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sábado, 15 de abril de 2023

A história do escorpião petista - Rodrigo Constantino

Revista Oeste

Muita gente preferiu fingir que o PT não era o PT, que Lula não era Lula, só para se livrar de Bolsonaro. A narrativa de ameaça golpista e fascista seduziu alienados desatentos 

Fábula do escorpião e o sapo | Ilustração: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Fábula do escorpião e o sapo | Ilustração: Montagem Revista Oeste/Shutterstock 
 
 O que é pior: Lula e seu PT ou o sistema podre e carcomido que comanda o país desde sempre? 
Os radicais de esquerda ou os fisiológicos que só querem explorar nossos recursos? 
Os revolucionários corruptos ou os carrapatos que enxergam o Brasil como um imenso hospedeiro? Responder esta questão não é trivial.  

Afinal, estamos acostumados com o tal sistema podre, e, por puro pragmatismo e interesse próprio, os “donos do poder” querem manter a galinha dos ovos de ouro viva. Já os radicais petistas podem, com seu projeto ideológico, afundar de vez a nação, como acontece com a vizinha Argentina, elogiada pelo presidente. 

O PT aparece com sua carranca feia, sem muito esforço para ocultar sua essência radical, sua simpatia por ditaduras comunistas, seu intuito controlador que clama por censura.  
Já o sistema “tucano” surge como democrata, moderado, legalista, tudo isso só na aparência. O que é pior? O trombadinha sujo ou o traficante limpinho que entra em nossa casa como alguém civilizado? 
Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, em Brasília 
(17/3/2023) | Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

“Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será facilmente sua presa”, alertara Schopenhauer. A serpente disfarçada pode oferecer mais perigo do que o monstro visível. Este nos desperta imediata reação, enquanto aquele vai nos enganando até o bote fatal. É a velha história do sapo escaldado cuja água foi aquecendo aos poucos. 

“Uma cobra mal morrida tem de aparecer de novo para que a matemos definitivamente”, diz o ditado. O deputado Marcel van Hattem usou essa ideia para argumentar que é preciso enterrar de vez o petismo. “Ao não aproveitar a chance que lhe foi dada de uma nova Presidência da República para unificar o país e lavar a própria biografia diante de toda a nação, Lula está passando sua vez no tabuleiro político ao outro lado do corredor novamente”, escreveu o parlamentar.

O escorpião pica o sapo mesmo sabendo de sua estupidez suicida, pois não consegue negar sua natureza. “A julgar pelos cem dias passados, nem milhões de brasileiros insatisfeitos parecem abalar a convicção de Lula em trilhar o caminho do retrocesso, do ódio e do rancor”, aponta Marcel. Quem esperava um Mandela está assustado ao se deparar com Lula mesmo, cada vez mais raivoso. 

Os “tucanos de mercado” que fizeram o L estão com medo. Tudo piora bem rápido no país. Muita gente preferiu fingir que o PT não era o PT, que Lula não era Lula, só para se livrar de Bolsonaro. 
A narrativa de ameaça golpista e fascista seduziu alienados desatentos. Plantaram vento e agora colhem tempestade. Alimentaram o corvo que pretende arrancar seus olhos. 
 
Mas o sistema reage, e tem muita força. Os “pragmáticos” não vão simplesmente observar passivos a morte da galinha dos ovos de ouro. Não vão ficar de braços cruzados olhando o hospedeiro agonizar até a morte. 
Os parasitas dependem de sua sobrevivência, e esta está ameaçada pelo radicalismo petista uma vez mais. 
No passado, Dilma foi jogada para escanteio. A história não se repete, mas rima. 

Pensem numa Tabata Amaral da vida. Fala mansa, pose de moderada, capaz de enganar muito mais gente do que uma comunista como a Manuela D’Ávila. Mas isso faz dela alguém menos perigosa, por acaso?

Marcel van Hattem conclui com alguma esperança seu artigo, lembrando com os Provérbios que “a soberba precede a ruína”. Amém, diz o deputado liberal. E faço coro, com uma ressalva: a derrota pode ser do escorpião, mas a vitória pode não necessariamente ser do Brasil. Afinal, o sistema sabe o que faz e tem interesses distintos e distantes daqueles do povo brasileiro. 

Quando Eduardo Cunha liderou o impeachment de Dilma, virou o “malvado favorito” de muita gente boa. Mas Renan Calheiros, Sarney e companhia não representam o brasileiro trabalhador e honesto. A Globo, a Fiesp, os banqueiros “petistas”, os empreiteiros corruptos, essa turma toda que concentra enorme poder político não tem sua pauta alinhada àquela da nação, em que pese poderem divergir do petismo. Tiveram de fazer o L por falta de opção, e podem se livrar do escorpião petista se necessário, mas isso não garante nossa liberdade. 

Não vamos esquecer que foi em governos estaduais tucanos que vimos o maior grau de autoritarismo durante a pandemia, com até gôndolas de supermercado fechadas aleatoriamente. Não vamos ignorar que são os ministros supremos ligados aos tucanos que comandam os inquéritos ilegais e arbitrários para perseguir a direita. Os comunistas assustam, com razão, mas os globalistas também deveriam assustar, e muito. Talvez até mais, por serem mais moderados na aparência. 

Pensem numa Tabata Amaral da vida. Fala mansa, pose de moderada, capaz de enganar muito mais gente do que uma comunista como a Manuela D’Ávila. Mas isso faz dela alguém menos perigosa, por acaso?  
Suas concessões ao mercado e suas críticas pontuais às tiranias comunistas podem iludir os desatentos, mas Tabata fez o L, admira a história do PT e vai para China com Lula toda contente. 
Já deu sinais de autoritarismo várias vezes, conseguiu a demissão de um humorista, e, se tivesse mais poder, certamente partiria para a censura ampla aos direitistas. Tudo em nome da democracia, claro.  

O “fascismo do bem” tende a ser mais temerário do que o comunismo escancarado, pois os ungidos não demonstram qualquer crise de consciência durante o processo de eliminar adversários, já que se enxergam como libertadores iluminados. Partindo da premissa de que todos de direita são “extremistas” e “golpistas”, essa turma com perfil tucano avança rumo ao totalitarismo. 

