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quinta-feira, 9 de março de 2023

O nascimento do “império do mal” (Primeira parte) - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Sob a nova economia estatal, tanto a produção industrial quanto a agrícola despencaram. Estima-se que 5 milhões de russos morreram de fome em 1921 

 Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Lenin e Josef Stalin | Foto: Domínio Público

 Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Lenin e Josef Stalin | Foto: Domínio Público
 
Na edição da semana passada de Oeste, resolvi trazer para a nossa resenha o descalabro da apologia ao comunismo que testemunhamos no Carnaval no Brasil
Escolas de samba homenageando a nefasta ideologia, que matou mais de 110 milhões de pessoas no mundo, e figuras como Flávio Dino, atual ministro da Justiça, usando roupas e acessórios que brindam ditadores que sustentaram regimes totalitários através do comunismo. 
A pergunta que fazemos hoje é o que não estão ensinando nas escolas para que nossos filhos não questionem esse grotesco enaltecimento de homens abomináveis que assassinaram milhões de homens, mulheres e crianças?
escola de samba comunismo
Escola de samba faz apologia do comunismo, 
durante desfile de Carnaval em Florianópolis – 19/2/2023 - 
 Foto: Reprodução
Em 1987, em um discurso numa convenção dedicada a melhorar a vida de crianças pelo mundo, o então presidente norte-americano, Ronald Reagan, um dos homens que bravamente lutaram contra o comunismo durante toda a sua vida, disse:  
“A liberdade nunca está a mais de uma geração da extinção. Nós não passamos a liberdade para nossos filhos na corrente sanguínea. Devemos lutar por ela, protegê-la e entregá-la para que façam o mesmo”. 
Ou seja, a liberdade não será protegida se não protegermos a história daqueles que tentarão reescrever as páginas da humanidade manchadas pela maldade e pelo sangue de milhões de mortos. 
Como também disse Reagan, você difere um comunista de um anticomunista entre alguém que lê Marx e Lenin e alguém que entende Marx e Lenin.
 
Não podemos mais esperar as escolas. Temos de tomar as rédeas do que está ficando de fora de currículos e dos debates escolares. Já a Escola de Frankfurt fez o seu trabalho como planejado, infiltrou brilhantemente a revolução marxista e o pós-modernismo onde as sementes são germinadas. 
O meio acadêmico — dos pequenos aos grandes — está infestado de professores doutrinadores que empurram sem pestanejar o “manual da bondade” de Marx e seus discípulos. 
Nossos alunos não apenas sofrem com uma verdadeira lavagem cerebral, mas são privados do conhecimento dos fatos. Faça um teste: pergunte a um jovem o que aconteceu com o Muro de Berlim. Não se surpreenda se ele apenas responder que o “muro caiu, como um celeiro velho”, sem mencionar que, na verdade, ele foi derrubado.

Então, mãos à obra. Farei a minha parte aqui na companhia de vocês. É claro que seria impossível em poucos textos mostrar todas as nuances da covarde história do comunismo no mundo. Mas também não economizarei palavras e parágrafos neste artigo — e no que será publicado na próxima semana. Aqui em Oeste, jamais deixaremos que adoradores do regime mais bárbaro da humanidade apaguem o que fizeram. Honraremos o legado de líderes como Ronald Reagan, João Paulo II e Margaret Thatcher, que lutaram bravamente contra o “império do mal”, como o presidente norte-americano certa vez definiu a ideologia.

Ronald Reagan segurando a camiseta Stop Communism 
Central America, em South Lawn, 7/3/1986 - 
Foto: Wikimedia Commons

O comunismo se espalhou durante o século 20 e foi uma parte fundamental da Guerra Fria. Mas, exatamente, o que é comunismo? Embora o significado exato possa variar de acordo com o contexto, o comunismo é uma ideologia política e econômica que geralmente busca a criação de uma sociedade “sem classes”, por meio da intervenção do Estado e do controle sobre a economia e a sociedade. Os políticos comunistas procuram assim eliminar as hierarquias tradicionais e criar uma sociedade “livre da desigualdade de classes” e da “exploração dos trabalhadores”.

(...)

Sob o comunismo de guerra, Lenin rapidamente nacionalizou toda a manufatura e a indústria em toda a Rússia soviética, até confiscando grãos excedentes de camponeses para alimentar seu Exército Vermelho

Desde seu início, há mais de um século, o comunismo, que diz clamar por uma sociedade sem classes, na qual tudo seja compartilhado igualmente, passou por uma série de mudanças nos métodos revolucionários para que os objetivos fossem alcançados, mesmo em 2023. 
O que começou em 1917, na Rússia, se tornou uma revolução global sinistra, criando raízes em países tão distantes quanto a China e a Coreia, o Quênia e o Sudão, Cuba e Nicarágua. 
Lançado a partir da Revolução de Outubro, de Lenin, a ideologia se espalhou para a China, com a ascensão de Mao Zedong ao poder, e para Cuba, com a chegada de Fidel Castro. O comunismo foi a ideologia por trás de um lado da Guerra Fria e teve um declínio simbólico com a queda do Muro de Berlim, embora atualmente ele venha ganhando adeptos e defensores exatamente pela falta de conhecimento histórico.

Karl Marx e a semente do comunismo

A linha do tempo do comunismo começa a ser delineada em 21 de fevereiro de 1848, quando o filósofo alemão Karl Marx e Friedrich Engels publicaram O Manifesto Comunista, convocando uma revolta da classe trabalhadora contra o capitalismo. 
Seu lema, “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”, rapidamente se tornou um grito de guerra popular. Marx e Engels pensavam no proletariado como os indivíduos com força de trabalho, e na burguesia como aqueles que possuem os meios de produção numa sociedade capitalista. O Estado sonhado por Marx e Engels passaria por uma fase, muitas vezes considerada como um socialismo, para, finalmente, estabelecer-se em uma sociedade comunista pura.

Capa da primeira publicação do Manifesto Comunista, 
em fevereiro de 1848, em Londres | Foto: Wikimedia Commons

Clique Aqui, para matéria completa - Liberada Revista Oeste

Leia também “Uma festa sem máscaras e sem vergonha”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

O radical Barack Obama - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

O ex-presidente norte-americano deixou uma economia em frangalhos, uma divisão grave na espinha dorsal norte-americana, e suas digitais não serão encontradas em realizações na política externa ou interna

 Em razão do aniversário de morte de Olavo de Carvalho, o primeiro a me apresentar a nefasta cartilha da Escola de Frankfurt e seus nomes, semana passada resolvi abordar aqui em Oeste não apenas o nome, mas o legado de Saul Alinsky, um apreciador da bizarra Escola de Frankfurt e mentor de Barack Obama. A interação nas redes sociais com o artigo que mostra o personagem por trás do atual Partido Democrata nos EUA foi bastante interessante e muitos, assim como eu há algum tempo, ficaram surpresos e curiosos diante do diabólico mentor do fofo Obama. Então, já que falamos do criador, hoje falaremos da criatura.

