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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A morte de Sombra livrou Gilberto Carvalho do pesadelo: ver exumada a verdade sobre a execução de Celso Daniel



O mandante do crime levou para a sepultura a esperança de ver esclarecido o assassinato que desde janeiro de 2002 assombra o PT
Treze anos, oito meses e sete dias depois da execução de Celso Daniel, Sérgio Gomes da Silva, vulgo Sombra, levou para a sepultura a esperança de ver inteiramente esclarecido, com todos os detalhes sinistros, o assassinato que assombra figurões do PT desde janeiro de 2002. Foram condenados à prisão remanescentes do grupo que sequestrou, torturou e matou a tiros o prefeito de Santo André. Mandante do crime, Sombra morreu antes do julgamento que conseguiu adiar anos a fio.

Para sorte de gente como Gilberto Carvalho e José Dirceu, metidos até o pescoço na conspiração que fez o diabo para enterrar o caso, Sombra morreu sem contar o que só ele sabia. Quem participou, por exemplo, do tribunal clandestino que decidiu aplicar a Celso Daniel a pena capital? De onde veio o dinheiro para a contratação do bando incumbido de silenciar o prefeito que resolvera revelar o esquema de corrupção que ajudara a montar?

Sombra avisou mais de uma vez que, caso fosse punido com uma temporada na cadeia, afundaria atirando ─ e mandaria chumbo grosso em todos os cúmplices por ação ou omissão. Desse pesadelo Gilberto Carvalho acabou de livrar-se. Nem por isso poderá envelhecer em sossego. Os casos de polícia em que se meteu, ainda à espera de elucidação, bastariam para garantir a insônia eterna mesmo a qualquer bandido.

Mas não é um bandido qualquer esse ex-seminarista que decidiu candidatar-se à excomunhão, virou coroinha de missa negra e perdeu a vergonha de vez.

Fonte: Augusto Nunes 




sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Lula, em decadência, e Dilma, no buraco, estarão fora do programa político do PT



Partido teme que novos panelaços aqueçam a luta em favor do impeachment e vai deixar suas duas estrelas cadentes longe da televisão
Lula, o homem mais honesto do mundo, segundo ele próprio, e Dilma, a governanta mais competente do mundo, segundo ela própria, não vão aparecer nos programas políticos do PT. 

É, crianças… Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas, como se diz lá em Dois Córregos, não é mesmo? Ou, se quiserem que eu escreva de outro modo, escrevo: quem tem Lula e Dilma tem medo!

Que coisa, né? Ainda me lembro de Gilberto Carvalho, com aquela modéstia aparente de coroinha de sacristia, a dizer que o PT era um partido privilegiado mesmo. Segundo ele, a legenda podia contar com um Pelé no banco — o Pelé, bem entendido, era Lula. Pois é… Bastaram cinco anos de governo Dilma para que o craque se revelasse um perna de pau.

E aqui quero que fique clara uma coisa: a dupla Dilma-Mantega fez besteira aos montes. Ali, como é sabido, a arrogância tornava a incompetência ousada, e a incompetência tornava a arrogância satisfeita de si. E o país foi para o buraco. Mas não fizeram isso tudo sozinhos. Dilma levou ao paroxismo problemas que herdou do governo Lula. Quem passou à atual presidente o destrambelhamento fiscal, não se enganem, foi o modelo erigido pelo Apedeuta, que não sabe se vai se candidatar a papa ou a presidente do Íbis, o pior time do mundo.

As inserções do PT, cujo formato ainda não foi definido, segundo a Folha, vão ao ar nos dias 2, 4, 6, 9 e 11 de fevereiro. O programa de 10 minutos está previsto para o dia 23. O conteúdo, consta, ainda vai depender dos humores do país.  E por que as duas maiores estrelas vão ficar fora da propaganda política? Bem, porque cadentes, não é? Eles caem, em vez de subir. O temor é que novos panelaços forneçam a liga necessária para esquentar o clima óbvio de descontentamento.

