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sábado, 8 de outubro de 2022

A proteção à vida em 2023 - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

O Brasil não aguenta mais dois Barrosos, dois Alexandres ou dois Fachins indicados por um corrupto que estava preso e que foi solto exatamente por uma manobra ativista da Corte 
 
Há enormes diferenças entre a política norte-americana e a brasileira, desde o próprio colégio eleitoral até o cenário que envolve partidos; no Brasil são dezenas deles, e nos EUA apenas os dois maiores importam e ditam os caminhos políticos. No entanto, há muito que podemos aprender com algumas lições que a política norte-americana oferece. Uma delas é o pragmatismo de muitos eleitores e como a paixão por políticos — mas sim por políticas! — dificilmente rege a tomada de decisões na urna.
 
Jair Bolsonaro vota no Rio de Janeiro, no primeiro turno das eleições 2022 | Foto: Pedro Kirilos/Estadão Conteúdo

Jair Bolsonaro vota no Rio de Janeiro, no primeiro turno das eleições 2022 | Foto: Pedro Kirilos/Estadão Conteúdo  Fraser Myers

A eleição presidencial norte-americana de 2016 traz um ponto de reflexão para os brasileiros que não votaram em nenhum candidato no primeiro turno no último domingo. Talvez seja hora de pensarmos como muitos norte-americanos pensaram na época daquela também polarizada corrida eleitoral. Na histórica eleição que deu a vitória a Donald Trump, os eleitores rejeitavam ambos os candidatos, e o pleito de 2016 ficou marcado como “uma eleição entre dois candidatos ruins”. E foi ali que muitos — muitos — republicanos mostraram o que é chamado aqui nos EUA de “single issue voter”, ou “eleitor de questão única”.

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos - 
Foto: Shealah Craighead/White House

Alguns, sem demonstrar apoio incondicional a Trump, votaram no empresário de sucesso apenas pela experiência na economia e em negociações, afinal, a América é a terra da oportunidade. Outros votaram contra Hillary Clinton e sua plataforma de governo que já demonstrava que o Partido Democrata fazia uma guinada severa à esquerda radical. No entanto, como uma grande nação cristã, um dos pontos mais importantes que pesaram a balança a favor do malcriado do Twitter foi o foco “na floresta, e não na árvore”, como dizem por aqui. Principalmente para os eleitores nada nada Trumpistas. O alvo? A Suprema Corte Americana.

Em 2016, em seu último ano na Presidência, Barack Obama teve a chance de nomear um juiz para a Suprema Corte, Merrick Garland, para suceder a Antonin Scalia (nomeado por Ronald Reagan) e que havia falecido em fevereiro daquele ano. Na época, comentaristas políticos e historiadores reconheceram amplamente o juiz Scalia como um dos membros mais conservadores do Tribunal e observaram que Merrick Garland, um centrista para muitos, seria um substituto menos conservador — mudando assim o equilíbrio ideológico do Tribunal por muitos anos no futuro. A confirmação de Garland daria aos democratas uma maioria na Suprema Corte pela primeira vez desde 1970. Com maioria no Senado em 2016, os republicanos não votaram a indicação de Obama, e a decisão que pesasse a balança ideológica da SCOTUS ficou para o presidente eleito em novembro de 2016.

Com uma mancha brutalmente ativista em sua história, o famoso caso Roe vs Wade, processo usado pela Suprema Corte Americana para legalizar o aborto em 1973, muitos cristãos, republicanos, democratas e independentes que são contra o aborto taparam o nariz em 2016, miraram na floresta e ajudaram a eleger Donald Trump. O principal motivo, de acordo com uma pesquisa em 2017, foi exatamente o pensamento voltado para o tribunal mais alto nos EUA: resgatar a maioria na Corte e trabalhar para reverter a lei que nasceu de um ativismo judicial histórico e que já ceifou a vida de quase 63 milhões de bebês desde 1974.

