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sábado, 15 de julho de 2023

Só ditaduras fazem isso… - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo 


  Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

“Eu voltei não porque eu quis voltar, mas porque o povo voltou junto comigo. Para recuperar a democracia e a qualidade de vida do povo. Há muito pouco tempo o Brasil conheceu o que é o fascismo. Em quatro anos vimos como se destrói a democracia. Espero que a gente tenha aprendido a lição de que é a democracia que nos permite viver na diversidade”, disse o presidente Lula em evento da UNE, o mesmo em que o ministro Barroso confessou que eles derrotaram o fascismo, o bolsonarismo.

Só em ditaduras fascistas se tem censura, perseguição, mandatos cassados, disse Barroso
Lula e Barroso venceram. Você, o fascista, perdeu, seu mané
Durante os anos fascistas da gestão de Bolsonaro, não houve qualquer censura, é verdade. Já hoje, com a democracia vitoriosa, temos vários jornalistas censurados pelo STF. Mas é coincidência.
 
No governo Bolsonaro, a imprensa fez o que quis, chamou o presidente de genocida, desejou abertamente sua morte, e nada aconteceu
A liberdade de imprensa foi absoluta durante o fascismo brasileiro. 
Já na democracia vitoriosa de hoje, a Jovem Pan vem sendo perseguida até pelo Ministério Público, e há enorme pressão contra veículos independentes ou comentaristas críticos ao governo ou STF.
 
Deltan Dallagnol teve seu mandato cassado, mas não foi durante o fascismo, e sim na democracia robusta de agora
A turma no governo fala em cassar os mandatos de Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e outros, para cada caso com um pretexto diferente. Durante o fascismo, ninguém foi cassado.
 
Durante o fascismo, que em teoria é um conluio totalitário entre governo grande, sindicatos e grandes corporações corruptas, não houve escândalo de corrupção, o estado foi reduzido por reformas liberais, os sindicatos perderam boquinhas e as grandes empreiteiras ficaram afastadas das estatais
Agora que a democracia está de volta, tudo isso vem sendo revertido, e até a Odebrecht já pode negociar com a Petrobras novamente.
 
Fascismo é um governo autoritário que concentra tudo no estado. Durante o fascismo bolsonarista, houve mais autonomia para os estados e municípios, e o lema do ministro Paulo Guedes era "mais Brasil e menos Brasília". 
Agora que a democracia voltou, tudo passa novamente por Brasília, e a reforma tributária aprovada na Câmara sem leitura dos parlamentares, mas com bilhões do orçamento secreto, caminha nessa mesma direção do centralismo.

Se um alienígena chegasse de Marte hoje, ele poderia jurar, lendo as definições num dicionário, que a democracia pujante que temos agora se assemelha bem mais com o fascismo histórico do que o fascismo bolsonarista, onde reinava incrível liberdade democrática.

Mas são apenas definições ultrapassadas, claro. 
Quem define o que é fascismo e democracia é Lula, Alexandre, Barroso. E este já disse: "Nós vencemos, derrotamos o bolsonarismo". Viva a democracia! Viva Cuba! Viva Venezuela! Viva Nicarágua! Viva China!  
E viva o direito inalienável de ser feito de palhaço!!!

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo


quinta-feira, 13 de julho de 2023

Barroso confessa: perdeu, mané! - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Em um país sério, jamais um ministro de Corte Suprema seria palestrante empolgado em evento de estudantes comunistas. Em um país sério, esse ministro jamais afirmaria, com orgulho, que "derrotou" o candidato de direita. 
A constatação inapelável é a de que o Brasil não é um país sério. Nem perto disso.
 
O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse na noite desta quarta (12) que enfrentou e derrotou o “bolsonarismo”. A declaração foi dada após ser vaiado por um grupo de estudantes na abertura do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). A fala entrou na mira de deputados da oposição, que consideram entrar com um processo de impeachment contra o magistrado por cometer crime de "exercer atividade político-partidária". [o único empecilho é que o STF em julgamento extraordinário antecipado já inocentou o ministro Barroso. Valeu a regra do ministro Fux,  quando  presidente do STF, sentenciou: 'mexeu com um,mexeu com todos'. ]

As vaias a Barroso ocorreram por conta da atuação dele em processos na Corte, como o piso da enfermagem e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. “Nada que está acontecendo aqui me é estranho. Já enfrentei a ditadura e já enfrentei o bolsonarismo. Não tenho medo de vaia porque temos um país para construir. Nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, disse.

