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terça-feira, 20 de novembro de 2018

Projeto Nordeste

O previsível projeto do governo Bolsonaro de investir no nordeste, reduto político que restou ao PT, região em que o candidato Fernando Haddad recebeu 51% dos votos nas recentes eleições presidenciais, depende tanto ou mais da descentralização das verbas federais, quanto da Bolsa-Família ou de obras de infraestrutura como a transposição do rio São Francisco ou a Transnordestina, que o General Augusto Heleno, futuro chefe do Gabinete Civil, citou como exemplos.

O economista Winston Frischt, ex-secretário de Política Econômica no governo Itamar e colaborador do Plano Real, um estudioso da questão, destaca que o controle das regiões mais pobres do país pelo governo da vez é uma prática que vem do Império e continuou com a República até os dias de hoje. Mas não há dúvida de que, além da centralização das verbas, o programa Bolsa-Família solidificou o domínio político petista na região, onde um em cada três domicílios recebe recursos do Bolsa Família, de acordo com o PNAD. Dos 18,3 milhões de domicílios da região, mais de 6 milhões recebem o benefício, o que corresponde a 31% da população. Nas outras regiões, essa proporção é bem menor: Centro-Oeste (9,2%), Sudeste (6,9%) e Sul (5,4%). O resultado é que Jair Bolsonaro venceu em 17 Estados, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e na maior parte da região Norte. Já o petista Fernando Haddad ganhou em 8 dos 9 Estados do Nordeste e no Pará, no Norte.

A vantagem de Bolsonaro no Sul, de mais de 600 mil votos, praticamente neutralizou a de Haddad no Nordeste, por volta de 700 mil votos. Mas, para o economista Winston Frischt, não é preciso controlar o Bolsa-Família para controlar politicamente o Nordeste.  Ele destaca que desde a Primeira Republica a região é controlada, especialmente via suas elites políticas, por verbas federais em sua totalidade. O mapa da eleição do fim de cada era de governos muito impopulares, como o dos militares e os dos últimos anos, é o mesmo: a ARENA e o PT levaram o Nordeste, mas perderam os estados mais desenvolvidos e os principais centros urbanos do país.

Segundo Winston Frischt, o controle centralizado das partes mais remotas do território brasileiro vem, de fato, do Império e na República o processo foi remontado politicamente na virada do século passado: “Um acordo com base federativa, pois as bancadas eram essencialmente “de estado”, onde o toma lá dá cá garantia a estabilidade”.  O esquema foi reconstruído, segundo Winston Frischt, de forma estável, mas manu militari, pelas ditaduras de 37-45 e 64-85. A ditadura de 64 centralizou de novo e brutalmente os recursos financeiros públicos na esfera federal, mas, a partir da eleição de 74, a ARENA perde o Sudeste-Sul, acabando como regime dominante apenas nos grotões do país.

No regime de 1988, durante os governos “estáveis” do PSDB, o modelo que Winston Frischt chama de “parlamentarismo de coalizão/cooptação” foi usado com base em partidos/bancadas, onde as elites locais dos estados menos desenvolvidos disputavam verbas ou empresas públicas.  No período do PT, ressalta Frischt, o “parlamentarismo de corrupção” mudou o jogo, comprando partidos no atacado. O mapa das eleições onde o PT é vitorioso demonstra isso. Alckmin, Serra e Aécio ganham de Lula e Dilma no Sul, SP e Centro-Oeste, mas levam surras nos lugares mais pobres.

O Nordeste, analisa Winston Frischt, tem peso demográfico e, portanto, eleitoral, ao contrário do Centro-Oeste e o Norte, e parte importante das elites ainda controla os eleitores, especialmente no interior dos estados. Frischt acredita, porém, que a dinâmica futura deste modelo está condenada, pois o Nordeste tende a perder peso demográfico com o deslocamento da fronteira agrícola. Sobretudo, as elites atrasadas perdem capacidade de entregar voto com a urbanização avassaladora no Brasil, com o crescimento do voto corporativo-religioso e com o novo mundo da competição política, com o crescimento da comunicação de baixo custo via redes de internet.

