Thereza de Assis Moura negou nesta terça-feira um recurso do PT que pedia que o tribunal anulasse uma decisão do ministro Gilmar Mendes, que determinou a investigação.

Esse é aquele caso, lembram-se?, em que Rodrigo Janot, tomando-se por juiz e professor de direito, afirmou que não cabia investigação, adicionando que a Justiça Eleitoral não deveria se comportar como protagonista na eleição. Em vez de simplesmente dar a sua opinião, atuou como se estivesse redigindo uma sentença. Ele não entendeu que Mendes não estava pedindo nada, mas ordenando, conforme a prerrogativa que o cargo lhe confere.

Assim, ora vejam… Quando a Justiça acha que é preciso investigar, e o Ministério Público faz beicinho, é claro que há algo de errado. Só pra constar: Maria Thereza é uma ministra considerada, vamos dizer, simpática ao PT. Chegou o tribunal pelas mãos de Márcio Thomaz Bastos. Ela foi a relatora da ação movida pelo PSDB que acusa Dilma, na campanha de 2014, de abuso de poder político e econômico e de uso de dinheiro da corrupção na Petrobras. Como relatora, ela votou contra a abertura do processo, mas foi derrotada. Já há quatro votos favoráveis. O julgamento está parado porque Luciana Lóssio, ministra e ex-advogada de Dilma, pediu vista. Na última sessão, quando o julgamento seria retomado, Luciana faltou. Nem ligou nem mandou flores.

A decisão de Maria Thereza é um revés para o PT e para, quem diria???, Rodrigo Janot. Só pra constar: a ação das oposições no TSE é uma coisa; a determinação de Gilmar Mendes, que o PT e Janot tentaram impedir, outra.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo



sábado, 3 de outubro de 2015

PF investiga campanha de Dilma e apreende mensagens de Pessôa


PF apreende mensagens de Ricardo Pessôa e investiga campanha de Dilma


A partir do Whatsapp de empreiteiro da UTC, polícia suspeita que dinheiro da Petrobras possa ter irrigado a campanha da petista 

Entre os milhões de dados captados pela investigação da Operação Lava Jato, a Polícia Federal deparou com um conjunto de diálogos mantidos pelo empreiteiro Ricardo Pessôa, da UTC, por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp. Trata-se de uma conversa de trabalho que, para os investigadores, aponta para um possível depósito de dinheiro saído da Petrobras para o caixa da campanha presidencial de Dilma Rousseff, no ano passado.
Datas e valores coincidem com doações declaradas ao TSE (Foto: reprodução)
Um dos diálogos aconteceu pouco antes das 13 horas de 29 de julho do ano passado pouco depois, segundo a PF, de Ricardo Pessôa ter participado de uma reunião no comitê de campanha de Dilma, em Brasília. Àquela altura, o ex-­diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa já estava preso em Curitiba. Mas o que preocupava Pessôa não era a possibilidade de ir parar em uma cela – ele só seria preso quatro meses depois. Pelo teor das mensagens, a PF suspeita que Pessôa estivesse angustiado com outra coisa. Que o fluxo de seus repasses para o PT coincidisse com o dinheiro desviado da Petrobras, para que ele não tivesse de mexer no próprio caixa.


Após o encontro no comitê, Pessôa acionou o diretor financeiro da UTC, Walmir Santana, pelo WhatsApp. “A pessoa que você tem que ligar é Manoel Araujo. Acertado 2.5 dia 5/8 (ate) e 2.5 ate 30/8”, disse Pessôa. Manoel Araújo era auxiliar do então tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva - saiba mais sobre Manoel Araújo, lendo RENUNCIE DILMA -  atualmente ministro da Secretaria de Comunicação Social. Hoje, Manoel tem uma sala no 2º andar do Palácio do Planalto e é o chefe de gabinete de Edinho. Na resposta, Manoel lembrou Pessôa sobre o atraso no recebimento de “um valor da PB” e sugeriu uma forma de equilibrar os repasses. “RP, posso resgatar o que fizemos de doações esta semana? Tá pesado e não entrou um valor da PB que estava previsto para hoje, mais ou menos 5 milhões.” O chefe autorizou: “Ok pode. Você não resgatou nada ainda certo?”, disse Pessôa. Para os investigadores da Lava Jato, “PB” é uma abreviação para Petrobras e “RP” é Ricardo Pessôa.  O número “2.5”, segundo a PF, coincide com o valor das doações – R$ 2,5 milhões.

Em seus depoimentos colhidos no acordo de delação premiada, homologado pelo Supremo Tribunal Federal, Ricardo Pessôa disse que gastou parte do dinheiro desviado da Petrobras em doações à campanha de Dilma. Afirmou que o então tesoureiro Edinho Silva cobrou essas doações com base nos contratos mantidos pela empreiteira com a estatal. Segundo Pessôa, o comitê petista exigiu R$ 20 milhões. Ele diz, no entanto, que reduziu o repasse para R$ 10 milhões – R$ 5 milhões em cada turno, em duas parcelas de R$ 2,5 milhões cada. As exigências relatadas na conversa por WhatsApp coincidem com as doações da UTC registradas no Tribunal Superior Eleitoral: entraram R$ 2,5 milhões no comitê da presidente em 5 de agosto, R$ 2,5 milhões em 27 de agosto e R$ 2,5 milhões em 22 de outubro. Como foi preso em 14 de novembro, Pessôa ficou devendo R$ 2,5 milhões. O coordenador jurídico da campanha presidencial, Flávio Caetano, disse em nota que “os dados do Tribunal Superior Eleitoral, o TSE, sobre as datas das doações feitas pela UTC à campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2014 revelam que se trata de ilação interpretar o teor dos diálogos como vínculos da campanha com esquemas sob investigação”.


