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quinta-feira, 9 de março de 2023

O nascimento do “império do mal” (Primeira parte) - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Sob a nova economia estatal, tanto a produção industrial quanto a agrícola despencaram. Estima-se que 5 milhões de russos morreram de fome em 1921 

 Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Lenin e Josef Stalin | Foto: Domínio Público

 Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Lenin e Josef Stalin | Foto: Domínio Público
 
Na edição da semana passada de Oeste, resolvi trazer para a nossa resenha o descalabro da apologia ao comunismo que testemunhamos no Carnaval no Brasil
Escolas de samba homenageando a nefasta ideologia, que matou mais de 110 milhões de pessoas no mundo, e figuras como Flávio Dino, atual ministro da Justiça, usando roupas e acessórios que brindam ditadores que sustentaram regimes totalitários através do comunismo. 
A pergunta que fazemos hoje é o que não estão ensinando nas escolas para que nossos filhos não questionem esse grotesco enaltecimento de homens abomináveis que assassinaram milhões de homens, mulheres e crianças?
escola de samba comunismo
Escola de samba faz apologia do comunismo, 
durante desfile de Carnaval em Florianópolis – 19/2/2023 - 
 Foto: Reprodução
Em 1987, em um discurso numa convenção dedicada a melhorar a vida de crianças pelo mundo, o então presidente norte-americano, Ronald Reagan, um dos homens que bravamente lutaram contra o comunismo durante toda a sua vida, disse:  
“A liberdade nunca está a mais de uma geração da extinção. Nós não passamos a liberdade para nossos filhos na corrente sanguínea. Devemos lutar por ela, protegê-la e entregá-la para que façam o mesmo”. 
Ou seja, a liberdade não será protegida se não protegermos a história daqueles que tentarão reescrever as páginas da humanidade manchadas pela maldade e pelo sangue de milhões de mortos. 
Como também disse Reagan, você difere um comunista de um anticomunista entre alguém que lê Marx e Lenin e alguém que entende Marx e Lenin.
 
Não podemos mais esperar as escolas. Temos de tomar as rédeas do que está ficando de fora de currículos e dos debates escolares. Já a Escola de Frankfurt fez o seu trabalho como planejado, infiltrou brilhantemente a revolução marxista e o pós-modernismo onde as sementes são germinadas. 
O meio acadêmico — dos pequenos aos grandes — está infestado de professores doutrinadores que empurram sem pestanejar o “manual da bondade” de Marx e seus discípulos. 
Nossos alunos não apenas sofrem com uma verdadeira lavagem cerebral, mas são privados do conhecimento dos fatos. Faça um teste: pergunte a um jovem o que aconteceu com o Muro de Berlim. Não se surpreenda se ele apenas responder que o “muro caiu, como um celeiro velho”, sem mencionar que, na verdade, ele foi derrubado.

Então, mãos à obra. Farei a minha parte aqui na companhia de vocês. É claro que seria impossível em poucos textos mostrar todas as nuances da covarde história do comunismo no mundo. Mas também não economizarei palavras e parágrafos neste artigo — e no que será publicado na próxima semana. Aqui em Oeste, jamais deixaremos que adoradores do regime mais bárbaro da humanidade apaguem o que fizeram. Honraremos o legado de líderes como Ronald Reagan, João Paulo II e Margaret Thatcher, que lutaram bravamente contra o “império do mal”, como o presidente norte-americano certa vez definiu a ideologia.

Ronald Reagan segurando a camiseta Stop Communism 
Central America, em South Lawn, 7/3/1986 - 
Foto: Wikimedia Commons

O comunismo se espalhou durante o século 20 e foi uma parte fundamental da Guerra Fria. Mas, exatamente, o que é comunismo? Embora o significado exato possa variar de acordo com o contexto, o comunismo é uma ideologia política e econômica que geralmente busca a criação de uma sociedade “sem classes”, por meio da intervenção do Estado e do controle sobre a economia e a sociedade. Os políticos comunistas procuram assim eliminar as hierarquias tradicionais e criar uma sociedade “livre da desigualdade de classes” e da “exploração dos trabalhadores”.

(...)

Sob o comunismo de guerra, Lenin rapidamente nacionalizou toda a manufatura e a indústria em toda a Rússia soviética, até confiscando grãos excedentes de camponeses para alimentar seu Exército Vermelho

Desde seu início, há mais de um século, o comunismo, que diz clamar por uma sociedade sem classes, na qual tudo seja compartilhado igualmente, passou por uma série de mudanças nos métodos revolucionários para que os objetivos fossem alcançados, mesmo em 2023. 
O que começou em 1917, na Rússia, se tornou uma revolução global sinistra, criando raízes em países tão distantes quanto a China e a Coreia, o Quênia e o Sudão, Cuba e Nicarágua. 
Lançado a partir da Revolução de Outubro, de Lenin, a ideologia se espalhou para a China, com a ascensão de Mao Zedong ao poder, e para Cuba, com a chegada de Fidel Castro. O comunismo foi a ideologia por trás de um lado da Guerra Fria e teve um declínio simbólico com a queda do Muro de Berlim, embora atualmente ele venha ganhando adeptos e defensores exatamente pela falta de conhecimento histórico.

Karl Marx e a semente do comunismo

A linha do tempo do comunismo começa a ser delineada em 21 de fevereiro de 1848, quando o filósofo alemão Karl Marx e Friedrich Engels publicaram O Manifesto Comunista, convocando uma revolta da classe trabalhadora contra o capitalismo. 
Seu lema, “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”, rapidamente se tornou um grito de guerra popular. Marx e Engels pensavam no proletariado como os indivíduos com força de trabalho, e na burguesia como aqueles que possuem os meios de produção numa sociedade capitalista. O Estado sonhado por Marx e Engels passaria por uma fase, muitas vezes considerada como um socialismo, para, finalmente, estabelecer-se em uma sociedade comunista pura.

