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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Combater o usuário, essencial para vencer o traficante



Na posse, Jungmann critica classe média que financia crime consumindo drogas

Em seu discurso de posse no cargo, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, criticou a classe média que pede segurança, mas, ao mesmo tempo, consome as drogas ilícitas que financiam o crime organizado. Ele também defendeu um papel maior do governo federal na segurança, cuja responsabilidade hoje recai principalmente sobre os estados, embora o crime organizado tenha atuação nacional e internacional. Jungmann chamou ainda a atenção para o fato de a segurança, diferentemente da educação e da saúde, não ter um piso de gastos públicos. - Pela frouxidão dos costumes, pela ausência de valores, pela ausência de capacidade de entender o que é lícito e ilícito, passam a consumir drogas Me impressiona no Rio de Janeiro, onde vejo as pessoas durante o dia clamarem pela segurança, contra o crime. E estão corretas. E à noite financiarem esse crime pelo consumo de drogas. Não é possível! São pontas que muitas vezes se ligam e precisam de estratégias diversas para serem devidamente combatidas - disse Jungmann.

Ele destacou que a maior parte dos gastos está com os estados. - Dos R$ 81 bilhões gastos com segurança em 2016, o esforço maior ficou com os estados: R$ 68 bilhões. A União com R$ 9 bilhões e os municípios com R$ 5 bilhões. Os três grandes centros de gastos que temos nos estados na área social são: saúde, educação e segurança. Saúde e educação conquistaram pisos: 15% e 25%. Segurança não. Não estou aqui a defender uma revinculação de receitas. Estou apenas a mostrar que, na medida em que a crise fiscal que recebemos mergulhava a União e o estados, a segurança acompanhou sem piso algum - disse o ministro.

Jungmann também apontou os problemas na segurança no Brasil, como os 61 mil assassinatos anuais, o crescente déficit de vagas no sistema penitenciário, o baixo índice de solução de homicídios, e o fato de líderes criminosos comandarem seus grupos mesmo presos, transformando o presídio em "home office". Em razão da atuação do crime organizado para além das fronteiras dos estados e do próprio país, Jungmann também defendeu a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) no Brasil, e de uma autoridade sul-americana para tratar do tema.
- Estamos prendendo, mas estamos perdendo essa corrida. Prendemos muito, mas prendemos mal. Além disso, nossa justiça criminal apresenta uma face, em que pese o trabalho de todos os operadores da justiça, muito negativa. Aproximadamente 27% a 30% de quem se encontra atrás das grade estão lá por causa das drogas. Apenas 8% dos homicídios cometidos chegam à fase da denúncia. O resto praticamente não é julgado, não tem continuidade - ressaltou o ministro. [precisa aumentar o número dos que estão presos por uso de drogas - qualquer que seja a droga, qualquer que seja a quantidade.]

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui 
 

sábado, 1 de agosto de 2015

Pauta-bomba de nosso governo: reclamar menos da inflação hoje porque ela vai piorar amanhã

O mau pagador de promessas



Você precisa comprar a pauta-bomba de nosso governo: cortaremos na carne, na sua carne, morô?      

Devo, não nego. Pagarei quando puder. E com a ajuda de vocês. Governadores, prefeitos, deputados, senadores. 
Mas apelo sobretudo a você. Você pai ou mãe de família, que perdeu seu poder de consumo, perdeu o emprego, perdeu salário e crédito, perdeu conforto e esperança, perdeu economias, perdeu sua lojinha, sua microempresa, seu apartamento, seu carro
Perdeu até as estribeiras, porque se sente intimidado por gangues das ruas e dos palácios.

Você precisa vestir minha camisa, que é a camisa do Brasil, agora em tamanho menor devido à dieta argentina. Você tem de acreditar, mesmo que o PT tenha provado ser um mau pagador de promessas. Eu e o Guido no ano passado pedalamos a mesma bicicleta, aquela de dois lugares, para atropelar todas as contas que atravessavam nosso caminho glorioso. Mesmo assim você precisa se sacrificar.