O teatro das tesouras consiste na falsa disputa entre petistas e tucanos, entre esquerda radical e esquerda “fofa”. 
Compreender que o tucanato que fez o L pode até considerar Lula descartável, mas que representa ameaça tão nefasta quanto o petismo é crucial para o futuro do Brasil. 
 Não foi a turma petista, afinal, que numa canetada censurou minhas redes sociais, congelou minhas contas bancárias e cancelou meu passaporte, tudo isso sem qualquer indício de crime cometido.  
Tabata Amaral Cassação Nikolas
Tabata Amaral | Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Leia também “A esquerda latinizou a América”

Rodrigo Constantino,  colunista - Revista Oeste

 

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

O “tudo ou nada” é para quem não tem nada a perder - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino - VOZES

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Difícil dormir. Tenho orado pelo futuro do Brasil. Tempos estranhos e sombrios esses em que vivemos. A vitória de um corrupto não desce pela garganta de muitos brasileiros, ainda mais da forma suspeita que foi. Tudo muito preocupante.

Esticaram demais a corda. Quem planta vento colhe tempestade. Não foi por falta de aviso. Tomara que o Brasil consiga evitar o pior! 
Mas boa parte do povo não quer brincar do teatro da democracia criado pelo sistema podre, e teme o risco concreto de virarmos uma Argentina.

O problema é o que fazer diante disso. Muita gente fala em “tudo ou nada”. Isso é all-in no poker. Quem faz isso tem que ter uma mão muito forte, ou o A na manga. Se for por puro desespero ou pouca ficha, o risco de sair de vez do jogo é grande. E esse tipo de postura costuma vir de quem tem pouco a perder.

Nós temos muito a perder! Afinal, uma bancada mais conservadora foi eleita, temos os governos de São Paulo e Minas Gerais nas mãos de gente séria e competente, o povo despertou e está atento, e uma ala do centrão não quer perder a galinha dos ovos de ouro.

Entendo o pânico de quem acha que já perdemos a democracia, mas discordo. Minha premissa é que o sistema, por mais podre que seja, é maior do que Lula, e isso, com a forte oposição eleita, pode segurar o ímpeto totalitário petista. Aposta arriscada? Sim! Mas partir para uma revolução não é?! Lembrem que Dilma sofreu impeachment...

O "argumento" de que é fácil eu bancar o prudente pois não moro no Brasil e não vou sofrer as consequências de uma venezuelização não se sustenta, pois serve para o outro lado ainda mais: seria fácil ser incendiário de longe, sem risco de prisão ou guerra civil. Penso no Brasil. Sempre.

Não são golpistas os que foram para as ruas. Não são vagabundos. São brasileiros patriotas e trabalhadores, desesperados com os riscos à frente, revoltados com a eleição mais manipulada da história, com mídia e TSE agindo como partidos petistas.  
Os meios importam, mas não demonizar essa turma é crucial.

É preciso compreender o que foi feito com nosso país por essa elite que sonha com uma "democracia de gabinete". "Estamos lidando com um moleque", teria dito um ministro supremo sobre Bolsonaro, segundo a Folha. Esse tipo de comentário "vazado" em nada ajuda, pois o povo sabe que esses ministros são os principais inimigos da liberdade e da democracia no Brasil hoje, agindo como militantes partidários e abusando do poder. É lenha na fogueira!

O povo não quer virar a próxima Argentina. Mas é preciso pensar na melhor forma de agir. Tudo que o sistema carcomido quer é que Bolsonaro lhes forneça o pretexto para realmente impor uma ditadura completa, alegando que combate o "fascismo golpista". Não podemos dar a eles o 6 de janeiro dos Estados Unidos, aquela invasão do Capitólio que serviu apenas para destruir Trump de vez e alimentar narrativas esquerdistas que justificaram quatro anos de ataques institucionais para lutar contra o fantasma imaginário que criaram.

[Um ADENDO do que o General MOURÃO pousou há pouco:

General Hamilton Mourão
@GeneralMourao
Brasileiros, há hoje um Sentimento de frustração, mas o problema surgiu quando aceitamos passivamente a escandalosa manobra jurídica que, sob um argumento pífio e decorridos 5 anos, anulou os processos e consequentes condenações do @LulaOficial.

NOSSA RESPOSTA: 
Certíssimo General MOURÃO. Mas, com todo o respeito o que nós, POVO, iríamos fazer; lembro ao senhor que se esse seu twitter tivesse sido postado qdo houve a manobra jurídica a situação seria outra. No mínimo, o eleito estaria preso.]
 

Há alguma estratégia para os manifestantes? Pensaram no “day after”? Acompanho a indignação e o desespero de muitos, mas o fígado é mau conselheiro. 
Não forneçam o pretexto para implantarem de fato uma ditadura completa e irreversível.
 Ainda não estamos lá. E, creio, temos armas para impedi-la, se Bolsonaro se tornar uma trincheira na resistência democrática contra o petismo.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 14 de agosto de 2022

5 ditados populares que podemos usar para criticar o Estado - Roberto Rachewsky

Selecionei os cinco ditados populares que podemos usar para criticar o Estado.

1. O que vem fácil vai fácil.

Usando a coerção o governo terá o dinheiro das pessoas e gastará de forma rápida e inadequada, principalmente com os que nele ou com ele trabalham.

2. Cavalo dado não se olha os dentes.

Como para o governante o que a população recebe é como se fosse presenteado pelos políticos, não importa o custo, já que quem compra não paga por aquilo, e nem a qualidade, já que o beneficiário não é quem escolhe nem compra.

3. Tempo é dinheiro.

Tempo é o bem mais valioso que temos, pois a vida tem duração limitada. Se tempo é dinheiro, então dinheiro é vida. Logo, quando o governo tira nosso dinheiro, está nos tirando a vida, o tempo e as escolhas que poderíamos fazer enquanto a vida dura.

4. Sofre muito menos quem aprende à custa dos erros alheios.

Sim, governar é decidir sem ter que arcar com os próprios erros das malditas decisões. Afinal, quem paga pelos erros dos governantes são os governados que pagam impostos e sofrem com a regulação.

5. De grão em grão, a galinha enche o papo.

Enriquecer uns poucos diluindo o valor entre muitos é o que estimula os governantes a continuarem espoliado os governados pagadores de.impostos porque esses, os espoliados, preferem pagar um pouco, calados, do que se incomodarem com o fisco, a justiça e a polícia que fazem parte da máfia que enche o papo.