Eleição ganha em 2016, logo em abril de 2017, Neil Gorsuch, um defensor do originalismo na interpretação da Constituição dos Estados Unidos (o que os Pais Fundadores estabeleceram nos documentos) foi confirmado para a SCOTUS através da primeira nomeação de Trump. Em 9 de julho de 2018, o presidente Trump nomeou mais um juiz conservador para a Suprema Corte dos EUA, Brett Kavanaugh, desta vez para preencher o cargo vago pelo juiz Anthony Kennedy, que havia se aposentado.

A balança, até então sólida para o lado progressista e ativista, havia finalmente sofrido severo dano. Para aqueles que votaram em Donald Trump de olhos fechados, mas com olhos na Suprema Corte — aqueles que clamavam e defendiam que 2016 seria uma eleição para 40 anos, e não apenas quatro —, o trabalho estava iniciado e a partir dali seria uma questão de tempo até a Corte revisitar o diabólico Roe v. Wade. 
A Suprema Corte nos EUA é sempre um assunto extremamente estratégico para qualquer presidente nos EUA — e deveria ser para nós brasileiros também. 
Em 2020, a morte de uma importante juíza da ala mais progressista da Suprema Corte Americana, Ruth Bader Ginsburg, deu a Donald Trump mais uma indicação para o Supremo Tribunal. Embora a juíza tenha sido uma mulher discreta, ela se tornou um ícone da esquerda norte-americana ainda em vida, muito por suas decisões inflamadas, recheadas de ativismo e interpretações muito particulares acerca da Constituição norte-americana. Ginsburg tinha uma visão para a América de “tornar a América mais justa, para tornar a justiça maior”. Algo como um Barroso de saias nos EUA.

O vencedor das nossas eleições no segundo turno no Brasil em 30 de outubro indicará dois — DOIS! — ministros para o Supremo Tribunal Federal em 2023. Depois de tudo que vimos nos últimos dois anos, tantas barbaridades inconstitucionais cometidas por aqueles que deveriam respeitar e proteger nossa Constituição, o que mais precisamos testemunhar para fazer retórica pergunta se o Brasil aguenta mais dois Barrosos, dois Alexandres ou dois Fachins indicados por um corrupto que estava preso e que foi solto exatamente por uma manobra ativista da Corte?

Barroso ou Ginsburg não representam minorias ou mulheres como tentam se autorretratar. Eles estampam muito mais. Eles são a configuração do tipo de “jurisprudência” que essa espécie de ungido pratica: o ativismo judicial em sua mais pura essência.  
Não há uma palavra sequer sobre aborto nas Constituições norte-americana e brasileira, e é absurdo pensar que tal direito estava (ou está) escondido, esperando para ser descoberto por advogados ou juízes progressistas que de alguma forma veem a Constituição “real” como algo que precisa ir mudando de acordo com a sociedade ao prazer de suas canetas. 
 
Para esses moradores das torres de marfim, “direitos” e outros elementos que são magicamente descobertos na Constituição sem passar pelas Casas Legislativas. Fazer leis não é tarefa de juiz
O trabalho do juiz é garantir que a lei seja seguida e aplicada num determinado caso. 
Não importa se a lei é injusta — isso não é uma premissa do Judiciário. 
Se alguém tem uma visão para a América ou para o Brasil e deseja tornar as leis mais justas, então há um lugar para você: o Congresso. É ali que as leis são feitas.
Para 30 de outubro, a situação para os milhões de brasileiros, como eu, que defendem a vida fica mais frágil ainda com a vitória do ex-presidiário. Não são apenas os dois ministros indicados para o STF que trazem preocupação, mas o fato de que Lula diz abertamente ser a favor da legalização do aborto e o pior: 
- a já anunciada implementação da prática diabólica de ceifar vidas inocentes no ventre de suas mães como “política de saúde pública”,             
- ladainha demoníaca também empurrada aos norte-americanos usando Roe. V. Wade.  
Por décadas, os regressistas (chega de escrever progressistas) na Suprema Corte dos EUA lutaram para justificar a decisão de Roe v. Wade, mas sempre foi muito difícil defender o indefensável. 
Em Roe v. Wade, os juízes simplesmente inventaram um direito que não existe. 
E este foi um erro lamentável que não apenas tirou dos Estados o direito e a autonomia para decidirem a questão através de suas legislaturas estaduais, mas ceifou a vida SESSENTA E TRÊS MILHÕES de bebês nos ventres de suas mães desde os anos 1970.

