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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

O simples fato da rejeição pelo Senado do nome de Janot ser considerado negativo para aquela Casa já desaconselha a candidatura Janot

 Um ‘momento Berlusconi’ no Senado

Se os Pais da Pátria dificultarem a recondução de Rodrigo Janot, darão uma nova dimensão à crise, agravando-a

Tudo indica que hoje o Ministério Público colocará o procurador-geral Rodrigo Janot na cabeça da lista tríplice a ser encaminhada à doutora Dilma e que ela remeterá seu nome à apreciação do Senado. Os Pais da Pátria têm poderes constitucionais para rejeitá-lo, ou mesmo para cozinhá-lo em fogo brando. Se fizerem isso, colocarão a Casa em oposição à faxina que vem sendo feita na administração do país. Aí sim, estará criada uma crise, a da desesperança e da revolta diante do escárnio.

Não há contra Janot um fiapo de acusação por práticas irregulares. Ele, a Lava-Jato e os procuradores mostraram que trabalham na defesa da moralidade pública. A ideia de que Janot esteja a serviço do Planalto é ridícula. Se as investigações chegaram a hierarcas de outros partidos, sobretudo do PMDB, isso nada tem a ver com o palácio, mas com a biografia de cada um deles. Pior: cada hierarca sabe onde o Ministério Público achou seu rabo preso. A tática de fugir atacando fracassou.

O que está acontecendo no Brasil foi antecipado pelo juiz Sérgio Moro num artigo de 2004, tratando da Operação Mãos Limpas, que revolucionou a política italiana no fim do século passado. Vale citá-lo: ‘A Operação Mani Pulite’ redesenhou o quadro político na Itália. Partidos que haviam dominado a vida política italiana no pós-guerra, como o Socialista e a Democracia Cristã, foram levados ao colapso, obtendo na eleição de 1994 somente 2,2% e 11,1% dos votos, respectivamente.” Os dois partidos deixaram de existir com esse nome e o primeiro-ministro socialista Bettino Craxi morreu no exílio, na Tunísia.

Muita gente boa argumenta que, depois da Mãos Limpas, surgiu o fenômeno Silvio Berlusconi, um magnata das comunicações larápio, cínico e vulgar. Ele ficou nove anos no poder, apanhou na rua, sofreu várias condenações e blindou-se. Mesmo assim, hoje a política italiana é outra, mais honesta e menos ridícula. Se o Senado resolver dificultar a recondução de Janot, terá o seu “momento Berlusconi”, mostrando que nada se pode fazer contra a oligarquia política brasileira. Na Itália, a máfia explodiu o juiz Giovanni Falcone, que comandou a Mãos Limpas. [o simples fato da rejeição pelo Senado Federal da candidatura do Janot, ser considerado um 'momento Berlusconi' já compromete a lisura da candidatura do atual procurador-geral a uma recondução.

Queiram ou não  Dilma será  acusada, caso não indique Janot, de pretender bloquear a Lava-jato; indicando Janot, será acusada de pretender conquistar a simpatia do indicado para os rolos petistas.

Já o Senado, recusando Janot, será acusado  de vingança contra o  atual procurador; aceitando Janot será também acusado de temer uma retaliação corporativa do Ministério Público.]


Desde o início da Lava-Jato, fabricaram-se fantasias. Não havia corrupção, mas extorsões contra as empreiteiras. As prisões seriam uma forma de tortura, e as colaborações seriam produto da coação. O juiz Moro não chegaria à Odebrecht. Marcelo Odebrecht está na cadeia, a Camargo Corrêa colabora com o Cade, 12 maganos confessaram suas tramoias e há uns tantos na fila. A adesão de Renato Duque parece próxima, a de Léo Pinheiro, possível. Ambos sabem coisas que os oligarcas não querem lembrar.

