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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Teatro global de péssima qualidade - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

“O senhor não deve nada à Justiça”, abriu o apresentador William Bonner sua "entrevista" com o ex-presidiário Lula. Não, Bonner! 
A Justiça é que deve muito ao Brasil por tal malabarismo supremo para soltar e tornar elegível um corrupto desse tipo.

Dali em diante, o que vimos foi um convescote em que Lula se sentiu muito à vontade para mentir como se ninguém fosse capaz de apontar suas evidentes falácias.

Lula se sentiu tão confortável naquele ambiente que se vendeu como o responsável pelo combate à corrupção no país
Parabéns aos envolvidos por essa grande palhaçada, em especial o ministro Fachin.

Bonner perguntou quais medidas Lula tomaria para impedir a corrupção que ocorreu no governo do PT. Piada pronta! Pergunta idiota! Ele foi o comandante dos esquemas! A única “medida” é ele não voltar ao poder!

Lula teve a cara de pau de criar a “tese” de que houve muito escândalo de corrupção em seu governo porque ele foi muito republicano e transparente. 
Estamos há quase quatro anos sem escândalo de corrupção pois Bolsonaro deve ser o verdadeiro bandido que não deixa nada ser investigado. Rimos ou choramos?
 
“Essa coisa de a gente ficar prometendo o que vai fazer antes de a gente ganhar é um erro”, disse Lula, prometendo surpresas se vencer. O mundo político e midiático não está acostumado a um presidente que promete e cumpre, como Bolsonaro.  “Todos os economistas dizem que o próximo governo vai ter que lidar com uma enorme bomba fiscal”, disse Bonner. Eu, economista, digo que Bonner é um jornalista militante! 
Todas as perguntas da dupla imbutiam uma crítica velada ao atual governo.“A Dilma é uma das pessoas por quem tenho o maior respeito pela competência”, disse Lula. Guardemos essa mensagem. Aliás, não vamos esquecer que na campanha Lula disse que Lula era Dilma e Dilma era Lula. Ambos são indissociáveis. 
 

O Papa que colocou o ditador da Nicarágua no seu devido lugar!

“Você acha que o mensalão, que tanto falam por aí, se compara a esse orçamento secreto?”, questionou Lula, ao defender a corrupção de seu governo. Lula se mostrou incomodado pois Bolsonaro governa com o Congresso eleito. Ele quer mais poder ao Presidente. Inspirado em Fidel Castro, talvez?

Aliás, somente na última pergunta a dupla questionou sobre os regimes totalitários comunistas que Lula sempre defendeu. O petista disse que defende a "autodeterminação dos povos", ignorando que isso nunca o impediu de criticar duramente governos de direita em países como os Estados Unidos. É muito fingimento e muita passividade dos "entrevistadores".

“Feliz era o Brasil quando a disputa era entre o PT e o PSDB”, disse Lula confessando o teatro das tesouras e a saudade da hegemonia da esquerda. Para Lula, os tucanos eram apenas adversários, não inimigos. Ele ignora que mesmo assim o PT sempre demonizou os primos tucanos, tratados como inimigos mortais e "fascistas", e que foi ele quem instituiu no país o tribalismo do "nós contra eles".

Com o empurrãozinho de Renata, Lula tentou se colocar como aquele que mais fez pelo agronegócio no Brasil, apesar de chamar os ruralistas de "fascistas" e afirmar que são contra a preservação do meio ambiente. Lula também disse que pretende governar com o MST, e questionou: “Qual foi a terra produtiva que o MST invadiu?” 

Basta uma rápida pesquisa para ver a enorme quantidade, com laboratórios destruídos e gado assassinado.

Tudo foi um teatro muito mequetrefe, de péssima qualidade. A mudança de postura em relação ao clima de debate na sabatina com Bolsonaro salta aos olhos e trai a parcialidade da emissora.  A reação dos eternos esquerdistas foi bizarra. Ricardo Noblat elogiou como Lula "enfrentou" a questão da corrupção. Leilane Neubarth ficou emocionada com o "respeito" com que Lula trata as mulheres, ignorando o caso do "grelo duro". Caetano Veloso "chorou" com o "arrebatador" Lula. E Reinaldo Azevedo disse que Lula fez uma "exibição de gala", deixando de lado o país dos petralhas.

Ele batia na mulher, levava a mulher no culto religioso, deixava ela sem comer, dava chibatada nela, sabe? Cadê as mulher de grelo duro lá do nosso partido?

