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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Motoristas da empresa Marechal fazem paralisação na manhã desta terça-feira

Sindicato dos Rodoviários optou pela paralisação das operações da Marechal por atraso no salário de colaboradores da empresa

Quem depende de ônibus da viação Marechal ficou na mão na manhã desta terça-feira (6/10). O sindicato dos rodoviários paralisou as atividades da empresa por conta do atraso do salário de colaboradores. Entre as cidades atendidas pela Marechal estão Samambaia, Taguatinga Sul, Guará II, P Sul e Gama.

[Designar empregados como colaboradores se tornou praxe, até mesmo adequado, só que uma exceção se impõe no tocante aos empregados de empresas de ônibus urbano - os empregados da Marechal e outras empresas de ônibus do DF, também conhecidos por rodoviários, podem ser tudo, menos colaboradores.
Os empregados da Marechal e das outras empresas são colaboradores apenas na luta contínua para ferrar a empresa que é vítima da colaboração.
Aliás, os empregados nas empresas de transporte coletivo urbano no DF, também não colaboram com os passageiros = os que dependem do transporte coletivo são as maiores vítimas da 'colaboração' dos rodoviários.

O pior é que a intransigência dos empregados de tais empresas pode levar à falência do empregador = morte da galinha dos ovos de ouro.
A paralisação anterior ocorreu devido o dia do pagamento de um adiantamento, ter ocorrido em um sábado e a empresa postergou tal pagamento a segunda-feira e com isso paralisaram, ferrando os que dependem do transporte coletivo. A paralisação de agora decorre de um atraso de um dia e de uma pequena parte do salário. A INTRANSIGÊNCIA por parte dos empregados é absurda, incabível.]

Em nota enviada à imprensa, a Marechal não negou os atrasos de 18% do quadro de colaboradores e disse que "a crise causada pelo novo coronavírus reduziu em cerca de 60% o número de passageiros transportados, mas a empresa continuou operando com 100% da frota desde o início da pandemia, não reduziu salários ou suspendeu contratos, mantendo todos os postos de trabalho sem nenhuma demissão."

A empresa ainda explica que "isso fez com que os custos permanecessem os mesmos, porém a receita da empresa passou a ser apenas 40% do que era antes da pandemia, levando à insustentabilidade da operação. A queda na arrecadação e o desequilíbrio financeiro do sistema, causaram o atraso no pagamento de parte dos salários."  Ainda na nota, a Marechal argumenta que apresentou ao GDF pedidos de revisão tarifária, uma das medidas que, segundo a empresa, poderiam ter evitado os atrasos. [revisão de tarifas agora é inaceitável, já que os usuários do transporte coletivo também sofreram e continuam sofrendo os efeitos da pandemia.

Os empregados das empresas de transporte coletivo estão entre os poucos assalariados que não sofreram demissão, redução salarial, etc.

MENOS INSTRANSIGÊNCIA e ESPIRITO DE COLABORAÇÃO são essenciais no momento]

Confira a nota da empresa na íntegra:

"O Sindicato dos Rodoviários paralisou as operações da Auto Viação Marechal, nesta terça-feira (06), após a empresa não quitar o salário dos colaboradores, sendo pago até o momento 82% da remuneração.

A crise causada pelo novo coronavirus reduziu em cerca de 60% o número de passageiros transportados, mas a empresa continuou operando com 100% da frota desde o início da pandemia, não reduziu salários ou suspendeu contratos, mantendo todos os postos de trabalho sem nenhuma demissão. Isso fez com que os custos permanecessem os mesmos, porém a receita da empresa passou a ser apenas 40% do que era antes da pandemia, levando à insustentabilidade da operação. A queda na arrecadação e o desequilíbrio financeiro do sistema, causaram o atraso no pagamento de parte dos salários.

A Marechal apresentou ao GDF vários pleitos de revisão tarifária para o reequilíbrio econômico financeiro do contrato de concessão, que encontra-se em desequilíbrio financeiro, pois o projeto básico do Edital de Licitação ST 001/2011 – Reabertura, não foi implantado. As restrições de circulação impostas pela pandemia vieram a agravar ainda mais um quadro que já era crítico.

A Marechal continuará fazendo todos os esforços para cumprir os compromissos com seus colaboradores, fornecedores e prestadores de serviço, além do pagamento de todos os impostos, porém ainda não foi encontrada solução definitiva para a sustentabilidade do Sistema de Transporte Público Coletivo do DF - STPC/DF."

Correio Braziliense


quarta-feira, 8 de abril de 2020

Coronavírus adia reunião no STF sobre tabela do frete - VEJA - Blog Radar

Decisão de suspender audiência de conciliação entre caminhoneiros e setor produtivo é do ministro Luiz Fux

Por causa das medidas de enfrentamento ao coronavirus, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a realização da nova audiência de conciliação sobre a tabela do frete – marcada para acontecer no próximo dia 27.  Segundo o ministro, uma nova data para a reunião será definida depois. As audiências buscam chegar a um acordo entre caminhoneiros, que reclamam do descumprimento do piso mínimo, e o setor produtivo, os embarcadores, que dizem que a tabela encarece o frete.
“Tendo em vista o cenário de pandemia da Covid-19 e as limitações decorrentes das sucessivas Resoluções administrativas editadas por este Supremo Tribunal Federal, suspenda-se a audiência de conciliação designada, no âmbito das ações diretas de inconstitucionalidade 5.956, 5.959 e 5.964, para o dia 27 de abril de 2020. Nova data será designada oportunamente, mediante nova intimação às partes”, diz o despacho dado pelo ministro nesta terça-feira.A tabela do frete foi criada em 2018 pelo governo de Michel Temer, após a greve dos caminhoneiros, que bloqueou estradas e gerou uma crise de abastecimento no Brasil por mais de uma semana. A criação era uma das principais reivindicações da categoria.
[sábia decisão do ministro Fux;
uma audiência dessa natureza poderia complicar o que já está complicado.
Enfrentar greve de caminhoneiros e isolamento total devido à Covid - 19 é pesado até para o presidente Bolsonaro.]