A mídia militante global baba em Barack Obama. O sujeito é um fenômeno. Não vou negar que Obama é carismático e tem uma brilhante oratória, mas vou direto ao ponto sem rodeios: Barack Obama é uma farsa. [limitando o julgamento aos presidentes dos EUA pós 2ª Guerra Mundial, divide com Jimmy Carter, o primeiro lugar entre os piores presidentes norte-americanos. Agora, com Biden, prestes a ingressar na disputa, há o risco dos dois  perderem a primeira posição entre os piores.]

Uma das primeiras mentiras espalhadas por Obama e seus minions na imprensa é a de que não houve escândalo em seu governo. Aposto que você já ouviu que o governo Obama, quaisquer que sejam suas outras pequenas falhas, claro, foi um governo “livre de escândalos” (scandal free). Muitos de seus oficiais repetiram incansavelmente, quase como um mantra, que “se orgulhavam do fato de que o governo não teve um escândalo e nunca fez absolutamente nada para se envergonhar”.

Vamos começar por um campo muito, muito sagrado para os norte-americanos. Seus veteranos de guerras e combates. Durante o segundo mandato de Obama, pelo menos 40 veteranos morreram esperando por consultas em uma Secretaria para Veteranos (Veterans Affairs), em Phoenix, Arizona. Muitos estavam em uma lista de espera secreta — parte de um esforço para esconder que entre 1,4 mil e 1,6 mil veteranos foram forçados a esperar meses por consultas. 
Uma auditoria interna em 2014 na Secretaria descobriu que quase 60 mil veteranos recém-inscritos no programa tiveram uma espera mínima de 90 dias para atendimento médico; e que outros 63 mil veteranos que se inscreveram na última década, solicitando uma consulta, nunca foram atendidos. Até mesmo Obama admitiu em uma coletiva de imprensa, em novembro de 2016, que “foi escandaloso o que aconteceu”, mesmo tendo se gabado minutos antes na mesma entrevista de que deixaria sua administração sem nenhum escândalo significativo.

Mas não foi bem assim. Um dos maiores escândalos para qualquer administração norte-americana aconteceu sob o comando de Obama: Benghazi. O norte-americano Chris Stevens e três outros oficiais foram mortos no ataque a um complexo diplomático dos EUA na Líbia e soldados norte-americanos não tiveram ajuda na operação. Faltando menos de dois meses para a eleição de 2012 (Obama concorria à reeleição), o Departamento de Estado alegou falsamente que o ataque não foi um ataque terrorista, mas uma reação a um filme antimuçulmano. E-mails oficiais mostraram posteriormente que Hillary Clinton, secretária de Estado do governo Obama, sabia que o ataque era um ato terrorista. Os promotores do Departamento de Justiça chegaram a convencer um juiz a prender o cineasta que produziu o filme que criticava muçulmanos. Há um filme espetacular sobre essa mancha militar na história norte-americana com a digital de Obama e Hillary, “13 Horas: os Soldados Secretos de Benghazi”.

Operação Fast and Furious: o Departamento de Justiça de Obama perdeu o rastro de milhares de armas que permitiu que passassem para as mãos de supostos contrabandistas, na esperança de rastreá-las aos cartéis de drogas mexicanos. Uma das armas foi usada no tiroteio fatal de 2010 contra o agente da Patrulha de Fronteira Brian Terry. O Congresso condenou o então procurador-geral, Eric Holder, por desacato, quando ele se recusou a entregar os documentos sobre a operação.

O escândalo da Receita Federal. Em 2013, foi divulgado que oficiais da Internal Revenue Service, um braço da Receita Federal norte-americana, tinham como alvo grupos conservadores e do Tea Party para um escrutínio extra antes da eleição presidencial de 2012 entre o presidente democrata Barack Obama e o republicano Mitt Romney. As consequências foram pesadas e, pelo menos nessa ocasião, levaram à renúncia do chefe da agência tributária.

E o escândalo dos e-mails de Hillary Clinton. Quem não se lembra! Em um esforço para burlar as leis federais de registros, a secretária de Estado de Obama criou um servidor privado e usou-o exclusivamente para conduzir negócios oficiais, incluindo comunicações com o presidente e transmissão de material confidencial. Uma investigação criminal federal não produziu acusações (não é só no Brasil, não…), mas o diretor do FBI, James Comey, relatou que Hillary e seus colegas “foram extremamente descuidados” ao lidar com segredos nacionais. O caso veio à tona novamente na eleição presidencial em 2016, quando Hillary era a oponente de Donald Trump. Ela acusou o ex-diretor do FBI de prejudicar sua campanha.

O assunto petróleo sempre foi de interesse global, claro, mas, diante da atual guerra na Ucrânia, o tópico permeia também o debate público de maneira bem mais detalhada. O que poucos norte-americanos sabem é que em 2019, pela primeira vez desde pelo menos a década de 1940, os Estados Unidos exportaram mais petróleo do que importaram, estimulando o crescimento econômico. Isso foi conquistado em grande parte devido à decisão de Donald Trump de remover as onerosas restrições da era Obama à produção de petróleo em terras federais. Há apenas uma década, os avanços tecnológicos em perfuração direcional — comumente chamado de “fracking” — criaram um aumento na produção de petróleo dos EUA. A produção de petróleo do ano fiscal de 2009 a 2017 mais que dobrou em terras privadas e estatais, graças quase inteiramente à revolução do fracking. No entanto, durante o mesmo período em terras federais, praticamente não houve mudança na produção de petróleo. Embora os produtores de petróleo pudessem extrair melhor o petróleo de terras federais arrendadas, o governo Obama reduziu drasticamente o acesso dos produtores a essas terras. Como resultado, a porcentagem de petróleo produzido em terras federais caiu de 36% em 2009 para apenas 22% em 2016.

Uma vez que perdeu a maioria no Congresso, Obama assinou leis incrivelmente inconstitucionais, como o Obamacare, um programa de saúde federal que ignora o sagrado federalismo norte-americano

Em 2017, Trump iniciou seu primeiro mandato revertendo as políticas restritivas de perfuração de Obama. Como resultado, a produção de petróleo em terras federais em 2017 aumentou dramaticamente. De acordo com o Bureau of Land Management federal, a receita das vendas de aluguel de petróleo e gás quase dobrou no primeiro ano do governo Trump, em comparação com o último ano do governo Obama. A revolução do fracking aumentou significativamente a produção de petróleo dos EUA e baixou os preços do petróleo e da gasolina, explorados em propriedades federais. Além de sufocar a produção de petróleo em terras federais, Obama criticou rotineiramente o petróleo como fonte de energia e até impediu os produtores nos EUA de exportarem petróleo para outros países. Em 2015, Obama concordou em não vetar a legislação do Congresso que permitia as exportações de petróleo, mas só o fez depois que os republicanos concordaram em autorizar subsídios adicionais de energia renovável em troca. Depois da quase impossível independência energética adquirida pela administração de Trump, Joe Biden revogou as medidas do republicano, e hoje os EUA não apenas importam mais que exportam, mas Biden teve de pedir ao ditador venezuelano para ajudar na produção.

