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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Os jornalistas foram os palhaços da CPI - J. R. Guzzo

Revista Oeste

A prova mais elementar disso é o seu resultado concreto: após seis meses de atividade, não foi capaz de produzir uma única acusação que pudesse ficar de pé do ponto de vista judicial

Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros, membros da CPI da Pandemia, concedem entrevista à imprensa | Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros, membros da CPI da Pandemia, concedem entrevista à imprensa | Foto: Roque de Sá/Agência Senado 
 
Como é que pode? Durante seis meses inteiros, dia após dia, sem parar, a população brasileira foi informada que o presente governo federal tinha sido destruído por uma explosão termonuclear e que estava nos últimos frangalhos. Quem ficou dizendo isso? 
A esquerda em peso, em primeiro lugar — o PT, as classes intelectuais, o padre. A imprensa repetia exatamente a mesma coisa, numa espécie de ataque de nervos permanente; na verdade, ninguém repetiu isso mais do que os jornalistas. Os “analistas políticos” que aparecem nas mesas-redondas do rádio e televisão depois do horário nobre completavam o serviço. Nunca nenhum deles teve a menor dúvida. Adeus, governo — com essa “CPI da Covid”, que montamos aí no Senado para revelar ao Brasil e ao mundo os crimes contra a humanidade praticados pelo presidente Bolsonaro, por seus três filhos e pelo ministro Pazuello, e quem mais passasse pela frente com cara de “negacionista”, vocês morreram. Se era assim, com tanta certeza, então por que não aconteceu absolutamente nada disso e o governo continua hoje no mesmíssimo lugar em que estava quando começou? Muito simples: porque esta foi a maior mentira que já quiseram socar em cima do Brasil nos últimos três anos, maior que os 130pedidos de impeachmentapresentados contra o presidente da República até agora com resultado 100% nulo, a “raspadinha” e o resto da palhaçada que passa por atividade de “oposição” no Brasil de hoje.

Testemunhas foram humilhadas, insultadas e ameaçadas de “prisão”

Mais de três meses depois do seu encerramento, ninguém dá mais um pio sobre “a CPI”. Se era uma coisa tão essencial, por que sumiu desse jeito? Porque, antes de tudo, nunca existiu. 
Não foi em nenhum momento uma investigação com um mínimo de seriedade; foi uma trapaça integral o tempo inteirinho. 
A CPI, na verdade, já nasceu morta, porque nunca teve a intenção de apurar coisa nenhuma; quis apenas servir aos interesses pessoais dos seus organizadores e “derrubar” o governo. Foi pretensioso? Muito, tanto que não derrubou nem o porteiro do Palácio do Planalto. 
 
Mas foi exatamente o que aconteceu, num país onde a hipocrisia é a regra número um para a ação política e o Senado Federal, para não falar da Câmara dos Deputados, é controlado em larga extensão por gangues de malfeitores agressivos e impunes. Continuou morta durante os 5 meses e 29 dias em que durou — depois dos seus três meses legais de prazo, foi ressuscitada e mantida em vida artificial com aparelhos por mais três. Nem foi enterrada depois de acabar, porque não havia nada para enterrar. Como poderia ter sido diferente?  
O presidente da comissão estava envolvido até o talo em investigações de corrupção feitas pela Polícia Federal na área da saúde, justamente da saúde, em Manaus; sua mulher e os irmãos chegaram a ir para a cadeia.  
O relator é o proprietário de um dos prontuários policiais mais extensos de Brasília. 
Havia mais um, o mais esquisito, que ficava gritando o tempo todo; era, aliás, um dos que deixavam os jornalistas em estado de graça. 
O público olhava para aquilo e pensava: o que está acontecendo com esse homem? (Os psiquiatras descrevem comportamentos parecidos ao dele como sendo acessos de histeria; vai saber.) 
É claro que uma comissão operada por pessoas assim vai funcionar como uma usina de processamento de lixo; entra lixo de um lado, sai lixo do outro.

A prova mais elementar disso é o resultado concreto da CPI do Senado: após seis meses de atividade, não foi capaz de produzir uma única — nem uma acusação que pudesse ficar de pé do ponto de vista judicial, nem contra o alvo principal, o presidente Jair Bolsonaro, nem contra ninguém. Só isso, e mais nada, já mostra o tamanho do escândalo: como você passa todo esse tempo fazendo um inquérito público imenso, sem limites de tempo, de meios técnicos ou de despesa, e no fim não apresenta o mais miserável indício contra nenhum dos acusados? 

