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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Vai ter Carnaval? Vai, sim, senhor! - Revista Oeste

Bruno Meyer

Ao cancelar o réveillon no Rio de Janeiro, a procura por hotéis na cidade caiu até 80%


Carnaval no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, em 2020 | Foto: Celso Pupo/Shutterstock
Carnaval no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, em 2020 | Foto: Celso Pupo/Shutterstock

Farra carioca…

Quem esteve com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, nas últimas semanas tem opinião unânime: ele só deu o primeiro passo para anunciar o cancelamento do réveillon no início do mês — e depois voltar atrás, ao liberar os fogos de artifício pela cidade — por conta da pressão da imprensa e sobretudo para poupar o Carnaval da cidade. O anúncio de Paes, com declarações de que “respeitamos a ciência”, foi o caos para serviços que lucram com a virada, como hotéis. Na semana da declaração, a procura, que ia muito bem, caiu até 80% em alguns lugares.

…e baiana
Quem comanda algumas das festas ou camarotes da Marquês de Sapucaí também é unânime em dizer: o Carnaval carioca vai acontecer, com ou sem avanço da variante Ômicron no país. [sic] O otimismo não é o mesmo na Bahia. A dificuldade de prefeituras e empresas privadas que organizam festas está agora em atrair polpudos patrocinadores, como bancos e cervejarias. Elas negaram patrocínio para a maioria. Não por falta de dinheiro. Mas por não querer, neste ano, associar a marca com a festa do Carnaval. [comentário curto e grosso: carnaval e 'rock in Rio' não podem, não devem acontecer em 2022 - confiamos que não  acontecerão. 
O Brasil tem incontáveis atrações, belezas naturais, portanto, não necessita valorizar certos eventos, que não possuem valor real.]

De Salvador para o mundo!

Artistas que estão cancelando shows no Carnaval de Salvador estão abertos para conversar para festas e shows na mesma época em outras regiões. O único que se mantém firme e não se apresentará em nenhum lugar é Gilberto Gil, dono — ao lado da mulher, Flora — do Expresso 2222, um dos maiores camarotes do circuito Barra–Ondina.

Open bar diferente
A carteira de vacinação vai ser o principal documento exigido em algumas das festas de réveillon mais procuradas em praias do Nordeste. Em Itacaré, na Bahia, a festa organizada por José Victor Oliva terá um centro de monitoramento para detectar se os frequentadores estão com sintomas de resfriado e gripe. O open bar também não terá garçons servindo bebidas aos presentes. “Cada um se serve. O réveillon é só o início de uma forma de construir eventos no Brasil”, diz Ju Ferraz, diretora da Holding Clube, grupo paulista que organiza o evento e tem disponíveis menos de 10% dos ingressos para atingir a lotação. “Esperava aderência, porque todo mundo quer viver e agradecer por estar vivo e com saúde neste ano com tantas alterações, mas a gente não imaginava que fosse esse sucesso todo.”
Sem check-in
O Emiliano, símbolo de luxo no ramo hoteleiro em São Paulo e Rio, assina na próxima semana o quarto contrato da marca v3rso. O projeto é de autoria do CEO do hotel, Gustavo Filgueiras, e está centrado em expandir os negócios da rede, usando a grife de luxo numa versão mais em conta, mas com o mesmo padrão de qualidade. A gênese está no que Filgueiras pensa como sendo o futuro da hotelaria no mundo, com mais tecnologia no acesso a serviços e sem grandes interações humanas. Ele conta que muitos hóspedes atualmente não gostam nem que uma pessoa carregue as malas até o quarto — e aposta que check-in será coisa do passado. O v3rso expande para um público de 30 a 40 anos, mais jovens do que os tradicionais frequentadores do hotel (que estão na faixa de 45 a 50 anos), e por cidades brasileiras que buscam serviços de altíssima qualidade por até um terço de uma tarifa do hotel (em média, a diária no Emiliano da Rua Oscar Freire, em São Paulo, está em R$ 2.300). Nos próximos quatro anos, Filgueiras quer abrir 25 hotéis em parceria com incorporadoras no modelo v3rso no Brasil, em lugares como Londrina, Belo Horizonte, Curitiba e Fortaleza. Os investimentos da nova marca somam R$ 10 milhões nos próximos cinco anos.
 
(...)