A administração Obama pode ter sido uma das que mais cometeram ilegalidades na história dos Estados Unidos. O 44º presidente norte-americano se viu muitas vezes acima da lei, ignorando os limites legais do Executivo e desrespeitando limites constitucionais como o federalismo e a separação dos Poderes, coisa de Terceiro Mundo. Até progressistas, como o professor de Direito Garrett Epps, admitiram que, “mesmo para aqueles que, como eu, admiram Barack Obama, o registro constitucional da administração é perturbadoramente confuso. Obama deixa a Constituição mais fraca do que no início de seus mandatos”. Epps rotula a postura de Obama de “conformidade agressiva”, torturando a linguagem estatutária o máximo possível para evitar reivindicações constitucionais.

Epps aponta primeiro para a intervenção na Líbia, em 2011, a mesma que gerou Benghazi. Essa intervenção não envolveu autorização do Congresso para o uso da força, nem conformidade com a Lei dos Poderes de Guerra de 1973, que exige pelo menos notificação do Congresso sobre compromissos de tropas e permissão afirmativa após 60 dias. Obama ignorou a Constituição e afirmou que os ataques com mísseis e dezenas de missões aéreas com drones constituíam apenas “ação militar cinética”, e não operação de guerra.

Uma vez que perdeu a maioria no Congresso, Obama assinou leis incrivelmente inconstitucionais, como o Obamacare, um programa de saúde federal que ignora o sagrado federalismo norte-americano e a autonomia dos Estados. Obama, mirando na visão progressista de Woodrow Wilson sobre o Estado administrativo, constantemente aplicou suas frustrações no sistema de freios e contrapesos que inibia sua capacidade de “transformar fundamentalmente o país”, como ele sempre pregou. A falta de aquiescência do Congresso não impediu Obama de fazer o que queria para “transformar fundamentalmente o país”. Já no primeiro mandato, o governo lançou uma iniciativa “Não podemos esperar”, com o assessor sênior Dan Pfeiffer explicando que, “quando o Congresso não agir, este presidente o fará”. E, quando o reeleito presidente Obama anunciou seus planos econômicos para o segundo mandato, ele disse: “Não permitirei que o impasse, a inação ou a indiferença deliberada se interponham em nosso caminho”.

(Vocês têm alguém em mente?)

Obamagate. Só esse tópico daria um livro. Em todas as discussões sobre o uso do Departamento de Justiça (DOJ) e do FBI como armas políticas, a corrupção nos mais altos escalões dessas agências e o abuso em série do processo secreto da Fisa (pedidos de mandados especiais para juízes especiais em assuntos que envolvem segurança nacional) em torno da eleição presidencial de 2016, um nome está sempre envolvido: Barack Obama. É claro que essas vertentes obscuras institucionais não se materializaram da noite para o dia. Uma das críticas ao presidente Nixon foi que, embora não soubesse da invasão de Watergate, ele havia criado um ambiente no qual tal ação era aceitável. Décadas depois, Obama criou um clima no qual o uso indevido e potencialmente criminoso do DOJ e do FBI, como atualmente vem sendo desvendado, não era apenas aceitável, mas talvez encorajado, dando origem ao que poderia ser o escândalo mais perigoso da história norte-americana: o Obamagate. Uma teia de espionagem e uso das instituições para derrotar e até incriminar inimigos políticos.

Mas algo muito mais profundo impulsionou os esforços do fofo Obama para implementar sua agenda e sua urgência na “transformação fundamental do país” — um grande projeto muito maior do que o próprio Obama ou qualquer outra figura isolada. Ele cumpriu em grande parte a ambição progressista de longa data de mudar o curso da nação. As pautas identitárias saíram de todas as teorias alinskyanas e ganharam escolas e universidades com uma força brutal, impulsionada por Hollywood e seus satélites.

Em uma revolução silenciosa, como ensina seu mentor, Obama pregou a divisão completa do país, começando por negros vs. brancos. A agenda segregacionista e divisiva seguiu a todo vapor na sociedade norte-americana: 
- gays contra héteros, filhos contra pais, mulheres contra homens, e a pior de todas elas: norte-americanos contra norte-americanos. 
 Foi durante a administração Obama que republicanos — eleitores, políticos e oficiais — passaram a receber uma intolerância jamais vista. Nazista, fascista, racista… toda a lista de “istas” saiu das pequenas esferas de uma animosidade política cotidiana e tomou conta do grande debate e de braços do Judiciário, com sérios investimentos de Obama em estigmatizar aqueles que não rezavam a cartilha de Alinsky, agora implementada por Barack e sua fofurice diabólica na sociedade norte-americana.

Obama entendeu que uma revolução eficiente hoje em dia é aquela que implode tradições e pilares democráticos de dentro para fora. Numa viagem pela Ásia, em 2016, por exemplo, Obama caracterizou seus compatriotas norte-americanos — os trabalhadores mais produtivos da nação mais próspera do mundo — como “preguiçosos”. Ele chegou a ridicularizar os norte-americanos por uma lista de supostas transgressões que vão desde a Guerra do Vietnã até a profanação ambiental e o tratamento dado aos nativos norte-americanos no século 19: “Se você está nos Estados Unidos, às vezes você pode se sentir preguiçoso e pensar que somos tão grandes que não precisamos realmente saber nada sobre outras pessoas”.

Há muito mais para ser mostrado sobre o que — de fato — foi o governo Obama e quem é Barack Obama. O livro The Worst President in History: The Legacy of Barack Obama, de Matt Margolis e Mark Noonan, mostra detalhes de todos os fatos de seus oito anos na Casa Branca, para que o livro ganhasse esse título. Mas o legado do filhote de Alinsky pode ser resumido no fato de que Obama fortaleceu a esquerda radical nos EUA. Outros tentaram no passado, fato. Mas ele estabeleceu um legado retórico progressista no lugar de qualquer conquista legislativa ou de política externa duradoura e fez de sua Presidência um eterno palanque histérico para a promessa de “transformar fundamentalmente o país”. (Parece familiar?)

The Worst President in History , de Matt Margolis e Mark Noonan | Foto: Divulgação

Obama deixou uma economia em frangalhos, uma divisão grave na espinha dorsal norte-americana, e suas digitais não serão encontradas em realizações na política externa ou interna. Mais provavelmente, ele será visto como um progressista radical que deixou o cargo da mesma maneira que entrou — como um crítico da cultura e do país em que prosperou e se tornou presidente. Um país “racista” que elegeu um homem negro para a Presidência por duas vezes.