Blog Radar - Revista VEJA


sábado, 21 de março de 2020

A rotina na pandemia - IstoÉ

Hábitos cotidianos são alterados com o isolamento social necessário para prevenção ao coronavirus. A partir da quarentena, algumas mudanças no comportamento podem se tornar permanentes

Poucos estão podendo sair de casa. Quem sai, provavelmente ficará pouco tempo com tal privilégio. Inclusive, se o governo brasileiro determinar isolamento compulsório de pacientes, o que ainda não aconteceu, o cidadão pode ser responsabilizado criminalmente por tais atos, podendo até ser preso, dependendo do grau de infração, de acordo com portaria interministerial publicada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Shoppings centers e lojas de todo o País estão sendo fechados por determinação dos governos dos estados, podendo permanecer com as vendas online. O estado de calamidade pública foi aprovado no Congresso. Nesse contexto, não há outra saída. As pessoas devem continuar suas vidas dentro de casa. E a importância da internet vai aumentar, na mesma medida em que o home office e o ensino à distância se tornarão indispensáveis.

Carolina Ruiz, moradora em Niterói no Rio de Janeiro, é uma das muitas mães que precisam trabalhar em casa e cuidar dos filhos, um de dois e outro de três anos. Sua ocupação foi atingida duramente pela pandemia do coronavírus: ela faz a gestão do Avance Centro-Dia 60+, em Botafogo, uma entidade que oferece atividades para idosos ocuparem seus dias, visando justamente tirar pessoas dessa faixa etária do isolamento social — o que é necessário para prevenção da pandemia. Nesse modelo de centro de convivência, as pessoas retornam para suas casas ao final do dia, ou só passam a manhã nele, o que impede qualquer tipo de controle.

As oficinas diárias oferecidas aos idosos, que integram o principal grupo de risco para infecções com o coronavirus, precisaram ser suspensas a partir da segunda-feira 16. Mesmo dia em que a escola dos filhos de Carolina suspendeu as aulas. Os filhos não podem ficar com os pais dela, pois ambos têm mais de 70 anos. “É uma rede de apoios. As pessoas precisam entender e se conscientizar”, diz. Ela e o marido, George Albin, que também administra o Avance, se revezam entre trabalhar de casa e cuidar das crianças. O centro-dia ficará provisoriamente fechado até 1o de abril, mas dificilmente haverá condições apropriadas para reabrir após essa data.

Muita gente terá de trabalhar de casa. A rotina das empresas será drasticamente alterada, com muitas correndo atrás de equipamentos para home office, como computadores e notebooks, para que a rotina não pare. Nesse cenário, quem já trabalhava com alguma espécie de regime misto entre trabalho presencial e de casa está se saindo bem. Francisco Figueiredo, sócio-gestor da Pacífico Contabilidade e Consultoria Financeira, oferece aos funcionários home office optativo desde setembro de 2015 e a habitualidade com o trabalho à distância não parece ser um obstáculo. “Estou vendo empresas comprando laptops e monitores de última hora e adotando regras rígidas para verificar que o funcionário fique 100% do tempo online”, diz, encarando com naturalidade o processo de desconfiança para os gestores que nunca trabalharam dessa forma.

Nestes dias de pandemia, atividades cotidianas seguem acontecendo com o auxílio da tecnologia

Mudanças permanentes
A obrigatoriedade para o trabalho à distância pode ser algo que durará após a pandemia. Andreia Girardini, diretora de Pessoas e Cultura da plataforma GetNinjas, afirma que a empresa adotou o home office total durante o período de pandemia. Ela já considerava este hábito de trabalho antes da crise, oferecendo um dia semanal para cada funcionário, mas compreende que talvez seja um processo acelerado por causa da situação“Vai quebrar paradigmas que existem de que quem trabalha em home office não está trabalhando de verdade”, avalia. A empresa elaborou um manual de boas práticas, e Andreia entende que o isolamento do coronavírus vá acelerar a adoção deste tipo de trabalho nas empresas em geral.

Outro setor impactado pelo isolamento forçado e que não pode parar é o da educação. Os ensinos fundamentais e médio precisarão continuar ministrando aulas à distância, algo praticamente inédito no ensino em larga escala no País. Claudio Sassaki, CEO da plataforma de educação online Geekie, avalia que é um período em que certos cuidados devem ser tomados, tanto pelas escolas como pelos alunos e pais. É necessário um espaço na casa para que o estudante consiga se concentrar e que seja separado, enquanto os professores não devem confiar em aulas expositivas longas — intervalos com atividades individuais do aluno são necessárias para que haja desenvolvimento de habilidades.“Não sei se o ensino à distância vai ser mais procurado, mas vai ser mais usado”, afirma, projetando a educação após a pandemia.

Ele observa que a tecnologia pode permitir que um professor conheça melhor a turma de alunos, possibilitando tarefas mais direcionadas para o nível de proficiência de cada estudante através de dados e de plataformas digitais. Nestes dias de pandemia, o importante é a compreensão da situação e dos riscos de contágio. A comunidade só sairá dessa situação cooperando e entendendo que tocar a vida dentro de casa tem limitações. Mas, apesar de todos os problemas, a mudança de rotina pode trazer novos hábitos saudáveis para muitas pessoas e mostrar que as atividades remotas podem ser realizadas com a mesma eficiência das presenciais.

IstoÉ- OnLine