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quinta-feira, 23 de março de 2023

Agente 13 - Licença para matar - Gilberto Simões Pires


AGENTE 13

Com forte inspiração no fictício AGENTE SECRETO 007, do serviço de espionagem britânico, criado pelo escritor Ian Fleming, o PT, com a chancela especial conferida pela Corte Suprema do país, criou o -AGENTE 13- concedendo a ele, ou a quem queiram a -LICENÇA PARA MATAR-.

PCC E CV
Na 3ª feira, 21, na entrevista que concedeu ao site petista 247, Lula assumiu, publicamente, o papel de - AGENTE 13- ao declarar que -SÓ VAI TÁ BEM QUANDO EU FODER ESSE MORO. 
EU TÔ MAIS PRA ME VINGAR DESSA GENTE-. Sem ser minimamente perturbado pela Corte Suprema, entidade que lhe conferiu IMUNIDADE TOTAL, Lula, o -AGENTE 13-, e seu partido (PT), substabeleceram a -LICENÇA PARA MATAR- aos amigos que integram o PCC e o CV, apontando como alvo inicial a ser eliminado a FAMÍLIA DO EX- JUIZ E ATUAL SENADOR SÉRGIO MORO; e, na medida do possível, todos os demais juízes e desembargadores que, à frente das mais diversas instâncias, o colocaram na prisão.

CARTÃO VERMELHO
De novo:
este tipo de manifestação carregada de muito ÓDIO, com requintes de VINGANÇA CRUEL DECLARADA, é tudo e mais um pouco que em qualquer sociedade do mundo é considerada como PONTO FINAL na carreira de um Chefe de Estado.  
Não se trata de LIMITE ATINGIDO, mas de LIMITE ULTRAPASSADO no seu mais alto grau do imaginável. 
A única saída para esta situação triste é a aplicação imediata de um CARTÃO VERMELHO do tipo que livre para todo o sempre o povo brasileiro das garras deste perigoso BANDIDO CONFESSO.

FECHADOS COM LULA
O que causou maior estupefação é que o SENADO BRASILEIRO, como instituição, não emitiu uma nota sequer. Muito menos o STF. Os presidentes de ambas instituições, dando a entender que estavam -fechados- com seu líder Lula, permaneceram calados. 
Bem diferente do que sempre aconteceu, dia sim dia também, durante o governo anterior, quando Bolsonaro apenas tentava colocar o Brasil no BOM CAMINHO. 
 
Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires
 
 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Continua a LIMPEZA: Mais de 30 presos são mortos no maior presídio de Roraima - enquanto isso, presidente do STF, preocupada com segurança de bandidos, desperdiça dinheiro público com viagens

Penitenciária Agrícola de Monte Cristo é a maior do estado. O governo só informou as mortes e ainda não divulgou mais detalhes 

Pelo menos 33 presos são mortos na maior penitenciária de Roraima

Em nota, governo informa que situação está sob controle, mas não dá detalhes

Pelo menos 33 presos foram mortos na madrugada desta sexta-feira na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a maior de Roraima. Em nota divulgada hoje pela manhã, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) informou que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e a Polícia Militar (PM) estão na unidade que fica na zona Rural de Boa Vista, e que a situação está sob controle. Ainda não foi divulgado detalhes sobre o novo massacre que aconteceu apenas cinco dias após uma briga entre facções criminosas deixar 56 detentos mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. Agentes penitenciários informaram que houve uma briga entre PCC e simpatizantes do CV.  - Quem domina lá é o PCC - explicou um agente.

Segundo os agentes, uma discussão começou por volta das 3h. Há cerca de 1.500 presos no local e 15 agentes penitenciários faziam plantão no momento. Segundo relatos, os corpos estão decapitados.  - Só não foi pior porque nós conseguimos reagir - disse. 

Na terça-feira, o governo do Amazonas emitiu alerta para Roraima no intuito de avisar sobre porssíveis confrontos entre presos nas unidades do estado. O secretário titular da SSP-AM, Sérgio Fontes, ressaltou que Roraima e Rondônia tiveram recentemente confusões nos seus sistemas prisionais.  - Estamos trabalhando muito próximo desses estados vizinhos Roraima e Rondônia. Muitos preocupados porque Roraima tem FDN [facção Família do Norte] e Rondônia também. Estamos mantendo uma comunicação muito estreita com eles, até mesmo porque eles têm preocupação já que tiveram recentemente confusões nos seus sistemas prisionais parecidas com a nossa, mas claro com menos mortes - revelou o secretário, na terça-feira, ao site G1.