Leia também “Quem é Saul Alinsky”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste 

 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Sob insultos e ameaças - Percival Puggina


Haverá quem se sinta atingido com o que direi, no entanto, preciso desabafar: 
- cansei de ler comentários afirmando que só escrever não adianta, ou que só falar não adianta, ou que só ir para a porta dos quartéis não adianta, ou que mostrar indignação a autoridades comprometidas com o escândalo em curso não adianta. 
A todos, afirmo: dizer que não adianta também não adianta, ora bolas!
 
A hegemonia esquerdista foi construída e ainda hoje se mantém influenciando a opinião pública mediante a aplicação de todos os meios materiais, humanos e de toda a ciência que foi desenvolvida com esse intuito. 
Como você imagina que se forma um eleitorado (não importa de quantos milhões) disposto a trazer uma organização criminosa inteira à cena do crime? 
Como você imagina que subsista, mundo afora, público para optar por uma ideologia incapaz de apresentar um único caso de sucesso entre suas 42 experiências concretas? 
Falam em justiça e entregam uma nova elite corrupta; falam em liberdade e entregam opressão e paredão; falam em sabedoria e entregam cartilha; falam em pluralismo e entregam histeria e sanção contra toda divergência; falam em prosperidade e entregam cartão de racionamento;  
falam em democracia e entregam o manjado totalitarismo de sempre; falam em amor e entregam filhos revoltados chamando fascistas os próprios pais. 
Falam em estado de direito e democracia e chegam com isso que estamos vendo.
 
Depois de Georg Luckács, de Antonio Gramsci e da Escola de Frankfurt (Marcuse e Adorno), a renitente construção da desgraça precisa de todo o espaço cultural – música, teatro, cinema, literatura, artes plásticas. Precisa dos púlpitos, dos jornalistas e dos juristas. 
Precisa das salas de aula e, muito especialmente, das universidades. 
É por elas que passou a prepotente expulsão do conhecimento divergente (Luckács), a construção da hegemonia pela ação do intelectual coletivo (Gramsci) e a superação das resistências culturais (Escola de Frankfurt). Tudo isso adiantou, e muito, para sermos arrastados às aflições desta hora!

O despertar conservador e liberal brasileiro tardou demais! Acordou sob insultos e ameaças. É dito fascista porque a tanto são ensinados os jovens por professores que assim qualificam os pais de seus alunos e os que ousam divergir, ainda que a divergência se expresse em uma bandeirinha do Brasil.

Não deveríamos nunca esquecer que o Muro da Vergonha, o Muro de Berlim construído pelo estado comunista instituído na extinta Alemanha Oriental, era oficialmente conhecido como “Muro de proteção antifascista”, como se vê na placa comemorativa de seus 25 anos, em 1986 (AQUI).

A cerimônia de diplomação levada a cabo ontem transitou sobre longa e pavimentada rodovia que permite proclamar a legitimidade de absurdos mediante frenéticos aplausos da plateia e louvações da “imprensa tradicional” a discursos onde as palavras tomam direção oposta a seu sentido real. Lênin, Stalin, Hitler e Mussolini foram mestres nisso.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sábado, 15 de outubro de 2022

Janonismo cultural - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

André Janones tem liderado uma fábrica de fake news sem nenhum escrúpulo, promovendo o assassinato de reputações de todo apoiador importante do presidente

Ilustração: Shutterstock
Ilustração: Shutterstock 
 

Todo truque petista consiste em uma só premissa: Bolsonaro é o capeta em pessoa, um Hitler reencarnado, um golpista, um fascista, logo, qualquer coisa pode ser feita para derrotá-lo. É o mesmo mecanismo chinfrim utilizado contra Trump nos Estados Unidos. O “vale-tudo” se dá a partir dessa narrativa tosca, que carece de qualquer fundamento.

Nada disso, porém, é novidade. A Escola de Frankfurt divulgou a ideia de que a direita será sempre reacionária, de que o sistema é opressor e racista, de que as instituições são simples instrumentos dessa “elite nefasta” e, portanto, todos os meios para derrubar essa gente do mal são aceitáveis. Não se pode tolerar o “fascismo”, então os “antifascistas” podem lançar mão de quaisquer armas para vencer esse combate.

O maior proponente dessa visão foi Marcuse, e Theodore Dalrymple resumiu bem o discurso vazio do revolucionário: “As ideias de Marcuse eram tão bobas que teriam sido engraçadas se ninguém as tivesse levado a sério. Apesar de ele estar quase esquecido hoje em dia, uma de suas ideias mais tolas e perniciosas, a da tolerância repressiva, está voltando, se não na teoria, na prática. De acordo com esse conceito, a repressão praticada pelos conservadores é intolerável, mas a repressão praticada pela esquerda é na verdade uma forma de libertação, e não representa repressão nenhuma”.

Foi dada a senha para que todo tipo de crime e violência fossem praticados pelos indivíduos, se ao menos eles se identificarem como esquerdistas lutando contra fascistas. Para marxistas em geral, os fins “nobres” sempre justificaram quaisquer meios. 
Esse adendo de Marcuse apenas serviu para liberar geral o nível de indecência e psicopatia, sempre em nome de uma “libertação”, sem que seja necessário especificar em detalhes o que está sendo libertado.
Chegamos, então, a essa campanha tosca do PT. Nas redes sociais, o principal nome apontado por Lula para comandar o show de terror é o do deputado André Janones, recém-convertido ao petismo [saiba maqis sobre o Janones]ele terá de apagar postagens em que denuncia o elo entre Lula e ditadores comunistas. 
Janones tem liderado um verdadeiro gabinete do ódio nas redes sociais, uma fábrica de fake news sem nenhum escrúpulo, promovendo o assassinato de reputações de todo apoiador importante do presidente.
andré janones rachadinha
O deputado federal André Janones (Avante-MG), 
durante ato político com Lula, na capital paulista | 
Foto: André Ribeiro/Estadão Conteúdo
O caso mais recente e mais abjeto — envolveu o jovem Nikolas Ferreira, deputado mais votado do país, que tem sido peça importante na virada de Bolsonaro em Minas Gerais. O nível dos ataques desceu a um patamar nunca antes visto, sem falar da incoerência esquerdista — parece que existe a “homofobia do bem” agora também
Janones nem sequer tenta esconder que espalha mentiras. Ao contrário: ele se gaba de ter “costas quentes” no Supremo — e nenhum ministro reage, lembrando que quem cala consente.

Lula é, de longe, o maior responsável pela tática tribal do “nós contra eles”, jogando pobres contra ricos, negros contra brancos, gays contra heterossexuais

O capacho lulista chegou a pegar um trecho da fala de Bolsonaro e retirou o começo, para dar a entender que o presidente estava defendendo justamente aquilo que estava, na verdade, condenando. O vídeo teve grande repercussão, mas o TSE nem se manifestou. Parece que a “polícia contra as fake news” estava hibernando nesse momento, ou então estamos diante de uma seletividade digna de um partido político, jamais de um órgão independente de Estado.