Publicado, originalmente, no site do Instituto Liberal

O autor é empresário e articulista


domingo, 7 de agosto de 2022

Preparando para o voo de águia - Gilberto Simões Pires

A COMPREENSÃO DO QUE SIGNIFICA O VOO DE GALINHA EM ECONOMIA
Gostem ou não, o fato é que o PROGRAMA ECONÔMICO do atual governo, conduzido com determinação pela equipe liderada por Paulo Guedes, produziu, enfim, na cabeça de boa parte do povo brasileiro a descoberta das razões pelas quais ao longo de mais de 40 anos (1970 a 2018), a nossa economia passou a ser comparada ao -VOO DE GALINHA-, que se caracteriza por deslocamentos curtos e rasantes.

DIAGNÓSTICO

Como se sabe, as galinhas mal conseguem se manter no ar devido ao PESO de seus músculos. Não por acaso, a economia brasileira não conseguia sustentar um eventual crescimento justamente pela mesma razão: o PESO DO ESTADO. Vejam por exemplo, que nas últimas quatro ou cinco décadas, a taxa média de crescimento saiu de 2,6% para o pico de 3,9% e, na última década, caiu a -0,6%. Ora, todos os DIAGNÓSTICOS sempre apontaram, apesar da incrível e recorrente recusa dos governos anteriores, que o tratamento para UM CRESCIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL E DURADOURO depende e muito de INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA.

MARCOS REGULATÓRIOS
Pois, a partir de 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro assumiu o governo, na boa companhia da sua determinada equipe econômica, o Brasil passou a construir uma BASE DE LANÇAMENTO através de dezenas de MARCOS LEGAIS/REGULATÓRIOS todos voltados com o propósito de GARANTIR NOVOS E IMPORTANTES INVESTIMENTOS, cujos CONTRATOS -JÁ FIRMADOS- garantem mais de R$ 1 TRILHÃO EM INVESTIMENTOS DE INFRAESTRUTURA nos próximos anos.

LISTA DOS MARCOS REGULATÓRIOS
A lista original do ministro da Economia dava conta de NOVOS MARCOS LEGAIS para: NAVEGAÇÃO DE CABOTAGEM, SETORES -ELÉTRICO, GÁS NATURAL, PETRÓLEO, FERROVIAS, SANEAMENTO BÁSICO, AUTONOMIA DO BANCO CENTRAL, NOVA LEI DE FALÊNCIAS, LIBERDADE ECONÔMICA. Passados três anos e meio de governo, boa parte destes MARCOS REGULATÓRIOS já estão sendo alvos de enorme interesse da INICIATIVA PRIVADA. Todos eles, repito, vão resultar nos INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA que levarão, inevitavelmente, a economia brasileira a VOAR ALTO POR MUITO TEMPO, o que vai nos livrar do quase eterno VOO DE GALINHA.

REDUÇÃO DE IMPOSTOS
De novo: além de tantas e importantes iniciativas que até então foram sempre recusadas - criminosamente - por governantes anteriores, o presidente Jair Bolsonaro é o ÚNICO CHEFE DE GOVERNO que se dispôs a REDUZIR IMPOSTOS. Além de lutar desesperadamente pela aprovação de uma redução do ICMS sobre produtos considerados como -ESSENCIAIS-, o presidente oficializou a redução de 35% do IPI cobrado sobre produtos que não são fabricados na Zona Franca de Manaus. O corte de impostos deve ter efeito sobre 4 MIL PRODUTOS. Que tal?

Gilberto Simões Pires - Ponto Crítico


segunda-feira, 13 de junho de 2022

Jogo da verdade - Gazeta do Povo

Guilherme Fiuza

Chega de perder tempo com irrelevâncias. É hora de responder às perguntas cruciais que nunca foram respondidas, doa a quem doer:

1. No grupo Secos & Molhados, quem eram os secos e quem eram os molhados?

2. O universo é mesmo infinito ou isso foi uma desculpa dos fabricantes de luneta?

3. Se o VAR corrige as falhas humanas com tecnologia, qual é a tecnologia para corrigir as falhas dos humanos que operam o VAR?

4. No dilema entre o ovo e a galinha,
por que sempre se perguntou quem veio primeiro e nunca se cogitou a hipótese de eles terem vindo juntos?

5. Por que quando Pinóquio mentia o nariz dele crescia? Não deveria ser a língua?

6. Se já existisse fake news na época do Pinóquio, o Gepeto seria cassado? [naquela época não existia o inquérito do fim do mundo.]

7. Qual era o anão preferido da Branca de Neve?

8. Se o STF revogar a Lei da Gravidade, o que acontecerá com a gordofobia?

9. Por que Tom & Jerry é a história de um rato simpático que sempre vence? Os checadores deveriam mandar corrigir isso?

10. Por que a música “Garota de Ipanema” não tem a palavra “garota” na letra? O título correto não seria então “Menina de Ipanema”, “Moça de Ipanema” ou “Coisa de Ipanema” - conforme as palavras que realmente são usadas na canção?

11. Se os sonhos são uma manifestação do inconsciente, como é possível se lembrar conscientemente deles?

12. Por que o personagem mais humano de Monteiro Lobato é uma boneca de pano?

13. Se os checadores se sentem capazes de reescrever Monteiro Lobato, por que eles não largam essa vida de dedo duro e se candidatam à Academia Brasileira de Letras? [afinal, ultimamente está moleza ser imortal, sendo de esquerda já entra fácil.]

14. Quantas doses de uma vacina que não imuniza são necessárias para que ela possa ser chamada de imunizante?

15. Se água não tem sabor, dizer que os rios são de água doce não seria propaganda enganosa?

16. Festa junina em julho é licença poética ou transgressão?

17. Carnaval em abril e Copa do Mundo em novembro significam que o verão vai cair no inverno?

18. Como Marilyn Monroe se tornou símbolo das loiras sem ser loira?

19. Se o rei só anda uma casa de cada vez e a rainha anda quantas quiser (tendo portanto muito mais poder) por que o xeque-mate é contra ele e não contra ela?

20. Quem conseguir responder corretamente a todas essas perguntas deveria ganhar uma vaga no BBB ou no STF?

[comentário: o ilustre Fiuza parece que quer lembrar ao ministro Fachin que perguntas devem ser respondidas de forma objetiva, verdadeira = portanto, sem enrolação; quanto a última pergunta tudo indica que responder corretamente a todas as perguntas indica notório saber, portanto.]