Na ponta do lápis, colaborar com a Viúva tornou-se um bom negócio. Os condenados pelo juiz Moro são homens com mais de 60 anos e suas carreiras acabaram-se. Todos têm patrimônio legal capaz de lhes proporcionar uma casa em Angra dos Reis (para quem não a tem), com piscina, quadra de tênis e espaço para exercícios. Cabe-lhes escolher entre essa vida, com tornozeleira, ou o risco de passar um par de anos em regime fechado, pensando no dia em que poderão pedir o regime semiaberto. Até agora, só João Auler, da Camargo Corrêa, comprou esse boleto.

Fonte: O Globo - Elio Gaspari , é jornalista


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Carta de uma palestino-brasileira a Gil e Caetano

Queridos Caetano e Gil,
Tenho 46 anos de idade. Como muitos da minha idade e geração, cresci ouvindo suas belas músicas. Mas, infelizmente como poucos da minha idade e geração, também cresci ouvindo histórias de um povo muito generoso, hospitaleiro, que cuidava de sua terra com muito amor, até que um dia foi expulso dali, violentamente. Estou falando do povo palestino, das minhas raízes. Sou brasileira de origem palestina. Meu pai tinha apenas 13 anos de idade quando, juntamente com toda a família e cerca de 800 mil palestinos, foi obrigado a deixar sua terra para um exílio - e refúgio - que já dura 67 anos. Minha mãe também é filha de palestino.
Por Soraya Misleh
Caetano, é por isso que leio com tristeza sua resposta a Roger Waters, em que afirma: "Eu me lembro que Israel foi um lugar de esperança." Israel se fundou sobre um projeto deliberado de limpeza étnica do povo palestino, para constituição de um estado homogêneo, exclusivamente judeu. O que há de lugar de esperança nisso? Até então, na Palestina, vivia uma minoria judaica, além de cristãos, muçulmanos e pessoas não religiosas. Meu pai conta que, quando era criança, judeus, cristãos e muçulmanos brincavam juntos, sem rótulos. Isso não é possível com apartheid. Nunca tivemos qualquer problema com judeus. Somos contra o projeto sionista - não contra judeus. Assim como o mundo se posicionou contra o apartheid na África do Sul e os horrores do Holocausto sob o nazismo, nosso pedido é que se posicionem contra o sionismo. Gil, diferentemente do que afirmou à imprensa, não há nada de democrático em um estado com essa natureza.
Muitas das músicas de vocês, que trazem tanta poesia à nossa vida, servem para embalar também a nostalgia de uma terra para a qual os palestinos expulsos em 1948 estão impedidos de retornar, onde cabia todo mundo. "Felicidade foi se embora, e a saudade no meu peito ainda mora (...) A minha casa fica lá de trás do mundo, onde eu vou em um segundo quando começo a cantar. O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar."
De lá para cá, Israel expulsou em 1967 mais milhares de palestinos. Hoje são 5 milhões vivendo em campos de refugiados. Ao longo de todo esse período, a situação não tem melhorado. Pelo contrário, com o incremento da colonização, muitos palestinos continuam sendo expulsos de suas terras. Assim, com base no direito internacional e tendo como referência o apartheid que perdurou até os anos 1990 na África do Sul, o Tribunal Russell sobre Palestina declarou em 2011 que Israel é um estado de apartheid institucionalizado (leiam aqui, por favor:https://goo.gl/nL3UKR). Há leis racistas e discriminatórias contra os palestinos, que são desumanizados cotidianamente.