Como ninguém consegue negar o jogo sujo — imundo! — praticado por Janones e outras figuras patéticas, como a mitomaníaca Patrícia Lélis, o jeito é passar pano e alegar que se trata de uma reação contra o bolsonarismo — esse sim, tosco, violento, mentiroso, nefasto. Foi justamente o que fez a assessoria de imprensa petista disfarçada de jornalismo. Na Folha de S.Paulo, uma “reportagem” dava o tom da palhaçada: ‘Janonismo cultural’ usa fake news contra fake news para furar bolha progressista — Tática de guerrilha digital é incorporada pelo campo antibolsonarista e dá a tônica do segundo turno nas redes.

Ou seja, o PT está apenas reagindo no mesmo tom, segundo o jornal de esquerda. Ocorre que tal afirmação não se sustenta por um minuto de uso da memória, quando lembramos que foi o PT quem sempre desceu o nível, demonizou seus adversários, rotulados de “fascistas” mesmo quando eram seus primos tucanos na disputa. 

Lula é, de longe, o maior responsável pela tática tribal do “nós contra eles”, jogando pobres contra ricos, negros contra brancos, gays contra heterossexuais, mulheres contra homens, trabalhadores contra empresários etc.

Os apoiadores mais tímidos de Lula, como os tucanos “moderados”, fingem que nunca viram nada disso, assim como fingem não ver Janones nas redes sociais. O que Arminio Fraga tem a dizer sobre esses métodos? O que Meirelles acha dessa postura? 
O que Elena Landau pensa sobre essas táticas baixas? 
Nenhum pio dos “liberais” que resolveram colaborar para a volta do ladrão à cena do crime, como diria o próprio Geraldo Alckmin
Estão todos “horrorizados” com o bolsonarismo e sua “ameaça” às instituições democráticas, sem qualquer necessidade de apontar casos concretos de ataques. 
Mas eles nada têm a dizer sobre o petismo e seus braços nojentos, violentos e perigosos, todos comandados pelo próprio Lula.

Janones não é uma reação necessária do petismo; é a própria essência do PT! Mas os malandros tucanos vão desconversar, repetir que “todos possuem seus radicais”, e voltar aos discursos fajutos de que é Bolsonaro em vez de Lula quem representa o real perigo à democracia brasileira. A esquerda oportunista nunca ligou para a realidade. Mas é importante que o indeciso saiba: ao votar no ladrão socialista, não é Arminio que ele vai levar para casa, e sim Boulos, Dirceu e Janones!

Leia também “Mercado de alto risco”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista  Oeste


domingo, 15 de maio de 2022

Porte de voz proibido (para conservadores)... - Adriano Alves-Marreiros

Tolerância libertadora, então, significa intolerância com movimentos da Direita, e tolerância com movimentos da Esquerda.

Herbert Marcuse. (Escola de Frankfurt).

 Porte de arma deveria ser proibido para pessoas de bem, até porque, segundo eles, pessoas de bem não existem.  Existem e importam apenas aqueles que querem nos empurrar o “bem maior” que é algo que não deve ser questionado.  Já para o pessoal ideológico, o porte de armas pode até ser ostensivo sem problemas: só eles precisam de segurança.  Suas vidas valem mais que as nossas.

Mas esse porte já se discute há muito tempo e sempre há tendências totalitárias que querem desarmar o porco espinho para os leões poderem fazer a festa...  Hoje estou falando de outro, que eles acham que é mais perigoso que pegar em armas: o porte de VOZ.  O porte de uma opinião própria que contrarie quem determina o que é politicamente correto: a turminha da ideologia, da revolução, da transformação social, de um tal “mundo melhor”[1]...

Minhas crônicas são tradicionalmente curtas. Prefiro assim: é o meu estilo.  Esta não será!  Se não gosta de ler coisas maiores e mais densas que um tuíte, sugiro ir ler outra coisa.  Esta será longa até para eu exercer o meu porte de voz o suficiente para me satisfazer...  Tenho que curtir o máximo enquanto posso, enquanto não caçam o meu porte.

Critiquei ontem o famigerado “garantismo” penal[2], doutrina consolidada por Aquele Italiano que não Deve Ser Nomeado.  Essa turma vive chamando os outros de “punitivistas” e, por vezes, até de “fascistas” (como ensinou o genocida Stalin), alegando que “punir não resolve”, “prender não resolve”.  Mas... prossigamos...

É curioso que tem gente que acha que o grande problema do país é a corrupção.  Besteira!  Como já explicou algumas vezes meu amigo Motta, o maior problema do Brasil é a impunidade: a corrupção é só uma das decorrências dela...

E o Brasil é engraçado.  “Em se plantando tudo dá”, segundo Pero Vaz.  Mas o Brasil vai além da agricultura nesse quesito.  Plantando-se uma ideia no solo correto, aquele que não oferece resistência ao arado, e por mais absurda que seja, você verá brotar uma colheita maldita sob aplausos, sorrisos e comemorações.  Aqui nós vimos, deste a década de 80, o crime aumentar com o laxismo penal e a cada ano o que se propõe é mais molezinha pra bandido...

A Análise Comportamental e a Análise Econômica do Direito mostram bem isso[3]...  A consequência punitiva sempre vai gerar uma menor probabilidade de repetição daquele padrão comportamental no futuro.  E o que se faz por aqui??? Quanto mais crime menos se pune e mais se propõe punir menos e forma de evitar a prisão: e até o processo!!!  Atribuem por vezes a Einstein, por vezes a outros gênios, uma frase que define a estupidez como continuar fazendo as mesmas coisas e esperar resultados diferentes.  Mas não precisa ser gênio para entendê-la e concordar com ela.  Não importa quem disse: isso é o básico de lógica...

E o pior é que a liderança dessa turminha sabe disso.  Eles entendem bem que punir faz diminuir o comportamento do futuro: não só do punido (que recordará de sua história comportamental), como das demais pessoas (que perceberão um contexto de punição quando ocorre aquele comportamento).  No Brasil, a história comportamental do bandido e o contexto geral são de impunidade.  Mas essa turminha sabe, sim, que punir adianta: a questão é o QUE eles querem punir.  
Aliás, o que, não: QUEM, porque para o politicamente correto, não importa o que se diz, mas quem diz.  E os conservadores devem ser calados, como ensinou, por exemplo, Marcuse: na frase que abre esta crônica...

Briguet avisou que o crime sem castigo levaria ao castigo sem crime.  E hoje vemos isso: plantou-se a impunidade para crimes e colhemos a punição para quem não praticou crimes.  E não só a punição com insegurança, medo, perda de propriedades, de sonhos, de pessoas queridas... Prisão mesmo: e longa!