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES    

 

terça-feira, 7 de junho de 2022

Maverick é a esperança ocidental - [ Top Gun: Maverick, o cinema que desafia a lacração.] Revista Oeste

O cinema que desafia a ‘lacração’

Rodrigo Constantino escreve sobre o que incomoda tanto a crítica em Top Gun: Maverick, novo sucesso do astro Tom Cruise

Rodrigo Constantino

Eis o que o telespectador vai encontrar ali: heroísmo, bravura, sacrifício, espírito de equipe, meritocracia, busca por excelência, redenção, senso de dever, patriotismo, amor, família, amizade

O cinema respira. Enquanto a audiência do Oscar despenca a cada ano, por excesso de “lacração”, de vez em quando surge um filme que corre “por fora”, bate recorde de bilheteria e alimenta nossa fé não só nessa arte, como na civilização. É o caso de Top Gun: Maverick, que já é o filme de maior sucesso do Tom Cruise na largada. E não é para menos.

O filme é um retorno aos anos 1980, quando foi rodado o primeiro Top Gun, uma década de esperança que terminou com a queda do Muro de Berlim. Não há qualquer intuito de “lacrar” ali. Apenas uma história emocionante, efeitos especiais de tirar o fôlego e ótimo entretenimento por algumas horas. Não por acaso a crítica desprezou. Teve um que chegou a falar em “machismo tóxico” e anatomia fálica dos jatos.

Mas eis o que o telespectador vai encontrar ali: heroísmo, coragem, bravura, sacrifício, espírito de equipe, meritocracia, busca por excelência, redenção, senso de dever, patriotismo, amor, família, amizade. A missão é quase impossível, mas ela precisa ser feita, pela nação, por eles, pela liberdade. O capitão altamente condecorado, mas que permaneceu capitão para sempre, é uma espécie em extinção, talvez. Mas ele mesmo rebate: “Não hoje”. E enquanto homens de verdade puderem existir, é isso que importa, pois haverá uma luz no fim do túnel.

Em The War on the West, Douglas Murray fala da guerra cultural em curso contra todos os valores que definiram a sociedade ocidental. Ele explica: “Nos últimos anos, ficou claro que há uma guerra em andamento: uma guerra contra o Ocidente. Isso não é como as guerras anteriores, onde os exércitos se chocam e os vencedores são declarados. É uma guerra cultural, e está sendo travada impiedosamente contra todas as raízes da tradição ocidental e contra tudo de bom que a tradição ocidental produziu”.

Todos nós podemos perceber isso no dia a dia, mesmo sem se aprofundar no tema. As pessoas começaram a falar de “igualdade”, mas não pareciam se importar com direitos iguais. Elas falavam de “antirracismo”, mas soavam profundamente racistas e segregacionistas. Elas falavam de “justiça”, mas pareciam significar “vingança”.

Pôster do filme Top Gun: Maverick | Foto: Reprodução

E esses radicais disfarçados de moderados possuem um só objetivo: detonar o legado ocidental. Um dos instrumentos preferidos para isso, além de cuspir em tudo que vem do Ocidente enquanto ignora os defeitos de outras civilizações, é mudar a demografia dos países, escancarando suas fronteiras e alegando que é preciso absorver o mundo todo em nome dos “crimes” passados. Essa turma age na base do sentimento de culpa incutido nas pessoas.

Apenas os países ocidentais, espalhados por três continentes, foram constantemente informados de que, para ter alguma legitimidade para serem considerados decentes —, deveriam alterar rápida e fundamentalmente sua composição demográfica. Os argumentos estavam sendo feitos não por amor aos países em questão, mas por um ódio mal disfarçado por eles. O Ocidente é o problema, e sua destruição seria a solução.

Por isso esses radicais nada falam dos abusos contra as liberdades básicas na China ou no Oriente Médio, sobre a total ausência de direitos das minorias nesses países, à exceção de Israel, uma democracia parlamentar nos moldes ocidentais, e ironicamente o país mais atacado pelos “progressistas” na região. Eles partem da premissa de que há um apreço global por tais valores, ignorando que foi apenas no Ocidente que eles surgiram de verdade. Eles cospem nas bases morais e religiosas que tornaram possível o surgimento desses valores. E, mesmo quando não é possível negar a ausência deles em outras civilizações, os radicais dão um jeito de culpar… o Ocidente por isso!

As novas gerações aprendem essa visão ignorante da história. Elas recebem uma história das falhas do Ocidente sem gastar um tempo correspondente em suas glórias

O racismo terrível existe atualmente em toda a África, expresso por africanos negros contra outros africanos negros. O Oriente Médio e o subcontinente indiano estão repletos de racismo. Viaje para qualquer lugar do Oriente Médio — até mesmo para os Estados “progressistas” do Golfo e você verá um moderno sistema de castas em ação. Na Índia até hoje existem os “intocáveis”.  
Mas misteriosamente é o Ocidente a civilização condenada por ser “estruturalmente racista”. 
Enquanto o Ocidente é agredido por tudo o que fez de errado, agora não recebe nenhum crédito por ter feito algo certo.

Para Murray, passamos de apreciar e avaliar o que há de bom na cultura ocidental para dizer que cada parte dela deve ser desmantelada, que está tudo errado. Somos hoje incapazes de reconhecer o diferencial positivo do Ocidente. Em poucas décadas, a tradição ocidental passou de celebrada a constrangedora e anacrônica e, finalmente, a algo vergonhoso. Passou de uma história destinada a inspirar as pessoas e alimentá-las em suas vidas para uma história destinada a envergonhar as pessoas.

A crítica histórica e o repensar nunca são uma má ideia. No entanto, a busca por problemas visíveis e tangíveis não deve se tornar uma busca por problemas invisíveis e intangíveis, argumenta Murray. Especialmente se for realizada por pessoas desonestas com as respostas mais extremas. Se permitirmos que críticos maliciosos deturpem e sequestrem nosso passado, então o futuro que eles planejam com base nisso não será harmonioso. Será um inferno.

A cultura que deu ao mundo avanços incríveis na ciência, na medicina e um mercado livre que tirou bilhões de pessoas ao redor do mundo da pobreza e ofereceu o maior florescimento de pensamento em qualquer lugar do mundo é interrogada através de lentes da mais profunda hostilidade e simplicidade. E o duplo padrão salta aos olhos: as demais culturas não podem ser julgadas pela mesma régua, pois isso seria “etnocentrismo”.

As novas gerações aprendem essa visão ignorante da história. Eles recebem uma história das falhas do Ocidente sem gastar nada como um tempo correspondente em suas glórias. E elas existem! E são muitas! Parece que estamos matando a galinha dos ovos de ouro, constata Murray. E é nesse contexto que devemos celebrar o sucesso de Top Gun: Maverick, além de ser bom entretenimento. O filme resgata esses valores que os “lacradores” querem enterrar. Todos saem com orgulho dos heróis, emocionados pelo sacrifício, pela camaradagem, pela bravura e pelo senso de dever daqueles patriotas. Por isso o filme incomodou tanto a elite “progressista”. E por isso também foi esse estrondoso sucesso de bilheteria. O Ocidente respira.