O presidente, depois de 1.279 páginas de desvario escrito, foi acusado pela CPI de nada menos do que nove crimes diferentes. Hoje, três meses depois, ainda não foi acusado judicialmente de nada; é como se toda essa baderna nunca tivesse existido. Não foi só ele. 
Ao todo, pelas contas disponíveis, nada menos do que 78 pessoas foram acusadas de alguma coisa pelos senadores, sempre de forma grosseira, amadora e irresponsável; nenhuma dessas acusações resultou em qualquer processo, penal ou de qualquer outro tipo, em lugar nenhum, nem na comarca mais ordinária deste país. 
Foram quebrados 250 sigilos; não se descobriu nada que pudesse incriminar alguém. Apresentaram mais de 1.500 requerimentos, aprovaram mais de 1.000. Fizeram quase 400 horas de interrogatório. Tudo isso, somado, resultou em três vezes zero.[a incompetência da CPI foi tamanha, que um outro senador, petista, dos mais estridentes, chamado pelos comparsas de 'drácula' - andou enrolado,quando era ministro da Saúde no governo do Luladrão, com corrupção envolvendo bancos de sangue; o luladrão ficou tão puto com que proibiu o 'drácula' de ser candidato a governador; aliás, o 'drácula' que se cuide tem pessoas com péssimas intenções contra eles - clique aqui e confira.] 

A certa altura, criaram o crime de “cloroquina”; é lógico que não se conseguiu denunciar nenhum réu na Justiça

Os senadores fizeram de tudo no picadeiro do seu circo. Testemunhas foram humilhadas, insultadas e ameaçadas de “prisão”. Advogados das vítimas foram desrespeitados em seus direitos legais — um, aliás, foi alvo de piadinhas ofensivas do senador que interrogava seu cliente. (Quando reclamou, o senador ameaçou chamar a polícia.) Durante o tempo todo, do primeiro ao último dia da CPI, houve uma agressão serial à democracia, às leis e aos direitos individuais das pessoas chamadas a depor. Foram feitas, aos gritos, denúncias de corrupção –— sem jamais se demonstrar o pagamento de propina nenhuma, em dinheiro ou em qualquer outra forma. Sequer se concretizou, por sinal, a compra e venda de alguma coisa. [seria a prevaricação fundamentada em uma compra que não houve;  
outro tema foi que o secretário do Ministério da Saúde, decidiu ignorar um relatório de um conselho contrário ao kit 'covid' e, em nota recomendou o uso de medicamentos que especialistas em 'nada' desaconselham; de imediato, um desses partidecos SEM     noção, SEM votos, SEM representatividade, SEM programa de governo, solicitou ao Supremo que determinasse a imediata demissão do secretário autor da nota
Por razões que desconhecemos o Supremo optou por ignorar o assunto e nada determinou ao Poder Executivo.] Exigiram a presença em Brasília, com a única intenção de ofender e tirar proveito pessoal, de um empresário que não tem absolutamente nada a ver com qualquer questão de saúde, muito menos de vacina e covid. Tudo o que ele faz é ser um seguidor público do presidente Jair Bolsonaro e vestir-se de verde e amarelo. A certa altura, criaram o crime de “cloroquina”; é lógico que não se conseguiu denunciar nenhum réu na Justiça, pois este crime simplesmente não existe no Código Penal Brasileiro ou em qualquer outra lei deste país.

Nada disso, no fundo, chega a impressionar, no bas-fond político sem fim de Brasília; já se viu isso muitas vezes no passado, e vai se ver de novo. Trapaceiros profissionais se organizam o tempo todo em suas quadrilhas no Senado, Câmara e vizinhanças, atrás de lucro material, propósitos políticos e vítimas que podem explorar sem correr risco nenhum. O realmente extraordinário, nesse episódio da CPI da Covid, foi o espírito de colaboração da imprensa para servir aos vigaristas. 

