Não sei até que ponto o eleitorado brasileiro se enquadraria
nessas duas frases de Nelson Rodrigues:
(1) “A maior desgraça da democracia é
que ela traz à tona a força numérica dos idiotas,que são a maioria da
humanidade”e,
(2) “Os idiotas vão tomar conta do mundo,não pela capacidade,mas
pela quantidade.Eles são muitos.”
Analisando-se o perfil dos candidatos eleitos diretamente
presidentes da república, na prática da (fantasiosa) “democracia” brasileira,
considerando somente as eleições mais
recentes,a partir de Jânio Quadros/João Goulart,em 1960, passando por Collor de
Mello/Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e Dilma
Rousseff/Michel Temer, que governaram o país de 1990 até 2018, necessariamente
surgirá a conclusão que a “República Federativa do Brasil” está inserida na
tragédia da democracia majoritária dos idiotas preconizada pelo grande pensador brasileiro Nelson Rodrigues.
Imensamente “vitaminada” pelo Regime Militar instalado em
1964, que durou até 1985, a Rede Globo
acabou se tornando uma espécie de “porta-voz”,quase um “diário oficial”, do regime de governo castrense, tornando-se
nesse período o mais poderoso grupo de
comunicação do país.[A Globo dos tempos do Roberto Marinho fazia um jornalismo merecedor de todo incentivo recebido.]
Talbot Mundy integrava a polícia inglesa, atuava na
Índia, então colônia da Inglaterra, nos anos 1920. Ali acabou descobrindo o “realismo
fantástico” da “Lenda dos Nove Desconhecidos”, que remontaria à época do Imperador
Ashoka, da dinastia máuria,das Antigas Índias,que governara entre 273 e 232
a.C,destacando-se por ser favorável à
paz e à liberdade.
Cada qual dos Nove Sábios dessa “lenda” dominaria uma
determinada ciência. A mais importante de todas era considerada a “Propaganda e
a Guerra Psicológica”,que compunha o “Primeiro Livro”. Quem dominasse a
propaganda e a guerra psicológica acabaria
comandando o mundo. Resumidamente, os sábios de então estavam falando do
poder da “grande mídia”. Passados 2,2 milênios, o Grupo Globo acreditou piamente no poder que teria se controlasse a mídia, a
“propaganda e a guerra psicológica”, conforme previsto no Primeiro Livro da
“Lenda dos Nove Desconhecidos”, das Antigas Índias.
Com as “gorduras” acumuladas durante o Regime Militar,onde aumentou o seu poder midiático, a Globo sentiu-se
potente o suficiente para “eleger” o
primeiro Presidente da República, tão logo colocadas em prática as chamadas
“Diretas Já”, depois do Regime Militar e da
eleição presidencial indireta de Tancredo Neves/José Sarney, quando
investiu “pesado” num candidato até então completamente desconhecido, Fernando
Collor de Mello, que no início estava sempre
nos últimos lugares nas pesquisas eleitorais. A Globo “apostou” nesse
candidato. E trabalhou bem. Conseguiu elegê-lo presidente nas eleições de 1989.
Mas após a sua vitória, Collor não foi muito fiel à “agenda”
que lhe tinha sido “sugerida” pela Globo. Foi o suficiente para perder as
“bênçãos” da sua “madrinha”,que acabou apoiando o impeachment do seu
“afiliado”, quando transformaram algumas “galinhas” que ele teria ganho
ilícitamente em motivo suficiente para impichá-lo,o que comparado com as
“montanhas” de dinheiro que outros governos que o sucederam desviaram dos
cofres públicos - e não deu em
absolutamente nada - foram apenas uns meros “trocadinhos”.
Comprovadamente, encontraram um só ilícito no período
governado por Collor: ter recebido de “presente” uma Fiat Elba, quase um carro
popular na época. Porém esses “trocadinhos” ilícitos de Collor valeram-lhe o
impeachment, enquanto os 10 trilhões de reais roubados por seus sucessores, que
lhes garantiram quase comandar e “aparelhar”o Brasil político de hoje,“ficaram
por isso mesmo”.
“Viciada” pela vitória de todos os seus candidatos à
presidência da república, desde a tal “redemocratização”, somente interrompida
pela vitória de Jair Bolsonaro,em outubro de 2018, Rede Globo agora aposta
todas as suas “fichas” naquele que será o “seu” candidato para suceder
Bolsonaro,nas eleições de outubro de 2022,o seu “lata velha”, na esperança de
reverter o baque financeiro que sofreu com o corte das suas polpudas e
ilícitas verbas governamentais pelo
Presidente Bolsonaro.
Dependendo dos acontecimentos políticos futuros, certamente
a preferência da Globo para presidente irá recair sobre o seu animador [de auditório, picadeiro, circo] Luciano Hulk,que é “prata da
casa”, e parece estar animado a concorrer
para alimentar a sua vaidade pessoal e, de “quebra”, “salvar” a Globo. O trunfo
desse candidato é que ele teria “ficha
limpa” na política, mesmo porque seria impossível o contrário, porquanto esse
“filhote” da Globo jamais foi servidor público, agente político, ou detentor
de qualquer mandato eletivo. Por isso um “empurrão” da poderosa Rede Globo
poderia talvez com facilidade impulsionar a sua candidatura.
Também não poderia ser descartada a aposta da Globo em
outro candidato a presidente, talvez João Doria, atual governador de São
Paulo,deixando a “vice” com o “incrível” Luciano Huck,que apesar de ter um nome
semelhante,não pode jamais ser confundido com o “incrível Hulk”, personagem de
um filme de super-herói de 2008. [Doria, sem o apoio de Bolsonaro, não se elege nem vereador; e o animador de auditório, não tem a menor chance - caso venha a ser patrocinado da Globo e consiga ser eleito [segundo feito, consideramos impossível] seria um fracasso tão grande que a própria apoiadora cuidaria de se empenhar pelo seu impeachment.] impichá-lo- , Nesse filme,o personagem Bruce Banner ,na Virgínia,Estados
Unidos,se transforma no “Hulk”,um gigante verde, após sofrer os efeitos de
radiação gama, que no auge da sua “empolgação” conseguia pular de uma montanha à
outra, separadas por dezenas de quilômetros. Banner se transformava no “monstro
verde” Hulk, sempre que ficava nervoso ou que a sua frequência cardíaca ficasse
acima de 200.
Mas Banner “sumiu do mapa”. E passados 5 anos começou a trabalhar numa fábrica da
Rocinha, no Rio de Janeiro, buscando cura para o seu mal, tendo conseguido ficar
vários meses sem a horrível “mutação”. Talvez aí esteja o primeiro contato e a
inspiração da Rede Globo para “potencializar” a imagem e a candidatura
presidencial do seu particular “incrível Hulk”, ou seja, o animador Luciano
“Huck”,que talvez tenha a chance de transmitir a idéia “eleitoral” daquele justiceiro lá da
Virgínia que era perseguido e caçado pelos militares durante todo o tempo.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo