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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Nova crise na mesa de Lula [o estaSdista maior]: Venezuela ameaça anexar a Guiana

Cleptocracia de Nicolás Maduro aumentou a instabilidade política na América do Sul: deslocou tropas e ameaça anexar área da Guiana com reservas de está diante de uma nova e grave crise diplomática: Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, deslocou tropas para a fronteira com a Guiana e ameaça anexar dois terços do território desse país depois do domingo 3 de dezembro, quando pretende legitimar em referendo a criação de um “Estado da Guiana Esequiba”.

O governo da Guiana pediu na segunda-feira (30/10) a intervenção imediata da Corte Internacional de Justiça, conhecida como Corte de Haia, organismo das Nações Unidas com jurisdição sobre conflitos entre Estados.

O primeiro-ministro de Guiana, Mark Anthony Phillips, esteve em Washington nesta quarta-feira (1/2) e obteve garantia de apoio do governo Joe Biden. Em seguida foi à sede da Organização dos Estados Americanos onde apresentou evidências de que a Venezuela está concentrando tropas e construindo um aeroporto militar na fronteira.

Phillips ouviu do embaixador brasileiro na OEA, Benoni Belli, uma oferta de mediação lastreada na experiência secular do Itamaraty de solucionar conflitos pela via diplomática. A disputa territorial Venezuela-Guiana começou há 134 anos. Até agora, a Guiana venceu o caso em praticamente todas as instâncias internacionais de arbitragem.

O declínio político e econômico do regime ditatorial venezuelano levou Maduro a adotar uma postura de confronto aberto inspirado no “modelo” da Rússia de Vladimir Putin na tentativa de anexação da Ucrânia, por enquanto sem êxito.

Maduro marcou para 3 de dezembro um “referendo consultivo” que, na prática, levará a Venezuela a abandonar formalmente o processo de arbitragem em curso na Corte de Haia, abrindo caminho para ações unilaterais, eventualmente com invasão militar.

Entre as questões previstas no “referendo” estão a afirmação da soberania da Venezuela sobre a maior parte da bacia do rio Essequibo, ou seja, sobre quase dois terços do território da Guiana estabelecido em 1899 e, desde então, reconhecido em acordos.

A consulta de Maduro prevê, ainda, aprovação da criação do “Estado da Guayana Esequiba”, em território do país vizinho, com imediata emissão de carteiras de identidade venezuelana à população local.

Por trás da manobra está a ambição do regime da Venezuela na apropriação da maior parte de um território onde foram descobertas grandes reservas de petróleo. Os dados mais recentes indicam disponibilidade comercial reconhecida de nove bilhões de barris de petróleo, equivalente a 60% da reserva brasileira no pré-sal.

Foi no Natal de 2019 que os 782 mil habitantes da Guiana receberam a confirmação de um grande prêmio da loteria geológica: o petróleo começou a jorrar no campo de Liza-I, a 120 quilômetros da costa, em frente à capital Georgetown.

Mudou a sorte do país mais pobre da América do Sul, vizinho do Brasil em 1.605 quilômetros de fronteira com Roraima. O petróleo produzido renovou a perspectiva de futuro de uma sociedade construída por migrantes indianos e africanos nas colonizações holandesa e britânica até 1966.   
A ditadura venezuelana, provavelmente, não deve ir além das ameaças. Faltam-lhe apoio doméstico e externo e, sobretudo, dinheiro para uma aventura do gênero em área de interesse primordial dos Estados Unidos, a exploração das reservas de petróleo da Guiana. 
O estrago, no entanto, já está feito: Maduro conseguiu aumentar a instabilidade política na América do Sul.

José Casado - Coluna em VEJA


sábado, 24 de novembro de 2018

Duro golpe contra o chavismo

A terrível história do saque do país, praticado pelo chavismo, está prestes a ser revelada em detalhes por um dos mais graduados membros do regime

Não se arruína o país que detém as maiores reservas de petróleo do mundo sem despender imensa quantidade de energia para instalar e manter uma ditadura voltada, antes de tudo, para o enriquecimento de seus próceres. A Venezuela hoje é um país pobre, a ponto de a esmagadora maioria de seu povo amanhecer sem saber se conseguirá alimento para mais um dia.

