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domingo, 17 de abril de 2022

Rússia exige rendição em Mariupol; Ucrânia alerta para fim de negociações Folha de S. Paulo

No 53º dia de guerra, a Rússia exigiu a rendição dos soldados ucranianos que resistem em Mariupol e se comprometeu a poupar as vidas daqueles que abaixarem as armas. No sábado (16), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alertou que a tomada da cidade encerraria as negociações de paz com Moscou.

O chefe do Centro de Controle de Defesa russo, o coronel general Mikhail Mizintsev, disse que "todos aqueles [ucranianos] que depuserem as armas é garantido que suas vidas serão poupadas". De acordo com Mizintsev, combatentes ucranianos estão "numa situação desesperadora, praticamente sem comida e água".

O Ministério de Defesa da Rússia afirma que as tropas russas já ocuparam toda a área urbana de Mariupol, restando apenas um grupo de combatentes ucranianos numa siderúrgica. A alegação de Moscou, no entanto, não pode ser verificada de maneira independente.

Cenário dos combatentes mais pesados e da pior catástrofe humanitária da guerra, Mariupol pode ser a primeira grande cidade a ser tomada pela Rússia desde o início do conflito. Também neste domingo (17) continua a ofensiva contra a capital. Durante a noite, uma fábrica de munições em Brovary, na região de Kiev, foi destruída. O Ministério da Defesa da Rússia assumiu a autoria e afirmou que o ataque foi feito com mísseis aéreos de alta precisão.

De acordo com o prefeito de Brovary, Ihor Sapozhko, mísseis atingiram a infraestrutura da cidade e houve interrupção de energia. Equipes trabalham pelo restabelecimento. O fornecimento de água e esgoto também foi prejudicado, mas Sapozhko afirma que também trabalha pelo restabelecimento.

Situada no mar de Azov, Mariupol é um dos principais objetivos dos russos no esforço para obter controle total da região de Donbass e formar um corredor terrestre, no leste da Ucrânia, a partir da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. A queda da cidade seria a maior vitória da Rússia em mais de 50 dias de guerra.

Descrita com uma fortaleza na cidade, há uma siderúrgica numa região industrial com vista para o Mar de Azov que ocupa uma área de mais de 11 quilômetros quadrados. No local, estariam fuzileiros navais, além de combatentes da guarda nacional e do Batalhão de Azov - uma milícia nacionalista de extrema-direita. Não há informações sobre o número de combatentes que estão no local.

Ainda não houve uma resposta de Kiev ao ultimato russo.Zelensky afirmou sábado (16) que a eliminação de soldados ucranianos em Mariupol "acabaria com qualquer negociação de paz" com Moscou."A eliminação de nossos militares, de nossos homens [em Mariupol] acabará com qualquer negociação de paz entre Rússia e Ucrânia", declarou Zelensky durante entrevista ao site Ukrainska Pravda, em que também advertiu que ambas as partes ficariam em um "beco sem saída".

Num discurso à nação no sábado à noite, Zelensky afirmou que "a situação em Mariupol continua tão grave quanto possível, simplesmente desumana" e culpou a Rússia por "continuar deliberadamente a destruir cidades".

O presidente ucraniano sublinhou que os russos "tentam deliberadamente aniquilar todos aqueles que ficam em Mariupol". Ele afirmou ainda que o governo ucraniano tentou, desde o início da invasão russa, encontrar "uma solução, militar ou diplomática, para salvar" a população, mas "até agora, não tem havido uma opção 100% sólida".

Sitiada há semanas, Mariupol enfrenta uma das maiores catástrofes humanitárias do atual conflito. A cidade foi alvo de intensos bombardeios e está em ruínas. De acordo com autoridades locais, pelo menos 20 mil civis já morreram na região, desde o início da invasão russa, e cerca de 120 mil habitantes ainda estão na cidade sitiada.

Tropas russas anunciaram na sexta-feira que assumiram o controle de uma outra siderúrgica da cidade que era um dos pontos de defesa dos ucranianos. Jornalistas da Reuters estiveram no local e relataram que a siderúrgica foi reduzida a ruínas e também noticiaram a presença de diversos corpos de civis espalhados nas ruas próximas.