Poucas vezes se viu neste país tanto jornalista aceitar com tanta pressa, e tanto entusiasmo, ser feito de palhaço de forma tão extrema pelos senadores. Não estavam trabalhando em seus veículos; estiveram trabalhando todos os dias, durante seis meses seguidos, como serviçais amestrados dos três cidadãos que operavam a CPI. Publica isso. Sim senhor. Publica aquilo. Sim senhor. Vem cá. Faz isso. Filma eu. Sim senhor, sim senhor e sim senhor. Foi um escândalo completo: poucas vezes a mídia tratou com tanto desprezo o seu próprio público. 

A CPI, convenceram-se os comunicadores, iria acabar, enfim, com o governo Bolsonaro; seria o ideal, no seu modo de ver as coisas, para trocar de presidente sem ter de ganhar as eleições de 2022. Não deu, no fim. Mas foi uma aula, melhor que qualquer outra em memória recente, sobre a qualidade da informação que a população brasileira está recebendo dos seus meios de comunicação. É esse o nível. É isso o que você lê, ouve e vê.

Leia também “Bolsonaro desapareceu – e daí?”

J. R. Guzzo, colunista   - Revista Oeste

 


quinta-feira, 29 de julho de 2021

Dinamite em cima da democracia - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Valor ‘fundão eleitoral’ foi aumentado em quase três vezes pelo Congresso – ou perto de R$ 6 bilhões. É duro acreditar num roubo deste tamanho, mas esse roubo acaba de ser feito [que pode com alguns penduricalhos - que não precisam ser criados, já existem - chegar próximo aos R$ 10 bilhões. Enquanto isso, o ministro Barroso alega que a implantação do voto impresso fica muito cara = exagerando no cálculo  pode chegar aos R$ 2 bilhões.]

A democracia brasileira, por conta do que estão fazendo com ela no mundo das coisas reais, em que os fatos vão na direção exatamente contrária ao mundo de fantasias pregado dia e noite pelos discursos, manifestos e orações das classes esclarecidas, não está valendo quase mais nada hoje em dia. O “quase” está aí unicamente porque, bem ou mal, o sujeito ainda não pode ser trancado na cadeia pelo guarda da esquina, o fiscal da prefeitura não tem o direito de expropriar o imóvel onde ele mora e outras graças deste tipo; no resto, e principalmente na política, foi tudo para o diabo.

Sempre que se diz algo parecido, sempre mesmo, a primeira reação é: “Exagero... Vivemos problemas normais dos regimes democráticos... A democracia tem o seu preço...” e etc. etc. etc. Sempre que se escuta essa conversa toda tenha certeza de estão batendo a sua carteira. Almas boas podem até acreditar que a democracia é mesmo sujeita a dificuldades aqui e ali, que só podem ser combatidas com “mais democracia” e outros feitos virtuosos. Mas os vigaristas, que sempre estão em maioria absoluta nessas coisas, sabem muito bem que não é exagero nenhum. Na verdade, dão graças a Deus pela delicadeza com que são tratadas hoje em dia as safadezas praticadas por eles para encher seus próprios bolsos com a utilização sistemática do sistema democrático.

Que exagero pode haver, quando se trata de destruição da democracia, ou da destruição de democracias rigorosamente um quarto-de-boca como a nossa, em chamar de calamidade um Fundão Eleitoral como esse que inventaram aí? Da última eleição geral de 2018 presidente, governadores senadores e deputados – para esta agora de 2022, o dinheiro extorquido dos pagadores de impostos para financiar as campanhas eleitorais foi aumentado em quase três vezes, ou perto de 6 bilhões de reais. É duro acreditar num roubo deste tamanho; mas aí é que está, esse roubo acaba de ser feito. Se isso não é jogar uma banana de dinamite em cima da democracia, o que é, então? [no Brasil, que dizem viver sob o 'estado democrático de direito' = democracia à 'brasileira' - se usa a pobre democracia  para justificar os maiores absurdos, seja um assalto nos moldes do 'fundão eleitoral' ou usar medidas antidemocráticas a pretexto de preservar a democracia.
Se tornou aceitável,  até louvável, na ótica de algumas autoridades, que se viole a Constituição Federal para preservá-la - especialmente se a medida violadora se aplique a apoiadores do presidente da República.

Além do crime, há as agravantes e os detalhes sórdidos; para ficar em apenas um deles, a Câmara dos Deputados, que figura como um dos Doze Apóstolos das sagradas “instituições” nacionais, impediu, com trapaças de regimento, que os deputados pudessem votar individualmente pelo “sim” ou pelo “não”. Não deu para saber, assim, que votou em quê; foi como fornecer máscaras para os bandidos esconderem os seus rostos durante o assalto.