Tudo muito surreal, asqueroso, ridículo. A ala lulista do Brasil não consegue esconder sua alma podre. Os brasileiros decentes, em maioria, ficaram enojados, com o estômago embrulhado. A primeira resposta virá no dia 7 de setembro. A segunda, no começo de outubro...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

segunda-feira, 18 de abril de 2022

A suprema falta de isenção - Editorial

Gazeta do Povo
 
Que uma deputada de oposição ao governo expresse publicamente sua preocupação com a possibilidade de o atual governante conseguir a reeleição e questione como ele pode ser derrotado faz parte do jogo político. 
Que um membro do Poder Judiciário – pior ainda: alguém que faz parte do órgão responsável por supervisionar as eleições se refira a esse governante (ainda que de maneira oblíqua) como “inimigo”, no entanto, é inaceitável. Mas foi justamente isso o que ocorreu durante a Brazil Conference, evento realizado na Universidade Harvard, dias atrás, e que convidou praticamente todas as forças que almejam o Planalto, com exceção do próprio governo.[o capitão não foi convidado, por ser o tal evento um convescote dos derrotados.] 

O ministro do STF Luís Roberto Barroso.

O ministro do STF Luís Roberto Barroso.
“Nós somos muito poderosos. Nós somos a democracia. Nós é que somos os poderes do bem”, afirmou Luís Roberto Barroso durante evento na Universidade Harvard. -  Foto: Carlos Alves Moura/SCO/STF

A deputada Tábata Amaral (PSB-SP), em debate que fazia parte da programação do evento, afirmou, em comentário dirigido ao diretor regional da Fundação Ford, Átila Roque, que “não é óbvio que a gente já derrotou Bolsonaro” e deu como certo um aumento da violência politicamente motivada tanto em caso de vitória quanto de derrota do presidente em outubro. Depois da resposta de Roque, que compartilhou do exercício de futurologia da deputada, o ministro do STF e do TSE Luís Roberto Barroso disse que “é preciso não supervalorizar os inimigos. Nós somos muito poderosos. Nós somos a democracia. Nós é que somos os poderes do bem”. Ainda que não tenha havido menção específica a Jair Bolsonaro ou a bolsonaristas na resposta, ela é indissociável do contexto da pergunta. [Comentário: o supremo ministro ignorou que em 2019, o Conselho Nacional de Justiça (à época, presidido por Dias Toffoli) aprovou a Resolução 305, que disciplina a atuação de magistrados nas redes sociais. Dentre outras coisas, a norma recomenda que eles evitem “expressar opiniões ou compartilhar informações que possam prejudicar o conceito da sociedade em relação à independência, à imparcialidade, à integridade e à idoneidade do magistrado”. Além disso, a resolução recomenda aos juízes “evitar expressar opiniões ou aconselhamento em temas jurídicos concretos ou abstratos que, mesmo eventualmente, possam ser de sua atribuição ou competência jurisdicional”.
O princípio por trás da resolução é claro:
o respeito ao princípio da impessoalidade e o zelo pela imparcialidade do Judiciário. Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) estar acima do CNJ, as regras de boas práticas para o Judiciário, a princípio, deveriam ser cumpridas pela mais alta Corte do país. Com frequência cada vez maior, porém, os ministros do STF têm expressado suas opiniões políticas, inclusive sobre casos que tramitam no próprio tribunal.
 
Só nos resta perguntar: até quando os supremos ministros vão ter incentivos para alimentar o pensamento - raras vezes contrariado pelos fatos - de que podem tudo?]

Barroso compromete ainda mais a credibilidade das cortes superiores e de seus integrantes, que passam a ser vistos como agentes políticos, com lado definido, e não como detentores da postura imparcial esperada da Justiça e de todos os juízes

O próprio conteúdo da intervenção de Barroso já é questionável. Verdade seja dita, ele acerta quando diz que o STF é “muito poderoso”. A corte, em muitos aspectos, especialmente os relacionados à pandemia, se estabeleceu como uma espécie de “governo paralelo”. E todos os acontecimentos recentes envolvendo desde a destruição da Operação Lava Jato até inquéritos como os das fake news e os dos “atos antidemocráticos” deixam claro que os tribunais superiores se veem acima da Constituição, das leis, da própria jurisprudência, dos bons princípios jurídicos e até da realidade dos fatos. 
 
E justamente por isso é impossível que Barroso possa descrever a si mesmo e as cortes que integra como a incorporação da democracia. Supremo, STJ e TSE têm contribuído para o apagão da liberdade de expressão no Brasil e para a relativização de várias liberdades democráticas. Dias Toffoli já disse que o Supremo era o “editor de uma nação inteira” e exercia um “poder moderador”. Foi o próprio Barroso quem primeiro ofereceu justificativas para censurar o aplicativo Telegram no Brasil – ironicamente, em sua resposta o ministro afirmou que, em sua juventude, as grandes preocupações de sua geração incluíam “como acabar com a censura”.