Mundo - Folha de S. Paulo - UOL

 

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Submissão - O presidente francês baixa a cabeça diante de um perigoso inimigo interno

O presidente da França, Emmanuel Macron, esteve em Nice para anunciar novas medidas contra o terrorismo no país. Nice foi palco de um ataque no dia 29 de outubro de 2020.

O presidente da França, Emmanuel Macron, esteve em Nice para anunciar novas medidas contra o terrorismo no país. Nice foi palco de um ataque no dia 29 de outubro de 2020. Ficaram gravadas para sempre na história da França as poucas palavras do célebre “Apelo do 18 de Junho”, no qual o então general e depois presidente Charles de Gaulle convocaTodos os Franceses”, em 1941, a se juntar a ele na luta contra as tropas da Alemanha nazista que haviam invadido o país – e obtido do governo francês uma infame capitulação, acompanhada logo depois da decisão de colaborar com o inimigo.

“Governantes de circunstância podem ter capitulado, cedendo ao pânico, esquecendo a honra e entregando o país à servidão”, escreveu De Gaulle. “Entretanto, nada está perdido”. A França, dizia o líder da Resistência, tinha perdido uma batalha, e não a guerra; se reagisse à agressão, iria ganhar no final. Ele estava com a razão, como se viu.

Aécio sai das sombras e embarca no bonde da vacina 

Se estivesse vivo hoje, bem que De Gaulle poderia repetir sua oração – mas, provavelmente, só a primeira frase. Talvez não dê mais para dizer que “nada está perdido”. Os governantes de ocasião estão aí, sua rendição ao pânico está aí, a entrega do país está aí. Já o “nada está perdido” parece um desfecho cada vez mais duvidoso. Diante de um inimigo interno equivalente hoje ao que foi o invasor nazista ontem – o terrorismo, o ódio e as exigências de submissão feitas pelas organizações islâmicas extremistas – o governo do presidente Emmanuel Macron, como fizeram os seus antecessores, baixa a cabeça. Aceita a submissão, como exigem os terroristas que matam senhoras de idade dentro das igrejas católicas ou professores de ginásio à saída da escola.

Essa capitulação se manifesta através da atitude, adotada pelo governo e a elite francesa em geral, de recusar-se a combater o inimigo – como os colaboracionistas de 80 anos atrás se recusavam a combater o invasor alemão. Em vez disso, acham que têm de “dialogar”, “compreender”, “tolerar”. Consideram-se culpados pelos crimes cometidos pelos assassinos que se apresentam como “soldados do Islã”; eles seriam, na visão predominante nas altas esferas da França, vítimas das cruzadas do século XII, do “colonialismo” e sabe lá Deus de quantos outros delitos praticados em tempos remotos.

Em vez de expulsar os marginais do seu convívio, ou pelo menos impedir que continuem entrando no país, acham que devem pedir desculpas aos “povos islâmicos”. Agir assim, dizem os atuais “governantes de circunstância”, é respeitar “a democracia”. E agir em defesa da sua população, da liberdade religiosa, dos valores nacionais e do direito dos franceses a não serem assassinados? Isso é ser “fascista”.

O presidente Macron e os seus amigos são defensores apaixonados da Floresta Amazônica. 
Na hora de defender o povo francês da opressão, cedem ao pânico
Mandam a polícia reprimir quem está tomando uma cervejinha no bar depois das nove da noite. 
Já os homicidas que matam em nome da fé são considerados como uma “questão cultural”. 
A continuar assim a França acabará perdendo a batalha e a guerra.

J.R. Guzzo, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes


sábado, 9 de fevereiro de 2019

PM mata 14 em operação em morro no centro do Rio de Janeiro

Polícia afirma que houve troca de tiros e que agiu após confrontos; moradores dizem que vítimas estavam rendidas 

​Ao menos 14 pessoas foram mortas nesta sexta-feira (8) durante operação da Polícia Militar no morro do Fallet, centro do Rio de Janeiro. A corporação afirma que todos foram mortos em confronto com a polícia. Já moradores da favela dizem que os policiais atiraram mesmo após a rendição dos suspeitos. 