Em outubro, detentos foram mortos durante um confronto de duas facções rivais. Alguns presos foram queimados e outros decapitados.

Veja a nota do governo na íntegra:


A Secretaria de Justiça e Cidadania informa que nesta madrugada (dia 6) foram registradas 33 mortes na Pamc (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo).
Esclarece que a situação está sob controle e que o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da PMRR (Polícia Militar) está nas alas do referido presídio.

Fonte: O Globo


quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

PCC já teria plano para se vingar de Família do Norte

A Polícia Civil de São Paulo investiga se o Primeiro Comando da Capital (PCC) já teria repassado a “ordem” para que bandidos aliados se mobilizem para se vingar da facção criminosa Família do Norte (FDN), que matou 60 presos em penitenciárias do Amazonas. 

O ponto de partida para a investigação é uma carta supostamente assinada pelo Comando Regional Norte do PCC, que circula em grupos de WhatsApp. Em um dos trechos, diz-se que “essa dita facção FDN será dizimada da face da terra”. Para isso, afirmam que contam com o apoio de bandidos do exterior e até de facções rivais. 

A união dos criminosos seria porque a FDN, ao promover o massacre em Manaus, quebrou o “código de ética” do crime, que impõe uma suposta convivência com grupos rivais, pois a “meta” sempre foi “lutar contra o Estado e não contra nossos irmãos mesmo que de outras organizações fossem”. 

Diz o texto: “Saibam que vocês (FDN) declaram guerra não só ao PCC, mas a todos aqueles que lutam contra o Estado corrupto brasileiro… Essa chacina foi uma declaração de guerra contra o tráfico de drogas de todo o Brasil. Uma facção sozinha não será capaz de destruir anos de aliança dos irmãos”. Os bandidos afirmam ainda que a guerra de facções travada nos morros, nas periferias, nas favelas, vai ganhar as ruas. 

Na carta, os criminosos se mostram solidários às famílias das vítimas e dizem que vão providenciar indenização. Pedem também ajuda financeira dos demais integrantes da facção criminosa para complementar os valores. 

O texto acaba com a conhecida saudação do PCC “paz, justiça e liberdade”. 

Força-tarefa.
O Ministério Público Estadual do Amazonas formou uma força-tarefa com 12 promotores que vão acompanhar as investigações sobre o massacre de Manaus. As apurações vão desde descobrir quem são os responsáveis pela matança até as suspeitas de irregularidades e superfaturamento do sistema de terceirização da gestão prisional do Estado. 

Segundo o presidente da Associação Amazonense do Ministério Público, promotor Reinaldo Alberto Nery de Lima, o grupo vai apurar pelo menos cinco frentes: a investigação do massacre, da conduta dos gestores, dos contratos das empresas prestadoras de serviços, situação dos presos provisórios e dos presídios do interior. 

Ele disse que o Ministério Público, juntamente com as demais autoridades, está atento para eventuais desdobramentos no âmbito criminal por causa da chacina em Manaus. É investigada uma possível participação de integrantes do PCC em oito assassinatos registrados em dez horas na capital. “A população fica assustada sem saber se é uma coincidência (as mortes) ou não. Mas o Ministério Público também vai acompanhar essa investigação”, afirmou. 

Guerra.
Para o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as mortes em Manaus são uma consequência da guerra entre o PCC e o Comando Vermelho.  Segundo as investigações, as facções eram “parceiras” no tráfico de drogas, mas ao longo do ano passado aconteceram vários desentendimentos. Depois da morte do narcotraficante Jorge Rafaat, em junho, na fronteira com o Paraguai, houve o rompimento definitivo. O motivo é que o PCC não aceitou dividir com o CV o lucro do tráfico de drogas na fronteira daquele país. 

Em outubro, 18 presos ligados ao PCC morreram em rebeliões em presídios de Roraima e Rondônia, que são dominados pela FDN, aliada do CV no tráfico de drogas na fronteira com a Bolívia. Ainda segundo Gakiya, as investigações apuraram que o PCC, após as mortes de outubro, fez um mapeamento de presos de outras facções, principalmente do CV, que estão detidos em presídios paulistas. A suspeita é de que se vai articular uma represália em algum momento. Nessa guerra do tráfico, as investigações descobriram também que o PCC se aliou à facção Amigos dos Amigos (ADA), que domina o tráfico na favela da Rocinha, no Rio. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Grampos da Polícia Federal mostraram plano da FDN para atacar PCC

Operação La Muralla, deflagrada pela PF em 2015, concluiu que havia "rixa" entre integrantes da Família do Norte, aliada do Comando Vermelho, e o PCC

Na operação La Muralla, deflagrada em novembro de 2015, a Polícia Federal deu um duro golpe na facção Família do Norte (FDN) ao investir contra suas principais lideranças. 