Hoje vemos, cada vez mais, a punição pra quem não muda de pensamento adotando a narrativa politicamente correta e a submissão ao establishment.  A punição para quem não esconde dentro de si as verdades proibidas pela narrativa.  A punição para o dissidente.  O crime de pensamento, crimidéia: como profetizado por Orwell.  Hoje, nada é mais grave que discordar de ideologia extremista, e os extremistas (estes os reais), usando da falácia do espantalho, afirmam que os dissidentes são aquilo que não são, afirmam que os dissidentes fizeram o que não fizeram.  
Aí os criticam duramente pelo falso ser ou falso fazer que inventaram, repetem histrionicamente, como papagaios, palavras de ordem — que hoje são expressões como “discurso de ódio”,  “extremistas”, “fascistas”, “liberdade de expressão não é para (...)”, sem sequer saberem o que significam e querem punir os dissidentes por isso: puni-los com a cadeia da qual querem tirar traficantes, assaltantes, assassinos...  Deve ser pra dar vaga pra isso como Pessi já explicou narrando fatos antigos [4] e mostrando quem eram os “fascistas” segundo os comunistas...

Não à toa tantos “garantistas” apoiam duras punições a crimes de opinião, mesmo que QUAISQUER deles não fossem puníveis em razão de dispositivos constitucionais expressos e autoaceitáveis.  Os malditos anos em que todos usaram máscaras foram justamente aqueles em que mais máscaras caíram: e só então percebemos quem já as usava muito antes da pandemia...

A corrupção do CP e do CPM nem é o pior tipo de corrupção.  Nem é o pior mal que o corrupto pode praticar.  O pior é quando ele se vale dela (ou até sem ela) para conseguir implantar a corrupção da inteligência de que bem fala o Gordon, que não é o Comissário amigo do Batman: muito embora até o Batman esteja correndo perigo de ser desconstruído, ou ser calado, se resistir à desconstrução...

“Assim  é  narrada  por  Aleksandr  Soljenítsin  a chegada de seu grupo de prisioneiros a um campo disciplinar  -de “extermínio pelo trabalho” -da  União  Soviética,    no  dia  14 de agosto de 1945 (coincidentemente, a mesma data em que foi proclamada a rendição do Japão). A cena iria se repetir no final do  Verão  e  no  Outono  daquele  ano  em  todas  as  ilhas  do “Arquipélago  Gulag”,  onde  a  chegada  dos  “fascistas”  abriria caminho  para  a  libertação  dos  presos  comuns  (o  que  incluía estupradores,  assaltantes  e  traficantes  e  até  mesmo  desertores), anistiados por Stalin. Mas  quem  eram  os  fascistas,  afinal?  Eram  os  presos políticos  enquadrados  no  artigo  58  do  Código  Penal  de  1926. Segundo  observou  Soljenítsin,  não  havia  debaixo  da  cúpula celeste  conduta,  desígnio,  ação  ou  inação  que  não  pudesse  ser punido  pela  mão  pesada  do  art.  58.  De  seus  catorze  parágrafos nenhum  era  interpretado  “de  maneira  tão  ampla  e  com  tão ardente   consciência   revolucionária   como   o   décimo –‘A propaganda    ou    agitação    que    contenham    um    apelo    ao derrubamento  ou  enfraquecimento  do  Poder  Soviético...  e também a difusão, preparação ou conservação de literatura com esse mesmo conteúdo’” –, cuja pena não possuía limite máximo!

Diego Pessi

Crux Sacra Sit Mihi Lux / Non Draco Sit Mihi Dux 
Vade Retro Satana / Nunquam Suade Mihi Vana 
Sunt Mala Quae Libas / Ipse Venena Bibas

(Oração de São Bento cuja proteção eu suplico)

P.S.  Agora o livro 2020 D.C. Esquerdistas Culposos e outras assombrações tem uma trilha sonora com canções e músicas de filmes citados: 

P.S.2: Compre o livro de crônicas.

Publicado no excelente portal Tribuna Diária, originalmente 

 

quinta-feira, 17 de março de 2022

MENORES SITIADOS. É A GUERRA CULTURAL. - Percival Puggina

Criança não vota. Por isso a esquerda perdeu o rumo no caso do Danilo Gentili. Saiba: a guerra cultural em curso no Brasil é uma guerra suja, ainda mais suja que a invasão da Ucrânia. Aqui, ela é silenciosa e visa crianças e adolescentes
Mentes deformadas são menos visíveis do que edifícios em chamas. Muitas vezes, os estragos reais dessa guerra se farão sentir anos mais tarde, como acontece em certos experimentos bélicos de laboratório.

(Calma, leitor, já vou falar sobre o filme.)

Foi assim que tudo começou, aliás, nos laboratórios de Ciências Sociais da Escola de Frankfurt, nas primeiras décadas do século passado. A ideia central, como costuma acontecer no Brasil, só chegou ao conhecimento público com meio século de atraso, quando o processo já ia longe e quando os alertas já soavam como reclamos de quem grita para o ônibus que já partiu.

Correndo livre, leve e solto, inclusive sem nome de batismo conhecido, o politicamente correto já então inibia a manifestação de contrariedade e toda reclamação era percebida e combatida, entre outras rotulagens, como conservadorismo exacerbado e reacionarismo. Houve tempo suficiente para o completo controle da cultura da elite e da cultura popular. Aquela, na Universidade; esta, nos grandes meios de comunicação.

Como não poderia deixar de ser, a saborosa cultura do Ocidente foi virando essa gosma intragável que não sabe o que é nem para onde vai. Onde o que importa é fazer crer que há algo acontecendo. Pois é a própria Escola de Frankfurt: seus membros queriam destruir uma civilização sem a menor noção sobre o que iria ocupar esse lugar.

(Calma, leitor, já vou falar sobre o filme.)

Entre os autores que eu lia nos anos 60 e 70, apenas Gustavo Corção e Nelson Rodrigues pareciam ver, nos acontecimentos, a guerra cultural e suas consequências. Com coragem, partiam para o ataque severo, no campo das ideias. Em palavras de Corção, “não há guerra com espingardas de rolha, baionetas de papelão e bombas de creme”.

Danilo Gentili foi à guerra. A violência que proporcionou, na cena de pedofilia que me recuso a descrever, não se combate com reclamação encaminhada a um 0800 da vida.  À sociedade, cabe chutar o politicamente correto, a tolerância covarde e viciosa, e responder com interdição, investigação e processo.

A cultura não é e não pode ser um valhacouto de criminosos, nem lugar sagrado onde só os devotos possam entrar. Num e noutro caso, porém, os membros do clube dispõem, como se sabe, de poderes próprios para lacrações e cancelamentos...