Você precisa nos ajudar a manter bem altos os lucros dos bancos, porque eles sempre se dão bem, já reparou? Com a ajuda de cortes, câmbio e juros, os grandes tiveram lucros históricos. Você precisa aceitar calado a redução do salário, você precisa cuidar de seu rombo particular. Porque o meu rombo no primeiro semestre foi inédito na história, um deficit de R$ 1,6 bilhão de janeiro a junho. Um rombão, tudo é aumentativo por aqui, mensalão, petrolão, eletrolão.
Sempre bom lembrar que o 'manteiga' foi demitido não só por ser péssimo como ciclista, pedalava mal demais. O motivo principal de sua demissão foi a total incompatibilidade física do seu 'pibinho' com o 'rombão' da chefe. O triste é que o Levy, além de não poder pedalar, está tendo que administrar um rombão crescente ao tempo que o seu 'pibinho' fica menor a cada dia = micropibinho

Você precisa reunir a família, assim como eu reuni os meus parentes próximos e distantes, os governadores dos Estados. Para explicar que a gastança e o desperdício têm de parar. E, claro, eles entenderam que, se eu for atingida, eles vão junto. Como se não bastasse o Brasil perder selo internacional de bom pagador, ganhará o selo de mau gastador.

Você precisa sobretudo comprar nossa “pauta-bomba”, que é a seguinte: cortaremos na carne, na sua carne, entendeu? Não falo de churrasco de fim de semana, esse já era. Falo de cortes mais nobres. Cortes de gastos públicos, que eu e o Levy prometemos. Vamos cortar no sal grosso: no PACo (Programa de Aceleração do Crescimento), na Saúde e na Educação. Morô? Não, esse verbo não, lembra o sobrenome daquele juiz que não larga o meu pé nem o de meus companheiros empreiteiros. Juiz posudo, metido a italiano da gema, com ternos bem cortados e essa obsessão de lavar tudo a jato, como se a água e meu governo fossem acabar amanhã.

Você sabe que tem gordura nos hospitais e nas escolas, não? Gordura no chão, nos corredores, nas salas de cirurgia e de aula. Ah, você deixa esses itens do orçamento doméstico para cortar por último? Você preserva ao máximo a saúde e a educação de sua família e prefere cortar primeiro os supérfluos? Entendi: é porque você valoriza a vida e o futuro deles e a oportunidade real de crescimento digno e sustentável.

Por isso a classe média não vai para a frente, cai no cheque especial, paga juros escorchantes no cartão de crédito. E a gente (nós e os intelectuais do PT) tem ojeriza a esse pessoal conservador, não afeito a riscos, enfim, uma classe média reacionária. Não é uma categoria politizada. Além de ser gigante, difícil de ser manobrada, a classe média cultua a ideologia do bem-estar da família. E ponto.

Você também sabe que a gente gosta de dar esmola aos pobres e de adular os ricos. É a tal governabilidade, uma receita infalível. Posar de mãe de miseráveis e se locupletar com os grandes projetos. Vimos agora que o nuclear entrou na dança premiada. Minha geladeira vive abarrotada de energéticos para aguentar o tranco de nossa House of Cards.

Graças a Deus que lá também, no Congresso, acabou a mamata. E também a proteção que dávamos ao ex-PMDB comportado de Sarney. Agora o Congresso quer me derrubar, prefere o diretor da escola, aquele que parece uma esfinge e não diz nada, você sabe quem é, só espera mais um passo meu em falso. Bota falso nisso. Agosto começou e deveria ser menor. Vou arrumar umas viagens internacionais.

Já nos livramos da Catta Preta, a advogada de delatores que se mudará para Miami por medo. Você também tem medo, não? É a lógica de gangues que impera no país. Viu as cenas no Brás, em São Paulo, com cidadãos, muitos idosos, cercados e roubados por abutres? Você se sente ameaçado por taxas e impostos, por assaltantes, golpistas e policiais, por empresas de serviço, todo mundo tascando um pedacinho seu? Tente um pacto, como eu.

Esqueçam minhas pedaladas fiscais, me ajudem a aprovar minhas contas no TCU, não deixem que a Caixa e o Banco do Brasil cobrem de mim mais de R$ 1 bilhão em taxas dos programas sociais. Reclamem menos da inflação de hoje porque ela tende a piorar amanhã. Não critiquem inaugurações de clínicas sem médicos ou fechamento de escolas sem professores. Não somos um governo-bomba.

