Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
A
receita do totalitarismo não começa com a censura da opinião. Esta é uma
fase posterior, abrutalhada e menor. O primeiro ingrediente da receita é
a censura do pensamento.
Sei que você dirá, leitor, ser impossível
impedir as pessoas de pensar.
No entanto, é perfeitamente viável
restringir, com determinação e êxito, o acesso das mentes ao
contraditório, ao pluralismo, às fontes da sabedoria, à informação ampla
sobre o passado, o presente e as perspectivas para o futuro. Ou seja, é
possível trazer o horizonte do saber para a ponta do nariz do cidadão,
encurralando sua mente e confinando seu pensamento a uma preconcebida
gaiola. E isso está em pleno curso.
Não estou
falando de alguma distopia. Estou descrevendo, enquanto posso, o que
vejo acontecer através dos mais poderosos mecanismos de formação e
informação em nosso país: Educação, Cultura, Imprensa e Igrejas
(Teologia da Libertação). A censura, em fases que vão dos direitos do
texto aos direitos individuais do autor, é o arremate, o retoque sobre o
trabalho de um mecanismo de ação muito mais intensa, extensa e
profunda. A primeira fase é dos intelectuais; a segunda, dos
brutamontes.
Não deixa
de ser contraditório que, no Brasil, a censura seja exercida,
notoriamente pelos andares mais altos do Poder Judiciário.
Afinal, o
direito à liberdade de expressão do mais humilde e derrotado mané é
superior ao de qualquer ministro do Supremo Tribunal Federal. Não se
zanguem estes, nem se surpreenda o leitor:os manés não exercem
atividade jurisdicional, não têm qualquer compromisso ético e funcional
com imparcialidade, neutralidade, isenção, equanimidade, equilíbrio,
etc.
Ministros do STF e magistrados, por todas as razões, deveriam
evitar a própria expressão pública, falar nos autos e deixar para os
políticos as tagarelices e ativismos da política.
Dezenas de
milhões de brasileiros perceberam que, proclamada a vitória de Lula na
eleição presidencial, fechava-se o cerco às divergências.
Anteviu que a
inteira cúpula dos três poderes de Estado estaria trabalhando conjunta e
afoitamente na criação de distintas e múltiplas estruturas de controle
das opiniões expressas pelos manés da vida.
A judicialização da Política
coligar-se-ia com a politização da Justiça. Passaram a pedir socorro.
Silenciosamente, muitos, em diálogo com seus travesseiros; outros, em
desacertos e desconcertos familiares; outros ainda acamparam às portas
dos quartéis. Inutilmente, como se viu.
O
vandalismo de uns poucos foi o instrumento para o inacreditável arrastão
judicial do dia 9 de janeiro, mas – estranho, não é mesmo? – em quase
dois mil brasileiros cumpriu-se a profecia do ministro Alexandre de
Moraes quando, no dia 14 de dezembro, apenas três semanas antes, com um
sorriso irônico, anunciou haver ainda muita gente e multa para aplicar.
Estranho, também, que sobre todos incidiu a mesma acusação comum: foram
arrebanhados porque expressavam diante dos quartéis medo do que, bem
antes do esperado, acabou se abatendo sobre eles de modo impiedoso.
Só não se
angustia com isso quem aceita que a liberdade seja protegida com a
supressão da liberdade.E só aceita esse contrassenso quem, usando
neologismo da moda, apoia a esquerdonormatividade que, em outubro,
fechou cerco e tomou o Estado brasileiro.
“E qual é a
saída?”, perguntará o leitor afoito. Meu caro, não há porta de saída. O
que há é caminho.Porta da esperança é programa de auditório, crença
que levou à derrota em outubro. Há o caminho da política, percorrido com
coragem, determinação, formação, organização e ação contínua.
Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores
(www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país.
Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
O Brasil se tornou uma distopia. Quem poderia imaginar que as páginas de ficção de 1984, escritas por George Orwell em 1949, se tornariam o cotidiano do brasileiro em 2022?
Ministros do TSE, durante sessão que ampliou os poderes da Corte no
combate à suposta 'desinformação' nas eleições - 20/10/2022 | Foto:
Antonio Augusto/Secom/TSE
Depois de vivermos tempos sombrios durante a
pandemia, quando“duas semanas até achatar a curva”se tornaram dois
anos de opressão, coação, tirania e insanidade promovidos por
governantes, legisladores e até juízes no Brasil e no mundo, agora o
brasileiro ganha a versão estendida de um cenário de ações e medidas só
vistas em ditaduras e regimes totalitários.