O crescimento de Bolsonaro nos centros urbanos do nordeste é sinal disso, diz ele, para concluir: “Se o novo governo realmente descentralizar políticas e verbas públicas, e concluir a privatização inacabada, e a reforma política criar cláusulas de barreira e voto distrital, esta distorção centenária da democracia brasileira será ferida de morte”.

Merval Pereira, jornalista - O Globo

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Só o Lula já inaugurou três vezes a Transnordestina – o demiurgo é tão cínico que na última inauguração os vagões ferroviários foram levados para o local da inauguração em carretas rodoviárias



TCU suspende repasses para ferrovia Transnordestina
Corte proíbe desembolsos da Valec e BNDES em favor da empresa, que acumula dívida bruta de 35,3 bilhões de reais

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a paralisação imediata de desembolsos de recursos públicos para bancar as obras da ferrovia Transnordestina, um dos projetos de infraestrutura mais atrasados do país.  Em decisão cautelar tomada na quarta-feira, o ministro-relator Walton Alencar Rodrigues determinou que a estatal Valec e o BNDES paralisem imediatamente qualquer tipo de repasse financeiro para a ferrovia. A decisão também impede desembolsos por meio do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).

[a Transnordestina e a transposição do Rio São Francisco foram inventadas por Lula e Ciro Gomes apenas  para serem utilizadas como fonte de recursos públicos para serem desviados = roubo = corrupção.]

Ao embasar sua decisão, Rodrigues lembrou que, em audiência pública na Câmara, o diretor-presidente da Valec, Mario Rodrigues Júnior, esclareceu que, até dezembro do ano passado, já haviam sido aportados cerca de 6,14 bilhões de reais na Transnordestina, e que a Valec teria sido obrigada pelo governo a aportar mais recursos em 2016, mesmo sem que a empresa tivesse recursos suficientes para a execução das obras públicas sob sua responsabilidade, como a Ferrovia Norte-Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, e até sem estudo de viabilidade. "Eis a irresponsabilidade com que a matéria vinha sendo tratada pelo poder executivo", declarou o ministro-relator, em sua medida cautelar.

Na terça-feira, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes anunciou que vai deixar a presidência da Transnordestina, empresa subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) responsável pelas obras da ferrovia no Nordeste. Ele estava no cargo desde fevereiro do ano passado e tinha aceitado o comando da empresa com a promessa de dar um jeito nas obras da Transnordestina.

Sem os repasses do governo, a situação do projeto se complica de vez, já que a empresa acumula uma dívida bruta de 35,3 bilhões de reais. No início do mês, Paulo Caffarelli, diretor executivo da CSN, disse que projeto da Transnordestina corria o risco de ser paralisado. Caffarelli declarou que esse projeto, para avançar, não depende do grupo, mas do governo.  Obra orçada inicialmente em 7,5 bilhões de reais, a ferrovia foi lançada em 2006 deveria ter sido entregue em 2010. Dez anos depois, não tem mais data para ser entregue.

Fonte: Veja - Estadão


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Ciro Gomes se for aceito pelo PT, vai conseguir PIORAR o IMPIORÁVEL – o cara mente até sobre o estado em que nasceu



PDT oferece Ciro Gomes ao PT como "plano B" em 2018
A possibilidade de o Partido dos Trabalhadores não ter candidato para suceder a presidente Dilma Rousseff tem sido admitida por integrantes da base aliada e até mesmo do partido
Dando como certa a candidatura do PDT à Presidência da República em 2018, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, disse nesta quinta-feira, 21, que tem procurado dirigentes do PT em busca de apoio à candidatura do ex-ministro Ciro Gomes. O pedetista afirmou que tem ouvindo de uma "parcela significativa" de líderes do partido da presidente Dilma Rousseff que Ciro pode ser uma opção para o PT. [imagine o Ciro Gomes no PT – piorando o que já não presta – indicado pelo Carlos Lupi, outro sem serventia e que condenou seu partido ao desprezo merecido ao declarar ser contra a eliminação de Dilma da vida pública via impeachment.???

Os brasileiros normais LEMBRAM do desastre que o irmão do Ciro fez em Sobral (uma das cidades que Ciro declara ter nascido)]quando inaugurou um hospital – sem condições de funcionar – em uma semana e na outra a marquise desabou provocando a interdição total do nosocômio.