O Supremo Tribunal Federal, os meios de comunicação e o consórcio OAB-MST-CNBB-LGBTQIA+ conduz neste momento uma guerra termonuclear contra “atos antidemocráticos” e outros crimes de lesa-pátria. Não lhe corre, nunca, que as agressões mais viciosas contra o Estado de direito e as liberdades estão sendo feitas, com a bênção de todos, em safadezas cheias de desculpas virtuosas como esta do Fundão Eleitoral de 6 bi. Uma das maneiras mais eficazes para se destruir uma democracia é tirar dela o apoio da população uma população que se tornou hostil ou, pior ainda, indiferente. É o que acontece hoje no Brasil, com a corrupção deslavada, o perdão aos ladrões de porte máximo, a impunidade permanente oferecida pelo STF e demais tribunais superiores, a vadiagem dos políticos e tudo o mais

O respeito do povão por Congresso, Supremo, “instituições”, etc. está em zero – com viés de baixa.

J.R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


sábado, 5 de junho de 2021

Os vigaristas da adversativa - Revista Oeste

Augusto Nunes

Se aparece uma notícia boa, os integrantes da tribo infiltram alguma ressalva desanimadora depois do ‘mas’ precedido pela vírgula 

 A ofensiva contra o presidente que se instalara no Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2019 não respeitou sequer a trégua de praxe, fixada em cem dias. Assim que foi divulgada a queda sofrida pelo Produto Interno Bruto no primeiro trimestre, o segundo foi sitiado pela tribo dos profetas agourentos. Entre o início de abril e o fim de junho, previram 999 em cada mil sumidades da economia espalhadas pela imprensa, ocorreria outro baque — e o Brasil mergulharia no pântano da “recessão técnica”.  
Nenhum dos especialistas explicou direito o que era aquilo, mas os textos em economês castiço deixaram claro que era coisa grave. E todos debitaram na conta de Jair Bolsonaro o desastre em gestação nos 13 anos de desgoverno do PT e parido em 2015 por Dilma Rousseff. Confrontados com o crescimento de 0,4%, jornalistas sérios se renderiam aos fatos. Os adivinhos de picadeiro não ficaram sequer ruborizados com o naufrágio das previsões. Trataram de imediatamente erguer com manchetes malandras um monumento à tapeação. INVESTIMENTO EMPURRA PIB, MAS RECUPERAÇÃO SEGUE LENTA, desconversou a Folha. 
PIB CRESCE 0,4% E SURPREENDE, MAS RETOMADA É LENTA, concordou o Estadão.

No blog que mantinha no site da Veja, registrei no dia seguinte a aparição de uma nova aberração jornalística: o vigarista da adversativa. Cada vez mais prolífica nas redações da imprensa velha, a espécie segue uma receita singela: quando aparece uma boa notícia que ameace melhorar a imagem do governo Bolsonaro e a vida do leitor, deve-se anabolizar uma informação secundária ruim, conferir-lhe o mesmo peso da que merece ocupar sozinha a manchete e, sempre depois de um “mas” precedido pela vírgula, infiltrar a ressalva que proíbe alegrar-se com o fato animador. (Em artigos e declarações entre aspas, a ordem se inverte: a mentira antecede a vírgula e só depois do “mas” a verdade emerge. Um exemplo: “Sou a favor da Lava Jato, mas acho que ocorreram exageros e irregularidades que comprometem a operação”. O palavrório identifica devotos da seita que sempre rezou pelo estancamento da sangria. Outro exemplo: “Reconheço que o PT errou, mas é preciso valorizar o legado social e econômico de Lula e Dilma”. A lenga-lenga pós-vírgula desnuda mais um comparsa da cavalgadura incapaz de dizer coisa com coisa e do corrupto juramentado que, ao contrário de Getúlio Vargas na carta-testamento, saiu da História para entrar na vida bandida.)

Se o presidente da República reaparecer sorrindo depois de um período de profunda depressão, exemplifiquei no artigo no blog, nossos campeões assim resumiriam o acontecimento: BOLSONARO PARECE ANIMADO, MAS LONGE DO ESTADO DE EUFORIA. 
Não havia exagerado, constatei num domingo de 2020 ao topar com a primeira página da Folha: SOB BOLSONARO, CRIME CAI E EMPREGO CRESCE, MAS ÁREA SOCIAL PIORA”. 
 