Leia também “A aristocracia arrogante de Davos”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


sábado, 21 de agosto de 2021

O EXTRAORDINÁRIO PODER DOS OMISSOS - Percival Puggina

A frase de Shannon Adler vale por uma sirene de alerta. Diz ele: “Frequentemente, aquilo que as pessoas não dizem, ou deixam de lado, conta a verdadeira história”.

E eu acrescento: Quantos de nossos males seriam evitados se não comprássemos por dois vinténs de sossego os dissabores de amanhã!

A omissão dos conservadores e liberais favoreceu, nas últimas décadas, a condução do Brasil por maus caminhos, em más companhias. Se é verdade que fizemos nossa autodescoberta em 2018, não é menos verdade que quando acordamos da euforia inerente àquela vitória, a soberania popular jazia entre quatro velas no artigo primeiro da nossa Constituição. Voltamos a ser a galinha dos ovos de ouro no poleiro daqueles que decidem nosso destino e regem nossas liberdades. O mudo consentimento dos omissos permite a migração do poder real da República para mãos impróprias.

Atente, pois. Se alguém lhe jogar por cima etiquetas ofensivas e frases feitas; se disser que “um outro mundo é possível”, que o problema de Cuba é o “terrível bloqueio ianque”, que a ideologia de gênero é uma imposição da vida moderna e uma necessidade das crianças, que as drogas devem ser liberadas, que “interrupção da gravidez” é direito da mulher, que os cristãos devem ficar de boca fechada para que só eles falem porque o Estado é laico, que a pobreza é causada pela riqueza, que a polarização faz mal à política, saiba: aí está alguém animado por mentalidade revolucionária. 

Alguém que fará qualquer coisa pelo poder e que, no poder, agirá por dentro e por fora da ordem para destruí-la, pondo em curso o projeto revolucionário. Saiba mais: essa pessoa não quer melhorar o mundo, como eu e você queremos. Ela quer destruir a civilização e os valores que buscamos preservar. O Brasil, para elas, é apenas um dos espaços geográficos dessa disputa. Por isso, rejeitam o patriotismo, a bandeira e o Sete de Setembro.

Nossos valores, nossos apreço à liberdade, nossa rejeição à tirania e aos totalitarismos os contraria.  
Nós, de fato, preferimos a ordem à desordem e à anarquia. Respeitamos a justiça e o devido processo, o Estado de Direito e a Democracia. Rejeitamos revoluções e abusos de autoridade. Sabemos que a prisão dos criminosos liberta os cidadãos
Não investimos contra os bens alheios e exigimos que a propriedade privada seja respeitada. 
Consideramos que o Estado existe para a pessoa humana e não a pessoa humana para o Estado. Sabemos que a instituição familiar é importante, deve ser preservada e constituir objeto de atenção. Queremos um Estado eficiente nas tarefas que lhe correspondem, não intrometido na vida privada. 
Entre nós, mesmo os ateus reconhecem o valor da moral judaico-cristã, apreciam os fundamentos da civilização Ocidental e estão longe de considerar o Cristianismo como um mal que deva ser extirpado dos corações e das mentes.
As forças que exercem de modo efetivo o poder nacional, em proporção a cada dia mais evidente, rejeitam esse inteiro pacote, sem acordo possível. Querem a posse integral dos meios para dirigi-los a fins opostos. Abandonam os cidadãos à sanha dos bandidos porque lhes convêm o aumento da criminalidade e a insegurança. 
Põem em curso as agendas identitárias, não porque se interessem pelas pessoas concretas, mas porque toda trincheira e toda fratura aberta na sociedade serve ao projeto.  
Defendem a liberação das drogas, não porque considerem isso melhor do que a proibição, mas porque a drogadição abala os valores das comunidades. 
Hasteiam a bandeira dos Direitos Humanos de cabeça para baixo porque as únicas agressões a direitos humanos que os mobilizam são as que, de algum modo, atingem militantes do seu projeto.

Não tenho a menor condição de compor um cenário nacional para os próximos sessenta dias. Só sei que ele, muito provavelmente, será como os omissos permitirem que seja, antes de porem a culpa em alguém.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Motoristas da empresa Marechal fazem paralisação na manhã desta terça-feira

Sindicato dos Rodoviários optou pela paralisação das operações da Marechal por atraso no salário de colaboradores da empresa

Quem depende de ônibus da viação Marechal ficou na mão na manhã desta terça-feira (6/10). O sindicato dos rodoviários paralisou as atividades da empresa por conta do atraso do salário de colaboradores. Entre as cidades atendidas pela Marechal estão Samambaia, Taguatinga Sul, Guará II, P Sul e Gama.

[Designar empregados como colaboradores se tornou praxe, até mesmo adequado, só que uma exceção se impõe no tocante aos empregados de empresas de ônibus urbano - os empregados da Marechal e outras empresas de ônibus do DF, também conhecidos por rodoviários, podem ser tudo, menos colaboradores.
Os empregados da Marechal e das outras empresas são colaboradores apenas na luta contínua para ferrar a empresa que é vítima da colaboração.
Aliás, os empregados nas empresas de transporte coletivo urbano no DF, também não colaboram com os passageiros = os que dependem do transporte coletivo são as maiores vítimas da 'colaboração' dos rodoviários.

O pior é que a intransigência dos empregados de tais empresas pode levar à falência do empregador = morte da galinha dos ovos de ouro.
A paralisação anterior ocorreu devido o dia do pagamento de um adiantamento, ter ocorrido em um sábado e a empresa postergou tal pagamento a segunda-feira e com isso paralisaram, ferrando os que dependem do transporte coletivo. A paralisação de agora decorre de um atraso de um dia e de uma pequena parte do salário. A INTRANSIGÊNCIA por parte dos empregados é absurda, incabível.]

Em nota enviada à imprensa, a Marechal não negou os atrasos de 18% do quadro de colaboradores e disse que "a crise causada pelo novo coronavírus reduziu em cerca de 60% o número de passageiros transportados, mas a empresa continuou operando com 100% da frota desde o início da pandemia, não reduziu salários ou suspendeu contratos, mantendo todos os postos de trabalho sem nenhuma demissão."