O irmão do Ciro é o Cid Gomes aquele que fez uma viagem pela Alemanha e outros países europeus, por conta dos cofres públicos e levou até a sogra,
Já o Ciro sua especialidade é iniciar obras de transposição do Rio São Francisco - só iniciar, depois para tudo e o único resultado é aumentar, superfaturando mesmo, o orçamento inicial.
Sabem como funciona na construção civil: os ADITIVOS SÃO TUDO.]

"Tenho tido conversas com muitos dirigentes do PT, hoje (ontem) mesmo estive almoçando com um, e a receptividade ao nome do Ciro é muito boa", disse Lupi, sem mencionar os nomes desses petistas. "Em resumo, eles dizem que o Ciro pode ser uma opção para o PT", afirmou.

A possibilidade de o PT não ter candidato para suceder a presidente Dilma Rousseff em 2018 tem sido admitida por integrantes da base aliada e até mesmo do partido, em razão da crise pela qual a legenda passa em decorrência das investigações da Operação Lava Jato. Lupi ressaltou ontem uma relação de "fraternidade antiga" entre o seu partido e o PT. Entre idas e vindas, o PDT participa de governos petistas desde a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, a legenda ocupa o Ministério das Comunicações, com o deputado André Figueiredo (CE).

A presidente Dilma tem uma relação especial com o PDT. Antes de entrar no PT, ela foi filiada à legenda. Hoje, a petista deve participar da reunião do diretório nacional do partido de Lupi, quando a sigla pretende fazer um ato em defesa do mandato dela. O diretório deve referendar posição contrária ao impeachment, já aprovada pela executiva nacional da legenda em dezembro.

Em mais um gesto de apoio a Dilma, o diretório deve reiterar o pedido de afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto político do Planalto. O peemedebista foi o responsável por abrir o processo de impeachment da petista, em dezembro do ano passado. O diretório nacional do PDT também deve aprovar a tese de candidatura própria em 2018. Segundo Lupi, essa decisão já tinha sido avalizada pela executiva nacional desde o início de 2015, mas, assim como a posição contra o impeachment, precisa ser referendada.

O presidente nacional do PDT ressalta que o partido terá candidatura própria em qualquer que seja o cenário de 2018, até mesmo se Lula for candidato.  Apesar de ponderar que outros nomes do PDT poderão disputar a indicação da sigla, Lupi acha "difícil" alguém bater Ciro. O ex-ministro, que já foi candidato a presidentes duas vezes - em 1998 e 2002, ambos pelo PPS - tem feito um giro pelo País em busca de apoio.

Atualmente, ele trabalha na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), comandando os trabalhos da construção da ferrovia Transnordestina
. [a ferrovia Transnordestina é uma que já foi inaugurada quatro vezes, só pelo Lula e na última inauguração teve um detalhe: os vagões ferroviários que seriam usados na inauguração (costuma ocorrer nas inaugurações de verdade que os vagões ferroviários circulem com convidados e público) chegaram ao local do evento transportados em carretas rodoviárias – faltavam  os trilhos. Só havia trilhos no local do evento e algumas dezenas de metros antes e após.]

'Vários PTs'
Nesta quinta, Ciro fez elogios ao PT. Em entrevista, o ex-ministro disse que conhece o partido profundamente e sabe que existem "vários PTs". "Conheço muita gente boa, muita gente séria no partido. Diria até que a maioria do PT", afirmou. "Isso não quer dizer, entretanto, que não tenha azedíssimas críticas ao comportamento de uma fração bandida do PT."

Cunha e Temer
Por outro lado, Ciro acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de conquistar protagonismo político por meio de práticas de corrupção, numa referência a casos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. "De onde vem o protagonismo do Eduardo Cunha? Vem do fato de ele roubar uma montanha de dinheiro e distribuir 80% disso entre os colegas", afirmou.