As nossas famílias foram separadas e apenas em 2010 pude pisar pela primeira vez na terra em que meu pai nasceu. Tive a emoção de conhecer o único irmão de meu pai ainda vivo e uma enorme e amorosa quantidade de primos. Tenho, por justiça, lutado para denunciar a ocupação e o apartheid israelenses há anos e estou engajada na campanha de BDS a Israel - um chamado da sociedade civil palestina até que os direitos humanos fundamentais lhe sejam garantidos. Pela minha origem e por esse crime - o crime de fazer valer o direito à liberdade de expressão e manifestação no Brasil por que vocês tanto lutaram -, não pude mais rever minha família. Em 2011, fui impedida de entrar na Palestina, após um calvário de interrogatórios, revistas e intimidação de mais de dez horas (calvário esse que todos os brasileiros-palestinos passam quando vão visitar seus familiares). Neste ano, em março, participei do Fórum Social Mundial em Túnis, na Tunísia, e construímos, como parte do processo por um mundo mais justo, uma missão humanitária à Palestina ocupada. A missão foi devidamente negociada junto ao governo brasileiro e as autoridades israelenses e mesmo assim, foi negada a entrada a mim e a outro brasileiro, Mohamad El Kadri - dos 16 integrantes, os dois únicos com pais e avôs árabes, dados que Israel pediu a cada um de nós. Como ficou demonstrado, o apartheid começa já na fronteira israelense.
Lembro-me que em 2010 encontrei-me com Nita Freire, viúva do educador Paulo Freire, que me contou que Paulo Freire recusou-se a participar de uma atividade numa universidade israelense que falaria sobre diálogo. Paulo Freire recusou-se por entender que parte dos interlocutores do suposto diálogo não poderia estar presente, diante do apartheid. Disse que estaria à disposição no momento em que de fato essa situação se transformasse.
Como infelizmente ainda não chegou este momento, peço a vocês: cancelem o show em Israel. Os palestinos, fãs da sua música, não poderão estar presentes - eles não podem transitar livremente. Se eu quisesse ver o show de vocês em Tel Aviv, não poderia. Israel afirmou que sou "ameaça a sua segurança" e estou banida de visitar meus familiares e a terra de meus ancestrais por cinco anos. Não sou terrorista, sou um ser humano que luta por justiça.
Gil, ouvi você cantar "Imagine" no Fórum Social Mundial em Túnis, Tunísia, em 2013. Esse outro mundo que você tão bem cantou, trazendo a lembrança de John Lennon, não é possível enquanto aceitarmos como normal o apartheid a que está submetido o povo palestino.
Mantenho a esperança de contar com a mensagem inestimável de vocês ao mundo, por justiça, igualdade e liberdade. E deixo aqui as palavras do poeta palestino Mahmoud Darwish: "Nós, palestinos, sofremos de um mal incurável que se chama esperança. Esperança de libertação e de independência. Esperança de uma vida normal, na qual não seremos nem heróis nem vítimas. Esperança de ver nossas crianças irem à escola sem riscos. Para uma mulher grávida, esperança de dar à luz um bebê vivo, num hospital, e não uma criança morta diante de um posto de controle militar. Esperança de que nossos poetas verão a beleza da cor vermelha nas rosas e não no sangue. Esperança de que esta terra reencontrará seu nome original: terra de amor e de paz. Obrigado por carregar conosco o fardo dessa esperança." 
Obrigada, Gil e Caetano!
Soraya Misleh é jornalista, membro da diretoria do ICArabe, da Ciranda Internacional da Informação Independente e da Frente em Defesa do Povo Palestino.
Transcrito do: Blog do Lobbo 