Quem efetivamente acredita que a área social melhora se a criminalidade aumenta e a taxa de emprego diminui é uma besta quadrada sem chances de sobreviver como jornalista profissional, certo? Errado. 
No caso do autor da manchete, trata-se de um sócio fundador do clube dos vigaristas da adversativa
Visto de perto, é mais um torturador da verdade disposto a tudo para impedir a divulgação de notícias que prejudiquem a luta contra a permanência no cargo de um governante eleito em 2018 pelo voto popular. Mas todos os integrantes da espécie capricham na pose de veteranos da guerra travada desde o berçário em defesa da democracia, da liberdade, da ética, da moral, dos bons costumes e do Lula Livre.

Nesta primeira semana de junho, os craques do estelionato informativo se viram subitamente sob o cerco de ótimas notícias, nenhuma delas antecipadas pelas editorias de economia. No primeiro trimestre, o PIB brasileiro cresceu 1,2% em relação ao anterior (contra 0,6% da China e 0,4% da União Europeia). Instituições sérias revisaram prontamente seus cálculos e agora preveem que a taxa anual subirá para 5,5% em 2021. 
A bolsa de valores registrou uma alta sem precedentes, a cotação do dólar enfim caiu e foram criados em abril 121 mil empregos com carteira assinada. Atarantada com o excesso de notícias favoráveis ao seu Grande Satã, a tropa do quanto pior, melhor confinou os fatos restantes em espaços mofinos para concentrar-se o crescimento do PIB. Paralelamente, houve uma inovação estilística. Para introduzir ressalvas pilantras, os especialistas em tapeação só usavam “mas” (certamente por ser menor e bem mais familiar aos brasileiros que “contudo”, “porém”, “todavia” e demais irmãs). Era muito “mas” para uma página só, deve ter advertido algum soldado da desinformação. 
E ocorreu a alguém sugerir que o ponto e vírgula fosse promovido a conjunção adversativa. PUXADO POR EXPORTAÇÕES, CRESCIMENTO SUPEROU PROJEÇÕES DO MERCADO; CONSUMO DAS FAMÍLIAS FICOU ESTAGNADO, avisou o Estadão na edição de 2 de junho, no subtítulo da manchete dedicada ao salto do PIB.

A novidade estreou na Folha naquele mesmo dia, no subtítulo da manchete do caderno Mercado: PIB CRESCE 1,2%, ACIMA DO ESPERADO; SETORES QUE MAIS EMPREGAM, NO ENTANTO, AINDA PATINAM. Na manchete da edição, o jornal manteve a adversativa oficial: PIB SOBE E VOLTA AO PRÉ-COVID, MAS GANHO NÃO CHEGA A POBRES, berraram vogais e consoantes grávidas de ressentimento. A turma decerto achou pouco e engrossou o calibre. ECONOMIA VAI BEM; POVO MIÚDO VAI MAL, alertou o título do artigo de outro vidente decepcionado. A opção preferencial por notícias ruins, péssimas, desoladoras e apavorantes chegou ao clímax na página 4, no pé da coluna Painel

Ali foi reproduzida a interrogação que anda atormentando Eduardo Moreira, uma mistura de economista doidão e adestrador de cavalos que escoiceia fatos com medonha ferocidade: “Com milhões em insegurança alimentar e desemprego em alta, pergunto a quem comemora: você come PIB?”. Não se deve perder tempo com quem prefere o crescimento das multidões dependentes da cesta básica ao crescimento do PIB. Mas respondo: a menos que tenha sido adestrada por Moreira, qualquer mula sabe que quanto mais musculoso é o PIB de um país maior é o número de habitantes que conseguem comida.

Para os vigaristas da adversativa, 2020 é o ano que não deveria ter terminado. Eles fizeram o possível para matar de medo quem não morresse de covid-19. Ouviram nitidamente o som de milhares de tambores e clarins quando o primeiro coronavírus pousou no Brasil, quando a crise econômica se agravou ou quando o impeachment do presidente da República pareceu a alguns minutos de distância. Em 2021, a vacinação começou, a pandemia vai recuando, a esperança foi resgatada. 
Péssimas notícias para carrascos de informações animadoras. 
Se as coisas continuarem melhorando, vão todos acabar afundados na mais cava depressão.