A empresa ainda explica que "isso fez com que os custos permanecessem os mesmos, porém a receita da empresa passou a ser apenas 40% do que era antes da pandemia, levando à insustentabilidade da operação. A queda na arrecadação e o desequilíbrio financeiro do sistema, causaram o atraso no pagamento de parte dos salários."  Ainda na nota, a Marechal argumenta que apresentou ao GDF pedidos de revisão tarifária, uma das medidas que, segundo a empresa, poderiam ter evitado os atrasos. [revisão de tarifas agora é inaceitável, já que os usuários do transporte coletivo também sofreram e continuam sofrendo os efeitos da pandemia.

Os empregados das empresas de transporte coletivo estão entre os poucos assalariados que não sofreram demissão, redução salarial, etc.

MENOS INSTRANSIGÊNCIA e ESPIRITO DE COLABORAÇÃO são essenciais no momento]

Confira a nota da empresa na íntegra:

"O Sindicato dos Rodoviários paralisou as operações da Auto Viação Marechal, nesta terça-feira (06), após a empresa não quitar o salário dos colaboradores, sendo pago até o momento 82% da remuneração.

A crise causada pelo novo coronavirus reduziu em cerca de 60% o número de passageiros transportados, mas a empresa continuou operando com 100% da frota desde o início da pandemia, não reduziu salários ou suspendeu contratos, mantendo todos os postos de trabalho sem nenhuma demissão. Isso fez com que os custos permanecessem os mesmos, porém a receita da empresa passou a ser apenas 40% do que era antes da pandemia, levando à insustentabilidade da operação. A queda na arrecadação e o desequilíbrio financeiro do sistema, causaram o atraso no pagamento de parte dos salários.

A Marechal apresentou ao GDF vários pleitos de revisão tarifária para o reequilíbrio econômico financeiro do contrato de concessão, que encontra-se em desequilíbrio financeiro, pois o projeto básico do Edital de Licitação ST 001/2011 – Reabertura, não foi implantado. As restrições de circulação impostas pela pandemia vieram a agravar ainda mais um quadro que já era crítico.

A Marechal continuará fazendo todos os esforços para cumprir os compromissos com seus colaboradores, fornecedores e prestadores de serviço, além do pagamento de todos os impostos, porém ainda não foi encontrada solução definitiva para a sustentabilidade do Sistema de Transporte Público Coletivo do DF - STPC/DF."

Correio Braziliense


sábado, 9 de maio de 2020

O mal não está em “não cumprir” a Constituição , porém em “cumprí-la” - Sérgio Alves de Oliveira


O extraordinário “bitolamento” que fincou raízes fundas nos cérebros  da quase totalidade dos políticos e autoridades públicas brasileiras, civis, militares, judiciais, e até “eclesiásticas”, da direita,”centrão”, esquerda, e “quaisquer outros lados”, no que pertine ao  verdadeiro “endeusamento” que fazem dessa porcaria que escreveram lá em 1988 - que só foi editada  para cumprir uma promessa do político mineiro  Tancredo Neves, que faleceu antes de assumir a Presidência - e que chamam de “constituição”, com absoluta certeza contém  a melhor demonstração  de que o Brasil jamais sairá do enorme buraco moral, político, social e  econômico, em que  foi empurrado, enquanto persistir esse “bitolamento”, e a teimosia  em não  mandar essa “carta” logo  para o “quinto-dos-infernos”, substituindo-a  por uma nova  que verdadeiramente consagre os direitos do povo, e não só das suas elites sociais e políticas, como é hoje, e que faça valer a  atual mentira escrita no seu  parágrafo único do artigo 1º, pela qual “todo o poder emana do povo”.

[Um excelente Tratado sobre as mazelas da Constituição chamada de 'cidadã'.
Achamos oportuno destacar que a Nova Constituição terá que ser bem mais enxuta - quanto mais longa for a Constituição mais chances haverá de falhas que alimentarão a judicialização de bobagens.

O artigo 5º precisa ser reduzido em pelo menos 90% - um artigo que concede direitos absurdos, sem a contrapartida de deveres e com disposições flagrantemente inconstitucionais - ainda que inseridas no texto constitucional.
Deverá conter um artigo proibindo que o guardião da Constituição legisle e que qualquer artigo considerando 'inconstitucional' pelo STF deverá ser suspenso e o Congresso Nacional notificado para redação de um novo dispositivo - medida que deverá ser priorizada no Poder Legislativo.

Deverá também ser estabelecido que decisões do STF, que alcancem o Chefe de qualquer um dos Poderes, só poderá ser prolatada pelo plenário da Corte Suprema,com quorum mínimo de dois terços mais um.

Constitucionalizaram muitos detalhes e esqueceram de constitucionalizar os poderes da instituição a qual deram o poder de mudar a carta.]

Só para efeitos “didáticos”, a constituição vigente, de 1988, é a de número “7”, precedida pelas de 1824,1891,1934,1937,1946 e 1967. Contém  a exorbitância de 250 artigos,105 Emendas, e 6  Emendas Constitucionais de Revisão.  Só para efeitos comparativos, a dos Estados Unidos, que é a “única”, de 1787 (entrou em vigor em 1789), possui somente   7 artigos, e 27 Emendas, não havendo chance de ali instalar-se umSupremo Tribunal Federal que se arvore em ser ele próprio a “constituição”, como acontece no Brasil, onde a lei maior é aquilo que o Supremo “acha”, e onde se instalou, por esse motivo, a ditadura do Judiciário”.

A verdadeira guerra entre  os principais atores da política ,onde a maior disputa reside  na demonstração de “maior” ou “menor” “fidelidade” à essa “coisa”, chamada  constituição, cada qual querendo ser mais o “fiel” a ela, “puxando a brasa mais  para o seu próprio assado”, mais parece uma “corrida”, um  “estouro” simultâneo ,e paralelo, de duas manadas bovinas, movidas por toda espécie de forças brutas ,menos  pela inteligência.

Para começo de conversa, essa “carta” abriga do primeiro ao último artigo predominantemente valores  políticos “esquerdistas”, não havendo o mínimo equilíbrio  entre as obrigações/deveres e os direitos das pessoas subjugadas à constituição. São muitos direitos e poucas obrigações e deveres, gerando  uma “conta”, um “rombo constitucional” , absolutamente desproporcional e impagável. “Viciaram” os brasileiros em não querer assumir obrigações e deveres, e a reclamar   “direitos”. E essa tendência manifesta-se inclusive nas urnas eleitorais, onde os patifes da política arranjam os seus mandatos eletivos prometendo satisfazer esses interesses menores dos eleitores.