Quem seria esse "nós" a que ele se refere? O STF? E quem deu ao Supremo a missão de "construir um país", em vez de preservar a Constituição?  
O mesmo Barroso, não faz muito tempo, reconheceu que o Poder Judiciário virou um "poder político", admitindo o ativismo inconstitucional. 
Foi o mesmo ministro que já confessou seu desejo de "empurrar a história", e que, provocado com perguntas educadas e legítimas em Nova York, rebateu: "Perdeu, mané!"

Enquanto isso, o ministro Flávio Dino, da Justiça, reafirmou que o governo quer regulamentar as redes sociais e que as plataformas são usadas para divulgar as “ideias da direita e do poder econômico”. As falas foram dadas durante a abertura do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), que teve também um protesto com vaias ao ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Está tudo funcionando perfeitamente em nossa democracia, como podem perceber. Golpistas são os patriotas! 
 Chegou a mim uma thread de um Alexandre Andrada, que não conhecia, mas que é professor do Departamento de Economia da UnB. 
Seu pensamento retrata com perfeição a desgraça que se abateu sobre o Brasil. É o pensamento de muito tucano, gente "moderada", alguns que se dizem até "liberais". Eis o que ele argumenta: - Pra mim está cada dia mais óbvio que as elites (política, econômica, jurídica, jornalística, etc.) se juntaram no famoso “grande acordo nacional” para acabar com duas ameaças ao status quo: a Lava Jato e o Bolsonarismo. Eu, particularmente, acho que a Lava Jato estava se transformando num instrumento jurídico extremamente arbitrário e perigoso.  
E acho que o antigo status quo PT-PSDB era bem melhor que PT-Bolsonarismo. 
Para acabar com o bolso-lavajatismo, o STF se lavajatou em alguma medida. Estão usando de heterodoxias para “fazer justiça”. Isso me assusta um pouco, pq é muito fácil desse poder se corromper e desandar. Moraes é Moro com mais inteligência e foco. Que seja só uma transição.
 
Vamos criar uma ditadura "transitória" para combater os abusos lavajatistas e a direita "tacanha".  
Vamos defender o arbítrio, a censura e a perseguição para resgatar o status quo da hegemonia esquerdista, quando PT e PSDB promoviam o teatro das tesouras. 
Vamos rasgar a Constituição para proteger a liberdade. 
Vamos destruir a democracia para salvá-la. E tudo isso terá prazo de validade, claro.
 
Os comunistas queriam o fim do estado, mas aceitavam o socialismo no processo, a ditadura do proletariado. 
Estranho que jamais o aparato tirânico criado para tal finalidade recuou por conta própria, se autodestruiu e instaurou uma era de liberdade depois. Que coisa estranha, não?

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

O caminho para a liberdade - Percival Puggina

A receita do totalitarismo não começa com a censura da opinião. Esta é uma fase posterior, abrutalhada e menor. O primeiro ingrediente da receita é a censura do pensamento
Sei que você dirá, leitor, ser impossível impedir as pessoas de pensar. 
No entanto, é perfeitamente viável restringir, com determinação e êxito, o acesso das mentes ao contraditório, ao pluralismo, às fontes da sabedoria, à informação ampla sobre o passado, o presente e as perspectivas para o futuro. Ou seja, é possível trazer o horizonte do saber para a ponta do nariz do cidadão, encurralando sua mente e confinando seu pensamento a uma preconcebida gaiola. E isso está em pleno curso.

Não estou falando de alguma distopia. Estou descrevendo, enquanto posso, o que vejo acontecer através dos mais poderosos mecanismos de formação e informação em nosso país: Educação, Cultura, Imprensa e Igrejas (Teologia da Libertação). A censura, em fases que vão dos direitos do texto aos direitos individuais do autor, é o arremate, o retoque sobre o trabalho de um mecanismo de ação muito mais intensa, extensa e profunda. A primeira fase é dos intelectuais; a segunda, dos brutamontes.

Não deixa de ser contraditório que, no Brasil, a censura seja exercida, notoriamente pelos andares mais altos do Poder Judiciário.  
Afinal, o direito à liberdade de expressão do mais humilde e derrotado mané é superior ao de qualquer ministro do Supremo Tribunal Federal. Não se zanguem estes, nem se surpreenda o leitor: os manés não exercem atividade jurisdicional, não têm qualquer compromisso ético e funcional com imparcialidade, neutralidade, isenção, equanimidade, equilíbrio, etc. 
Ministros do STF e magistrados, por todas as razões, deveriam evitar a própria expressão pública, falar nos autos e deixar para os políticos as tagarelices e ativismos da política.
 