Leia também “Negacionistas são eles”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste


domingo, 22 de julho de 2018

O Lula nicaraguense e o Ortega brasileiro



Os dois tiranetes saíram da Historia para cair na vida

Ambos nascidos em 1945, Lula e Daniel Ortega chegaram à presidência da República fantasiadas de protetores dos injustiçados e pais dos pobres. O comandante da revolução sandinista livraria a Nicarágua dos horrores da ditadura de Anastasio Somoza. O chefão do PT libertaria o Brasil da elite exploradora que saqueava o país desde 1500.

Aos 72 anos, os dois reduziram a frangalhos as fantasias que vestiram no século passado. Tanto Lula quanto Ortega jogaram no lixo promessas, amigos honestos, normas éticas e valores morais, fora o resto. Saíram da História para cair na vida. Serão lembrados em asteriscos de pé de página como mais dois tiranetes destes trêfegos trópicos. Dois vigaristas que se venderam aos ricaços que fingiam odiar.

Lula é um Ortega brasileiro. Ortega é um Lula nicaraguense. A diferença é que um deles está fora da cadeia. Por enquanto.


terça-feira, 5 de setembro de 2017

Joesley, como a direita de chiqueiro no Brasil, também queria ferrar Gilmar Mendes

É o que o açougueiro de casaca discute com Ricardo Saud. Entre porcos, há quem sinta a inevitável necessidade de também ser porco

É do balacobaco! Joesley Batista, o herói de Rodrigo Janot, tenta combinar com Ricardo Saud, outro patriota sem igual, um jeito especial de ferrar Gilmar Mendes, ministro do Supremo e presidente do TSE. Vejam como os interesses do açougueiro de casaca coincidem com os da direita xucra brasileira, né?, que vomita impropérios contra Mendes.

Como é mesmo o coro da indecência dos vigaristas e dos idiotas? “Fo-ra Gil-mar/ Fo-ra Gil-mar”… É verdade! Onde já se viu? Esse homem atrapalha os planos de uma ditadura dos virtuosos no Brasil.
Homens virtuosos como Joesley Batista!
Homens virtuosos como Ricardo Saud!

Você quer continuar a ler e a curtir o que a canalha escreve, o que ela fala? Bom proveito! Se gosta daquilo, é porque merece aquilo. Quer a verdade, a objetividade e a sobriedade que emanam das leis democraticamente pactuadas? Então vá ficando por aqui.  Prometo que vamos discordar muito, sim! Mas, nestas páginas, bandidos não falam. Neste e em outros veículos em que atuo, canalhas não plantam versões.

Vejam lá: Joesley combina com Saud. Querem chamar o petista José Eduardo Cardozo para um papo. Segundo dizem, ele tem alguns ministros sob sua influência. Na conversa, pretendem arrancar dele alguma coisa contra Gilmar Mendes. Para quê? Ora, para agradar o procurador-geral da República. Aliás, Leandro Daiello, diretor-geral da Polícia Federal, já havia dito ao ministro. Numa das ações de busca e apreensão contra o senador Aécio Neves, havia a instrução, que teria partido do Ministério Público Federal, para encontrar alguma coisa que comprometesse Gilmar Mendes.

Os vagabundos tentaram transformar em aposta na impunidade a defesa que faz o ministro do Estado de Direito e do devido processo legal. Sim, Gilmar Mendes se levantou contra os descalabros.  Reinaldo Azevedo se levantou contra os descalabros.
Não por acaso, Mendes e Reinaldo tiveram vazadas conversas ao telefone que nada tinham a ver com a investigação. O objetivo era simplesmente a intimidação. E agora ainda vejo alguns cretinos na imprensa tentando limpar a barra de Rodrigo Janot.
Que nome isso tem? Se não é sem-vergonhice, é coisa pior.


 

 

sábado, 29 de abril de 2017

Perdem Lula, o PT e vigaristas que negam o déficit da Previdência

Também saem derrotados os que apostavam que as reformas seriam o núcleo da plataforma das esquerdas. Ninguém caiu na conversa

E, claro, a greve tem seus derrotados, certo?
Em primeiro lugar, estão Lula e o PT. É claro que são as duas mãos que balançam o berço. Até porque controlam a CUT, a maior central sindical. Sim, outras estão metidas no rolo, como a Força Sindical. Foram igualmente humilhadas.