Mas ainda mais grave é que um magistrado que até fevereiro deste ano presidiu a instância máxima da Justiça Eleitoral, e ainda faça parte dela, se refira a um grupo específico como “inimigos” e, ao descrever a si mesmo como os “poderes do bem”, deixe implícito que os outros seriam os “poderes do mal”. Barroso não afirmou que o real adversário eram as trapaças eleitorais (das quais as fake news são uma parte) vindas de todos os lados do espectro político, e que o trabalho do TSE era coibi-las independentemente de onde viessem; em vez disso, ele personalizou a questão, endossando o discurso da deputada que atribui todos os males a apenas um grupo.

Com isso, Barroso compromete ainda mais a credibilidade das cortes superiores e de seus integrantes, que passam a ser vistos como agentes políticos, com lado definido, e não como detentores da postura imparcial esperada da Justiça e de todos os juízes. 
Nega-se, assim, a boa prática jurídica segundo a qual o juiz se pronuncia apenas nos autos dos processos que julga, e atendo-se a seu conteúdo. Esta loquacidade, no entanto, não é nova; já vem de alguns anos o fenômeno que fez dos ministros do Supremo estrelas midiáticas que opinam sobre absolutamente tudo, seja por iniciativa própria, seja respondendo a questionamentos da imprensa ou como os da deputada Tábata Amaral. E, cumprindo o ditado popular, de tanto falarem seria óbvio que, mais cedo ou mais tarde, os ministros acabariam comprometendo sua independência e idoneidade, para usar dois termos presentes na Lei Orgânica da Magistratura.

Compare-se, por exemplo, a atividade opinativa frequente dos ministros do Supremo com a discrição de membros de outras cortes supremas mundo afora, como a norte-americana.  
E isso nada tem a ver com excesso ou falta de transparência: um tribunal não é menos transparente quando seus membros não se pronunciam sobre questões que não lhes dizem respeito, ou sobre temas e pessoas que podem vir a julgar. 
Essa reserva, pelo contrário, apenas reforça a autoridade moral da corte, que fica erodida quando seus integrantes enveredam pela atuação político/partidária, tanto por palavras quanto por ações.
Editorial - Gazeta do Povo
 

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Bolsonaro na ONU: discurso sóbrio e responsável

Rodrigo Constantino

Bolsonaro abriu sua fala alfinetando a mídia militante e afirmando que mostraria o Brasil real, ocultado pela imprensa. Lembrou que o governo atual segue sem escândalo de corrupção, ao contrário do que acontecia antes.

Brasil mudou, disse o presidente, deixando o socialismo para trás. Investimentos pesados em infraestrutura, com forte participação privada, têm permitido avanços sustentáveis e a redução do custo Brasil. Avanços na área de saneamento básico, com concessão ao setor privado, vão melhorar a vida de milhões de brasileiros. Temos um grande mercado consumidor, respeito a contratos, o que atrai investidores.

Bolsonaro na ONU: discurso sóbrio e responsável

O Brasil, com utilização de apenas 8% do território usado para agricultura, alimenta quase 1 bilhão de pessoas no mundo. Preservamos dois terços de nossas florestas e biomas em geral. A meta de neutralidade de carbono foi antecipada. Mais de 80% da nossa energia vem de fontes renováveis. Em seguida, Bolsonaro cobrou a parte da Europa no acordo, já que até hoje não recebemos pelos créditos de carbono, e temos bilhões a receber.

Bolsonaro defendeu a família tradicional como pilar fundamental da civilização e destacou a liberdade de culto como valor inegociável. Minorias, como índios, são protegidos em nosso país e 14% do território nacional pertence a reservas indígenas, que desejam produzir agricultura também. Brasil tem tradição de ajuda humanitária e recebe refugiados. Bolsonaro ofereceu abrigo aos cristãos afegãos e disse: "Reitero o nosso repúdio ao terrorismo em qualquer uma de suas formas. Apoiamos uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, onde buscamos um assento permanente."

Sobre a pandemia, Bolsonaro destacou a importância tanto da saúde como da economia: "Sempre defendi foco simultâneo no combate ao vírus e ao desemprego". O governo ofereceu auxílio emergencial para os mais pobres, com situação agravada por decisões de prefeitos e governadores de fechar comércio. Bolsonaro também defendeu a liberdade: "Apoiamos a vacinação, contudo, nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário". O presidente defendeu a liberdade médica para tratamento imediato e alertou: a história e a ciência vão julgar responsabilidade de todos.