Dezenas de milhões de brasileiros perceberam que, proclamada a vitória de Lula na eleição presidencial, fechava-se o cerco às divergências
Anteviu que a inteira cúpula dos três poderes de Estado estaria trabalhando conjunta e afoitamente na criação de distintas e múltiplas estruturas de controle das opiniões expressas pelos manés da vida. 
A judicialização da Política coligar-se-ia com a politização da Justiça. Passaram a pedir socorro. Silenciosamente, muitos, em diálogo com seus travesseiros; outros, em desacertos e desconcertos familiares; outros ainda acamparam às portas dos quartéis. Inutilmente, como se viu.

O vandalismo de uns poucos foi o instrumento para o inacreditável arrastão judicial do dia 9 de janeiro, mas – estranho, não é mesmo? – em quase dois mil brasileiros cumpriu-se a profecia do ministro Alexandre de Moraes quando, no dia 14 de dezembro, apenas três semanas antes, com um sorriso irônico, anunciou haver ainda muita gente e multa para aplicar. Estranho, também, que sobre todos incidiu a mesma acusação comum: foram arrebanhados porque expressavam diante dos quartéis medo do que, bem antes do esperado, acabou se abatendo sobre eles de modo impiedoso.

Só não se angustia com isso quem aceita que a liberdade seja protegida com a supressão da liberdade. E só aceita esse contrassenso quem, usando neologismo da moda, apoia a esquerdonormatividade que, em outubro, fechou cerco e tomou o Estado brasileiro.

“E qual é a saída?”, perguntará o leitor afoito. Meu caro, não há porta de saída. O que há é caminho. Porta da esperança é programa de auditório, crença que levou à derrota em outubro. Há o caminho da política, percorrido com coragem, determinação, formação, organização e ação contínua.  

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Falta combinar com os americanos - Alon Feuerwerker

Análise Política

O título faz evidentemente referência ao célebre diálogo entre Garrincha e o treinador Vicente Feola antes do jogo contra a URSS na Copa de 1958. O técnico explicava, em detalhes, como seria o jogo, e daí o Mané (com maiúscula) disse que o roteiro era muito bom, mas questionou se Feola já tinha combinado com os russos.

A diplomacia brasileira parece empenhada num jogo aparentemente inteligente: aproximar-se dos Estados Unidos no delicado tema da guerra da Ucrânia para, em troca, manter o essencial da liberdade de movimentos entre o Brasil e seu principal parceiro econômico, a China.

Isso implica algum sofrimento nas relações com a Rússia, mas Luiz Inácio Lula da Silva e o Itamaraty parecem ter avaliado como positiva a relação custo-benefício. Não se faz mesmo omelete sem quebrar ovos.

Entretanto, quando a esperteza é muita sempre pode virar bicho e comer o dono, e daí a malícia brasileira correr o risco de esbarrar num obstáculo: o alinhamento dos EUA e seus aliados do Norte global contra a Rússia é apenas estação intermediária na projeção da guerra principal deles contra a China.

Guerra que por enquanto se dá principalmente no campo econômico, com todo tipo de sanções, mas ensaia transbordar para outras esferas.   A aproximação entre Brasil e Estados Unidos anda facilitada pela semelhança da agenda sócio-comportamental-ambiental dos dois governos e pelo apoio, informal mas consistente, da administração Joe Biden a Luiz Inácio Lula da Silva na eleição do ano passado.

O ambiente amistoso e o amplo consenso programático na visita do brasileiro à Casa Branca não deixaram dúvidas.
Vivemos agora tempos muito diferentes de quando a então presidente Dilma Rousseff soube que tinha sido espionada pela administração Barack Obama, de quem Biden era vice. 
Disputando a reeleição, Dilma houve por bem cancelar uma prestigiosa “visita de estado” aos americanos.



[Foto que mostra o quanto foi amistoso e aconchegante o clima da viagem presidencial aos Estados Unidos.]