A audácia desse sujeito serviu para mostrar que não cometia qualquer excesso quem, contemplando a esmagadora derrota que sofríamos na guerra cultural até a eleição de 2018, enumerava os objetivos do esquerdismo revolucionário frankfurtiano: normalização da pedofilia e do incesto, publicidade e liberação das drogas, destruição da instituição familiar, implosão da Igreja Católica e infamação do cristianismo.

O governo, através do Ministério da Justiça, não jogou bombas de creme. Interditou. Cumpriu seu papel. Cumpra o seu o eleitor.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 3 de março de 2022

CONSERVADORES, ATENÇÃO! - Percival Puggina

Alguns conservadores brasileiros compraram pelo preço de capa as manifestações em que Putin se apresenta como crítico do desmonte cultural, espiritual e moral do Ocidente
Essa convergência, porém, não faz de Putin um Dostoievski. 
Ele é um ex-agente de segurança soviético e russo que se vê como versão atualizada do “líder genial dos povos” (povos eslavos, bem entendido), investido da missão de reconstruir a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, sem Soviete Supremo e com menos socialismo.  

Por ter sido antes aquilo que foi, ele conhece o apoio que os neomarxistas da Escola de Frankfurt receberam da URSS para fazerem das ciências sociais os modernos mísseis e tanques da guerra cultural. É exatamente por saber quão letais são essas “armas” que ele não as quer na Rússia. Mas isso não o converte num aliado do Ocidente, ou dos conservadores e/ou liberais do lado de cá.

O negócio de Putin é poder e quanto mais decaído for o Ocidente, quanto mais esquerdistas os Estados Unidos se tornarem, quanto mais tolerantes e molengas se fizerem Reino Unido e França, quanto mais os alemães se confiarem a pessoas como Mutti Merkel, melhor para ele. Tomem isto por autoevidente.[com este comentário, expressamos nossa concordância em gênero, número e grau,  com o que o articulista expressa.
Para evitar que alguns desavisados entendam o assentimento de agora, como revisão do nosso entendimento, afirmado em vários dos nossos comentários,  que Putin é conservador,  tradicionalista e nacionalista, DESTACAMOS que nossa escolha é ditada pela imperiosa necessidade de escolher alguém que represente posições tais como: "ser conservador, querer segurança jurídica, ter princípios e afirmar valores, exigir punição para quem rouba e outras assemelhadas"  e Vladimir Putin é das várias opções disponíveis a que melhor representa o conservadorismo tão essencial a melhora do mundo.
 
Nos tempos de Ronald Reagan tal representação caberia a ele e ao país que presidia - lembrando que Reagan foi o sucessor de um desastre conhecido por Jimmy Carter.  Com a saída de Ronald Reagan, se seguiram, os Bush, pai e filho, que a ele se igualavam, com ligeira vantagem para Reagan. O Bush pai, foi sucedido por Bill Clinton , que para felicidade do povo americano foi sucedido pelo Bush filho, com dois mandatos e como nada é perfeito, seu sucessor, Obama,  com dois mandatos foi um outro desastre.
 
Trump, o sucedeu, não o deixaram governar e 'perdeu' para Joe Biden, que defende tudo que não presta, tudo que qualquer cristão e conservador, tem o dever de combater.  É esse DEVER que torna Putin, mais conservador do que o esquerdista progressista que preside os EUA, a melhor escolha.] 
Quando Putin defendeu nossos direitos sobre a Amazônia brasileira, ele estava a defender, também, os direitos deles sobre a floresta russa, duas vezes maior do que a área total da Amazônia em nove países da América do Sul. 
Alguns dos maiores inimigos da Amazônia brasileira estão aqui mesmo, fabricando e fornecendo munição para os ataques determinados por aqueles que a cobiçam.

As relações brasileiras com a Rússia e com Putin devem preservar nossos interesses comerciais. Isso é uma coisa. Outra é o que Putin está a fazer, empurrando as próprias fronteiras sobre a Europa à custa de uma nação independente. A Ucrânia, sentindo-se ameaçada, tendo observado o que aconteceu na Crimeia, lendo nos jornais do mundo inteiro que um dia seria invadida pela Rússia, buscou abrigo na OTAN. Esse foi o motivo simbólico da invasão, mas a causa real é outra: o projeto pessoal de Putin.

Ser conservador, querer segurança jurídica, ter princípios e afirmar valores, exigir punição para quem rouba um telefone celular, é incompatível com aceitar que uma potência militar tome para si, na mão grande e violenta, uma nação inteira. “Ninguém é santo nesse jogo”, dizem alguns. Sim, e daí? Daí o povo Ucraniano, que lutou por democracia e liberdade no inverno de 2014, paga o pato? [uma realidade inevitável é que escolhas, quando erradas, tiram beneficios pelos que conquistados no passado. 
Um exemplo: os brasileiros quando elegeram, por duas vezes,  o 'coisa ruim', o luladrão descondenado e petista, e bisaram a escolha com a 'engarrafadora de vento', Rousseff, perderam muito do conquistado em outras ocasiões e que agora começam a recuperar - apesar das adversidades que surgem e que certamente serão vencidas.
Da mesma maneira, o povo ucraniano, no instante que decidiu eleger um incompetente, um cidadão propenso a arrumar encrencas para os outros resolverem = guerras para os outros guerrearem - colocou a perder tudo, ou quase tudo,  do conquistado. 
Sempre colhemos o que plantamos.]

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 17 de junho de 2021

TAMBÉM TENHO MEDO DOS JUÍZES

Cel. Jorge Baptista Ribeiro

Caiu-me nas mãos um dos vinte e um livros de autoria do advogado, ex-ministro do STF e renomado jurista, Eros Roberto Grau, intitulado “Eu tenho medo dos juízes”.  Eros Grau, por ser um profissional revolucionário do Partido Comunista Brasileiro, foi preso em 1972, época dos governos, decorrentes do Movimento Cívico Patriótico de1964. Entretanto, a todos surpreendendo, prolatou voto decisivo na apreciação pelo STF que aprovou a concessão da anistia, proposta pelo presidente João Figueiredo a fim de pacificar vencedores e vencidos no Movimento de 1964.  A anistia foi  concedida  a todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexos com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder revolucionário.

Defendendo o  chamado Direito Moderno, Grau muito se inspirava em Jürgen Habermas, um filósofo e sociólogo alemão, marxista, vinculado à Teoria Crítica, corrente de pensamento desenvolvida pela Escola de Frankfurt.

Grau, foi consultor da Bancada Paulista na Assembleia Nacional Constituinte de 1988 e membro da Comissão Especial de Revisão Constitucional, nomeado pelo Presidente da República Itamar Franco, também comunista,  em 1993, com a finalidade de identificar propostas de interesse fundamental para a Nação, no processo de revisão constitucional.