Capa da primeira publicação do Manifesto Comunista, 
em fevereiro de 1848, em Londres | Foto: Wikimedia Commons

Clique Aqui, para matéria completa - Liberada Revista Oeste

Leia também “Uma festa sem máscaras e sem vergonha”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


sábado, 24 de julho de 2021

A ILHA DE PROSPERIDADE: O AGRONEGÓCIO NACIONAL

Alex Pipkin, PhD

Desde meus áureos tempos nos bancos escolares do primário, li e aprendi que o Brasil era o grande celeiro do mundo.

Adam Smith e David Ricardo, entre outros, explicam pertinentemente nossas vantagens comparativas em uma série de commodities agrícolas - soja - e industriais - minério de ferro - que nos foram herdadas; uma dádiva d’Ele. Como fomos beneficiados pela extensão, pela abundância, pela qualidade e pelo clima de terras agricultáveis para certas culturas. Será mesmo que como alude o folclore tupiniquim, Deus é brasileiro? Tenho minhas abissais dúvidas…

Bem, como nos meus tempos universitários agarrei-me a trilogia Porteriana, sei que as vantagens que realmente contam são as competitivas, aquelas que são criadas pela engenhosidade, pelo esforço e pelo investimento humano.  Nossa vocação continua sendo de produtores e de exportadores do setor do agrobusiness, no entanto, com uma diferença abissal: o setor investiu pesadamente em pesquisa e desenvolvimento, em tecnologias, e inovou pragmaticamente, gerando maior produtividade, empregos, renda e riqueza. O agronegócio nacional transformou-se em uma indústria intensiva em capital e tecnologia no que diz respeito à sua produção; sensacional.

Não é necessário muito esforço para comprovar o protagonismo do setor, que em 2020 representou 26,6% do PIB brasileiro. Evidente que a demanda mundial e o aumento dos preços das commodities impactaram no crescimento, porém, inegavelmente ocorreu uma transformação de postura e tecnológica no setor. Por outro lado, o que dizer do franco processo desindustrializador que o país vem sofrendo?  Em 2020, a indústria representou apenas 11,3% do PIB nacional e, sabidamente, o setor é o grande responsável pela geração de transformações, inovações, empregos, renda e riqueza.

Nesse país de legítimas e provadas elites de baixa qualidade, que insiste em focar o próprio umbigo - e de apenas alguns escolhidos - isolacionista e protecionista, repleto de relações de compadrio, de proteções, de incentivos fiscais, de subsídios, de tributação alta e burocrática, com raras exceções, continuamos mesmo produzindo espécies de carroças. O acesso a tecnologias de ponta, insumos, componentes, sistemas, bens de capital, enfim, segue significando um esforço hercúleo, que impede e/ou dificulta a agregação de valor, o aumento da competitividade brasileira e a nossa participação nas cadeias globais de valor.

Esse país é tão esotérico que até mesmo as transnacionais por aqui atuam distintamente do resto do mundo, constituindo-se, basicamente, em produtoras para o mercado doméstico. O irônico é que muitas delas brigam pela manutenção da “fechadura brasilis”.  O nefasto resultado desta retrógrada e enviesada situação, é o de que a indústria nacional manufatura produtos de baixa agregação tecnológica, não inovadores - não há influxos tecnológicos - e de custos e preços mais altos - não há ganhos em escala.

Claro que não é ruim ter um agronegócio forte; o problema é ter uma indústria desvalida e que definha sistematicamente, com reflexos negativos para a produção, para a inovação, para a produtividade e o emprego e a renda. Sem dúvida, o agronegócio tem sido a ilha verde-amarela da produtividade e da prosperidade nacional. Neste sentido, aproximamo-nos do momentoso arquipélago de Cuba. Alega-se que Cuba, cuja produção se baseia na cana-de-açúcar, no tabaco e no níquel, não consegue se industrializar em razão do bloqueio econômico imposto ao país. Interessante um país socialista precisar dos “capitalistas malvados” para tanto, mas enfim, as relações internacionais são fruto de uma escolha política cubana.

Por sua vez, por aqui, a decisão de procrastinar no caminho da abertura, da industrialização, do crescimento e do desenvolvimento econômico e social, é sempre velada, verbalizada de modo ambíguo e contraditório, mas o fato é que a carroça nacional transita sempre devagar e pela contramão, sendo frequentemente ultrapassada pelos países asiáticos e até mesmo por outras nações latino-americanas, que outrora nos orgulhávamos em afirmar que éramos mais “desenvolvidos”.

Nossa teimosia protecionista tem um enorme custo social e econômico no presente e no futuro. O efeito da corrida da Rainha Vermelha vai pegar sempre e, verdadeiramente, os parasitas pau brasil sempre encontram novas formas de se reproduzirem e se desenvolverem. Pois é, tanto se fala em economia 4.0, em inovações na indústria, em especial naquela puxadora, a automobilística, mas os elétricos… ah, os elétricos… esperemos… Pelo que tristemente prevejo, seremos eternamente o país das “modernas carroças” e, inteligentemente, de um cada vez mais pujante e inovador setor agropecuário.

Que pena, que lástima, Brasil, para todos nós!

Alex Pipkin, PhD - Transcrito do site Percival Puggina