Milhares de famílias venezuelanas têm sido separadas porque pais se sentem obrigados a entregar seus filhos para orfanatos por não terem mais condições de lhes prover o mínimo para sobrevivência. Muitos também o fazem para se lançarem aos riscos de buscar uma nova vida em outros países, inclusive no Brasil. Este drama humanitário, uma tragédia sem precedentes na história recente da América Latina, é obra do regime instalado por Hugo Chávez e mantido desde sua morte, em 2013, por seu pupilo, Nicolás Maduro, sob condições perversas para o povo.

A terrível história do saque do país, praticado pelo chavismo, está prestes a ser revelada em detalhes por um dos mais graduados membros do regime. Alejandro Andrade, ex-guarda-costas de Chávez, homem que por anos cuidou pessoalmente da segurança do ex-ditador, assinou um acordo de colaboração premiada com as autoridades americanas a fim de manter o regime de prisão domiciliar a que está submetido nos Estados Unidos desde o fim do ano passado.  Sobre Andrade paira a acusação de ter lavado cerca de US$ 1 bilhão por meio de um esquema ilegal de câmbio concebido para esconder as vultosas propinas recebidas por autoridades venezuelanas ligadas ao chavismo. Entre elas o próprio ex-guarda-costas, que, além das informações que tem prestado aos investigadores americanos, teve de entregar às autoridades judiciárias dos EUA um avião, cavalos de raça, relógios de luxo e propriedades.

Para dar conta da “missão” de lavar o dinheiro recebido a título de propina pela camarilha chavista, Alejandro Andrade foi alçado por Chávez de sua posição de guarda-costas à nada menos do que a de chefe do Tesouro Nacional. Estima-se que Andrade teve poder sobre a movimentação de contas bancárias que acumularam a estonteante quantia de US$ 14 bilhões. Não por outra razão, é considerado o “delator n.º 1” pelas autoridades dos EUA que buscam comprovar o enorme esquema de corrupção na Venezuela.

Estado teve acesso a documentos que constam do processo aberto contra Andrade pelas autoridades dos EUA, país onde fixou residência há cinco anos, após a morte do ex-chefe. O processo revela que milhões de dólares foram transferidos pelo banco HSBC, na Suíça, para os EUA com o objetivo de custear uma vida de luxo não só para Andrade, mas também para cerca de 20 diretores e ex-dirigentes da PDVSA, a estatal venezuelana de petróleo.

Em agosto, a Justiça dos EUA já havia confiscado bens de luxo ─ incluindo imóveis, carros e iates ─ localizados na Flórida, pertencentes a uma casta de ex-funcionários públicos e empresários ligados ao governo de Hugo Chávez. O confisco se deu após a prisão do ex-banqueiro Matthias Krull, alemão que trabalhava no banco suíço Julius Baer. Ao Departamento de Justiça dos EUA, Krull “admitiu culpa em uma denúncia de conspiração para cometer lavagem de dinheiro”. De acordo com os termos de sua colaboração premiada, o ex-banqueiro foi responsável por um esquema que lavou US$ 1,2 bilhão para autoridades e empresários venezuelanos ligados ao chavismo.