Perderam também os vigaristas e aproveitadores que negavam a existência do déficit da Previdência, não é?, e que, pois, na prática, incentivavam os movimentos de rua. Negar o rombo no setor é o mesmo que negar os fundamentos elementares da matemática.

Também saem derrotados os que apostavam que as reformas seriam o núcleo da plataforma das esquerdas. Ninguém caiu na conversa. A aparência de que o movimento mexeu com o país decorre do fato de partidos políticos, como PT e PSOL, controlarem sindicatos — especialmente aqueles de áreas ligadas ao serviço público.
Vão ter de se virar de outro jeito.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA 

 

 

sexta-feira, 24 de março de 2017

Temas barulhentos com que vigaristas excitam a fúria dos incautos

Há grupos disfarçados de arautos da democracia e da liberdade cujo credo, sem favor, poderia ser considerado fascista se tivessem alguma importância

Vamos lá. Os tempos andam um tanto estúpidos, e muita gente sai falando o que lhe dá na veneta, seja fato ou não.  Querem ver um tema que só serve para excitar o ódio à política e aos políticos e que não tem a menor base de realidade? A anistia ao caixa dois!

Isso é uma invenção. Caixa dois passará a ser crime. Mas não pode haver punição retroativa porque a Constituição não permite. Não há lei possível que impeça o Ministério Público Federal de denunciar alguém por corrupção passiva, lavagem de ativos ou peculato — desde que estejam caracterizados. O que o órgão não pode fazer, e já não pode hoje, é tomar caixa dois como sinônimo desses crimes.

Afirmar, leitores, que os políticos tramam uma anistia ao caixa dois, que nem é crime previsto no Código Penal, é só um jeito de deixá-los com ódio, de enganá-los.  Há outras formas de excitar a sua fúria com falsas questões.  Vamos pensar no que chamam por aí de “foro privilegiado”? Não é privilégio nenhum. O nome certo é foro especial por prerrogativa de função. É preciso diminuir o número de políticos nessa condição, mas extinguir o mecanismo corresponderia a paralisar o país. Um juiz qualquer de primeira instância poderia mandar prender um ministro de estado.

É uma mentira grotesca, fruto da desinformação e da demagogia, a história de que só o Brasil dispõe de foro especial. Ora, caso se crie uma vara específica para processar autoridades, fora dos tribunais superiores, não será, ainda assim, foro especial? Existe na França, por exemplo. De resto, quem disse que, a depender do resultado, o caso não iria parar mesmo é no Supremo e no STJPedir simplesmente o fim do foro especial corresponde a jogar o país na baderna.

Vamos seguir com outros temas que os fazem querer enforcar um senador com as tripas de um deputado.  Que tal financiamento público de campanha? Pois é! Eu sou contra. Sempre fui contra. Mas não vejo alternativa para 2018. A outra possibilidade é ficar tudo como está. E aí o crime organizado dará as cartas na eleição. Não pode haver doação de empresas. As feitas por pessoas físicas são irrisórias.

De onde sairá o dinheiro? Responder um “de lugar nenhum; que se virem” corresponde a negar a democracia. Não que isso me estranhasse… Há grupos disfarçados de arautos da democracia e da liberdade cujo credo, sem favor, poderia ser considerado fascista se tivessem alguma importância.  Mais um pouco de ódio gratuito? O voto em lista! Sim, sempre fui contra. Continuo contra. Tanto é assim que tenho uma proposta que nega o dito-cujo. A questão é saber se existe alternativa para 2018. E qualquer pessoa responsável sabe que não há. Se o financiamento for público em 2018, e tudo indica que será, o voto em lista tem de ser uma consequência. A única coisa razoável a fazer é restabelecer o financiamento de empresas para 2022, com voto distrital ou distrital misto.

Sim, claro, você pode se esgoelar contra o financiamento público e o voto em lista em 2018, mas você estará obrigado a oferecer uma alternativa viável. Ou será só um vigarista. Achar que se consegue, em seis meses, restabelecer financiamento de empresas, além de criar distritos eleitorais para voto distrital (ou distrital misto), é coisa de demagogo ou de energúmeno — ou as duas características combinadas numa só mente divinal.