Em resumo, Bolsonaro fez um discurso sóbrio e em defesa das liberdades, além de rebater as narrativas falsas de que o Brasil é o patinho feio do mundo em termos ambientais. Se a ONU, um convescote da esquerda mundial, volta sua atenção para o "aquecimento global", então é sinal de que a pandemia está mesmo chegando ao fim e eles precisam resgatar a outra pauta de alarmismo para justificar um governo global de cima para baixo.

Vale, por fim, um comentário sobre a cobertura de nossa imprensa. Milhões foram às ruas a favor do presidente, e isso foi chamado de "atos antidemocráticos". Mas meia dúzia de gatos pingados em Nova York com faixas virou manchete: presidente é alvo de protestos no exterior. Nossa imprensa morreu. Só tem militância esquerdista, sem qualquer compromisso com a realidade. 

Protestos insignificantes 
[A menção ao protesto de meia dúzia de acéfalos, serve como gancho para relembrar   desespero da mídia militante,  tentando reduzir a importância de um discurso de estadista.]
Os manifestantes espalharam cartazes em edifícios próximo à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) e circularam nas ruas da cidade com um pequeno caminhão trazendo frases e imagens contra o presidente do Brasil.

Em um dos protestos, Bolsonaro foi chamado de genocida.Há aproximadamente dez pessoas fazendo um escarcéu; estão fora de si”, rebateu o chefe do Executivo federal em vídeo publicado no Twitter. “A imprensa brasileira vai dizer que houve manifestação enorme contra mim em Nova Iorque; vocês estão vendo que não é verdade.”

Rodrigo Constantino, colunista  - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"AS 'BENESSES' DE DILMA"

Indiferente a qualquer crise e tentando salvar o mandato a todo custo, a presidente Dilma escancarou de vez a prática do toma-lá-da-cá. 

Nos últimos dias distribuiu benesses a rodo e rasgou o compromisso de seu governo com o ajuste fiscal – ao menos no que diz respeito aos próprios cortes de despesa. Está gastando por conta. Reduziu a meta de superávit, desafogou o regime imposto pelo ministro Levy ao caixa do Tesouro e passou a dar, irresponsavelmente, mimos aos parlamentares, tentando cooptá-los para a sua causa maior de permanência no poder a qualquer preço. A população que arque com o prejuízo e carregue o fardo da recessão. 

Na “Casa Grande” do Planalto a farra corre solta. O pessoal de Dilma anunciou pomposamente que serão liberados recursos da ordem de R$ 1 bilhão em emendas parlamentares. Atente para a cifra. Essa dinheirama vai correr solta em projetos que ajudem políticos aliados nos respectivos currais eleitorais, às vésperas da campanha de 2016. É assim que continua a governar Dilma: para a patota, em detrimento do povo.

Quer aumentar a “taxa de fidelidade” dessa turma e para engrossar o número de fiéis nada melhor que alguns “presentinhos”. Além da gorda verba em emendas, a presidente vai oferecer 200 cargos comissionados nos estados para nomeações políticas. A recompensa - espera ela! - é uma certa boa vontade nas votações de projetos de seu interesse, já a partir do segundo semestre. A insistência na prática do fisiologismo sem escrúpulos, justamente agora, equivale a uma bofetada na cara dos brasileiros que estão perdendo emprego, fechando empresas e se desesperando com as contas impagáveis em consequência do desastre de gestão instaurado no País. Sem disciplina orçamentária, vendendo a lorota de que a crise é transitória, a presidente Dilma rejeita a ideia de assumir que ela e seu partido arruinaram com a economia. 

Seja através dessas práticas abusivas, seja devido à ladroagem generalizada que se espalhou como um câncer no aparato estatal. Nunca é demais lembrar que o hábito de “comprar” apoio parlamentar, loteando postos no setor público e distribuindo verbas, está na raiz do Mensalão, do Petrolão e de outros propinodutos federais ainda não escavados. Dilma parece não perceber o aumento generalizado da intolerância social com esse hábito petista de governar na base da “boquinha”. Incentiva seus correligionários a se lambuzarem mais e mais. Um acinte! Como rainha encastelada, alheia aos protestos e apelos dos súditos, a presidente ainda fará nesta segunda-feira,3, um megajantar a portas fechadas no Palácio Alvorada para líderes governistas e ministros, num total de 80 comensais convidados, sob o pretexto de “socializar”. Como um baile no Titanic, o convescote de Dilma, desconsidera o perigo iminente. Até quando? 

Fonte: Editorial - IstoÉ