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Terror Mundial – Ataques na Tunísia, na França e no Kuwait deixam dezenas de mortos



Ataques na Tunísia, na França e no Kuwait deixam dezenas de mortos
Em praia tunisiana, ao menos 27 pessoas - incluindo estrangeiros - foram mortas em atentado contra hotel em Sousse
Um ataque a um hotel no balneário tunisiano de Sousse, a cerca de 150 quilômetros da capital, matou pelo menos 27 pessoas, incluindo estrangeiros, afirmou um porta-voz do Ministério do Interior nesta sexta-feira, 26.

Mais cedo, nesta sexta, pelo menos uma pessoa morreu e duas ficaram feridas em um atentado terrorista na cidade de Saint-Quentin Fallavier, a 525 quilômetros a sudeste de Paris. Já no Kuwait, uma explosão em uma mesquita xiita deixou dezenas de mortos. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico.
 
Segundo Mohammed Ali Aroui, a maior parte das vítimas na Tunísia era turista. O porta-voz não disse, porém, quais seriam suas nacionalidades. Rádios locais dizem que entre os mortos em Sousse estão, principalmente, turistas alemães e britânicos.  Os detalhes do ataque, que uma fonte de segurança no local e as rádios relataram ter sido no hotel Imperial Marhaba, ainda estão sendo apurados. "Tiros disparados diante um hotel resultou num certo número de vítimas", afirmou uma emissora estatal, sem dizer a quantidade de vítimas.

O corpo de um dos atiradores está na cena do ataque com um fuzil de assalto AK-47, após ter sido baleado durante troca de tiros com a polícia, disse a fonte.  Sousse é um dos balneários turísticos mais populares da Tunísia, atraindo visitantes da Europa e de países vizinhos do norte africano.

A Tunísia está em alerta desde março, quando atiradores militantes islâmicos atacaram o Museu Nacional do Bardo, em Túnis, matando um grupo de turistas estrangeiros em um dos piores ataques em uma década no país.

"Não devemos ceder ao medo", diz Hollande após morte em atentado na França
O presidente de França, François Hollande, disse hoje (26) que é preciso não ceder ao medo, após um atentado que classificou como terrorista em uma fábrica perto de Lyon. Ele afirmou que o momento é de prevenir novas ações terroristas. Hollande interrompeu a reunião de líderes europeus da qual participa, em Bruxelas, para fazer a declaração e anunciou que voltará em seguida para a França, onde deverá ter uma reunião emergencial de crise. "Nunca devemos ceder ao medo", disse o presidente da República francesa.

Mais cedo, um homem envergando uma bandeira islâmica atacou hoje uma instalação industrial de gás perto de Lyon, fazendo pelo menos um morto e vários feridos.  Segundo uma fonte judicial citada pela France Presse, o homem teria entrado em uma fábrica, em Saint-Quentin-Fallavier e detonado vários pequenos engenhos explosivos.

De acordo com o presidente Hollande, o autor do crime já teria sido identificado. Próximo à fábrica foi encontrado um corpo decapitado e a cabeça continha inscrições. O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve está a caminho do local do atentado.

Estado Islâmico ataca mesquita xiita e deixa 25 mortos no Kuwait
Ao menos 25 pessoas morreram nesta sexta-feira em um atentado reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) contra uma mesquita xiita no Kuwait. O grupo ultrarradical sunita reivindicou o ataque, realizado durante a grande oração de sexta-feira na mesquita Al Imam al Sadeq, na Cidade do Kuwait, na segunda sexta-feira do mês de jejum sagrado do Ramadã.

Em um comunicado, a "Província de Najd", que se manifestou recentemente como a facção saudita do EI, afirma que um camicase, Abu Suleiman al Muwahhid, realizou o atentado contra uma mesquita "que promovia o ensinamento xiita entre a população sunita". Segundo o ministério do Interior do país, além dos 25 mortos, 202 pessoas ficaram feridas no ataque.  A "Província de Najd" reivindicou em maio dois atentados contra xiitas na Arábia Saudita.

Estado Islâmico mata 120 civis na cidade síria de Kobani
Ao menos 120 civis morreram pelas mãos do grupo Estado Islâmico (EI) desde que na quinta-feira os jihadistas lançaram um ataque contra a localidade curda de Kobani, ao norte da Síria, informou nesta sexta-feira uma ONG, que denunciou um massacre.

A tensão seguia reinando nesta sexta-feira em Kobani, situada perto da fronteira com a Turquia, já que os jihadistas haviam se entrincheirado em edifícios e utilizavam civis como escudos humanos, indicaram militantes e o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). 

"Teriam ao menos 70 civis tomados como reféns", disse Mostafa Ali, jornalista local originário de Kobani e que se encontra nos arredores da cidade. Os combatentes curdos "cercam os imóveis, mas não se atrevem a disparar para não colocar em risco a vida dos civis", afirmou.