Ao longo de seis meses de investigação, os policias da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Superintendência do Amazonas mapearam toda a estrutura da organização criminosa e cumpriram 127 mandados de prisão preventiva, 67 mandados de busca e apreensão, sete buscas em presídios estaduais, 68 medidas de sequestro de bens, além do bloqueio de ativos registrados em 173 CPFs e CNPJs ligados à FDN.

À época, em mensagens de texto interceptadas, a PF já acompanhava a “rixa” entre integrantes da FDN e do PCC. Segundo o relatório final da La Muralla, diversas mensagens interceptadas “deixam claro que a FDN possui uma forte relação ou aliança com o Comando Vermelho-CV, facção criminosa do Estado do Rio de Janeiro, e uma espécie de rixa com os membros da facção Primeiro Comando da Capital-PCC”.

Ainda segundo a PF, naquele momento, em 2015, já existiam “planos para o assassinato de todos os membros desta organização criminosa paulista que se encontram presos em Manaus (pelo menos 3 das principais lideranças do PCC foram brutalmente assassinadas nos últimos meses pela FDN dentro do sistema)”.


De acordo com a PF, o único obstáculo até então existente para evitar que a FDN colocasse em prática seu plano de matar os rivais do PCC era o fato de que todos os presidiários de Manaus que possuíam vínculos com os referidos grupos criminosos estavam custodiados em ala própria no Centro de Detenção Provisória – CDPM, pavilhões 1 e 2, apelidados de ‘seguro’, sob forte proteção policial.”

Foi no Complexo Penitenciário Anisio Jobim que a FDN matou ao menos 60 pessoas entre ontem e hoje. O massacre ocorreu após os integrantes da facção tomarem o comando da Compaj, maior presídio do Estado.  Ainda segundo o relatório da PF, embora a FDN fosse aliada do Comando Vermelho, não havia nenhuma relação de submissão entre as duas facções. Diz o relatório: “Todavia, está claro que não existe nenhuma relação de submissão da facção amazonense ao CV e/ou PCC, sendo este o grande diferencial da FDN em relação às demais organizações criminosas do Brasil”.

Fonte: Revista VEJA


 

 

Rebelião em presido em Manaus - guerra entre facção - torna inevitável o uso da força e deixa 60 mortos. Felizmente, podliciais não morreram

Guerra entre facções deixa 60 mortos em presídio de Manaus

Rebelião foi encerrada após 12 horas de duração

O número oficial de mortos na rebelião do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, chega a 60, segundo informações repassadas pelo Secretário de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM), Sérgio Fontes. A rebelião, iniciada no domingo, foi considerada encerrada após 12 horas pelo Secretário, pouco após a entrada do Batalhão de Choque no presídio. — Nós acabamos de entrar no Compaj. O Choque acabou de entrar e nós estamos fazendo a conferência. Ainda estamos fazendo a conferência dos fugitivos, mas ainda não temos um número consolidado. Vamos ter que recontar todo mundo. Com relação aos mortos, nós acreditamos pela contagem inicial, a não ser que haja algum corpo em algum lugar que a gente não tenha encontrado, que seja em torno de 50 a 60 corpos no máximo, 50 homens assassinados nessa rebelião. Os corpos estão sendo encaminhados para o IML e lá vamos fazer a identificação — declarou Fontes, nesta segunda-feira.
Caminhão do Instituto Médico Legal, em Manaus, para onde familiares de detentos foram - Winnetou Almeida/A Crítica

Esse é o segundo maior massacre em presídios, em número de mortes, na história do Brasil, atrás apenas do ocorrido no Carandiru, em São Paulo, em 1992, quando 111 presos foram mortos. [após a rebelião (faxina geral) no Carandiru não mais ocorreram rebeliões naquele presídio e por um bom tempo em outros.
Não se faz omelete sem quebrar ovos - ditado antigo, mas sempre válido.]
 
A entrada no presídio se deu após negociação. Segundo Fontes, os reféns foram liberados e neste momento o Batalhão de Choque faz a avaliação final. Essa entrada é decorrente da nossa negociação. O governador (José Melo) está acompanhando o passo a passo disso. Os reféns foram liberados agora, às 7h, nós fizemos a contenção do semiaberto e agora pouco entramos no regime fechado — disse.

