O petismo busca
salvação no andar mais elevado dos poderes de Estado, reunindo homens da
estirpe de Lula, Sarney, Renan, Jucá, Barbalho. Janta com ministros do STF.
Há alguns meses, uma dupla de
vagabundos me encostou uma pistola na barriga e exigiu a chave do carro. Ainda sob o impacto do
acontecido, fomos, minha mulher e eu, à delegacia mais próxima relatar a
ocorrência. Era o que se impunha fazer naquele momento e esperávamos, ademais,
que a notificação urgente possibilitasse -
quem sabe? - recuperar o que nos haviam roubado. Mas isso não aconteceu.
Estou
convicto de que tivemos um comportamento
normal. É o que se faz em tais circunstâncias. Reage-se indo à polícia.
Espera-se que os criminosos sejam apanhados. Exige-se que as quadrilhas sejam
trancafiadas.
Diante do que acabo de descrever,
impõem-se inquietante questão: por que, diabos, quando
na condição de cidadãos que veem o país ir à gaita, tantos se recusam a admitir
que estão sendo roubados? Por
que, após serem ludibriados com mentiras, muitos se mantêm defendendo os
mentirosos?
Que síndrome de Estocolmo (1) social e economicamente sinistra é essa
que ainda sai às ruas, assina colunas de jornais, esgrima comentários no rádio
e na tevê e se entrincheira nas redes sociais para defender o governo? Agem
como vítimas que, após o dano sofrido, saem conversando amavelmente, abraçadas
com quem as prejudicou - "Bye, bye,
voltem sempre!".
Recebi,
ontem um levantamento segundo o qual, somando-se
os filiados ao Partido dos Trabalhadores com os militantes do MST, Via
Campesina, MTST, UNE e ONGs financiadas pelo governo
federal, acrescidos dos blogueiros, MAVs pagos pelo partido e titulares de
cargos de confiança, chega-se
a umas 15 milhões de pessoas, ou seja a 7% do eleitorado. E esse seria, portanto, o piso da aprovação ao
governo.
No
entanto, os números parecem um pouco inflados. Há gente
que não se enquadra em qualquer dessas categorias e se conta entre os tais 7%. Quando milhões saem às ruas em centenas de
cidades do país, expressando
a natural indignação de quem se percebe roubado, ludibriado e vítima de
estelionato eleitoral, os
protetores do governo tratam de desqualificar suas admiráveis manifestações.
Afirmam que são mobilizações exclusivas da classe média, como se um governo que
fez mais da metade dos votos e em poucos meses cai para 7% de aprovação, não
tivesse perdido apoio de todas as classes sociais.
Nestes
dias, o petismo busca salvação no andar
mais elevado dos poderes de Estado, reunindo homens da estirpe de Lula, Sarney, Renan,
Jucá, Barbalho. Janta com
ministros do STF! Encontra-se secreta e casualmente com Lewandowski na cidade do Porto. Usa
e abusa dos nossos recursos, aumentando os gastos com a publicidade oficial
para domar a mídia e distribuindo favores aos currais eleitorais do Norte e do
Nordeste.
E tem buscado, inutilmente, arregimentar apoios, também, no
andar térreo, convocando os "exércitos"
de Stédile (MST) e de Vagner Freitas (CUT). Que fiasco! Para
cada cem manifestantes do dia 16, o governo conseguiu, no dia 20,
transportar e colocar nas ruas uns 4 ou 5 gatos pingados, que se moviam em
visível constrangimento e com a animação de velório de monge budista. Não é humano, não é natural, não é normal,
aplaudir
corrupção, inflação, desemprego, carestia, recessão e incompetência.
Quando isso acontece, ou há interesses
em jogo, ou é síndrome de Estocolmo.
(1) Essa síndrome designa o vínculo emocional com os sequestradores,
desenvolvida pelos sequestrados durante um roubo a banco na capital da Suécia
em 1973.
Fonte: www.puggina.org