O grupo EI havia lançado na quinta-feira um ataque surpresa com três atentados suicidas em Kobani, de onde havia sido expulso em janeiro, o que constituiu seu primeiro revés desde o início de sua expansão na Síria. Este ataque surpresa é, segundo os analistas, uma vingança e uma operação "de diversão" por parte dos jihadistas, que sofreram uma série de derrotas nos últimos dias pelas mãos das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) no norte da Síria.

"Segundo fontes médicas e habitantes de Kobani, 120 civis foram executados pelo EI em seus lares ou morreram por ataques de foguetes e de franco-atiradores", disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, que acusou o grupo jihadista de ter lançado um de seus piores massacres na Síria. A este balanço se somam 26 civis executados na quinta-feira em um povoado perto de Kobani, segundo o OSDH, que dispõe de uma ampla rede de informantes na Síria.

Fonte: Agência Brasil, AE e AFP

Terror islâmico ataca em três países e deixa dezenas de mortes



França, Tunísia e Kuwait países considerados estáveis e pacíficos foram atacados nesta sexta-feira. Os três atentados aparentemente não têm ligação direta entre si
Três ataques terroristas nesta sexta-feira, aparentemente não ligados entre si, deixaram dezenas de vítimas na Europa, no Norte da África e Oriente Médio, e aumentaram as preocupações sobre o avanço do terror islâmico em países considerados pacíficos, como França, Kuwait e Tunísia.
Na França, dois terroristas invadiram uma fábrica de produtos químicos industriais próxima de Lyon, no sudeste do país, decapitaram uma pessoa e explodiram cilindros de gás. Um terrorista e um suspeito foram presos. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas. Não há informações se o outro terrorista é o segundo suspeito detido, um dos feridos ou se ele fugiu do local.

Na Tunísia, dois homens armados com fuzis Kalashnikov abriram fogo em um complexo de resorts litorâneos em Sousse, matando pelo menos 27 pessoas, inclusive turistas ocidentais, disseram autoridades. Pelo menos um dos terroristas foi morto por forças de segurança. O balneário de Sousse é um dos mais populares do país, atraindo visitantes da Europa e de países vizinhos do norte africano. Com as férias de verão no hemisfério norte, os hotéis estavam com a capacidade quase toda lotada.

A Tunísia está em alerta desde março, depois que homens armados entraram ao Museu Bardo, o maior do país, localizado na capital Túnis, e mataram 22 estrangeiros, em um ataque que foi considerado um dos piores em uma década. Depois do atentado ao museu, o setor do turismo, um dos motores da economia tunisiana, teve resultados muito ruins em abril, com uma queda de 25,7% do número de turistas em relação ao ano anterior.

E no Kuwait, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade por uma explosão em uma mesquita na capital do país, chamada de Cidade do Kuwait. De acordo com imprensa local, ao menos 25 pessoas morreram e mais de duzentas ficaram feridas.


Fonte: Revista VEJA

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Estado Islâmico executa prisioneiro com bazuca

Não contentes em executar seus prisioneiros com facas e metralhadoras, os jihadistas do Estado Islâmico deram um passo à frente no quesito brutalidade. Em um vídeo divulgado nesta quinta-feira (veja abaixo), membros do grupo são vistos executando um homem com uma bazuca.

Segundo o jornal britânico “Daily Mail”, a vítima seria Ibrahin Shraideh, um membro da tribo al-Shaitat, da cidade de Abu Haman, na Síria. O grupo vem combatendo o Estado Islâmico desde o início da tentativa dos jihadistas de formar um califado no Oriente Médio e no norte da África.

Os homens filmados na gravação seriam da frente jihadista da Tunísia e do Marrocos. Após a morte do prisioneiro, os autores dispararam para o alto, gritaram “Alá é grande” e ainda chutaram o cadáver como forma de lição aos demais combatentes na Síria.