No Prefácio do seu livro, Eros Grau diz  que a sua experiência, durante os seis anos  que viveu como juiz  do STF foi extremamente significativa, enquanto prática de interpretação/aplicação do direito. Sobretudo,  porque acreditava que em sua acepção mais restrita, o direito, em seu sentido objetivo, é o sistema de normas que regula as condutas humanas por meio de direitos e deveres evolutivos e, portanto,  haviam de serem  revistos, atualizados. Além de tudo isto, complementou mencionando porque passou a realmente  temer juízes que, usando e abusando  dos princípios, lembravam-no da “Canção Amada Amante”, de Roberto Carlos: “sem saber o que é direito, fazem  suas próprias leis”. No final da sua obra, Grau reafirma ter medo dos juízes, do mesmo modo que teme o direito alternativo, o direito achado na rua e, principalmente, o direito achado na imprensa.  
Tais considerações acima  enunciadas visam mostrar como a banda toca nos tribunais e quem podem ser os instrumentistas, nos permitindo concluir que o Direito não é uma ciência rígida, matemática, podendo  ser usado para atender conveniências políticas, ideologias, pessoais, financeiras e tudo mais que a imaginação criadora pode construir, sob a capa protetora da Hermenêutica etc.   

Por outro lado, nem todo mundo sabe que, desde os albores da Nova República os comunistas pós-soviéticos adotaram a praxis gramsciana de domínio hegemônico das salas de aula, das cátedras, das letras, das  artes, do jornalismo e dos tribunais, particularmente mobiliaram a Suprema Corte, onde a maioria  dos ministros foi  lá plantada por presidentes  comunistas, para  tergiversarem nas letras da lei e mistificarem entendimentos técnicos, burocráticos e  jurídicos.   

Finalizo, afirmando que pelo  acima enunciado e também considerando  as identidades das  mãos  dos autores da  Constituição  de 1988,  seus modificadores  posteriores e a composição  do nosso atual Supremo Tribunal Federal, nos é permitida a afirmação de que  nossa Suprema Corte personifica uma Organização de Frente da comunalha.

* Publicado originalmente no Portal Brasil Livre, em 30 de março de 2021

Transcrito  site Conservadores  e Liberais

* O autor é Cel de Infantaria e Estado Maior, Reformado do Exército. É um estudioso da Guerra Revolucionária, possuindo o curso da Escola Nacional de Informações (EsNI) que, por óbvias razões de domínio público, foi extinta pelo presidente Fernando Collor. Bacharelou-se em Ciências Sociais na então Universidade do Estado da Guanabara, hoje UFRJ.


segunda-feira, 22 de março de 2021

Totalitários sempre tentam destruir núcleo familiar - Gazeta do Povo - VOZES

Rodrigo Constantino 

O núcleo familiar é a essência da sociedade, o pilar da civilização. É na família que somos educados, civilizados, conhecemos o amor, o respeito, os limites. Daí a crueldade ímpar e indizível de quando os próprios pais são os algozes dos filhos, ou quando estes se tornam inimigos ou até assassinos dos próprios criadores. Felizmente, situações bem raras, e que geram profunda revolta na sociedade.

Proteger as crianças é uma obrigação do estado. Mas isso quer dizer garantir o básico, impedir abusos que atinjam a dignidade humana. Não é o estado ser o educador das crianças no lugar dos pais. Porém, esse é exatamente o anseio de todo totalitário: substituir o papel dos pais, usar o estado para controlar cada indivíduo. E, para tanto, é necessário justamente enfraquecer o elo familiar.
 
Não por caso todo regime coletivista comunista tentou fazer isso. Até as refeições deveriam ser comunitárias, para acabar com o convívio da família nesse momento crucial de conversas. Marx e Engels chegaram a pregar abertamente contra as famílias, que enxergavam como autoritárias e como obstáculo ao comunismo. A Escola de Frankfurt foi pelo mesmo caminho depois. A esquerda totalitária odeia o conceito de família tradicional, "burguesa".
 
É da família que saem os valores da liberdade individual, e daí se constrói o tecido social. Para se viver numa sociedade de confiança, torna-se essencial ter famílias saudáveis em vez de disfuncionais. Quem quer substituir a família pelo estado precisa, portanto, enfraquecer os laços de família, e com isso produzir desconfiança geral, esgarçando esse tecido social até o caos total, para que o estado absolutista possa entrar em cena.
 
Nada disso é tese conspiratória, mas sim projetos bem declarados de revolucionários, e experimentos que produziram terror e caos no passado. Para jogar uns contra os outros na sociedade, o ponto de largada será a família. Não foi por outro motivo que o genocida Mao Tse-Tung usou crianças em sua "revolução cultural", formando um exército de pirralhos dispostos a matar os membros de suas próprias famílias por serem "contrarrevolucionários".
 
Em Cuba, Fidel Castro incentivou que filhos denunciassem seus pais também, e vizinhos que "entregassem" vizinhos "perigosos" poderiam receber recompensas. Foi o mesmo no nacional-socialismo e todo modelo totalitário. O tirano instiga cada um a se tornar um X9, um caguete, pois não há polícia secreta capaz de dar conta do recado completo. Na Alemanha comunista, parcela significativa da população trabalhava para a Stasi.
 
O totalitarismo não pode abrir mão dos "traíras" que, com pouco apreço pela liberdade, ou por excesso de medo, comportem-se como agentes do estado opressor. O ressentimento seria outro componente: o invejoso que sempre detestou o vizinho ou mesmo o irmão enxerga na ideologia um instrumento para se vingar, para punir o desafeto.
 
Eis o pano de fundo para chegarmos ao cerne da questão aqui: essa pandemia está servindo para que mentes totalitárias saiam do armário e avancem contra o núcleo familiar. 
Um vídeo produzido pelo governo estadual de São Paulo mostra uma jovem num bar com alguns amigos infectando depois seu pai de covid, o que o leva para a UTI. Campanha de persuasão dos perigos de contágio tudo bem, mas isso já é terrorismo psicológico tentando incutir culpa nos filhos, gerando intrigas familiares. 
 
Um jornal carioca foi pelo mesmo caminho com essa reportagem:
Além do pânico, querem meter culpa nos jovens e só vão relaxar um pouco quando irmão denunciar irmão, filho entregar pai e vice-versa. Já estamos num ambiente em que vizinhos se consideram "cruzados pela vida" ao denunciar um churrasco na casa do outro vizinho, o que é assustador. Agora estão tentando ir mais longe, e colocar membros da mesma família em confronto.
 
A pandemia é grave, ceifa vidas, espalha o medo. Mas seu custo não pode ser medido somente numa contagem mórbida de cadáveres
Nossas liberdades mais básicas estão ameaçadas. Nosso valores mais caros estão em risco. 
Não resta dúvida de que os totalitários viram na crise da pandemia uma oportunidade para instaurar regimes controladores e opressores. 
E eles sempre começam com a destruição das famílias.
 
Rodrigo Constantino, jornalista  -   Gazeta do Povo - VOZES