Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
A essência da fala do ministro é um truísmo. Em diversas áreas o poder público precisa dialogar com a bandidagem para trabalhar em paz. O que ela não precisa é legitimá-lo, coisa que Mandetta fez. Essa legitimação não funciona apenas como um gesto simbólico. Ela ampara organizações criminosas. Além disso, tanto os traficantes como as milícias dividem-se em facções. Como se faria esse diálogo: numa assembleia? O ministro da Saúde poderia se informar sobre as consequências de sua fala com o ministro da Justiça, mas faz tempo que o doutor Sergio Moro entrou numa quarentena. Além dele, poderia também recorrer ao acervo de conhecimentos da família Bolsonaro com milicianos. Ninguém deve se meter com decisões profissionais dos médicos, mas eles também não devem ir além delas, atropelando as leis. Numa guerra, o poder público pode precisar de algum tipo de entendimento com o crime organizado, mas não pode legitimá-lo. Em 1941, o governo americano entendeu-se com a máfia do porto de Nova York para que ela não atrapalhasse seus embarques militares.Mais: em 1943, quando a tropa do general George Patton desembarcou na Sicília, cultivou a simpatia da máfia. O “capo” Don Calogero Vizzini tornou-se prefeito da cidade de Villalba e coronel honorário da exército americano. O preço desse diálogo seria um problema dos italianos.
O general Patton nunca assumiu publicamente a ajuda da Máfia.
O Itaú Unibanco dá o exemplo O Itaú Unibanco anunciará amanhã uma doação de R$ 1 bilhão para o combate à Covid-19. O dinheiro irá para a fundação do banco e será administrado exclusivamente por um conselho de profissionais da saúde, onde estarão diretores de hospitais públicos e privados. Dinheiro na veia. Essa será a maior iniciativa filantrópica já ocorrida no Brasil e sua lembrança ficará gravada na história da pandemia. Para se ter uma ideia do tamanho da doação, estima-se que em 2016 todas as iniciativas filantrópicas de corporações brasileiras somaram R$ 2,4 bilhões. (Nessa cifra entraram ações relacionadas com cultura, meio ambiente e educação, por exemplo.) De onde eles estão, Olavo Setúbal (1923-2008) e Walther Moreira Salles (1902-2001), criadores dos dois bancos, terão um momento de orgulho.
André Esteves: um banqueiro controvertido que virou um dos homens mais ricos do Brasil
A trajetória do financista no mercado é recheada de manobras suspeitas e tacadas agressivas
O banqueiro André Esteves, preso pela Polícia Federal
nesta quarta-feira (25), em São Paulo, sob a acusação de querer
prejudicar as investigações da operação Lava Jato, é uma das figuras
mais bem sucedidas da arena financeira do país nos anos 2000 e também
uma das mais controversas.
Nascido e criado na Tijuca, bairro de classe média no Rio de Janeiro,
Esteves, de 46 anos, ergueu um império com ramificações nos principais
centros financeiros internacionais, como Nova York, Londres e Hong Kong.
Num setor dominado por gigantes globais, ele fez do BTG Pactual o maior banco de investimento da América Latina e se tornou um dos homens mais ricos do Brasil, com uma fortuna estimada hoje em cerca de US$ 2 bilhões (R$ 7,6 bilhões). “Sou muito bom para ganhar dinheiro, mas não para gastar”, afirmou a ÉPOCA
numa entrevista exclusiva realizada em 2012, logo depois de concluir
uma bem sucedida operação de lançamento de ações do BTG na Bolsa de
Valores de São Paulo.
Apesar do sucesso que alcançou, Esteves afirma que costuma levar uma
vida reservada, mais voltada para o trabalho e para a família, com quem
costuma passar suas (poucas) horas de folga. Ele diz trabalhar de dez a
12 horas por dia. Em geral, tira apenas duas semanas de férias por ano.
Uma no Carnaval e outra no meio do ano. Seu jato particular, um Dassault
Falcon 7X, avaliado em US$ 50 milhões, é uma ferramenta de trabalho,
que Esteves usa para se deslocar com agilidade e privacidade pelo país e
pelo exterior. Normalmente, faz apenas uma ou duas viagens com o jato
por ano com a família.
Bem relacionado e influente, Esteves conversa com os principais
empresários do país como se estivesse falando com a turma do colégio.
Numa das entrevistas que concedeu a ÉPOCA, pediu licença para atender um
telefonema do banqueiro Jorge Paulo Lemann, o homem
mais rico do Brasil, fundador do extinto banco Garantia, vendido ao
Credit Suisse em 1998, e hoje principal acionista do grupo AB InBev,
maior fabricante de cervejas do mundo, que controla a Ambev no país. Ao
final de um almoço com a reportagem da revista, Esteves acelerou sua
saída para atender pessoalmente o presidente do Bradesco, Luiz Carlos
Trabucco Cappi.