Mas o problema não fica só por aí.  Porém não se poderia esperar nada de melhor de uma constituição produzida sob escancarada  fraude. Quem não lembra da fraude do “Plano Cruzado” , de 1986 (DL 2.283/86), do Governo Sarney, que ardilosamente conseguiu colocar durante poucos meses  galinha barata na mesa dos brasileiros
E que, ”coincidentemente”, após  essa “bondade”, conseguiram eleger a grande maioria dos constituintes que escreveram a Carta de 1988 ? 
E que grande parte desses “constituintes” eram da esquerda e  derramavam sangue pelos olhos de  tanto ódio  contra o Regime Militar que acabara de entregar as “chaves” aos políticos ? 
O que poderia se esperar da “obra”dessa  gente? 
Como supor que surgisse  algo saudável  a partir de uma fraude? Da fraude do “Plano Cruzado”?

O resultado é que essa  longa e confusa constituição, tendenciosamente esquerdista, e acima de tudo protetora da “vagabundagem”, que escreveram em 1988,resulta no mesmo que não haver NENHUMA constituição. Assim sendo, a constituição passa a ser o que o “Supremo” “acha” que deva ser. Mas infelizmente não mudou muito desde Ruy Barbosa, que  na  sua época já dizia: “a pior ditadura é a do Poder Judiciário. Contra as suas decisões não há mais a quem recorrer”.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

sábado, 18 de abril de 2020

Bolsonaro diz que, com estados parados, pode faltar dinheiro para pagar servidor - O Globo

Marcello Corrêa e Luísa Martins

Bolsonaro volta a criticar medidas de isolamento: "Brasil está mergulhando no caos"

O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (18) que a paralisação da atividade econômica causada pelas restrições em estados e municípios para conter o coronavírus podem afetar o pagamento de salários de servidores públicos.

A declaração foi dada a um grupo de apoiadores no Palácio do Planalto. O presidente criticou as medidas de isolamento social adotadas por gestores locais.

[Presidente!Muita calma nessa hora. O deputado Maia não tem o poder que ele e os inimigos do Senhor pensam.
Além do que, ele sabe que tudo que fizer contra o Brasil, contra o povo, será fácil identificar a autoria.
A União é a 'galinha dos ovos de ouro', se as medidas acabarem com a União,sobra para os estados e nenhum deles, incluindo o deputado, tem vocação para escorpião.
Aproveite o que o Congresso está aprovando e mantenha a firmeza, sem dar munição aos inimigos e tento presente que o Brasil é o que importa.]

Desde o começo, sozinho, venho falando dos dois problemas, o vírus e o desemprego. O desemprego já se faz presente no seio da sociedade. Os informais cresceram muito, são quase 40 milhões no Brasil. O pessoal celetista também milhões já perderam seus empregos. A economia não roda dessa forma. Vai faltar dinheiro para pagar servidor público, e o Brasil está mergulhando num caos — afirmou o presidente.

A queda na arrecadação de impostos é um dos efeitos da paralisia na atividade econômica. Para mitigar esse problema, estados e prefeitos querem que a União compense os governos locais pelas perdas, conforme projeto aprovado por deputados semana passada e criticado pelo governo.

A ideia tem o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ao fazer referência indireta a Maia, Bolsonaro afirmou que não vão tirá-lo do cargo. — Eu quero crer que não seja apenas má vontade desses políticos que não vou nominar aqui querer abalar a Presidência da República. Não vão me tirar daqui — disse o presidente, enquanto manifestantes gritavam 'Fora, Maia'.

Na última quinta-feira, Bolsonaro acusou Maia, em entrevista à CNN, de "conduzir o Brasil para o caos", ao criticar o texto de ajuda aos estados. Na ocasião, o presidente afirmou ainda que a proposta equivale a "matar a galinha dos ovos de ouro", em referência ao impacto da medida sobre as contas do governo federal.

O Globo

domingo, 11 de março de 2018

Maior problema do sonho centrista é ele não interessar hoje nem à esquerda nem à direita, os atores de fato

Políticos-candidatos em busca de musculatura buscam distanciar-se de hipotéticos extremismos, e assim preencher espaços eleitorais teoricamente “de centro”. A presença forte de Bolsonaro e a estigmatização do PT oferecem a oportunidade de ocupar um locus narrativo de equilíbrio, pacificação, diálogo, de busca de consensos para desatar nós, agudos e crônicos.

Na teoria, é uma comunicação lógica. O eleitor médio não quer saber de confusão. Quer emprego, salário, segurança, boa escola para os filhos e um sistema eficiente de saúde pública. Coisas teoricamente mais acessíveis se o país não estiver mergulhado numa guerra fratricida e sem quartel entre facções cuja única esperança de sobrevivência é a eliminação do inimigo.  O problema, sempre eles, são os fatos. Vamos recapitular. O PT estava bem adaptado aos mecanismos brasileiros clássicos de produção e reprodução do poder. Quando o partido se enfraqueceu criticamente e os adversários decidiram que era conveniente aproveitar a janela de oportunidade extra-agenda, precisaram, para removê-lo, implodir todo o edifício institucional.

O “centro” eleitoral para 2018 nada mais é que a esperança de reverter esse omelete para ovo cru. Não deixa de ser uma ideia, pois pelo jeito o omelete deu uma desandada. O cansaço com a confusão é perceptível. Mas existem obstáculos. O principal deles: ninguém descobriu ainda como fazer o ovo cozido ou frito voltar ao estado em que saiu da galinha.  A política brasileira faz lembrar passados recentes. A esquerda parece estar na segunda metade dos anos 60 do século passado. A ofensiva adversária é mortal, mas ela prefere ver no desastre anunciado uma oportunidade de disputa de hegemonia. A direita está nos anos 70. Sonha com um país politicamente pacificado, mas com o caminho do poder fechado aos adversários.

Centro político é algo imaterial. Esquerda e direita chegam a soluções intermediárias, necessariamente temporárias, quando há um interesse objetivo comum e a opção de simplesmente eliminar o oposto se mostra inexequível. O exemplo mais recente entre nós foi a transição negociada de 1984/85, que produziu três décadas de relativa paz antes de agora colapsar.  Há na direita hoje qualquer interesse de buscar um pacto de pacificação com o PT? Não, pois implicaria aceitar que o PT possa disputar o poder em condições de igualdade. Sem isso, a pacificação tampouco interessa ao partido de Lula, que tem hegemonia absoluta na esquerda real e uma narrativa capaz de manter reunido seu mercado eleitoral.