A democracia não é muito boa em muitos aspectos, ou sequer perfeita, mas as instituições democráticas são a forma como resolvemos essas divergências

Para aqueles que taparam o nariz e votaram no malcriado do Twitter exatamente pelas indicações à SCOTUS para a reversão de Roe v. Wade, os dividendos foram colhidos em 2022. Depois de quase meio século, os eleitores norte-americanos finalmente tiveram seus direitos restaurados sobre a questão do aborto
Em junho deste ano, a decisão mais desonesta e destrutiva da história dos Estados Unidos finalmente foi derrubada.
 A Suprema Corte, com maioria conservadora graças a Donald Trump, anulou Roe v. Wade e, efetivamente, encerrou o reconhecimento do “direito constitucional” ao aborto, dando aos Estados o poder de permitir, limitar ou proibir completamente a prática. 
Uma vitória não apenas para aqueles que são contra o aborto, mas para aqueles que têm Constituições como o único norte possível em uma nação séria, já que o que sempre esteve no centro desse debate não era apenas a sagrada proteção à vida humana, defesa importante para um país fundado em preceitos cristãos, mas a manutenção de um dos pilares mais preciosos da república norte-americana: o federalismo e a autonomia dos Estados de passar suas próprias leis de acordo com o que a população deseja.

Para milhões de cristãos nos EUA, o voto em Donald Trump em 2016 tinha um objetivo bem maior que todos nós: a proteção à vida humana. Em uma passagem de uma decisão da Suprema Corte de 1992, no caso Planned Parenthood vs. Casey, o juiz Anthony Kennedy, também nomeado por Ronald Reagan, escrevendo para a maioria, disse: “No coração da liberdade está o direito de definir o próprio conceito de existência, de propósito, de universo e do mistério da vida humana. Crenças sobre esses assuntos não podem definir os atributos da personalidade se forem formadas sob coação do Estado”. Derrubar Roe. v. Wade não encerrará a luta para proteger a vida humana no útero, mas é uma das batalhas mais importantes para os cristãos aqui nos Estados Unidos, principalmente pelo que o caso simboliza no mundo, com eco também no Brasil.

Alguns de nós têm ideias sobre o que é justo, decente, bom, prudente e necessário que são radicalmente diferentes das ideias que outros norte-americanos ou brasileiros têm sobre o que é justo, decente, bom, prudente e necessário. 
A democracia não é muito boa em muitos aspectos, ou sequer perfeita, mas as instituições democráticas são a forma como resolvemos essas divergências. 
É disso que elas derivam sua legitimidade. 
A democracia tem suas deficiências — principalmente enraizadas no fato de que os seres humanos são universalmente falhos, mas a alternativa — a de não obedecer ou respeitar os pilares institucionais de uma nação — é inflamar a sociedade, já tão inflamada, por causa de desentendimentos. E talvez algumas graves fagulhas que estejam mantendo o fogo da discórdia aceso estejam vindo exatamente dessas falhas de nossas instituições em se manterem em suas esferas e prerrogativas.
plano de governo de bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro, durante evento no Centro de 
Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília – 10/08/2022 - 
 Foto: Fátima Meira/Estadão Conteúdo

A verdadeira fissura que atravessa a SCOTUS e o STF não é entre os chamados progressistas e conservadores, mas entre aqueles que acreditam que os juízes são super legisladoresa grande maioria hoje no Supremo Tribunal Federal com poderes para impor sua própria visão sobre a sociedade, e aqueles que acreditam que os juízes são limitados pelo que a lei realmente diz. Podemos escolher o que falar, o que fazer, como votar — mas não podemos escolher as consequências de atos levianos, impensados ou imaturos.

Há muito em jogo nesta eleição presidencial no Brasil e, assim como a de 2016 nos EUA, será marcada pela pavimentação dos próximos 40 anos e não apenas quatro. Há muito em jogo nos campos sociais, econômicos, intelectuais — fato. Mas há algo maior também em jogo a sagrada proteção à vida humana e ao direito nos dado por Deus de nascer. Em 30 de outubro, cabe a nós, cristãos, sermos também a voz dos milhões de vidas inocentes que ainda não podem falar. [ao digitar 22 e pressionar a tecla  confirmar, devemos vibrar,  criativamente: 
- BOLSONARO PRESIDENTE, Lula na cadeia; não é absurdo, supremas decisões, podem ser revistas, por um simples voto de diferença.]

Leia também “Se eu posso sonhar”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 21 de abril de 2022

Corruptor sem corrupto - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

O empreiteiro Marcelo Odebrecht é, para o Supremo Tribunal Federal, um corruptor que não corrompeu ninguém

O empreiteiro de obras Marcelo Odebrecht, uma das principais estrelas do sistema de corrupção em massa do governo Lula, está no centro de uma situação realmente prodigiosa - dessas que só mesmo a alta Justiça brasileira, como ela funciona hoje, poderia fornecer.  
Marcelo, condenado por crime de corrupção na Operação Lava Jato, e atualmente cumprindo os momentos finais de sua sentença (em regime aberto, é claro), foi agraciado pelo ministro Edson Fachin com uma redução da pena - mais a liberação de uma conta de US$ 11 milhões no exterior que estava bloqueada estava bloqueada pela Justiça.

Mas aí é que está a beleza da história toda, inédita nos anais do Judiciário: o empresário recebeu esses mimos porque Fachin considerou que a sua delação premiada, na qual deixou a nu a roubalheira descontrolada da era Lula, foi “efetiva”, ou seja, rendeu o que se esperava dela. A delação de Marcelo era uma espécie de “contrato de performance”: se suas acusações realmente provassem a prática de crimes por parte dos delatados, o prêmio seria maior, em termos de redução da sua própria pena. A suprema Justiça brasileira, agora, decreta que Marcelo cumpriu a sua parte, ou seja, que falou a verdade ao delatar crimes de corrupção - mas também decreta, ao mesmo tempo, que a ajuda que prestou não serve para rigorosamente nada, já que não aconteceu rigorosamente nada com os ladrões denunciados por ele. 

Fachin acaba de criar, com a sua decisão, um formidável desafio doutrinário aos mais agudos cérebros jurídicos do planeta - a figura do corruptor sem corrupto. Imaginava-se, até agora, que essas coisas vinham juntas: para corromper, o corruptor precisa de alguém que aceita ser corrompido. Não mais. Para o Supremo Tribunal Federal brasileiro, Marcelo Odebrecht é um corruptor certificado por fé pública, tanto que acaba de ser premiado, por sentença judicial, pela delação que fez. Mas é, segundo nossa suprema corte, um corruptor que não corrompeu ninguém.

Como assim? Simples: o mesmo STF, através do mesmíssimo Fachin, recusa-se oficialmente a punir o principal delatado pelo empreiteiro - o ex-presidente Lula. Tempos atrás, numa das decisões mais dementes jamais tomadas na História do Direito Universal, o ministro anulou, sem o mínimo fundamento em qualquer fato relevante, as quatro ações penais que existiam contra Lula, incluindo sua condenação pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro - condenação em terceira e última instância, como resultado das decisões de nove juízes diferentes.