Para Fontes o estopim da crise foi o narcotráfico: – Os interesses são sempre ligados ao narcotráfico. Infelizmente em outros estados já ocorreu isso. Nós entendemos, o governo do estado do Amazonas e principalmente o governador José Melo, que isso é um problema do governo federal, um problema de todos e não só do Amazonas que implica toda a sociedade. Nós hoje e ontem vivemos mais um capítulo dessa disputa pelo tráfico de substâncias entorpecentes – destacou.

A rebelião, segundo informações preliminares dão conta de uma briga interna entre duas facções. — Foi só um lado que teve mortes. Não houve uma contrapartida da outra facção. Como falei não é uma realidade só nossa, talvez só um número um pouco maior. Ocorreu recentemente rebeliões em outros locais como Rondônia, Roraima, Acre e outros estados do Nordeste. Essa disputa está ocorrendo em nível nacional por isso é preciso uma medida de caráter nacional envolvendo os governos dos estados e o governo federal para que possamos juntos enfrentar essa situação – destacou Fontes.

Até o momento sete agentes penitenciários feitos reféns foram liberados e encaminhados para atendimento no Pronto-Socorro do Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, na Zona Norte.

O presidiário e ex-policial Moacir Jorge Pessoa da Costa, o ‘Moa’, que ficou conhecido como sendo um dos delatares do caso ‘Wallace’, que culminou com a prisão do já falecido deputado estadual Wallace Souza, é um dos mortos na rebelião, segundo informações confirmadas pelo Secretário Sergio Fontes. Moa foi preso por envolvimentos com o tráfico de drogas e também por homicídios. Em maio de 2015, Moa foi condenado há 12 anos de prisão pela morte do traficante Cleomir Pereira Bernadino, o Caçula, ocorrida em 2007.

MINISTRO ALERTOU PARA GUERRA DE FACÇÕES
Em outubro de 2016, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que guerras entre facções podiam gerar conflitos dentro e fora dos presídios do país.  Moraes defendeu mudanças na Lei de Execuções Penais para agravar penas de crimes graves praticados com violência e tornar mais brandas as penas para delitos sem violência ou grave ameaça. Com a mudança, seria possível desafogar o sistema prisional do país sem necessariamente a criação de mais vagas nos presídios.

Um dia após o alerta do ministro, o Rio de Janeiro começou a transferir presos de São Paulo que estavam detidos no estado, para evitar confrontos depois do fim de uma trégua entre dois grupos, que causou a morte de 18 detentos em presídios de Boa Vista (RR) e Porto Velho (RO).


O secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Lourival Gomes, afirmou na época que “o clima de harmonia que predominava entre as facções dos dois estados acabou”:  — Agora a guerra recomeçou. Então cabe a cada estado, a cada administrador, tomar as suas providências e resolver o seu problema dentro do seu estado. [não pode haver harmonia, paz, entre facções - a sociedade sairá perdendo.
Infelizmente, o ideal, o maravilhoso,  a crua realidade é que as facções devem estar sempre em guerra e com isso matanças ocorrerão o que impedirá que o crime se torne ainda mais forte.
Nada melhor para a sociedade do que uma guerra entre o PCC Primeiro Comando da Capital e o CV -  Comando Vermelho.]
 
PRESÍDIOS FEDERAIS TEM 25 FACÇÕES
Um documento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado ao Ministério da Justiça, a que O GLOBO teve acesso, mostra que os quatro presídios federais de segurança máxima têm presos associados a 25 diferentes grupos organizados.

Boa parte dos grupos listados no relatório, alguns com apenas um preso no sistema federal, não é necessariamente uma organização criminosa altamente organizada. Muitos podem ser definidos como uma espécie de “coletivos carcerários”, segundo Emanuel Queiroz, coordenador de defesa criminal da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Funcionam como uma forma de os presos reivindicarem direitos sem serem individualizados, nos moldes de um sindicato.

Fonte: O Globo

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Guerra entre PCC e CV pode extrapolar para as ruas

Governo adverte para escalada de ameaças de facções criminosas

Órgãos de inteligência detectaram plano de facções criminosas para "intensificar" ações dentro e fora dos presídios

A disputa entre duas das principais facções criminosas do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), acendeu o sinal de alerta na área de inteligência do governo federal, que mapeou riscos concretos de a contenda se refletir na segurança pública nos próximos meses, com ameaças de rebeliões e a possibilidade de ações coordenadas também do lado de fora dos presídios.