Fonte: Ruth de Aquino - Revista Época
 

quinta-feira, 12 de março de 2015

É hora do PT cair na real

É hora de cair na real 

O Estado de São Paulo - 11 março 2015

Depois de ter feito no Dia da Mulher um pronunciamento infeliz que provocou forte reação negativa da classe média em todo o País, Dilma Rousseff apressou-se a procurar a imprensa - o que vinha evitando ultimamente - para defender-se e dizer que não há razões para seu impeachment. A presidente da República deveria se poupar dessa preocupação, pois não lhe faltam problemas reais muito mais graves. Apesar de haver setores radicais propondo a deposição legal da chefe do governo, está claro que a maior parte da oposição a Dilma, na política e nas ruas, entende, sensatamente, que não é hora de falar em impeachment. O argumento de que a oposição está tentando promover o "terceiro turno" das eleições presidenciais é risível, retórica apelativa, própria da maneira singular de o PT pensar e fazer política.


É assim que o PT pensa e age: a direção do partido, reunida na noite de domingo para avaliar a repercussão dos protestos contra Dilma, chegou à conclusão de que se tratou de uma "orquestração de viés golpista" protagonizada por setores da "burguesia e da classe média alta", que se transformou num "movimento restrito que não se ampliou como queriam seus organizadores".
 
São legítimas e democráticas, para o PT, apenas as manifestações populares por ele próprio orquestradas, ou pelas organizações sociais, sindicais e estudantis que manipula. Fora disso está tudo politicamente desqualificado, por vício de origem: ser contra o PT é o mesmo que ser contra o povo.


Para o comando petista, classe média não é povo, apesar de Dilma gabar-se, como voltou a fazer no domingo, de os governos do PT terem "promovido" à classe média mais de 40 milhões de brasileiros. A virulência dos ataques dos dirigentes petistas aos protestos de domingo está em contradição com a posição adotada por Dilma. Apesar de ter tentado sair pela tangente com a história do "terceiro turno", a presidente admitiu que o protesto foi legítimo, democrático, e que é preciso "conviver com a diferença". Não tentou, como os dirigentes de seu partido, pura e simplesmente desqualificar os manifestantes.


O que disse Dilma foi reiterado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, escalado para falar sobre os protestos. Para ele, toda manifestação pacífica é "um direito da população". E repetiu a tese do "terceiro turno", contando vantagens pelo fato de o PT ter vencido eleições presidenciais quatro vezes seguidas. Mas Mercadante carrega o peso de ser petista histórico e não resistiu à tentação de dar lições que jamais aprendeu: "Precisamos construir uma cultura de tolerância, de diálogo e respeito. Uma agenda de convergência é fundamental para o País poder superar as dificuldades conjunturais o mais rápido possível".
 
Tolerância, diálogo e respeito é tudo o que o PT jamais praticou em mais de 20 anos de oposição e 12 de governo. Muito menos convergência. O lulopetismo sempre tratou os adversários como inimigos a serem eliminados e primou exatamente por divergir em momentos cruciais da vida nacional, como a discussão e aprovação da Constituição de 1988, do Plano Real, da Lei de Responsabilidade Fiscal e muitos outros episódios. É estranho que agora, mergulhado na crise provocada pela incompetência de seu governo, a elite do PT se julgue com autoridade moral e credibilidade para pregar "convergência". Mas insiste no descaramento de fazê-lo.


Essa gente que agora reclama e exige "convergência" nem parece a mesma que exigiu "Fora FHC" como bandeira de sua luta contra a bem-sucedida política de privatização de estatais durante os governos tucanos. Nem por isso foram então acusados de estar tentando promover um "terceiro turno". Até porque isso seria tecnicamente impossível: Lula perdeu logo no primeiro turno as duas eleições que disputou contra Fernando Henrique.
Antes de investir de novo contra quem ousa questioná-los, a presidente e os integrantes da elite do PT precisam cair na real e se dar conta de que há menos de cinco meses quase metade da população brasileira os repudiou nas urnas do segundo turno. De lá para cá, esse número não parou de aumentar.

Fonte: Editorial - O Estado de São Paulo