Não sei se perceberam: até agora, a economia do país só piora. E não há sinais no horizonte de que a coisa vá ser revertida tão cedo. Economistas os mais respeitados começam a prever para este ano uma recessão ainda maior do que a do ano passado. Não se enganem: a aparente calmaria que está por aí, para quem já navegou um pouco neste mundão, é prenúncio de tempestade.

Petistas, hoje, não conseguem ir a um restaurante, como todos sabemos. Não que eu estimule hostilidades. Muito pelo contrário. Mas os companheiros sabem que a censura pública que lhes faz a população tem motivos, não é mesmo? O PT traiu os compromissos que eram seus e aplica um estelionato eleitoral sem precedentes e traiu os compromissos que são da civilização: nunca se viu em ação um sistema tão organicamente corrupto como o que aí está.

Restou a Lula o quê? Bem, meus caros, restou a Lula conceder entrevistas para subjornalistas do nariz marrom, proclamar a própria honestidade uma vez que ela já não é tão facilmente reconhecida — e sair ameaçando geral: “Olhem que eu processo…”. Nem parece aquele antigo líder que subia no palanque, nos tempos da oposição, e vendia a honra alheia por dez tostões. Ao Lula da era do milhão e do bilhão sobrou acenar para os desafetos com o terror jurídico.

Mesmo os críticos mais duros do PT, e pretendo me incluir entre eles, não anteviram um fim tão melancólico e tão patético para o partido que pretendia ser diferente de tudo o que está aí. Em certa medida, foi mesmo! Os “companheiros” resolveram profissionalizar as artes em que outros, antes deles, como Paulo Maluf e Fernando Collor, se mostraram verdadeiros amadores.

O Brasil vai, claro!, sobreviver. Mas vamos pagar muito caro. Infelizmente.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo



sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Bandido é bandido. Policial é policial. Não importa que o policial morra, quem não pode morrer é o bandido


Vamos dar um basta nos PMs homicidas


O vídeo da Providência é um dos maiores golpes à política de pacificação das favelas do Rio 

Chega. Não é mais possível correr o risco de ter assassinos a sangue frio em Unidades de Polícia Pacificadora. Não dá mais para deixar soltos por aí, com pompa e autoridade, com farda e arma, bandidos do quilate dos que mataram um rapaz de 17 anos no Morro da Providência e, depois, forjaram um auto de resistência. [adendo: rapaz de 17 anos, com ligações no tráfico. Ao ser abordado pela polícia, aparentemente, se rendeu. Aparentemente, já que o vídeo cuja autenticidade não foi comprovada - nada garante que não seja uma montagem - não mostra o inicio da operação. Estranhamente, o autor do vídeo, morador da favela e cineasta, só ficou curioso quando o ex-coroinha, e até o dia dos fatos traficante de drogas, estava rendido.]  Em bom português: os cinco PMs alteraram a cena do crime para fazer crer que haviam matado em legítima defesa, em confronto com traficantes.

O vídeo, filmado por moradores da Providência, é de dar nojo. O nojo vem da certeza de que essa não é uma ação rara. Seria irresponsável generalizar e dizer que quase todo auto de resistência em favelas é uma farsa. Seria injusto com tantos PMs no Rio de Janeiro que arriscam suas vidas entrando em becos dominados por criminosos. Muitos policiais também acabam morrendo a tiros. Mas esse vídeo é a comprovação do que nós sabemos: muitos "autos de resistência" são, na verdade, execuções. E isso é inadmissível.

Estamos todos cansados dos adjetivos superlativos. O governador Pezão qualifica de "abominável" a cena dos policiais colocando a arma na mão do jovem ensanguentado e semimorto, atirando duas vezes para simular reação do rapaz. O secretário de Segurança José Mariano Beltrame reage como sempre reagiu, de maneira digna: "A maneira que eu tenho de me desculpar com a população do Rio de Janeiro é colocando essas pessoas na rua. Não há outro tipo de alternativa e atitude a ser tomada, de maneira rápida. Essas pessoas não são dignas de participar de um programa (UPP) que está salvando vidas", disse Beltrame.

