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domingo, 11 de junho de 2017

Por que as esquerdas odeiam as privatizações?

Encontrei, num blog, matéria contrária às privatizações ilustrada com cartaz onde se lê: ”Privatizem as vossas mães!”. Pretendo, aqui, explicar o que está implícito nessa frase.

Parto de uma experiência local. Há vários anos, em caráter preventivo, a Assembleia gaúcha aprovou uma emenda à Constituição Estadual determinando que a venda de empresas estatais seja antecedida de aprovação em plebiscito realizado na forma da lei. Tal despropósito legislativo fornece boa régua para aferir o tamanho do amor que as esquerdas em geral e a esquerda gaúcha em particular dedicam ao Estado. É de comover corações empedernidos. Só muitas horas em divã, relato de sonhos eróticos e boas técnicas de regressão podem explicar razoavelmente esse fenômeno próprio da mente esquerdista.

Caracterizá-lo exige abandonar a vida real e mergulhar numa relação filial, numa espécie de vida política intrauterina, no aconchego do líquido amniótico proporcionado pelo Estado e suas facilidades. É o que está implícito na frase referida no primeiro parágrafo deste artigo. Então, apontar malefícios do setor público para um esquerdista equivale a colocar a mãe no meio. É ofensa que não devem levar para casa. Com devoção filial exigem plebiscito para alienação de empresas que prestam maus serviços, tecnologicamente defasadas e de presença desnecessária ou, mesmo, perturbadora na vida da comunidade. Os mesmos objetos dessa devoção suscitam as piores animosidades em meio àqueles que vivem sob o sol e a chuva do mercado, como empreendedores, profissionais liberais e trabalhadores que optaram pelo setor privado.

O governo gaúcho tentou aprovar uma proposta de emenda constitucional para revogar o tal plebiscito, mas abandonou a idéia por sentir que não obteria maioria parlamentar suficiente para sua aprovação. Vai buscar, então, o voto popular, tentando algo inédito: convencer a maioria da sociedade gaúcha de que privatizar pode ser uma conduta benéfica.

A situação me faz lembrar o ambiente político do Rio Grande do Sul à época em que o governador Antônio Britto Filho privatizou a Companhia Riograndense de Telecomunicações e outras empresas estatais menores. Os porta-vozes da esquerda acorreram aos meios de comunicação em verdadeiro desespero, como se o lar materno estivesse sendo incendiado, destruído, trocado por bananas. “Estão vendendo tudo!”, exclamavam onde houvesse um microfone. E essa campanha ideológica difamatória do vocábulo “privatização” acabou com boas oportunidades de modernizar a infraestrutura e a gestão do Rio Grande do Sul. Era como se vender significasse empacotar um bem público existente e entregá-lo ao comprador para que este lhe desse um destino qualquer de sua conveniência. Ficando com o exemplo da estatal de telecomunicações: a velharia foi vendida, o patrimônio ampliado, os serviços melhorados e, de deficitários, se converteram em inesgotável fonte de recursos tributários para o Estado.

Não se subestime, porém, a resistência que a proposta do governo gaúcho vai enfrentar. Afinal, para a esquerda, o Estado é, na sua estatura moral mais alta, uma devoção; na mais rasteira, um grande negócio.

http://www.puggina.org




terça-feira, 29 de novembro de 2016

Ninguém tem o direito de achar que pode haver anistia. É impossível!

Marchar contra políticos é uma má escolha; sem eles, resta o quê? A imposição do mais forte?

Sempre considerei aqui, e eu estava certo, que o papo-furado da anistia era mero pretexto para tentar inflamar as ruas. Infelizmente, há grupos, correntes e pessoas que não sabem ter agenda propositiva: se esta não é destrutiva, eles simplesmente não têm o que dizer. Desaparecem da vida das pessoas e do noticiário. Para certos comportamentos, um governo que desse certo seria um martírio. Imaginem que sofrimento seria ter de dizer “sim” a alguma coisa. Muito mais charmoso é fazer o contrário. Por que afirmo isso?