Já durante a pandemia, o
Brasil pôde sentir o gostinho das canetadas inconstitucionais que
viraram febre em nove entre dez juízes, magistrados e projetos de
tiranetes. Mas não parou por aí.
O preço do silêncio de muitos diante de
incontáveis atos de claro desrespeito à nossa Constituição não ficou
apenas nos históricos anos de 2020 e 2021.
Totalitarismo e tirania,
pilares de ditaduras, não são implantados da noite para o dia, e o 2022
dos brasileiros, ano de eleição presidencial, seguiu as páginas
distópicas de Orwell.
Depois de sermos cerceados e guilhotinados por
questionar um vírus que pode ter sido criado em laboratório, vacinas
experimentais sendo forçadas na população, tratamento, lockdown
e medidas restritivas inconstitucionais, fomos cerceados de questionar e
debater medidas de maior segurança para o nosso sistema eleitoral.
O “Ministério da Verdade”, presente na ficção de Orwell e
transportado para a nossa realidade em assustadora velocidade, vem
ditando há mais de dois anos o que pode ou não ser debatido ou
questionado no Brasil. A tirania do judiciário brasileiroque temos
vivido através de ministros do STF e do TSE, que fere prerrogativas
exclusivas do legislativo e executivo, deu passos gigantes nesta semana
em direção ao absoluto totalitarismo.
Em algumas decisões para lá de autoritárias, ministros do (P)TSE/STF
proferiram votos tão absurdos que ninguém precisa ser advogado ou
jurista para entender a bizarrice das palavras ditas por aqueles que
deveriam apenas aplicar o que já está escrito em nossa Constituição.
Na
toada que censurou veículos de imprensa como a Jovem Pan e a produtora
Brasil Paralelo nesta semana, Alexandre de Moraes bradou as seguintes
palavras em seu voto a favor da censura: “(o conteúdo) …é a manipulação
de algumas premissas verdadeiras, onde se juntam várias informações
verdadeiras, que ocorreram, e que traz uma conclusão falsa, uma
manipulação de premissas”. Ou seja, você até pode estar diante de fatos
verídicos e documentados nas páginas da história, mas o ministro achou
melhor você não ver ou ouvir algo que — embora verdadeiro! — pode fazer
com que você tire as conclusões erradas — leiam-se conclusões de que
eles não gostam.
Não pudemos questionar, debater e até opinar em 2020 e
2021.
Em 2022, não podemos questionar, debater, opinar e concluir.
O curioso é que no livro do próprio Alexandre de Moraes,Direito Constitucional,
no capítulo 12 podemos ler: “A liberdade de expressão e de manifestação
de pensamento não pode sofrer nenhum tipo de limitação prévia, no
tocante à censura de natureza política, ideológica e artística”. E
continua: “A censura prévia significa controle, o exame, a necessidade
de permissão a que submete, previamente e com caráter vinculativo,
qualquer texto ou programa que pretende ser exibido ao público em geral.
O caráter preventivo e vinculante é o traço marcante da censura prévia,
sendo a restrição à livre manifestação de pensamento sua finalidade
antidemocrática. O texto constitucional repele frontalmente a
possibilidade de censura prévia.”
Vídeo comprovando o sinal de 'degola' aos 40'
Para o caso da Jovem Pan, os comentaristas e o próprio noticiário
foram proibidos de informar os brasileiros sobre os fatos que envolvem a
condenação de Lula. Debates que permeiam o próprio campo jurídico no
país sobre o assunto foram categoricamente suspensos. A emissora
argumenta que a decisão da Corte Eleitoral foi proferida“ao arrepio do
princípio democrático de liberdade de imprensa”, que proíbe qualquer
forma de censura e obstáculo para a atividade jornalística. “Não importa
o contexto, a determinação do Tribunal é para que esses assuntos não
sejam tratados na programação jornalística da emissora. Enquanto as
ameaças às liberdades de expressão e de imprensa estão se concretizando
como forma de tolher as nossas liberdades como cidadão neste país,
reforçamos e enfatizamos nosso compromisso inalienável com o Brasil.
Acreditamos no Judiciário, nos demais Poderes da República e nos termos
da Constituição Federal de 1988. Defendemos os princípios democráticos
da liberdade de expressão e de imprensa e fazemos o mais veemente
repúdio à censura”, diz o comunicado oficial da emissora que mais
cresceu em audiência no último ano no Brasil.