Virada milionária
Sempre foi caro, mas neste ano está mais. O Copacabana Palace, fundado em 1923, cobra cerca de R$ 70 mil por um pacote do dia 28 de dezembro a 3 de janeiro, incluindo a festa da virada. Em São Paulo, o Palácio Tangará fecha atualmente apenas pacotes de seis diárias, incluindo a ceia de 31 de dezembro, pela cifra de R$ 28 mil.
Novo livro
Fenômeno de vendas no país, o padre Reginaldo Manzotti prepara um novo livro, com lançamento para março de 2022, editado pela Petra, do grupo Ediouro. A obra — ainda sem título definido — gera expectativa, porque os eventos do paranaense Manzotti, incluindo shows em cidades como Fortaleza, onde já juntou 1,2 milhão de pessoas na Praia de Iracema, sempre reúnem milhares de fiéis. O padre vendeu mais de 6 milhões de livros em 22 títulos, sendo Batalha Espiritual o principal e o mais vendido do país em 2017.
 
O fim dos carros populares…
No ano em que o Onix, carro de entrada da Chevrolet, passou a custar R$ 91 mil, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, dá um banho de água gelada. Para ele, também executivo da Mercedes-Benz, o carro popular no Brasil acabou — e não voltará mais. “Não existe mais a figura do carro pé de boi, sem segurança, sem airbag”, disse a Oeste. “A sociedade não aceita mais esse tipo de veículo. Para cumprir as exigências, como redução de consumo e de emissões, é preciso mais investimentos e, por isso, os veículos ficam mais caros. O carro básico não vai existir mais.”

…e a mudança do desejo do brasileiro 

(...)

Leia também “Elon Musk, a obra”

Revista Oeste - INTEGRA DA MATÉRIA

 


quinta-feira, 10 de junho de 2021

Inquérito sem fim - Folha de S. Paulo

Disputas e falta de objetividade ameaçam investigação sobre atos golpistas [Inquérito do fim do mundo = o que falta ao inquérito é apenas a ocorrência dos fatos que investiga = não ocorreram atos antidemocráticos, assim, falta o objeto.]

São decepcionantes os resultados alcançados até agora pelo inquérito aberto para investigar os atos antidemocráticos organizados por seguidores do presidente Jair Bolsonaro em abril do ano passado. Após mais de um ano desde que o mandatário foi à porta do quartel-general do Exército inflamar a turba golpista, que pedia o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, as apurações parecem longe de um desfecho.

Surgiram evidências de que aliados do presidente estiveram entre os articuladores e os financiadores das manifestações —e ainda apoiaram os tresloucados que pouco depois usaram fogos de artifício para tentar intimidar o STF.  Acumularam-se também indícios de envolvimento de nomes da cozinha do Palácio do Planalto com a ampla rede de militantes bolsonaristas que usa a internet para espalhar desinformação, difamar autoridades e fomentar descrédito nas instituições democráticas.

Dezenas de pessoas, incluindo 11 deputados federais, foram alvo de buscas e interrogatórios. Várias foram presas em caráter preventivo, e algumas até hoje estão submetidas a restrições para não atrapalhar as investigações.  Apesar de tudo isso, a Polícia Federal se diz incapaz de oferecer um retrato conclusivo sobre as ligações desses grupos com o círculo do presidente e pede mais tempo para desvendar os laços que unem os provocadores e as fontes de recursos que os sustentam.

A Procuradoria-Geral da República, que requisitou a abertura do inquérito no ano passado, quer encerrar as investigações sobre os congressistas envolvidos e transferir o restante do caso para instâncias inferiores da Justiça. Na segunda-feira (7), com o levantamento do sigilo dos autos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, foi possível constatar também que as autoridades desperdiçam tempo batendo cabeça em vez de cooperar.

A Procuradoria acusa a PF de atirar a esmo, abandonando linhas de investigação prioritárias para perseguir outras hipóteses sem chegar a lugar nenhum —mas levou ela mesmo cinco meses para examinar o material colhido pela polícia e chegar a esse diagnóstico. Dado o alinhamento do procurador-geral, Augusto Aras, com os interesses de Bolsonaro, que deve renovar seu mandato em breve, é de se imaginar se a Procuradoria quer mesmo investigar alguma coisa ou trabalha apenas para desacreditar o trabalho da PF. Caberá ao ministro Alexandre de Moraes decidir o futuro do inquérito. Se cumpre reconhecer que resposta das instituições serviu para conter o surto autoritário do ano passado, resta identificar e punir os eventuais responsáveis.

Opinião - Folha de S. Paulo

 

terça-feira, 16 de junho de 2020

Esticando a corda – Editorial - O Estado de S. Paulo

Para o general Luiz Eduardo Ramos, o Judiciário estará provocando uma reação militar se entender que houve irregularidade na campanha de Bolsonaro

sábado, 27 de janeiro de 2018

Lula condenado - O que resta a Lula