A possibilidade de haver anistia a políticos que cometeram os mais variados crimes, ainda que associados ao caixa dois, é inferior a zero. Não vai acontecer. A entrevista coletiva de Michel Temer, Renan Calheiros e Rodrigo Maia já deixou isso claro. Se preciso, a coisa morre no gabinete do presidente. Se ali não morresse, sucumbiria no Supremo. Pronto! Não vai haver anistia. Mas leio aqui e ali que tanto esquerdistas como alguns não esquerdistas querem manter o tal protesto no dia 4. Não era contra a anistia? Era. Anistia não haverá. Então agora será por quê? Não dá pra saber. Mas parece que é contra, como é mesmo?, o jeito corrupto de fazer política no Brasil.

Não sei se a coisa prospera ou não. Uma pauta, com essa definição, é de tal natureza ampla que tudo pode acontecer. O cara briga com a namorada, ou ela com ele, e logo vem aquela vontade de gritar “Fora Temer”! Bem, é desnecessário dizer que as esquerdas estão sorrindo de orelha a orelha. Gente que chamava defensores do impeachment de “golpistas” não está vendo mal nenhum numa aliança eventualmente episódica com os adversários. Afinal, é preciso derrubar Temer.

É lamentável que as coisas estejam tomando essa configuração porque, se a ação fosse bem-sucedida, o que teríamos nas ruas seria uma miríade de insatisfações várias, pautadas por certa sensação de que tudo o que dá errado no país e na vida privada das pessoas deve ser creditado aos políticos. Por contraste, sem eles, talvez a vida fosse bem melhor, o que é, todos sabem, uma bobagem rematada. Ora, combater a corrupção e meter larápios em cana, na forma da lei, há de ser um pressuposto, não um norte a ser seguido, não um ponto de chegada. É preciso descobrir urgentemente a agenda propositiva.

Convém não brincar com fogo. Os 12 milhões de desempregados não vão esperar que primeiro se proceda ao saneamento da política para que, então, o país comece a responder às reais demandas do povo brasileiro. Esse espírito é, de fato, preocupante. Não por acaso, as esquerdas começam a ver com simpatia esse estímulo ao ódio à política, alimentado por grupos com sotaque de direita. Ainda voltarei ao assunto, sim, mas ponha uma coisa na cabeça, meu querido leitor: esse comportamento é contra o seu interesse e nunca termina bem.

Uma coisa é marchar contra a anistia, caso ela existisse. Outra, diferente, é propor uma ação pública contra os políticos. Alguém tem alguma ideia melhor sobre quem deveria conduzir a representação democrática?

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

 

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Governo mostra ser mais burro do que parece

12 DE ABRIL 1 – MUITOS MILHARES VÃO ÀS RUAS, NO BRASIL INTEIRO, CONTRA O GOVERNO DILMA, O PT E AS ESQUERDAS. 

CONSTA QUE PLANALTO SUSPIRA ALIVIADO. ENTÃO É MAIS BURRO DO QUE PARECE!

Há mais de uma semana o governo decidiu pautar a cobertura da imprensa, que, com raras exceções, aceitou gostosamente a orientação. Com variações, destaca-se que há menos pessoas nas ruas neste 12 de abril do que naquele 15 de março. Assim, fica estabelecido, dada essa leitura estúpida, que um protesto político só é bem-sucedido se consegue, a cada vez, superar a si mesmo. Isso é de uma tolice espantosa, na hipótese de não ser má-fé. A população ocupou as ruas em centenas de cidades Brasil afora. Mais uma vez, PT, CUT, ditos movimentos sociais e esquerdas no geral levaram uma surra também numérica. Mais uma vez, o verde-e-amarelo bateu o vermelho da semana passada. E é isso o que importa.