É verdade, meus caros, o Brasil está bem longe do paraíso. Mas cuidado com aqueles que excitam o seu ódio contra perigos inexistentes, de olho, no mais das vezes, em seus próprios interesses — não raro, pecuniários.
A indústria do ódio é bastante rentável, e a ambição dos pilantras não tem limites.
Respire.
Reflita.
Estude.
Repudie a manada.
Ignore os profetas do caos.


Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA 


quarta-feira, 23 de março de 2016

Estimulado por Dilma, Boulos promete incendiar o país se houver impeachment - Boulos tem a mesma facilidade de Lula - expelir m ... pela boca - pode ser facilmente contido

Então vamos lá! Ele sai com as suas milícias, e nós ficaremos com as leis e com a mansidão convicta. Vamos ver quem ganha

[devemos também considerar que agora que Zavascki livrou Lula do alcance do juiz Sérgio Moro (Lula que viveu os últimos dias a base do Lexotan (tranquilizante) e SORO CASEIRO (anti diarreico ideal para conter diarreia causada por medo - no caso de Lula medo do Sérgio Moro) é bem provável que o apedeuta passe também a expelir bazófias ameaçando a ORDEM PÚBLICA - considerando que o 'Nosso Guia' não tem nenhum tipo de imunidade poderá ser preso, em flagrante, por qualquer delegado de polícia, pelo crime de ameaça.]

Ulalá!
Ao ler uma reportagem do Estadão desta quarta-feira, fiquei com a impressão de que foram Dilma e as esquerdas que colocaram 3,5 milhões de pessoas nas ruas do domingo retrasado.  Mais: fui apresentando a um país em estado de pré-insurreição e aprendi que o líder da revolução se chama Guilherme Boulos, que, como antevi há tempos, usava o tal MTST apenas como plataforma inicial de sua carreira política. Agora ele é apresentando também como coordenador da Frente Povo Sem Medo.

Nem Marat, o porra-louca dos jacobinos da Revolução Francesa, se dizia “coordenador do povo”. Ele se contentava apenas em ser um “amigo”. Boulos é mais ambicioso. Tanto esse coxinha vermelho como João Pedro Stedile, o burguês rural do capital alheio, que comanda o MST, prometem que o Brasil não terá sossego se houver impeachment. Boulos ameaça abertamente: “Este país vai ser incendiado por greves, por ocupações, mobilizações, travamentos. Se forem até as últimas consequências nisso, não haverá um dia de paz no Brasil”.

A ameaça, como se nota, tem um claro caráter terrorista. Boulos se acha acima da Constituição e das leis. Ou as instituições se vergam às suas vontades, ou ele promete tornar a nossa vida um inferno. Eu diria que o Brasil tem um sistema legal para coloca-lo sob controle. Ele nos ameaça com o terrorismo, e a gente o contém com a ordem institucional.

Para amanhã, as esquerdas prometem reunir 50 mil pessoas no Largo da Batata, em São Paulo, e depois marchar… até a Globo, é claro! Os aparelhos petistas prometem manifestações ainda em Brasília, Rio, Curitiba, Fortaleza, Recife e Uberlândia. E há, claro!, os tais manifestos de intelectuais.

É evidente que se trata de coisa de vigaristas. É impressionante a cara de pau dessa gente. Sem resposta para a roubalheira descarada; sem ter o que dizer diante do desastre econômico a que Dilma conduziu o país; apalermada pelas revelações estarrecedoras da Lava Jato, essa súcia faz o que a esquerda sempre fez ao longo da história: ignora os próprios crimes e inventa uma tese contra “a direita” para unir os “progressistas”.

Conversa mole Tudo isso constitui, é evidente, uma ameaça. E, no entanto, não passa de conversa mole. Já vimos esse filme antes.  Se preciso, a sociedade brasileira vai enfrentar Boulos e suas milícias nas ruas. Mas não vai ser no braço, não. Vai ser na lei.  Finalmente, observo que o discurso irresponsável feito por Dilma nesta terça estimula esse tipo de retórica inflamada. Eles querem sangue. Nós os enfrentaremos com uma arma invencível: a mansidão convicta.

Fonte: Reinaldo Azevedo - Blog na Veja