O respeitado jurista Modesto Carvalhosa disse nesta semana que o TSE
promove uma “censura prévia” à Jovem Pan, ao impedir que a emissora
veicule determinados conteúdos sobre o ex-presidente Lula, como
corrupção e condenações: “A medida feriu o artigo quinto da
Constituição, inciso XIV, que assegura o acesso à informação a todos.
Não temos um regime democrático efetivo, a partir da clara tendência do
tribunal de defender uma das partes do candidato. E a Corte Eleitoral
está fazendo isso de uma maneira grosseira e antijurídica. A censura é
uma forma de impedir que os eleitores tenham acesso aos fatos. O
resultado da eleição está maculado por esse ato de força do TSE contra
um dos veículos de imprensa brasileiros”, afirmou Carvalhosa.
Em mais decisões tirânicas completamente desenfreadas, a ministra
Cármen Lúcia, vetando a veiculação de mais um documentário da produtora
Brasil Paralelo (Quem Mandou Matar Jair Bolsonaro?), ensaiou
uma defesa da liberdade de expressão e de imprensa, mas acabou
sucumbindo ao tosco corporativismo da Corte. Durante a votação que
guilhotinou mais uma vez a liberdade de expressão, ela disse: “Não se
pode permitir a volta de censura sob qualquer argumento no Brasil.
Medidas como esta, mesmo em fase de liminar, precisam ser tomadas como
algo que pode ser um veneno ou um remédio. Vejo isso como uma situação
excepcionalíssima. Se, de alguma forma, isto se comprovar como
desbordando para uma censura, deve ser imediatamente reformulada esta
decisão”, completou. Apesar de sua declaração, Cármen Lúcia, que já
bradou as “corajosas” palavras “cala a boca já morreu” para defender a
liberdade de expressão, votou favoravelmente às restrições de veiculação
do documentário.[confira o áudio e vídeo do voto da ministra, o qual chamamos de 'voto envergonhado'.]Disse ser uma situação “excepcionalíssima”e que as
determinações serviriam para assegurar a segurança do pleito. Segurança
de quem?
Por que hoje a corte que deveria manter a ordem no país só consegue trazer caos e divisão?
Não custa trazermos, enquanto ainda podemos, parte da decisão do STF
na ADI 4451, de 2018,quando a suprema corte no Brasil declarou
inconstitucionais — por unanimidade — dispositivos da Lei das Eleições
que vedavam sátira a candidatos. Curiosamente, todos os ministros
seguiram o voto do relator — sim, Alexandre de Moraes —, segundo o qual
os dispositivos violavam as liberdades de expressão e de imprensa e o
direito à informação. Em um trecho do documento, a Corte decidiu: “São inconstitucionais os dispositivos legais que tenham a nítida
finalidade de controlar ou mesmo aniquilar a força do pensamento
crítico, subordinação ou forçosa ou adequação programática da liberdade
de expressão a mandamentos normativos cerceadores durante o período
eleitoral”.
Tem mais.
“Tanto a liberdade de expressão quanto a participação política em uma
democracia representativa somente se fortalecem em um ambiente de Total
visibilidade e possibilidade de Exposição crítica das mais variadas
opiniões sobre os governantes.”
Não acabou, não.
“O direito fundamental à liberdade de expressão não se direciona
somente a proteger as opiniões supostamente verdadeiras, admiráveis ou
convencionais, mas também aquelas que são duvidosas, exageradas,
condenáveis, satíricas, humorísticas, bem como as não compartilhadas
pelas maiorias. Ressalte-se que, mesmo as declarações errôneas estão sob
a guarda dessa garantia constitucional.”
A cereja do bolo dessa votação, que pode ser encontrada no YouTube, é
a declaração do atual traidor da Constituição e da pátria, Alexandre de
Moraes. Na época, ele disse: “Quem não quer ser criticado, quem não
quer ser satirizado fique em casa. Não seja candidato, não se ofereça ao
público, não se ofereça para exercer cargos políticos. Essa é uma regra
que existe desde que o mundo é mundo, e querer evitar isso por meio de
uma ilegítima intervenção estatal na liberdade de expressão é
absolutamente inconstitucional”.
O que mudou?Por que hoje a corte que deveria manter a ordem no país
só consegue trazer caos e divisão? Diante de nossos olhos, a clara
devoção não apenas a um corrupto condenado em três instâncias por
magistrados apontados por esse mesmo político corrupto, mas a vontade de
fazer parte de um projeto nefasto de poder.