De resto, é impossível saber o número de manifestantes deste domingo. Algum veículo de imprensa mandou jornalista cobrir o protesto em Januária, em Minas; em Orobó, em Pernambuco, ou em Ourinhos, em São Paulo? Haver menos gente na Avenida Paulista ou na orla de Copacabana, no Rio, não tem nenhuma importância. Dá para afirmar, sem medo de errar, que o “Fora Dilma” foi ouvido em todas as unidades da federação. E — daqui a pouco chego lá — contem com o PT para turbinar os próximos protestos.

Consta que o governo respirou aliviado com o número menor, embora o Palácio do Planalto, ele mesmo, tenha, desta vez, resolvido se calar. Parece que não haverá Miguel Rossetto e José Eduardo Cardozo para cutucar a onça com a vara curta. A boçalidade ficou por conta da militância virtual e paga (farei um post a respeito). Respirou aliviado por quê?
Respirou aliviado no dia em que o “Fora Dilma” se faz ouvir de norte a sul do país? Respirou aliviado no dia em que o Datafolha aponta que 63% apoiam o impeachment da presidente? Respirou aliviado no dia em que a pesquisa revela que 60% consideram o governo ruim ou péssimo? Respirou aliviado no dia em que essa mesma pesquisa evidencia que 83% acreditam que Dilma sabia da roubalheira da Petrobras e nada fez? Respirou aliviado no dia em que esse mesmo levantamento demonstra que a crise quebrou as pernas de Lula, pesadelo com o qual o petismo não contava nem nos momentos mais pessimistas?

Por que, afinal de contas, suspira aliviado o governo? Com que jornada futura de boas notícias e diminuição dos sintomas da crise ele espera contar? Sim, a indignação com a roubalheira é um dos principais fatores de mobilização dos milhares de brasileiros que foram às ruas. Mas há muito mais do que isso. Há a crise econômica propriamente dita e a sensação, que corresponde à realidade, de que o governo está paralisado.

Acontece que esse mal-estar só vai aumentar porque o pacote recessivo ainda não surtiu todos os seus efeitos. Mais: ninguém nunca sabe quando a operação Lava Jato vai chegar a um fio desencapado, como é o caso de André Vargas, por exemplo. Consta que o ex-vice-presidente da Câmara e petista todo-poderoso, ora presidiário, está bravo com o partido, do qual havia se desligado apenas formalmente.

Acabo de chegar da Avenida Paulista. Havia menos gente do que no dia 15 de Março? Sem dúvida! Mas também sei, com absoluta certeza, que, desta feita, o protesto se deu num número maior de cidades no Estado. No dia 15, encontrei verdadeiras caravanas oriundas de cidades do interior e de outras unidades da federação. Aquele foi uma espécie de ato inaugural. Havia nele a vocação de grito de desabafo, era um enorme “Chega!”. A partir deste dia 12, a tendência é que haja mesmo uma diminuição de pessoas em favor de uma definição mais clara da pauta.

Mas é evidente que se trata de um erro cretino imaginar que menos gente na rua implique que está em curso uma mudança de humor da opinião pública. Não está, não! E que se note: se o protesto do dia 15 tivesse reunido o número de pessoas deste de agora, muitos teriam, então, se surpreendido. Acontece que aquele superou expectativas as mais otimistas. Tomá-lo como régua de um suposto insucesso dos atos deste dia 12 é coisa de tolos ou de vigaristas. Mas o governo e o PT têm direito ao auto-engano.

Vejo a coisa de outro modo: os eventos deste domingo, 12 de abril, comprovam o que chamo de emergência de uma nova consciência. Até torço para que o Planalto e o petismo insistam que os atos deste domingo foram malsucedidos. É o caminho mais curto da autodestruição. Esses caras ainda não perceberam que os que agora protestam não querem apenas o impeachment de Dilma. Essa é a pauta contingente. Eles falam em nome de uma pauta necessária, que é apear as esquerdas do poder, ainda que esse esquerdismo, hoje em dia, não passe de uma mistura de populismo chulé com autoritarismo.

Tenham a certeza, petistas e afins: a luta continua!

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - Veja OnLine