 Eram também tempos em que a digital estadunidense apareceu na Operação Lava-Jato. O que acirrou, compreensivelmente, o antiamericanismo dentro do Partido dos Trabalhadores. Mas nada resiste à passagem do tempo e aos interesses. E agora o cenário mudou. O problema para o Brasil é o buraco estar mais embaixo
A disputa entre a unipolaridade e a multipolaridade não leva jeito de atenuar.
Será interessante acompanhar a evolução desse desfile, para ver como a nova linha se encaixa no enquadramento brasileiro aos Brics.  
Que aliás estão em fase de ampliação. Na composição atual, o Brasil é o único do grupo a mostrar simpatia pela tríade EUA-OTAN-UE no tema ucraniano.

O Itamaraty desencadeou uma de suas habituais operações “votamos nisso na ONU, mas não era bem nisso que queríamos votar”. Esforça-se para justificar um certo neo-atlantismo pelo viés da tradicional busca brasileira por soluções pacíficas e negociadas para os conflitos. Os fatos, sempre teimosos, trarão o resultado.

E há sempre a possibilidade de os diversos interlocutores chegarem à conclusão de que o Brasil tem relevância apenas relativa em escala planetária, que a movimentação brasileira se deve a um apetite de protagonismo não sustentado materialmente. E que, portanto, talvez não valha a pena arrumar confusão conosco.

Quem sabe seja uma solução.

 Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

O fim das quatro linhas - Gazeta do Povo

Vozes - Guilherme Fiuza


Constituição do Brasil segurança jurídica -  Foto: Beto Barata/Arquivo PR

A imprensa que acoberta os abusos de Alexandre de Moraes passou de todos os limites. O inacreditável presidente do TSE declarou rindo que “ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar”
Essa declaração é incompatível com a conduta de qualquer juiz, especialmente um integrante da corte máxima e presidente do tribunal eleitoral, que virou um comando de caça
O que fez essa “grande” imprensa que enxagua as brutalidades de Alexandre de Moraes?
 
Fez o de sempre: enxaguou a brutalidade. Os veículos do consórcio de fake news perfumadas noticiaram esse absurdo como a coisa mais normal do mundo. 
Sabe como se tenta dar aparência de normalidade a um absurdo? Escrevendo coisas como “o presidente do TSE não deu detalhes” sobre a promessa de prisões e multas em série. 
Que simpático. A notícia não é uma autoridade descontrolada disparando ameaças genéricas. 
A manchete legaliza a ameaça intolerável como se ela fosse o anúncio das datas do Enem, e diz que só faltaram os detalhes.

Vamos explicar os detalhes a essa imprensa vergonhosa: todas essas prisões e multas acontecerão graças a inquéritos de mil e uma utilidades que podem dispensar o processo legal e a participação do Ministério Público. Os detalhes compõem a transformação do direito em vontade pessoal. Com a cumplicidade escandalosa da imprensa.

Os veículos do consórcio de fake news perfumadas noticiaram esse absurdo como a coisa mais normal do mundo

No dia seguinte à “tirada” ameaçadora de Alexandre de Moraes ocorreu uma operação policial em vários estados, a mando do próprio, contra diversos cidadãos acusados de “atos antidemocráticos”. Ou seja: na véspera, o presidente do TSE vazou sua própria operação persecutória, dando risada. 
A manchete correta seria “Alexandre de Moraes cumpre sua ameaça”. Mas é claro que a imprensa não ligou uma coisa a outra e só envernizou a notícia com aquela cantilena de que o caçador de toga é uma muralha contra o fascismo imaginário.

Nunca se bajulou com tanta desinibição, nunca se incentivou a escalada autoritária com tanta desfaçatez.

Um servidor público que faz ameaças cifradas à sociedade tem que responder por isso. E, no atual estado de coisas, não vai responder. 
O Congresso sumiu. O presidente do Senado é o barítono do coral Missão Dada é Missão Cumprida. 
O Ministério Público já interpelou, mas o interpelado ignorou solenemente a interpelação e ficou por isso mesmo. 
As quatro linhas hoje no Brasil são uma fotografia amarelada numa parede encardida. 
Não dá para ver onde acaba uma e começa outra. Lembrança pálida de um passado constitucional.

Foi nesse cenário pastel (não confundir com mané) que se deu a eleição presidencial. Um processo criteriosamente conduzido sob espessa neblina – com final apoteótico: diante do questionamento formal sobre os diversos indícios de irregularidades, a autoridade eleitoral respondeu exatamente do jeitinho mencionado acima: com desprezo e ameaças. Claro que a imprensa marrom aplaudiu de pé. Missão dada é missão cumprida.