Temos no Brasil, assim, o crime de corrupção sem o corrupto. Ou melhor: sabe-se perfeitamente quem foi denunciado por Marcelo Odebrecht como sendo o corrupto. Ele tem nome, endereço, CPF e é candidato a presidente da República. Até outro dia, aliás, tanto ele próprio como os seus devotos achavam que já tinham ganhado a eleição, no primeiro turno, e com mais de 100% dos votos; estavam brigando, naquela altura, por-cargos no exterior. É este o Brasil que o STF criou.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 

 

segunda-feira, 28 de março de 2022

Lula-Alckmin é a aliança mais cínica de que se tem notícia na vida política brasileira - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Alckmin, ao se unir a Lula, está se unindo a tudo o que sempre combateu em sua vida

O ex-governador Geraldo Alckmin está entrando para a história política do Brasil como um caso extremo de hipocrisia, de falsidade ou de oportunismo ou, muito provavelmente, as três coisas ao mesmo tempo.  
Trata-se de um exagero, mesmo para os baixíssimos padrões de moralidade da política nacional: é comum que a fauna deste ecossistema vire casaca o tempo todo, e passe a dizer hoje o contrário do que dizia ontem, mas Alckmin é realmente uma história de superação. Dias atrás ele assinou sua ficha de inscrição num desses pequenos partidos que prestam serviços ao PT e se qualificou, oficialmente, para ser candidato a vice-presidente na chapa de Lula nas eleições presidenciais de 2022. É a aliança mais cínica de que se tem notícia, há anos, na vida política brasileira.

Desde que começou a se anunciar a possibilidade desta aberração, tempos atrás, Alckmin passou a ter um problema insolúvel. Antes de se dispor ao papel que está representando hoje, ele disse o seguinte: “Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ou seja, meus amigos, ele quer voltar à cena do crime”. Como sair, agora, de um negócio desses? Não foi a mídia que falou em volta à cena do crime, nem os adversários; foi ele mesmo, Alckmin, de sua livre e espontânea vontade, e por iniciativa própria.

Falando em português claro, para não complicar as coisas, Alckmin chamou Lula de ladrão coisa que o seu principal adversário, o presidente e também candidato Jair Bolsonaro até agora não fez, não com essas palavras ou com essa clareza. Depois de ter dito, não retirou o que disse. Quer dizer, então, que o ex-governador está pronto a servir como vice de alguém que ele considera corrupto? Sim, quer dizer exatamente isso.

Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pela Justiça brasileira, em três instâncias e por nove magistrados diferentes; Alckmin, portanto, estava apenas anunciando um fato, quando falou em volta “à cena do crime”. 
O problema é por que ele, agora, se bandeou para o lado dos que considerava criminosos até outro dia. 
Não é só a questão da ladroagem, que bateu recordes na era Lula-Dilma – um caso raro na história universal da roubalheira, com os ladrões assinando confissões de culpa e devolvendo dinheiro roubado. Alckmin, ao se unir a Lula, está se unindo a tudo o que sempre combateu em sua vida. Ele está agora, por exemplo, no mesmo palanque que o MST – que, segundo Lula, vai “participar” ativamente do seu governo. 
Um de seus colegas de campanha já disse que escritura de propriedade de terra, para ele, só se for assinada por Deus, com firma reconhecida. É o novo Alckmin.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 2 de agosto de 2021

‘Quem quer eleição suja é o ministro Barroso’, diz Bolsonaro - Revista Oeste

Presidente também falou sobre Lula: 'Querem dar a direção do Brasil para um corrupto, cachaceiro, que arrebentou as estatais e loteava tudo'

Jair Bolsonaro voltou a criticar o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso
Jair Bolsonaro voltou a criticar o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso | Foto: Alan Santos/PR

Em conversa com apoiadores ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta segunda-feira, 2, Jair Bolsonaro voltou a criticar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, e a defender o voto verificável para as eleições do ano que vem. “Quem quer eleição suja e não democrática é o ministro Barroso. Esse cara se intitula como [quem] não pode ser criticado”, afirmou Bolsonaro, em declarações transmitidas por meio de suas redes sociais.