O ex-ministro também atacou o vice-presidente Michel Temer. Disse que só quem for "idiota" acredita que o Temer está querendo, de fato, se reaproximar da presidente Dilma Rousseff. Ele ponderou, contudo, que a petista não deve repudiar isso. "Só quem for idiota acredita. Agora isso não quer dizer que a presidenta tenha que repudiar isso. Até porque a política vive desses bailados", disse. "O que é importante é não acreditar, porque ele está no golpe e é capitão dele."
[Temer não está no golpe – aliás, o impeachment, a ocorrer ainda neste semestre, não é golpe e sim um recurso constitucional para expulsar presidente irresponsável; Temer é o sucessor constitucional de Dilma tão logo a mesma seja afastada da presidência.]

Cunha e Temer afirmaram que não rebateriam as declarações de Ciro e que só conversam com o ex-ministro na Justiça. A assessoria do vice-presidente informou que deve entrar em breve com processo contra Ciro.

Fonte: O Estado de São Paulo


quarta-feira, 20 de maio de 2015

A presimente Dilma quer seguir o mesmo modelo que o Ignorantácio Lula seguiu na Transnodestina – inaugurada quatro vezes, com vagões ferroviários transportados em carretas rodoviárias


Ferrovia transoceânica: a distância entre o discurso e a realidade nos acordos com a China

Anunciado com estardalhaço pela presidente Dilma Rousseff, o projeto de construção de uma ferrovia que ligaria o Brasil ao Peru é o maior exemplo do quanto alguns acordos firmados entre Brasil e China nesta terça-feira estão longe de virar realidade. Com exceção de alguns negócios que já vinham sendo tratados há meses, como a venda do BBM, a compra de 22 jatos da Embraer e a retomada da exportação de carne, a maioria dos acordos ainda necessita de estudos técnicos e licitações. Tirando o entusiasmo do governo diante da perspectiva de receber vultosos valores em um momento de crise financeira, o que se tem de concreto é que as autoridades chinesas manifestaram a intenção de investir mais de 53 bilhões de dólares no Brasil.

Em coletiva convocada para falar sobre o pacote de anúncios, os representantes do governo federal deixaram bem claro que são apenas "memorandos de entendimento". O embaixador José Alfredo Graça Lima explica: "São cifras que visam dar dimensão da grandeza do que pode efetivamente ser alcançado dentro de um prazo de tempo que a gente não sabe, hoje, até onde vai se estender". É por isso que o plano ambicioso de construir uma ferrovia, de 4.700 quilômetros, que atravesse a Floresta Amazônica e a Cordilheira dos Andes, deve demorar e esbarrar ainda em muitos empecilhos para sair do papel, a começar pela obtenção de licenças ambientais e de estudos de viabilidade da obra. Vale lembrar que a ferrovia transoceânica já havia sido anunciada em julho do ano passado por ocasião da visita oficial do presidente chinês, Xi Jinping, ao país.

Brasil e China: valor dos acordos está nos manuscritos de Confúcio

A presidente Dilma anunciou nesta terça-feira um acordo nababesco com o governo chinês. Serão 53 bilhões de dólares em trocas comerciais, um fundo de investimentos de 50 bilhões de dólares para infraestrutura e outro de 30 bilhões de dólares para não se sabe o quê. O discurso soa como música aos ouvidos de quem está cansado de ouvir notícias ruins sobre a economia. Como o diabo está nos detalhes, quando os representantes do governo brasileiro foram confrontados com perguntas básicas sobre os acordos, na coletiva de imprensa, as respostas não poderiam ser mais evasivas.

Resumo da história: os números são fictícios e nenhum acordo foi firmado. O que houve, durante a visita do premiê Li Keqiang, foi um memorando de intenções que pode resultar em acordos no futuro. Disse o vice-presidente da Caixa, Marcio Percival, que não sabia de nada e que o jornalista teria de procurar a informação com os chineses. "Não tem nada contratado. Houve uma lista de intenções apresentada pelos chineses e esses números precisam ser consolidados. Por enquanto, há apenas a intenção", disse. O fato de Percival não conhecer os números é elucidativo: um dos memorandos firmados nesta terça envolve a Caixa e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) na criação de um fundo de 50 bilhões de dólares. O executivo também não soube explicar o quanto a Caixa deverá aportar desse valor. Talvez os jornalistas tenham de recorrer aos manuscritos de Confúcio para encontrar a resposta.

Fonte: Veja On Line