A ação, que também ocorreu nas favelas da Coroa e Fogueteiro, reuniu o Bope (Batalhão de Operações Especiais) e o Batalhão de Choque e começou, segundo a PM, após uma série de confrontos entre as quadrilhas das três comunidades.
A secretaria municipal de saúde informou que 16 suspeitos deram entrada no hospital municipal Souza Aguiar. Segundo a pasta, 13 chegaram sem vida ao local, um morreu no CTI e outros dois permanecem na unidade. No morro dos Prazeres, mais dois suspeitos foram encontrados feridos e levados para a mesma unidade.

Ainda segundo a PM, os policiais do choque foram recebidos a tiros no Fallet, dando início ao confronto —não há informação de agentes feridos ou  mortos. Moradores dizem que os policiais atiraram mesmo após a rendição dos suspeitos.  A reportagem conversou com uma mulher que teve um filho e um sobrinho mortos na operação e que não quis se identificar, com medo de represálias. "Já entraram três vezes na minha casa", disse.  De acordo com ela, os suspeitos foram rendidos dentro de uma casa e mortos em seguida. [neste LINK  está a confirmação em MATÉRIA INSUSPEITA de que a senhora em questão reconhece que os aqui chamados suspeitos, eram bandidos.] "Eles perguntaram: 'não vão fazer nada?'. E os policiais disseram que não", afirmou.

Segundo o relato, quando seu filho virou-se de costas para negociar a rendição com o grupo, agentes atiraram contra ele. "Deram um tiro nas costas. Furaram meu filho todo. Não me respeitaram em momento nenhum, nem meu filho de oito anos. Falou na cara do meu filho: 'bem feito'." [rendição se negocia em guerra; suspeito, ou bandido, abordado, não tem nada a negociar, a regra é: mãos para cima, de joelhos ou cara no muro e OBEDECER (bem diferente de negociar) as ordens da polícia.] 
 
A mãe também disse que os policiais tentaram impedir que familiares entrassem na casa para identificar os corpos. [preservar o local é DEVER da Polícia; a entrada de terceiros na cena do confronto, impede a preservação do local.]  Outro familiar de dois jovens mortos afirmou à Folha que ambos eram envolvidos com o crime. Contudo, declarou que os dois se entregaram e foram mortos pelos policiais ainda assim.  O advogado Rodrigo Mondego, membro da comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, esteve na região e ouviu de outros moradores relatos semelhantes.

De acordo com Mondego, foram escutados gritos de rendição na casa onde os suspeitos se refugiaram e, antes do ocorrido, um drone de monitoramento sobrevoou a comunidade.  Além disso, segundo ele, teria havido confronto com balas de borracha e gás lacrimogêneo entre os moradores e os policiais. Isso porque, após as mortes, um grupo de pessoas da comunidade tentou garantir que outros cinco suspeitos, escondidos em outra casa, pudessem se entregar em segurança à polícia. [considerando que balas de borracha e gás são utilizados pela polícia, fica fácil - desde que analise a cena com isenção - deduzir que a polícia só usou armamaneto letal quando foi compelida.]
 
Mondego também afirmou que os agentes levaram os suspeitos para o hospital já sem vida. E, entre os mortos, estavam dois adolescentes de cerca de 15 anos, de acordo com o advogado.  Questionada sobre a idade dos suspeitos, a Polícia Civil afirmou que as investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios e que foi realizada perícia no local. Segundo a corporação, os policiais militares envolvidos no confronto estão sendo ouvidos e suas armas foram recolhidas e encaminhadas à perícia.  A corporação também informou que foram apreendidos três fuzis, 12 pistolas, carregadores e granadas.

(...)

Ela critica o pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça Sérgio Moro, que descreve como legítima defesa mortes ocorridas em cenários de “escusável medo, surpresa, ou violenta emoção”  "Está muito claro que a licença para matar entrou em vigor, mesmo antes da legislação do Moro. Simbolicamente isso já está sendo operado na prática. O policial se sente encorajado a matar, com a justificativa de ter sido tomado por violenta emoção”, afirma Lemgruber.

MATÉRIA COMPLETA na Folha de S. Paulo