A obra 1984, de George Orwell, foi publicada em 1949 como
uma advertência contra o totalitarismo. Na Oceania de Orwell, um dos
três estados totalitários em guerra perpétua (os outros dois são a
Eurásia e a Lestásia), o território é governado pelo Partido, que
controla tudo e que fez uma lavagem cerebral na população para uma
obediência impensada ao seu líder, o Grande Irmão.
O Partido criou uma
linguagem propagandística conhecida como Novilíngua, destinada a limitar o livre pensamento e promover as doutrinas do Partido.
Suas palavras incluem oduplipensar,
crença em ideias contraditórias simultaneamente, que se reflete nos
slogans do Partido: “Guerra é paz”, “Liberdade é escravidão” e
“Ignorância é força”.
Para quem não leu o livro, não espere mais nenhum segundo. Sem maiores spoilers,
o herói do livro, Winston Smith, vive em uma Londres que ainda está
devastada por uma guerra nuclear que ocorreu pouco depois da Segunda
Guerra Mundial. Ele pertence ao Partido Externo (Outer Party) e
seu trabalho é reescrever a história do Ministério da Verdade,
alinhando-a com o pensamento político atual.
No entanto, o desejo de
Winston pela verdade e decência o leva a se rebelar secretamente contra o
governo. Ele embarca em um caso proibido com Julia, uma mulher que
pensa da mesma forma, e eles alugam um quarto em um bairro habitado por
Proles. Winston também se interessa cada vez mais pela Irmandade, um
grupo de dissidentes. Sem o conhecimento de Winston e Julia, no entanto,
eles estão sendo observados de perto pelo Grande Irmão (Big Brother).
Quando Winston é abordado por O’Brien, um oficial do Partido que
parece ser um membro secreto da Irmandade, a armadilha está armada.
O’Brien é, na verdade, um espião do Partido, à procura de “criminosos de
pensamento”, e Winston e Julia são eventualmente capturados e enviados
ao Ministério do Amor para uma reeducação violenta. Algo como o atual
“ódio do bem”.
O aprisionamento, a tortura e reeducação de Winston que
se seguiram destinam-se não apenas a quebrá-lo fisicamente ou fazê-lo se
submeter, mas a erradicar sua independência e destruir sua dignidade e
humanidade.
Na Sala 101, onde os prisioneiros são forçados à submissão
pela exposição aos seus piores pesadelos, Winston entra em pânico quando
uma gaiola de ratos é presa à sua cabeça. Ele grita para seus algozes:
“Faça isso com Julia!” e afirma que não se importa com o que aconteceria
com ela. Com esta traição, Winston é libertado. Mais tarde, ele
encontra Julia, e nenhum deles está interessado no outro. Em vez disso,
Winston passa a amar o Big Brother que agora o protege.
Winston é o símbolo dos valores da vida civilizada, e sua derrota é
um lembrete pungente da vulnerabilidade de tais valores em meio a
estados todo-poderosos e totalitários, seja pelas mãos de presidentes,
monarcas ou togados. A obra foi escrita como um aviso após anos de
reflexão de Orwell sobre as ameaças gêmeas do nazismo e do stalinismo.
Sua representação de um estado onde quem ousar pensar diferente e
questionar será “premiado” com tortura, onde as pessoas são monitoradas a
cada segundo do dia e onde a propaganda do Partido supera a liberdade
de expressão e pensamento é um lembrete sóbrio dos males de governos
irresponsáveis.
Em 2018 o então candidato Jair Bolsonaro levou uma facada e quase
morreu. Quatro anos se passaram e, nesse período, demonizaram e
desumanizaram um homem que foi eleito democraticamente e que jamais
ousou rasgar uma página de nossa Constituição.
Em 2020 e 2021,
silenciaram o mundo “pela saúde”, “pelo bem coletivo”. Desumanizaram
médicos, pais, cientistas, cidadãos.
Guilhotinaram virtualmente todos
aqueles que ousaram questionar o atual Big Brother.
Em 2022, silenciaram
brasileiros preocupados com nossas urnas, silenciaram empresários
livres, prenderam e silenciaram parlamentares eleitos pelo povo,
silenciaram um ex-ministro da Suprema Corte do Brasil que ousou dizer
que Lula não foi inocentado.
E agora silenciaram a imprensa.
Em 2022, a democracia no Brasil sofreu um duro golpe e corre risco de
morte. Mas não se preocupem, a censura é “apenas por duas semanas”, só
até achatar a curva.