Leia mais: “Bolsonaro participa de ‘motociata’ a favor do governo”

“O Barroso ajuda a botar o cara [Lula] para fora da cadeia, torna elegível… E o Barroso vai contar os votos dele lá? Qual a consequência disso?”, disse o presidente.

Ainda sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode ser seu adversário nas eleições de 2022, Bolsonaro afirmou que o governo petista fazia “tudo” para permanecer no poder.

Querem dar a direção do Brasil para um corrupto, cachaceiro, que arrebentou as estatais, loteava tudo aqui e vendeu até a mãe para ficar no poder, aparelhou tudo… Querem fazer que nem a Argentina?”, indagou. “Se as eleições tiverem problema, dizem ‘recorra à Justiça’. Qual Justiça? O Supremo, que colocou o Lula para fora e o tornou elegível?”, afirmou o presidente da República.

Leia também: “‘O povo brasileiro não confia no atual sistema’ de votação, diz Filipe Barros”

Revista Oeste 

 

 

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Maioria do STF rejeita investigar cheques de Queiroz para Michelle - VEJA - Radar

O julgamento virtual começou no mês passado, como mostrou o Radar, e já registrou os votos do relator, Marco Aurélio Mello, e de outros cinco ministros

[inimigos do Brasil = inimigos do  Povo brasileiro = inimigos do presidente - desistam; 
por mais que tentem,  não vão conseguir incriminar o presidente Bolsonaro em nada, absolutamente nada. A estupidez de vocês, que em sua maioria são ladrões do dinheiro público, os leva a pensar que o presidente Bolsonaro é corrupto - tentem provar, é uma tarefa impossível, irrealizável, provar crimes não cometidos.]

Seis dos onze ministros do STF já votaram pelo arquivamento do pedido formulado por um advogado de Santa Catarina para que Jair Bolsonaro fosse investigado no caso dos cheques depositados por Fabrício Queiroz na conta da mulher dele, a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

 O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle Bolsonaro durante o lançamento do programa Adote um Parque, no Palácio do Planalto Marcelo Camargo/Agência Brasil

O julgamento virtual começou no fim do mês passado, como mostrou o Radar, e já registrou os votos do relator, Marco Aurélio Mello, e de outros cinco ministros que seguiram seu entendimento contrário ao pedido: Rosa Weber, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Nunes Marques e Ricardo Lewandowski.

Proposto pelo advogado R. B. S., [optamos por não publicar o nome completo do rábula, seguindo nossa política de não conceder holofotes aos que não os merecem -Blog Prontidão Total.] o pedido de investigação pelo crime de peculato contra o presidente da República tinha relação com os famosos cheques de Queiroz — no total de 89.000 reais — depositados na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. [“A despeito dos depósitos terem sido feitos na conta da esposa do noticiado e em período anterior ao mandato presidencial em curso, os fatos relatados pela imprensa são graves e revelam a prática, pelo presidente da República, do crime”,] argumentou o advogado.

 Blog Radar - Revista VEJA


segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Lei de abuso de autoridade, segundo Alexandre Garcia

Modesto Carvalhosa convoca: “Mobilização para o VETO ao Pacote de Abuso de Autoridade”







Lei de abuso da autoridade é a favor do corrupto


Esse verdadeiro Pacote PRO-CRIME, beneficia políticos cleptocratas, os “garantistas” do STF e seus familiares e empresários corruptos. Também beneficia o crime organizado, o tráfico de drogas, e a lavagem de dinheiro”, diz o eminente jurista Modesto Carvalhosa em texto publicado nesta sexta-feira (16) nas redes sociais.
É como este Jornal da Cidade Online sempre sustentou, a luta contra a bandidagem é árdua. Eles são fortíssimos e extremamente organizados.Leis na íntegra o texto de Carvalhosa:


"Quarta-feira foi mais um dia de desmonte da Lava Jato. Agora foi a vez da Câmara dos Deputados, dominada pelo sórdido Centrão, com o apoio decisivo do PT e satélites, sob comando do Presidente da Casa, Rodrigo Maia.  Os velhos partidos corruptos, em dobradinha com os ministros
“garantistas da impunidade” do STF, fizeram seu papel para destruir a Lava Jato e abrir caminho para a criminalização de delegados, promotores e juízes que ousarem combater a corrupção e o crime organizado.

O artifício utilizado foi aprovar, na calada da noite e por
“Votação Simbólica” o “Pacote de Abuso de Autoridade”. Dessa maneira, os “representantes do povo” que cometeram essa monstruosidade não puderam ser identificados pelo eleitorado. O “Pacto de Governabilidade” promovido pelo companheiro Dias Toffoli é um conjunto de ações que começou protegendo corruptos, cleptocratas e criminosos comuns de serem pesquisados pela Receita, Coaf e Banco Central, e agora impedem o início de processos penais, civis ou administrativos que comecem “sem justa causa fundamentada”, sob pena da autoridade encarregada ser condenada a até 4 anos de prisão, multa e perda do cargo público.

Tudo isso, porque não é possível saber ou definir o que quer dizer
“processo penal sem justa causa”, ou seja, de agora em diante, os “garantistas do STF” é que vão definir, caso a caso o que pode e o que não pode ser considerado “justa causa”. Assim, o caminho está aberto para a criminalização de delegados, promotores e juízes que ousarem combater a corrupção e o crime organizado.  Vale lembrar que nas últimas eleições o povo brasileiro votou contra a Cleptocracia e para que houvesse efetivo combate à corrupção.

Devemos continuar mobilizados na luta contra esses bandidos que sequestraram o
Congresso Nacional e o STF. Para tanto, deve o Presidente da República vetar integralmente este corpo de delito, este instrumento do crime aprovado pela Câmara dos Deputados.VETO total ao Pacote de Abuso de Autoridade. Vamos concentrar nossos esforços nessa campanha pelo VETO."


A Verdade Sufocada - Transcrito em 18 agosto 2019



sábado, 27 de janeiro de 2018

Lula condenado - O que resta a Lula

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Executivo admite R$ 1 milhão de caixa dois para Pimentel

Enquanto o STF não decide se Pimentel pode ser julgado sem autorização da Assembleia de Minas, surge o mais contundente depoimento à PF na Operação Acrônimo 

Um executivo do grupo imobiliário JHSF, de São Paulo, admitiu à Polícia Federal o pagamento de doação eleitoral e de R$ 1 milhão em caixa dois para a campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, em troca do lobby que o petista fez quando era ministro do governo Dilma.
Fernando Pimentel, ex-ministro do governo Dilma e atual governador de Minas Gerais (Foto: Ueslei Marcelino / Reuters )
E também alvo de MAIS UMA delação que prova o que todos sabem: o ainda governador e atrapalhado ex-guerrilheiro é corrupto

As revelações foram feitas por Humberto Polati, então diretor de novos negócios da JHSF. O depoimento, obtido por ÉPOCA, é o mais contundente até aqui revelado pela Operação Acrônimo. Polati foi voluntariamente à PF, em Brasília, falar com a delegada do caso, um mês depois de ter sido alvo de um mandado de busca e apreensão. Polati explica que ao falar com Benedito de Oliveira Neto, o Bené (delator na Operação Acrônimo), ouviu que “era chegada a hora de devolver o apoio dado por Fernando Pimentel no projeto do aeroporto Catarina”.  De acordo com a investigação, Bené era uma espécie de operador de Pimentel.