Palmira
A gravação surge logo após a tomada da cidade patrimônio histórico da Unesco ter sido tomada pelos jihadistas. Segundo testemunhas, o Estado Islâmico deixou uma trilha de cadáveres decapitados pela cidade após sua chegada.

Além disso, tomaram um quartel general da resistência no Oriente Médio, uma base aérea militar e um presídio local. Acredita-se que todos os presos tenham sido libertados e incorporados ao exército jihadista.

Atenção: As imagens são fortes


sábado, 17 de janeiro de 2015

Escola de jihadistas ou o risco de receber estrangeiros

Como são formados os jihadistas

A trajetória de radicalização dos irmãos Kouachi, responsáveis pelo atentado terrorista em Paris, é comum a muitos outros extremistas: começa num ambiente de pobreza e discriminação e se intensifica na cadeia, onde os muçulmanos são maioria

Cherif Kouachi tinha vinte e poucos anos e um subemprego como entregador de pizzas quando, em 2003, no auge da “Guerra ao Terror”, os Estados Unidos invadiram o Iraque. Filho de argelinos, o francês morava na periferia de Paris e tinha pouco apego ao islã até conhecer o grupo liderado por Farid Benyettou, uma espécie de guru de uma mesquita próxima. Os rapazes de famílias pobres, desestruturadas e de baixa escolaridade se uniram em torno de Benyettou para conversar sobre jihad, a guerra sagrada, e os abusos do Exército americano no Iraque. Alguns foram para a guerra lutar contra o inimigo ocidental. Cherif estava a caminho do Oriente quando, em janeiro de 2005, foi preso pela polícia francesa. De acordo com o jornal britânico “The Guardian”, ele foi descrito pelos advogados responsáveis pelo caso como um “jovem frágil com poucas ideias políticas reais, psicologicamente manipulado por uma seita.” Na época, Cherif disse ao júri: “Eu queria voltar atrás, mas estava com medo de parecer um covarde”.
ESCOLA DO TERROR - Apesar de representarem menos de 10% da população francesa, 60% dos quase 70 mil presos
nas cadeias do país são muçulmanos

É na prisão de Fleury-Mérogis, no sul de Paris, para onde Cherif foi mandado, que sua trajetória rumo ao extremismo encontra seu lugar, num caminho sem volta. Há duas semanas, ele ficou conhecido como um dos terroristas que invadiram a redação do jornal satírico “Charlie Hebdo”, em Paris, matando 12 pessoas. O outro era seu irmão, Said. Os dois foram mortos pela polícia na sexta-feira 9. No período em que ficou preso, até 2008, Cherif conheceu Amedy Coulibaly, morto depois de assassinar quatro reféns e um policial num supermercado judaico no leste de Paris, dois dias depois do atentado ao “Charlie”. A ação foi coordenada com os irmãos Kouachi. Coulibaly também estava preso em Fleury-Mérogis por assalto à mão armada. Lá eles conheceram Djamel Beghal, recrutador da rede terrorista Al-Qaeda. Naquele ano, Beghal foi preso na França por conspirar um ataque à Embaixada dos Estados Unidos em Paris. Como os Kouachi, ele também tem origem argelina.

Até o dia 7 de janeiro, esses quatro personagens faziam parte de um roteiro cada vez mais comum nos guetos muçulmanos de Paris e das outras grandes cidades europeias. Suas histórias, seus fracassos, seus encontros na prisão e a conversão para um tipo de islamismo cada vez mais radical não são exceção. São, cada vez mais, a regra entre jovens fracassados no processo de integração cultural e ascensão social, que encontram na religião e nos ensinamentos distorcidos do “Corão” a válvula de escape para suas frustrações.