Conforme as investigações e as delações da Lava Jato avançam, enfileiram-se relatos e indícios de que o dinheiro do petrolão abasteceu campanhas eleitorais do PT desde 2006. Técnicos da Justiça Eleitoral calculam que empresas envolvidas no petrolão doaram R$ 172 milhões ao PT entre 2010 e 2014. No ano passado, a campanha presidencial recebeu R$ 47,5 milhões diretamente dessas companhias.

A primeira evidência dessa ligação descoberta pela Lava Jato veio do empresário Augusto Mendonça, sócio do grupo Toyo Setal. Após acordo de delação, ele comprovou o repasse de R$ 4,2 milhões a diretórios do PT em sincronia com a transferência de pagamentos da Petrobras. O doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o lobista Fernando Baiano disseram que o ex-ministro Antonio Palocci cobrou e recebeu R$ 2 milhões para a disputa presidencial de 2010. O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco afirmou que a holandesa SBM Offshore repassou US$ 300 mil para a campanha de Dilma naquele ano. 

Uma proposta de delação premiada feita pelo ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, em análise no Ministério Público, menciona ainda o repasse de R$ 4 milhões pela Odebrecht para a campanha do presidente Lula em 2006, como revelou ÉPOCA. Pessôa também diz que repassou, em doações clandestinas por uma conta na Suíça, cerca de R$ 2,4 milhões para o caixa dois da campanha de Lula. O lobista João Augusto Henriques, segundo reportagem de ÉPOCA publicada em 2013, disse que a Odebrecht doou US$ 8 milhões desviados de um contrato com a Petrobras para a primeira campanha de Dilma.


Suspeitas de ligação entre o petrolão e doações eleitorais fazem parte de  uma das quatro ações apresentadas pelo PSDB contra a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. Nessa ação,  quatro ministros votaram pela abertura de um processo que, em última instância, pode levar à impugnação da chapa Dilma-Temer. O andamento do processo foi interrompido desde que a ministra Luciana Lóssio pediu vista no fim de agosto. A ação pode voltar ao plenário nesta terça-feira. [Luciana Lóssio é ex-advogada do PT; só que agora ministra do TSE esquece que é ex e ex = não é mais, já foi.]


 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Recriação da CPMF incentiva 'projeto impeachment', diz Temer a aliados - algo sobre as pedaladas

‘Projeto impeachment’  
A intenção do Planalto de recriar a CPMF surpreendeu e irritou Michel Temer. Alheio à discussão dentro do governo sobre a volta do tributo, o vice-presidente deixou claro à equipe que não vai se empenhar por sua aprovação no Congresso. Temer estava especialmente contrariado porque seria cobrado pela ideia em jantar com empresários nesta quinta-feira, em São Paulo. Aliados que conversaram com o vice batizaram a proposta de “projeto impeachment” de Dilma Rousseff.

Leve e solto 
Temer aceitou convite de Rosângela Lyra, do Acorda Brasil –movimento de oposição à presidente–, para encontro na quinta-feira, 3 de setembro.

Reincidente 

Aliados de Renan Calheiros avaliam que os estudos pela volta do tributo lembram o anúncio do ajuste fiscal, que foi feito sem conversa prévia com o Congresso, logo depois de uma promessa do governo de mais diálogo com o Legislativo.

Day after 
Peemedebistas viram trecho da fala de Rodrigo Janot na sabatina como sinal de que o procurador-geral pode, uma vez reconduzido, se debruçar sobre a análise da campanha de Dilma.

Fica a dica
Questionado pelo PSDB, Janot respondeu: “A doação eleitoral passa a ser ilícita se vem travestida de propina. Aí ela não é doação eleitoral, é uma forma de lavagem para dentro”.

X da questão
 A discussão sobre se doações registradas podem ser consideradas ilegais caso fique provada a origem em contratos superfaturados com empresas públicas será uma das discussões centrais nos processos da Operação Lava Jato.

Holofote
Apesar de não haver consenso na bancada, deputados tucanos falam em pressionar a ministra Luciana Lóssio, do TSE, na tribuna da Câmara, caso demore a devolver o processo sobre as contas de campanha de Dilma.

Apelou…  
Ministros do TCU se queixaram do anúncio de que o governo recorreria no próprio tribunal –o que garantiria 12 dias extras na marra– caso não fosse dado mais tempo de defesa no processo das contas de 2014.

… perdeu 
A área técnica do tribunal de contas deve entregar nesta sexta-feira seu parecer sobre as 13 irregularidades iniciais apontadas nas contas da presidente.