Por sua desenvoltura na mesa de operações, Esteves já foi chamado de “o
George Soros brasileiro”, embora se considere mais um “homem de
negócios” que um “financista”. Ao contrário dos banqueiros Amador Aguiar
(1904-1991), fundador do Bradesco, Olavo Setubal (1923-2008), do Itaú, e
Walther Moreira Salles (1912-2001), do Unibanco, Esteves não construiu
seu banco com base em agências na rua, concentrado no crédito ou na
prestação de serviços financeiros. Ele se inspirou em banqueiros como
John Pierpont Morgan, fundador do J.P. Morgan, o banco que ajudou a
financiar o crescimento americano nos séculos XIX e XX, e em Jorge Paulo Lemann.
Ambos se dedicavam às operações de mercado de capitais, voltadas para
as grandes e médias empresas que precisam de recursos para crescer. Ou
para a gestão de recursos de clientes.
Ao longo de sua carreira meteórica no mundo das finanças, Esteves
deixou claro que não costuma medir esforços para conseguir o que quer.
Em 1999, quando comandava a área de renda fixa do antigo Pactual, que
deu origem ao BTG Pactual, ele liderou um levante com mais três sócios
para expelir da sociedade seu principal acionista, Luiz Cesar Fernandes,
e se tornou o comandante do banco. “Sempre tive consciência de que ele
venderia a mãe para ter o poder”, afirmou Fernandes a ÉPOCA certa vez.
“O André é ambicioso e tem uma liderança muito forte.”
No auge da crise global, em 2008, quando Esteves trabalhava na base
londrina do banco suíço UBS, para quem havia vendido o Pactual dois anos
antes, ele não se fez de rogado. Aproveitando a fragilidade do UBS, uma
das instituições mais atingidas pela hecatombe financeira global,
chegou a fazer uma proposta para comprá-lo na bacia das almas.
Chegou a
procurar Jorge Paulo Lemann para apoiá-lo na iniciativa, mas o comando
do UBS não gostou de seus movimentos e ele acabou deixando o banco.
Esteves voltou, então, ao Brasil e fundou o BTG, uma empresa de
investimentos. Pouco tempo depois, recomprou com alguns sócios o velho
Pactual do próprio UBS, que precisava fazer caixa, e formou, então o
BTG Pactual, unindo as duas operações.
Não é de hoje que seus negócios com o governo despertam a atenção. Em fevereiro, ÉPOCA publicou em primeira mão, com base na delação premiada do doleiro Alberto Youssef na
Lava Jato, que Esteves usou de sua influência para que a BR
Distribuidora, principal subsidiária da Petrobras, “embandeirasse” a
rede de postos de combustíveis da DVBR, da qual o BTG é sócio, e
realizasse os elevados investimentos necessários ao à empreitada.
A boa relação cultivada por Esteves com os ex-ministros da Fazenda, Guido Mantega, e Antonio Palocci, desde quando eles estavam no governo, também foi alvo de muito ti-ti-ti no mercado financeiro.
Ele é acusado de ter recebido informações privilegiadas para usá-las em
benefício próprio e do banco. No final dos anos 1990, quando era apenas
um operador de mercado, Esteves já era acusado por seus adversários de
ganhar milhões com o uso de informações privilegiadas relacionadas ao
comportamento dos juros e às ações do Banco Central.
Em 2012, dias antes do lançamento de ações do BTG Pactual na Bolsa de
Valores de São Paulo, a Consob, o xerife do mercado de ações italiano,
multou o banco em 350 mil euros pelo uso de informação privilegiada em
negócios com ações da Creminini, empresa que negociava uma parceria com o
frigorífico JBS. O BTG foi suspenso por seis meses como administrador
de empresas na Itália e ainda teve um valor equivalente ao lucro que
teria sido obtido com a operação bloqueado pela Consob.
Em 2007, teve de fazer um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) no Brasil para encerrar um processo envolvendo irregularidades na
Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), hoje parte da BM&F
Bovespa. Acusado de ter feito operações para transferir lucros do
Pactual para uma empresa estrangeira chamada Romanche Investment
Corporation, ele teve de se comprometer a pagar uma multa de R$ 8,1
milhões, com Aldo Santos Laureano Junior, também executivo do banco.
Agora, com o com sua prisão pela força-tarefa da Lava Jato, Esteves
sofre seu maior revés, cuja extensão só poderá ser medida precisamente
com o tempo. Desde já, o seu BTG Pactual acusou o golpe, com uma queda
de 21% nas cotações dos papéis do banco na Bolsa de São Paulo nesta
quarta-feira.