Como acontece com os negros no Brasil e nos Estados Unidos, os muçulmanos são super-representados no sistema prisional francês: correspondem a 60% do total de 66 mil presos, mas não são nem 10% da população geral. Na semana passada, o governo francês informou que 1,4 mil de seus prisioneiros têm tendências extremistas, 152 são considerados islâmicos totalmente radicais e, entre eles, 87 integram organizações terroristas. A ministra da Justiça, Christiane Taubira, aproveitou a ocasião para anunciar um plano de contenção do radicalismo nas penitenciárias. A ideia é isolar os extremistas e treinar os clérigos que visitam as cadeias para ter um discurso mais moderado. A escassez desses religiosos, aliás, é um dos fatores que transformam as prisões em campo fértil para a leitura do “Corão” ao pé da letra. Na França, há 182 clérigos muçulmanos e cerca de 700 cristãos, segundo a agência Reuters.

O contexto por trás do encarceramento envolve uma parte da população que, apesar de ter nascido na França e possuir a cidadania europeia, não se vê integrada à sociedade ocidental. Obrigados a viver nas habitações populares dos “banlieues”, nos subúrbios de Paris, onde a média de desemprego é maior que o dobro do índice nacional, esses franceses são, em geral, filhos ou netos de imigrantes – a maioria vem de antigas colônias como Argélia, Marrocos e Tunísia. O fluxo migratório do início do século XX levava mão de obra da África para a Europa. “Havia um entendimento entre os europeus de que essas pessoas só iriam trabalhar, a intenção nunca foi de uma ocupação permanente”, disse à ISTOÉ Demetrios Papademetriou, presidente do Instituto para Política Migratória (MPI, na sigla em inglês), na Europa, de Bruxelas. “Mas os trabalhadores naturalmente levaram suas famílias e seus costumes. Quanto mais eles se sentiam isolados, agredidos, sem as mesmas oportunidades, mais eles se fechavam em suas comunidades e desafiavam a maioria.” Segundo o MPI, para muitos franceses, os bairros com alta concentração de islâmicos e escolas segregadas funcionam como “sociedades paralelas".

"A integração fracassou”, diz Mohammed ElHajji, professor de comunicação e especialista em questões migratórias e culturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Nos anos 80 e 90, os imigrantes recorreram às antenas parabólicas para manter os laços com sua terra de origem. Agora a internet cumpre esse papel”, diz ele, um marroquino radicado no Brasil. Há dez anos vivendo em Paris, o tunisiano Nassim Touns, 31 anos, se sente ainda mais discriminado depois do atentado ao “Charlie Hebdo”. “É como se fôssemos cidadãos de segunda classe”, disse à ISTOÉ. Formado em comércio internacional e economia em seu país, Touns trabalha hoje como pintor de uma empresa subcontratada pelo Grupo Carrefour para reformar as lojas da rede varejista. Ele diz que não sai de Paris porque tem dois filhos – franceses – e que até na Tunísia é difícil encontrar emprego. “Eles preferem ‘francês-francês’.”

Na França, essa “preferência” já foi medida. Um estudo de 2011 da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, concluiu que um cidadão cristão de origem africana tem 2,5 vezes mais chances de ser chamado para uma entrevista de emprego do que um muçulmano igualmente qualificado. Nesses casos, as pessoas com nomes tipicamente franceses têm vantagens sobre quem carrega um nome que soa islâmico. Outras pesquisas já mostraram dificuldades semelhantes para os muçulmanos em aluguéis de imóveis e vendas de carros.

Numa sociedade em que a laicidade, que implica a separação total entre Estado e Igreja, é um valor inegociável, o sentimento de discriminação se espalhou quando, em 2011, a França proibiu o uso do véu islâmico e outros símbolos religiosos em locais públicos. Para Ariel Finguerut, pesquisador do Grupo de Pesquisas Oriente Médio e Mundo Muçulmano da Universidade de São Paulo, esses elementos sociais só reforçam “o estigma do islã como vítima de um Ocidente opressor.”