Fonte: UOL/Notícias

terça-feira, 14 de julho de 2015

Ministra petista não pode julgar Dilma no TSE



Luciana Lóssio tem de se declarar impedida de julgar campanha de Dilma no TSE. E seu substituto também!
Entre os ministros do Tribunal Superior Eleitoral que julgarão as contas de campanha de Dilma Rousseff, estão dois advogados historicamente ligados ao PT, como este blog já cansou de denunciar: o presidente Dias Toffoli e Luciana Lóssio.

Toffoli é mais ligado a Lula que a Dilma. Foi advogado do PT em três campanhas presidenciais do Brahma, em 1998, 2002 e 2006, além de ter sido indicado por ele para o Supremo Tribunal Federal em 2009 e, antes,  para a  Advocacia-Geral da União em 2007, após ficar desde  2003 como subordinado  de José Dirceu na Casa Civil. E como disse o senador Cristovam Buarque: “Lula não aguenta mais Dilma”, “tem muita gente que fala que o Lula está querendo que ela renuncie”.

Já Luciana Lóssio foi assessora direta de Dilma na campanha de 2010 e indicada à corte pela própria petista, além de ter defendido o ex-governador do DF José Roberto Arruda e a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney.  Em outubro, eu mostrei aqui como Lóssio rejeitou liminarmente, sem entrar no mérito da questão, o pedido de dois advogados para suspender a participação de Dilma nas eleições.

Coincidentemente, dos sete ministros do TSE, Toffoli (por enquanto) está entre os três que tendem a votar contra o governo (com Gilmar Mendes e João Otávio de Noronha) e Lóssio entre os três a favor (com Henrique Neves e Maria Thereza Assis Moura), de acordo com matéria recente da Folha. O placar pró-Dilma no tribunal estaria por um voto, segundo o jornal: o do ministro Luiz Fux, que, no mensalão, surpreendeu e condenou todos os réus.

Que uma advogada que defendeu Dilma Rousseff na primeira campanha deveria declarar-se impedida de julgar a segunda campanha de Dilma Rousseff,  é algo evidente para quem conserva o senso de ética faltante nos tribunais aparelhados pelo PT.

Mas sabe quem seria o substituto natural de Lóssio?
Outra figurinha reincidente neste blog: o ministro Admar Gonzaga, também ele – imagine – advogado da campanha presidencial de Dilma em 2010(!) e curiosamente reconduzido pela petista para a vaga de substituto no TSE semanas atrás, no dia 23 de junho, com a chancela do STF. Cada ministro do TSE tem um substituto, que é oriundo da mesma classe do titular, seja do STF, do STJ ou dos advogados – e, como diz o artigo 4º do regimento interno: “No caso de impedimento de algum dos seus membros e não havendo quorum, será convocado o respectivo substituto, segundo a ordem de antiguidade no Tribunal”.

No caso em questão, é exigido o quorum completo, conforme o parágrafo único do artigo 6º: “As decisões que importarem na interpretação do Código Eleitoral em face da Constituição, cassação de registro de partidos políticos, anulação geral de eleições ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de todos os membros do Tribunal.”

Esta é a tabela de ministros: 
Na classe dos advogados (JURI), Admar Gonzaga, indicado em 2013 e atualmente em seu segundo biênio, é mais antigo que Tarcísio Vieira.

Na vaga de Lóssio, ao que parece, teríamos então o ministro que obrigou o site de VEJA a conceder a Dilma Rousseff o direito de resposta à reportagem na qual a revista simplesmente divulgou, às vésperas da eleição, o conteúdo do depoimento à Polícia Federal do doleiro Alberto Yousssef, segundo o qual Dilma e Lula sabiam de tudo do petrolão. Pior: Gonzaga obrigou o site de VEJA a aumentar o tamanho da chamada na ‘home’.

Com a quebra dos sigilos dos depoimentos da Operação Lava Jato em março de 2015, VEJA mostrou no artigo Verdades inconvenientes que estava certa quanto ao conteúdo do depoimento de Youssef, mas àquela altura Dilma já estava reeleita, com Gonzaga tendo feito a sua parte.

Também mostrei aqui como foi dele o único voto contrário à multa irrisória de 30 mil reais aplicada pelo TSE à Coligação Com a Força do Povo, pela qual Dilma se reelegeu,  por uso irregular de propaganda eleitoral por meio do site Muda Mais. 

Mostrei ainda que, na hora de multar o PT por ter  pago um empréstimo de fachada do Banco Rural com dinheiro do Fundo Partidário,  Gonzaga sugeriu um valor menor que a metade da proposta vencedora de Gilmar Mendes.

Admar Gonzaga está lá para fazer o companheiro Dias Toffoli parecer moderado, escrevi na ocasião. O advogado da primeira campanha de Dilma Rousseff também deveria declarar-se impedido de julgar a segunda campanha de Dilma Rousseff, em caso de necessidade. É um tanto complicado, no entanto, exigir de Lóssio e Gonzaga que não façam precisamente aquilo que estão lá para fazer.