    As quatro linhas hoje no Brasil são uma fotografia amarelada numa parede encardida. Não dá para ver onde acaba uma e começa outra

Sem as tais quatro linhas visíveis a olho nu, tudo que se opõe ao tabu eleitoral – e sua intocável neblina – é considerado pelo juiz absoluto como “antidemocrático”. A lei virou um chicote em mãos sádicas. 
Apesar da imprensa cínica e do seu expediente vergonhoso, tentando fantasiar o chicote de espada justiceira, a população já entendeu o golpe. Não tem mais volta.


Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Barroso é confrontado por manifestante em avião

Passageira disse 'Perdeu, mané' 

Durante um voo a Brasília na terça-feira 6, uma passageira confrontou o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um vídeo que circula nas redes sociais mostra a mulher levantando-se do assento para dizer ao juiz do STF que está há “35 dias se manifestando democraticamente”.

Na sequência, a manifestante garante que “a vitória é do povo brasileiro”. Por fim, reproduz uma frase de Barroso dirigida a um homem em Nova Iorque: “Perdeu, mané”. Enquanto a mulher se manifesta, um dos seguranças do ministro se levanta para tentar bloquear a gravação. Barroso ficou em silêncio.


Antes do “Perdeu, mané”, nos EUA, Barroso também foi confrontado por uma manifestante em Nova Iorque, durante uma caminhada pelas ruas de Manhattan. No vídeo, é possível ver a mulher perguntando como o juiz está. O magistrado responde, ironicamente: “Feliz pelo Brasil”.Nós vamos ganhar essa luta”, rebate a mulher. “O senhor está entendendo que nós vamos ganhar essa luta? Cuidado, o povo brasileiro é maior que a Suprema Corte. Você não vai ganhar o nosso país. Foge!” Enquanto a manifestante fala, o ministro, visivelmente constrangido, busca abrigo em uma loja nas proximidades. Antes de entrar no estabelecimento, o ministro pede à mulher para não ser “grosseira”, diz “passar bem” e encerra com um “tchau”.

Leia também: “A direita está aí”, reportagem publicada na Edição 137 da Revista Oeste

 

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

A última sacada da cartola mágica - Percival Puggina

O STF decidiu que qualquer investigação que vise identificar agravo ou crime contra ministro do STF seja julgado pelo próprio STF porque qualquer parte do território nacional é, para esses fins, dependência do próprio Supremo. É uma leitura geográfica do próprio Regimento Interno.

Os inquéritos abertos no Supremo, à revelia do ministério público, fazem com que aquele poder se sinta habilitado a intervir em qualquer situação, passando com uma motoniveladora sobre todo o Poder Judiciário Nacional e sobre o devido processo, jogando-lhes uma pá de cal por cima e desnorteando investigados e advogados.

Nunca se viu protagonismo tão exacerbado, nem tanta inovação. Grande parte da inquietação que o país hoje vive se deve a esse ativismo. Nem mesmo seu vizinho meio desfibrado, o Congresso Nacional, escapa a essa sanha. 
Os parlamentares que ainda zelam por suas prerrogativas não encontram apoio entre seus pares que adotam, perante qualquer fato ou situação que não seja de seu interesse pessoal, uma atitude desdenhosa e omissa.

O novo truque desse superpoder, que assusta quem tem olhos para ver, é restringir acesso às redes sociais de parlamentares que caiam em desgraça, exatamente como vinha fazendo com a plebe “golpista”, “fascista”, “Mané”.  

É evidente que excessos dessa ordem podem ser recebidos com subserviência por quem jogou a própria dignidade na caçamba do lixo orgânico
Os bons cidadãos, porém, veem a situação com outros olhos e sabem que cortar a comunicação de um congressista através de seus meios digitais é tirar-lhe a voz. 
É lesão gravíssima à representação popular, eixo das democracias. A vontade nacional se manifesta através da representação exercida por parlamentares e não por magistrados ou tribunais sem voto.

Dezenas de milhões de brasileiros a tudo veem. E entendem o que veem, mesmo que lhes digam que não podem ver nem entender.

Na próxima semana, o Congresso retoma suas sessões normais. Vamos ver quem ainda justifica as calças que usa
Continuará o Legislativo como assistente passivo, valhacouto de covardes, enquanto o povo despido de prerrogativas enfrenta o medo e as ameaças contra ele proferidas dentre dentes cerrados?

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.