O assunto foi tema de uma reunião 'secreta', na tarde do último dia 29 de novembro, no Congresso Nacional. A Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, que reúne deputados e senadores e tem por atribuição acompanhar o trabalho dos órgãos de inteligência do governo, foi convocada extraordinariamente a pedido do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Sergio Etchegoyen.

Acompanhado do diretor-geral da Abin, Etchegoyen traçou um cenário preocupante, segundo parlamentares ouvidos por VEJA eles preferiram falar anonimamente porque houve um pedido expresso para que o assunto tratado na reunião fosse mantido em sigilo. “Estamos diante de uma ameaça concreta de rebeliões em série e, além disso, do risco de a violência dentro das prisões transbordar para o lado de fora”, diz um dos parlamentares.

O ministro fez o alerta a partir de informações coletadas pela Abin, a Agência Brasileira de Inteligência, cujo diretor-geral também participou da sessão 'secreta'. VEJA apurou que órgãos de inteligência dos governos estaduais e a própria Polícia Federal também têm detectado uma escalada nas ameaças das facções criminosas. Na última quarta-feira, por exemplo, o Centro de Inteligência da Polícia Civil de São Paulo difundiu um alerta segundo o qual membros de uma facção criminosa haviam emitido um “comunicado para que todos os membros (da facção) ficassem em alerta, dentro e fora dos presídios, para um possível ‘salve geral’, ações que incluem ataques a policiais, para os próximos dias”.

 Como forma de fazer frente às ameaças, o governo federal tem recorrido aos governos estaduais para adotarem medidas preventivas, especialmente na área de inteligência.

Fonte: Revista VEJA

 

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Forças policiais unificadas contra facções

Controle de favelas em cidades fluminenses pelo maior grupo do crime organizado do país põe na ordem do dia conexão entre polícias de Rio e São Paulo

A integração em nível nacional dos organismos de segurança pública não é um princípio novo de política de combate ao crime organizado. Face à expansão das atividades das quadrilhas para além de limites geográficos que tradicionalmente encerram seus centros de comando, há bastante tempo a guerra contra o banditismo no país já reclama uma abordagem colaborativa, num protocolo em que troca de experiências e atuação policial coordenada entre estados e União sejam a regra.

Inédito é o que parece ser, enfim, o entendimento dos poderes públicos sobre a imperiosidade de se adotar esse modelo de ações e programas conectados como pressuposto do combate à criminalidade. Foi, por exemplo, ponto de convergência do recente encontro, em Brasília, de presidentes do Legislativo, do Judiciário e do Executivo para discutir como conter o crescimento da violência criminal no país. O problema é que, na prática, a implementação de medidas coordenadas de segurança pública permanece fechada na gaveta das boas intenções. Já haviam sido tratadas no primeiro governo Lula.

Espera-se que, face à descoberta de que o Primeiro Comando da Capital, a maior facção do crime organizado do país, já controla favelas em sete cidades fluminenses, o tema da integração da segurança enfim saia do terreno das intenções. A invasão da quadrilha paulista é inquietante demonstração de desenvoltura de um grupo que já tem ligações com grupos internacionais do tráfico de drogas e armas. Essa nova escalada põe o tema da degradação dos mecanismos de defesa da sociedade num patamar de gravidade mais elevado. 

A chegada do PCC ao Rio se dá na sequência do rompimento de uma aliança que o grupo paulista fizera com a maior facção do tráfico fluminense, o Comando Vermelho. Essa união já era, em si, preocupante indício de que o crime organizado está se reorganizando no país em outras e mais perigosas bases.  O Estado brasileiro também precisa rever conceitos no campo da segurança pública — e para já, abandonando a tradicional lerdeza na formulação de políticas e de ações contra o banditismo.

Com a entrada do PCC no Rio de Janeiro, é imperioso juntar experiências, no mínimo, das polícias paulista e fluminense. A urgência de uma resposta firme ao Primeiro Comando e outras facções pode contribuir decisivamente para a formulação de um programa coordenado dos organismos de segurança pública fluminense e paulista, e para além disso. 

Seria um avanço, enfim, no rumo de uma política nacional integrada contra a criminalidade. O PCC e o CV já atuam em vários estados e além das fronteiras do país. É fato que um enfrentamento firme dessas organizações não pode prescindir de apoio de serviços de inteligência e da logística da Polícia Federal e Forças Armadas.


Fonte: Editorial - O Globo