Vice-presidente diz que Forças Armadas sairão desgastadas se governo 'errar demais'
O vice-presidente, general Hamilton Mourão, foi aplaudido em pé em Harvard ao responder pergunta sobre o papel dos militares na política brasileira. Em uma pergunta sobre o histórico dos militares no Brasil e uma comparação feita com o general Ernesto Geisel, Mourão rebateu: " O general Geisel não foi eleito, eu fui."
Nessa hora, enquanto a plateia se levantava para aplaudir o
vice-presidente, um manifestante gritou "ditadura nunca mais" e foi
retirado pelos seguranças do evento. Mourão participa da Brazil
Conference, evento organizado pelos alunos brasileiros de Harvard e do
MIT. Na plateia, além de alunos e professores de Harvard, estão o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente do Supremo
Tribunal Federal, Dias Toffoli, e o governador do Rio de Janeiro, Wilson
Witzel.
Ele minimizou o papel dos militares no governo Bolsonaro e disse que os
integrantes das Forças Armadas que fazem parte do governo já estavam na
reserva quando foram convocados para o Executivo. "O presidente
Bolsonaro é mais político do que um militar, mas carrega dentro de si,
obviamente, toda formação que nós tivemos", disse Mourão. Ele disse que
foi convocado por Bolsonaro na "décima hora" para a vice-presidência.
"Positivo, é assim que funciona a coisa", brincou Mourão, sobre aceitar o
convite.
"Os companheiros que conheciamos das Forças (Armadas) foram convocados, mas são todos da reserva, estão afastados", disse Mourão.
O vice-presidente afirmou ainda que se o governo "errar demais", a
"conta" irá para as Forças Armadas. "Daí a nossa extrema preocupação e
as palavras que o presidente falou no dia 28 de outubro quando fomos
eleitos. Ele olhou para mim e disse assim: nós não podemos errar", disse
Mourão.