Eu não quero esses policiais na rua. A população das favelas e do asfalto não quer esses PMs na rua. Ok, eles estão presos. Por quanto tempo? A prisão foi decretada pela Justiça. Mas, uma hora qualquer, bem antes do correto, esses PMs estarão de volta às ruas.  [outro lembrete: centenas de bandidos, muitos assassinos e traficantes de drogas,. são presos em flagrante delito e dias depois estão nas ruas, são liberados pela Justiça para aguardar julgamento em liberdade. A lei tem que valer para todos. Se o bandido pode aguardar o julgamento em liberdade, o policial  tem o mesmo direito. Além da disposição legal, os policiais possuem emprego e residência fixa, não possuem antecedentes criminais  - requisitos que os bandidos favorecidos com a liberdade provisória nunca tem.] Não serão mais policiais. Serão apenas o que sempre foram. Bandidos, assassinos. Homens que desonram a corporação, comprometem os colegas e acham favelados "um lixo", como denunciou um morador tratado assim pelos PMs. O rapaz havia se rendido. Mãos ao alto nos filmes de bangue-bangue significa render-se, submeter-se à Justiça dos homens. Não dá. Algo precisa ser feito.

Esse vídeo é um dos maiores golpes à política de pacificação das favelas. O objetivo original era colocar nas UPPs policiais diferentes, formados em filosofia, direitos humanos. [exigir da polícia tais requisitos seria desperdício. O mais necessário para um policial - em qualquer área de uma cidade, seja na favela ou no assalto, na periferia ou em bairro nobre, é ser dedicado ao serviço, honesto e atirar bem.] Seria uma espécie de polícia de proximidade. Deu tudo errado? Sem políticas sociais, sem a ajuda do Estado, temos então esquadrões de extermínio misturados a bravos homens? A resposta para essa segunda pergunta é: temos, sim. Temos exterminadores. E eles precisam ser investigados e desmascarados antes de cometer crimes como esse – e não depois. A inteligência da Segurança precisa funcionar melhor para coibir esses elementos.

A banda podre da PM pode estar escrevendo a sentença de morte da corporação. Reestruturar as polícias para que os bons patrulhem com credibilidade e imponham respeito precisa ser a tônica do comando de segurança. O Estado deveria processar esses PMs em nome da família do rapaz, deveria contratar um advogado criminal para conseguir uma condenação a 30 anos de prisão para esses cinco agentes. Chamar esse homicídio, com alteração da cena do crime, de "desvio de conduta" é incentivar outras ações do mesmo tipo. Deixar esses cinco PMs uns aninhos na prisão de policiais não adianta nada como exemplo. [esta semana um policial foi atacado por traficantes, amarrado a um cavalo e arrastado, vivo, pelas ruas de uma favela. Pouco se escreveu sobre o caso. Já sobre o ex-coroinha, o 'santo' que já não era santo, escreveram verdadeiros tratados, defendendo mais um 'di menor' que, felizmente, não mais cometerá crimes.]

Eduardo Felipe Santos Victor, de 17 anos, foi o rapaz morto pelos cinco PMs. Era o Pintinho ou Felipe da Provi, assim se identificava em seu perfil no Facebook. Era tricolor. Foi coroinha mas a fé escafedeu-se num beco qualquer, no vício ou no tráfico. Soltava pipa mas vendia droga, segundo amigos. Deixou a escola no nono ano. Numa família de oito irmãos, um acaba no tráfico. Seria esse o destino inexorável em comunidades que o Estado abandona?

O governador Pezão está "triste" por saber que "um agente do estado, uma pessoa em que nós investimos, que fez concurso, que treinou, que está na comunidade para levar a paz, praticou um ato como este". Não basta, governador. Não basta também pedir desculpas à população,  secretário Beltrame. Não basta expulsar. Não basta lembrar que mais de 2 mil policiais já foram afastados das ruas por erros em serviço. Sim, são ao todo 60 mil policiais, muitos do bem. Mas todos nós temos certeza de que os PMs bandidos não são só 2 mil. 

O governador aproveita para lembrar como é também terrível a cena do jovem de 17 anos que "arrasta um policial com um cavalo e mata". Mas não está na hora de lembrar o que os bandidos fazem com policiais. Porque bandido é bandido. Policial deveria ser policial.

 Fonte: Ruth de Aquino - Revista Época