'Não está correto': Mourão critica Alcolumbre por atraso em sabatina de Mendonça para o STF
A
manifestação de Lewandowski foi feita no voto que proferiu no
julgamento da ação apresentada pelo PSOL [Psol, partideco sem votos, sem noção, sem representatividade e que usa o Poder Judiciário para tentar impedir o governo Bolsonaro de governar.
Pretende que o Poder Judiciário lhe forneça os votos que nunca teve e nunca terá.]que questiona a postura de
Bolsonaro perante a pandemia de covid-19. O partido aponta lesão a
preceitos fundamentais em declarações e manifestações públicas feitas
pelo presidente da República e alguns membros do Congresso Nacional.
Em
seu voto, o ministro afirma que as redes sociais tendem a amplificar o
fenômeno da polarização de grupo, mas representam um importante fórum de
debates públicos, dos quais, com uma frequência cada vez maior,
participam autoridades governamentais, cujos pronunciamentos adquirem
caráter oficial, sobretudo quando tratam de temas de interesse da
coletividade, ainda que seus emissores não tenham essa intenção."Por
isso, é preciso que todos aqueles que delas participem ajam com
moderação e responsabilidade, notadamente o Presidente da República,
devendo suas manifestações refletir, sempre e necessariamente, o elevado
múnus público do qual está investido", disse.
A relatora da ação é
a ministra Rosa Weber, que rejeitou o pedido feito pelo partido por
considerar que o Judiciário não pode "estabelecer uma curatela judicial
sobre o Presidente da República", "instaurando-se espécie anômala de
controle de constitucionalidade jurisdicional preventivo".
Para
Rosa, "transgressões pontuais e episódicas aos princípios e regras
constitucionais, praticadas por autoridades públicas ou particulares,
ocorrem com frequência no universo fenomênico e exigem a intervenção
judicial reparadora, em caráter preventivo ou repressivo, diante de
situações concretas e específicas".
Lewandowski, porém, discordou
da ministra por entender que nada impede que as determinações
estabelecidas pelo Judiciário, sobretudo em um caso como o analisado,
"se projetem para o futuro, de modo a garantir o cumprimento de suas
decisões ao longo de um período mais dilatado".
"Nesse sentido, penso que embora a responsabilização a posteriori
tenha um papel importante, ela não consiste – e não pode consistir – na
única forma de prevenção contra a erosão democrática que pode ser
provocada pelo discurso das autoridades governamentais", disse o
ministro.
Segundo o ministro, "o discurso dos agentes
governamentais – e, por discurso, refiro-me a todo e qualquer
pronunciamento externado na esfera pública, de ampla e fácil
disseminação – não pode ser infenso à análise judicial de sua
conformação com os princípios que regem nossa Carta Política".
Congresso: Líder do governo reúne assinaturas na CCJ em apoio a André Mendonça
"Numa
república plural e democrática como se pretende seja a nossa, não é
difícil perceber que todo e qualquer pronunciamento governamental,
sobretudo quando amplificado pela utilização maciça de redes sociais,
pode estimular reflexões, comportamentos, e até mesmo influenciar
atitudes de violência e desrespeito aos princípios fundamentais
invocados na inicial, por conta do fenômeno que a Economia
Comportamental nomina de “polarização de grupo”, ressaltou.
A ação
está sendo julgada pelo plenário virtual do STF, quando não há o debate
entre os ministros, até o próximo dia 18. Até agora, votaram apenas
três ministros: Rosa Weber, que foi acompanhada por Alexandre de Moraes,
e Lewandowski.
Na
petição, apresentada em abril de 2020, o partido defende que “se a
garantia do direito à saúde é dever do Estado, cumpre primariamente ao
Chefe de Estado, ou seja, ao Presidente da República, providenciar a
tomada das medidas necessárias para sua regulamentação, fiscalização e
controle”.
Entre os fatos mencionados na ADPF estão a manifestação
antidemocrática do dia 20 de abril, em frente ao Quartel-General do
Exército em Brasília, e a reunião ministerial do dia 22 de abril, na
qual Bolsonaro declarou-se enfaticamente competente para intervir na
Polícia Federal. Na mesma ocasião o então ministro da Educação, Abraham
Weintraub, declarou que todos os Ministros do STF deveriam ser postos na
cadeia, tratando-os como “vagabundos”.