O dinheiro movimentado pela quadrilha chavista, ao menos a quantia apurada até agora, é quatro vezes superior ao que a ONU pede para atender aos refugiados venezuelanos espalhados por oito países da América Latina. Isso apenas dá a dimensão do drama humanitário que desafia a compreensão de qualquer um dotado de boa-fé e compaixão.
O acordo de colaboração premiada assinado por um graduado membro do regime chavista, como Alejandro Andrade, representa um duro golpe contra a ditadura venezuelana.



segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Populismo e desnutrição

Para  que a insegurança alimentar seja eliminada de vez no Brasil e na América Latina, será preciso ir muito além da assistência direta aos mais pobres


A grave crise econômica que se abateu sobre grande parte da América Latina nos últimos anos continua a fazer estragos em indicadores sociais básicos no continente, como mostra o relatório Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe 2018, produzido por vários órgãos da ONU, entre os quais a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).  Segundo esse estudo, o número de pessoas subalimentadas aumentou pelo terceiro ano seguido, atingindo 39,3 milhões, ou 6,1% do total de habitantes do continente. Somente na América do Sul, esse número cresce há quatro anos seguidos, atingindo um total de 21,4 milhões de pessoas. 

O país em situação mais grave é o Haiti, com quase metade de sua população em condições que beiram a fome. Mas o caso que mais chama a atenção é o da Venezuela, país com grande potencial econômico – dispõe das maiores reservas de petróleo do mundo – e que teve no chavismo, no poder há exatas duas décadas, a promessa de eliminar a pobreza por meio da redistribuição forçada dessas riquezas e da estatização da economia. Conforme o relatório, a prevalência da subnutrição quase triplicou na Venezuela entre os triênios 2010-2012 e 2015-2017, passando de 3,6% para 11,7%. O estudo acentua que “assim se perderam os avanços muito importantes que o país havia alcançado na década de 2000”. 

Olhando-se de perto, no entanto, os avanços a que se refere o relatório da ONU eram insustentáveis, porque lastreados em uma política econômica suicida. A brutal interferência do Estado venezuelano nas relações econômicas, em nome do alardeado “socialismo do século 21”, não apenas desorganizou o sistema produtivo local, causando inflação e escassez, como elevou a corrupção a níveis epidêmicos. A indústria do petróleo, de onde saíram os vastos recursos que sustentaram por algum tempo a aventura chavista, hoje é incapaz de cumprir até mesmo sua função primária, que é produzir petróleo – a produção caiu 60% em 20 anos. 

Como resultado, a economia venezuelana, com uma inflação de país em guerra – que, segundo o Fundo Monetário Internacional, deverá chegar a 10.000.000% em 2019 – e com uma perspectiva de recuo de 68% no PIB nos próximos cinco anos, está tecnicamente falida. O efeito disso sobre a população é devastador, como bem sabem os milhões de venezuelanos que fugiram do país nos últimos tempos, muitos em direção ao Brasil. Os pobres da Argentina, embora em muito menor escala, também sofreram os efeitos do populismo que vicejou no país entre 2003 e 2015. O relatório mostra que o porcentual de argentinos em situação de insegurança alimentar grave saltou de 5,8% no triênio 2014-2016 para 8,7% no triênio 2015-2017. O aumento tem clara relação com a deterioração das condições econômicas do país, principal legado do kirchnerismo, não por acaso intimamente relacionado ao chavismo. 

No Brasil, os indicadores da ONU mostram uma estabilidade no número de pessoas em situação de subnutrição. O País está entre aqueles que, segundo o estudo, “lideram a luta contra a fome na região”, com um índice de subalimentação inferior a 2,5%. Os quadros da pesquisa mostram que no triênio 2000-2002 esse índice era de 10,6%, caindo para 2,5% logo no triênio seguinte – um resultado bastante expressivo, que denota o relativo sucesso das políticas de distribuição forçada de renda do primeiro mandato de Lula da Silva na Presidência. 

Para que a insegurança alimentar seja eliminada de vez no Brasil e na América Latina, será preciso ir muito além da assistência direta aos mais pobres, que tanto capital eleitoral rendeu a populistas de variadas extrações, mas que se tornou inócua diante da crise gerada pela exaustão fiscal do Estado. Somente com o crescimento sustentável da economia – sem fórmulas mágicas cujo resultado invariavelmente é o descontrole das contas públicas, com consequências funestas para os mais pobres – o continente se verá definitivamente livre dessa chaga.