Daí que todas as tentativas de anabolizar um “centro” tenham falhado, ou estejam patinando. Falta espaço material para essa construção. A hora ainda é dos ulysses, não chegou o momento dos tancredos. Se é que vai chegar. A direita está apavorada com a resiliência de Lula e a esquerda está inclinada a achar que acreditou demais na democracia burguesa. Acenos centristas são vistos à direita como ilusões de kerenskys, e à esquerda como patetices de gorbatchevs. Esses ensaios ou são apenas farsescos, lobos-maus vestidos de vovozinha para abocanhar a chapeuzinho vermelho, ou são movimentos sinceros mas desprovidos de significado real. Mesmo se vitoriosos, seriam abduzidos por um dos polos da disputa de fato.

Abdução já visível nas estruturas tradicionais que ao longo destas três décadas representaram, em maior ou menor grau, essa visão de um “centro democrático”. Alckmin talvez seja um dos últimos moicanos. Será o candidato, mas montado numa estrutura que nada mais tem a ver com a antiga ambição social-democrata do PSDB. Basta olhar quem vem atrás dele na fila.  Já no PT, que depende mais de Lula do que os outros dependem de seus líderes, mesmo Lula não tem mais a mesma liberdade de voo. O partido acabará fazendo o que o ex-presidente mandar, mas a inquietação é perceptível. Há sempre um custo para o líder quando as escolhas dele conduzem a armadilhas. Ainda mais quando ele não sabe bem como sair delas.
*
Há outro complicador. Na política, acordos são obrigatoriamente políticos. Reconhece-se a legitimidade alheia e reparte-se poder. Mas toda a pressão da opinião pública stricto sensu é para deslegitimar as duas coisas. Bonito agora é governar com viés absolutista esclarecido. Sendo que o “esclarecido” significa seguir bovinamente essa mesma opinião pública.

* Alon Feuerwerker é jornalista e analista político/FSB Comunicação

terça-feira, 28 de julho de 2015

Cunha questiona Moro. Mas na Lava Jato “onde se puxa uma pena, vem uma galinha”



1. No dia 16/7/15, em Curitiba, o juiz Moro ouvia novamente o lobista e delator Julio Camargo e, de repente, (mais) uma surpresa: ele confirmou que foi pressionado por Eduardo Cunha para lhe dar uma [monstruosa] propina de 5 milhões de dólares, em 2011, durante encontro que mantiveram em um prédio comercial na zona Sul do RJ (no Leblon). Isso está gerando uma enorme controvérsia jurídica, pelo seguinte: por força de várias decisões do STF, os processos do caso Lava Jato foram desmembrados. Quem tem foro privilegiado (deputados e senadores) deve ser investigado e processado pelo STF. Quem não tem foro privilegiado, deve ser processado em primeiro grau (na 13ª Vara Federal de Curitiba, dirigida por Moro). Podem ser questionados vários atos desse juiz, mas sua competência (para o caso) já foi reconhecida pelo próprio STF.

2. Poderia ele investigar e processar Eduardo Cunha? Não (porque este conta com foro especial no STF). Mas, e se no curso de um processo alguém menciona que deu parte do nosso dinheiro público para o parlamentar? Muito simples: extrai-se cópia de tudo e manda-se para o STF, que o está investigando. Na feliz e certeira frase de Teori Zavascki, na Lava Jato é assim: “Onde se puxa uma pena, vem uma galinha”. Youssef já tinha feito referência ao Eduardo Cunha beneficiário de corrupção. Teria também havido um requerimento nebuloso na Câmara, subscrito por uma deputada aliada de Eduardo Cunha. De acordo com o lobista Julio Camargo, esse requerimento é uma das provas das várias manobras [acrobáticas] praticadas pelo parlamentar.

3. Levando em conta as últimas previsões dos horóscopos (ninguém sabe o que sai da cabeça dos juízes), podemos afirmar que o desejo de Cunha (que chega a ser freudianamente voluptuoso) de retirar o juiz Moro dos processos da Lava Jato, pelos motivos indicados não tem nenhuma chance de prosperar. Em março/15, logo depois que Youssef incriminara Eduardo Cunha, o réu Fernando Baiano já fez a mesma tentativa no STF e perdeu. No caso mensalão (AP 470), no princípio, tentou-se desmembrar o processo, mas no final todos os réus (com e sem foro) foram julgados conjuntamente. Seis meses de julgamento. O restante da pauta do STF parou. Ninguém mais suporta a repetição desse erro. De qualquer modo, cuidado: o humano é o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra.

4. Numa ação penal que tramita no STF (n. 863) contra o deputado Paulo Maluf, o STF (ministro Lewandowski) desmembrou o processo: somente o deputado por lá ficou; todos os demais 10 réus serão julgados em outras instâncias.

5. Em junho de 2014, como bem sintetizou o Migalhas, “ao julgar questão de ordem em ações penais (871 a 878), a 2ª turma do STF seguiu o voto do relator, ministro Teori, para manter no Supremo apenas e tão somente as investigações contra parlamentares Federais decorrentes da Lava Jato. Passados seis meses, em dezembro, novamente a 2ª turma reafirmou a competência da 1ª instância, ao julgar improcedentes outras duas reclamações (188.75 e 189.30). Na ocasião, o ministro Teori lembrou que a alegada usurpação de competência já havia sido debatida no julgamento da questão de ordem, quando foi reconhecida a validade dos atos até então praticados por Moro. Já antevendo as coisas, Teori observou que “eventual encontro de indícios de envolvimento de autoridade detentora de foro privilegiado durante os atos instrutórios subsequentes, por si só, não resulta em violação da competência da Suprema Corte”. Ou seja, s. M. J., a reclamação de Cunha deverá ter a mesma solução”.

6. Eduardo Cunha, um dos políticos profissionais mais experientes do País, está usando legitimamente o seu direito de espernear (ius sperniandi). Se cumpridos, no entanto, aqueles 10 passos que mencionamos em artigo anterior assim como as regras do Estado de Direito vigente, ele não vai escapar da cadeia (ou em regime semiaberto ou em regime fechado, conforme a quantidade da pena). É bem verdade que nem os possíveis habitantes de Plutão sabem quando isso vai ocorrer. Mas, seguramente, vai acontecer (para o bem do País e da nação). É chegada a hora de nos livrarmos da pecha de Republiqueta cleptocrata (corrupta).

Fonte: JusBrasil - Luiz Flávio Gomes  - Jurista e professor.