Desse ambiente, os irmãos Kouachi e seu cúmplice, Amedy Coulibaly, não conseguiram fugir. Eles não precisaram sair da França para se converter ao extremismo. Como acontece com milhares de jovens que vivem nas mesmas condições de vulnerabilidade, o discurso radical lhes ofereceu, enfim, reconhecimento e um propósito de vida. Mohammed Merah, o jovem que matou quatro judeus e três soldados em Toulouse, no sul do país, em 2012, também era um deles. Ciente disso, o governo francês está diante do desafio de repensar a maneira como lida com os fundamentalistas em seu próprio território, a começar pelas políticas de integração das diversas comunidades que ali coexistem.

Fonte: Revista IstoÉ

 

 

sábado, 29 de novembro de 2014

A Israel só interessa a extinção total dos palestinos

Projeto aumenta isolamento de Israel

Definição do país como ‘Estado-nação do povo judeu’ é um retrocesso na democracia porque marginaliza a população árabe-israelense

No Oriente Médio, nada é tão ruim que não possa piorar. No caso da Primavera Árabe, quase quatro anos depois apenas a pioneira Tunísia está no rumo democrático. O Egito voltou à ditadura militar, o Estado líbio se fragmentou, uma longa guerra civil destrói a Síria, provocando um êxodo de refugiados. Da maré montante de organizações islâmicas radicais, uma delas ergueu-se de forma inesperada e violenta: o Estado Islâmico (EI), que implantou um califado trevoso em amplas áreas da Síria e do Iraque em nome do fundamentalismo sunita e vem batendo todos os recordes de violência, barbárie e retrocesso civilizatório. Conflitos alimentados, no fundo, pela guerra entre sunitas e xiitas.

Nesse contexto, o embate entre Israel e palestinos, a luta destes pela constituição de um Estado, deveria receber prioridade máxima. Desatar este nó é vital para desanuviar o quadro, o que requer novas atitudes não só do Estado judeu, como dos países árabes. Mas, o que se verifica é que os dois lados cada vez mais se aferram a posições radicalizadas. Israel segue expandindo a ocupação de territórios palestinos. Estes seguem fazendo atentados sangrentos. Cansada, a comunidade internacional começa a demonstrar impaciência com Israel: a Suécia já reconheceu a Palestina, o Parlamento britânico também (medida mais simbólica) e a França poderá ser a próxima a fazê-lo.

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Nas últimas semanas, a violência aumentou em Jerusalém, devido a uma disputa religiosa: ativistas judeus querem ter o direito de rezar no local chamado pelos israelenses de Monte do Templo e, pelos árabes, de Nobre Santuário área entregue à administração religiosa islâmica e em que fica a mesquita de al-Aqsa, sagrada para os muçulmanos. [se a área está sob administração religiosa islâmica e é considerada sagrada para os muçulmanos, soa como provocação que ativistas judeus queiram exercer suas atividades religiosas em solo sagrado para outra religião.] Onze israelenses foram mortos, incluindo quatro rabinos e um policial esfaqueado e alvejado a tiros, por palestinos, em uma sinagoga da cidade. Doze palestinos também foram mortos, incluindo grande parte dos autores dos ataques. 

Só contribui para radicalizar mais a situação o projeto aprovado pelo governo do premier Benjamin Netanyahu, mas ainda não pelo Parlamento, que define Israel como “o Estado-nação do povo judeu”, aprofundando uma divisão já existente entre a maioria judaica e os árabes israelenses — 20% da população de 8 milhões. O projeto foi criticado pelo próprio presidente israelense, Reuven Rivlin: “o Estado de Israel foi estabelecido sobre duas fundações sólidas: judaísmo e democracia. A remoção de um deles vai levar à queda de todo o prédio”.

Em editorial, o “New York Times” lembrou que a Declaração de Independência enfatiza que Israel foi criado como um lar para os judeus, mas garante “completa igualdade de direitos sociais e políticos a todos os seus habitantes, sem distinção de religião, raça ou sexo”. O projeto sob exame é discriminatório, antidemocrático e aumenta o isolamento de Israel.

Do Editorial em O Globo