A principal demanda da JHSF era viabilizar o aeroporto Catarina, em São Roque, interior de São Paulo. De acordo com o executivo, a função de Pimentel era garantir que o projeto não enfrentasse dificuldades burocráticas na liberação do empreendimento. Humberto Polati relata encontros pessoais com Pimentel na casa do petista, em Brasília, em um jantar num restaurante português, também na capital, além de uma reunião na sede da JHSF.

Polati disse que José Auriemo Neto, herdeiro da JHSF, acertou R$ 2,6 milhões em “contribuição” para Pimentel, em doação eleitoral – ÉPOCA mapeou R$ 2,5 milhões para a direção nacional do PT. O mais grave, contudo, veio em seguida. Era R$ 1 milhão em caixa dois, pagos diretamente ao instituto de pesquisa Vox Populi. Segundo o dirigente da JHSF, todos os pedidos eram levados a conhecimento de José Auriemo Neto, cujo apelido é Zeco. 

Ele topou o pedido de Bené, disse Polati. O acerto foi que uma empresa que não pertencesse à JHSF fizesse o pagamento. “Benedito sugeriu que a empresa JHSF quitasse diretamente a dívida de campanha de Pimentel, referente a pesquisas realizadas pela instituto Vox Populi. Zeco informou ao declarante que tal dívida seria quitada por outra empresa, fora do grupo JHSF, mas de propriedade de Zeco.”

Segundo Polati, o acerto foi feito na própria sede da JHSF, numa reunião com Márcio Hiram, que falou em nome do Vox Populi. Polati foi além, e disse que foi ele quem recebeu as notas fiscais e encaminhou para pagamento. “Hiram avisou que havia uma dívida de campanha de Pimentel, em torno de 1 milhão, e que tal dívida seria quitada por Zeco.”

O depoimento de Polati é fruto da sexta fase da Operação Acrônimo, que justamente teve como alvos a JHSF e o Vox Populi. A origem da investigação, como ÉPOCA revelou, é a delação de Bené. Segundo ele, Pimentel fez lobby dentro do governo Dilma para garantir que o JHSF pudesse ter suas demandas relacionadas ao aeroporto Catarina atendidas. E cobrou para isso. Apesar das revelações, Pimentel só será levado a julgamento após o Supremo Tribunal Federal decidir se ele pode ser alvo de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça. 

Antes, o Supremo deverá definir se a Assembleia Legislativa de Minas Gerais tem de autorizar o julgamento na Justiça. Até lá, o governador não pode ser julgado.  Procurado, o JHSF disse que “não comenta investigações em andamento que estão sob segredo de Justiça”. “A empresa apoia e colabora com as investigações.” O Vox Populi afirmou que não comentaria. Eugenio Pacelli, advogado de Fernando Pimentel, disse que o governador não cuidava das doações de campanha. “O valor doado foi feito oficialmente, ou seja, declarado.

E foi obtido mediante a insistência de Benedito. Pimentel jamais cuidou dessas questões de doações de campanha.” 

Ele afirma que, como ministro, era papel de Pimentel se reunir com empresários. “Sempre ouviu pedidos e variadas solicitações. Algumas eram viáveis, outras não. Apenas isso.” Pacelli nega as acusações de caixa dois. “O pagamento de dívida de campanha por outra empresa não tem qualquer relação com as reuniões mencionadas no depoimento, que ocorreram muito antes da campanha de Pimentel (um ano pelo menos). O então ministro nunca fez solicitação alguma em seu benefício ou de sua campanha. Toda a suposta atuação de Pimentel – nas reuniões mencionadas – ocorreu um ano antes da campanha. Apenas Benedito pode responder por atos ilegais e realizados à margem da lei e sem o conhecimento do então candidato.”


>>Delator afirma que propina a Pimentel serviu até para abrir hamburgueria gourmet

 Fonte: Revista Época