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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O Governo Dilma e a síndrome de Estocolmo



O petismo busca salvação no andar mais elevado dos poderes de Estado, reunindo homens  da estirpe de Lula, Sarney, Renan, Jucá, Barbalho. Janta com ministros do STF.
Há alguns meses, uma dupla de vagabundos me encostou uma pistola na barriga e exigiu a chave do carro. Ainda sob o impacto do acontecido, fomos, minha mulher e eu, à delegacia mais próxima relatar a ocorrência. Era o que se impunha fazer naquele momento e esperávamos, ademais, que a notificação urgente possibilitasse - quem sabe? - recuperar o que nos haviam roubado. Mas isso não aconteceu.

Estou convicto de que tivemos um comportamento normal. É o que se faz em tais circunstâncias. Reage-se indo à polícia. Espera-se que os criminosos sejam apanhados. Exige-se que as quadrilhas sejam trancafiadas.

Diante do que acabo de descrever, impõem-se inquietante questão: por que, diabos, quando na condição de cidadãos que veem o país ir à gaita, tantos se recusam a admitir que estão sendo roubados? Por que, após serem ludibriados com mentiras, muitos se mantêm defendendo os mentirosos?
 
Que síndrome de Estocolmo (1) social e economicamente sinistra é essa que ainda sai às ruas, assina colunas de jornais, esgrima comentários no rádio e na tevê e se entrincheira nas redes sociais para defender o governo? Agem como vítimas que, após o dano sofrido, saem conversando amavelmente, abraçadas com quem as prejudicou - "Bye, bye, voltem sempre!".
 
Recebi, ontem um levantamento segundo o qual, somando-se os filiados ao Partido dos Trabalhadores com os militantes do MST, Via Campesina, MTST, UNE e ONGs financiadas pelo governo federal, acrescidos dos blogueiros, MAVs pagos pelo partido e titulares de cargos de confiança, chega-se a umas 15 milhões de pessoas, ou seja a 7% do eleitorado. E esse seria, portanto, o piso da aprovação ao governo.

No entanto, os números parecem um pouco inflados. Há gente que não se enquadra em qualquer dessas categorias e se conta entre os tais 7%. Quando milhões saem às ruas em centenas de cidades do país, expressando a natural indignação de quem se percebe roubado, ludibriado e vítima de estelionato eleitoral, os protetores do governo tratam de desqualificar suas admiráveis manifestações. Afirmam que são mobilizações exclusivas da classe média, como se um governo que fez mais da metade dos votos e em poucos meses cai para 7% de aprovação, não tivesse perdido apoio de todas as classes sociais.

Nestes dias, o petismo busca salvação no andar mais elevado dos poderes de Estado, reunindo homens  da estirpe de Lula, Sarney, Renan, Jucá, Barbalho. Janta com ministros do STF! Encontra-se secreta e casualmente com Lewandowski na cidade do Porto. Usa e abusa dos nossos recursos, aumentando os gastos com a publicidade oficial para domar a mídia e distribuindo favores aos currais eleitorais do Norte e do Nordeste.

E tem buscado, inutilmente, arregimentar apoios, também, no andar térreo, convocando os "exércitos" de Stédile (MST) e de Vagner Freitas (CUT). Que fiasco! Para cada cem manifestantes do dia 16, o governo conseguiu, no dia 20, transportar e colocar nas ruas uns 4 ou 5 gatos pingados, que se moviam em visível constrangimento e com a animação de velório de monge budista. Não é humano, não é natural, não é normal, aplaudir corrupção, inflação, desemprego, carestia, recessão e incompetência

Quando isso acontece, ou há interesses em jogo, ou é síndrome de Estocolmo.
(1) Essa síndrome designa o vínculo emocional com os sequestradores, desenvolvida pelos sequestrados durante um roubo a banco na capital da Suécia em 1973.



segunda-feira, 27 de abril de 2015

Balanço, mas não caio



O panorama em torno do fosso moral e financeiro da Petrobras não é alentador
O balanço da Petrobras, a “joia” das estatais brasileiras, é uma confissão pública da abissal incompetência da presidente Dilma Rousseff. Bastaram dois anos, 2013 e 2014, para que 23 anos de lucros e distribuição de dividendos da Petrobras fossem abortados pela mãe do PAE (Programa de Aceleração do Endividamento). O lucro de R$ 23,6 bilhões virou prejuízo de R$ 21,6 bilhões. Os desvios das propinas foram de R$ 6,2 bilhões. A desvalorização de ativos da Petrobras chegou a R$ 44,6 bilhões. Perdão pelo enfileiramento de bilhões que nenhum de nós consegue sequer visualizar. Mas a divulgação do balanço foi tão elogiada como início de um novo ciclo de transparência e profissionalização da Petrobras que os números precisam ser trombeteados.

Dilma Vana Rousseff não concluiu os cursos de mestrado e doutorado em ciências econômicas na Unicamp, apesar de constarem em seu currículo (ela já admitiu o erro). Mas sua vida foi pautada por números. Seu primeiro cargo executivo foi como secretária municipal da Fazenda em Porto Alegre, em 1985, há 30 anos. Ao deixar a Secretaria, em 1988, tentou convencer seu substituto a não assumir o cargo: “Não assume não, que isso pode manchar tua biografia. Eu não consigo controlar esses loucos e estou saindo antes que manche a minha”.

Dilma começou a escalar o setor de Minas e Energia. Foi dona da Pasta no ministério de Lula. E presidiu o Conselho de Administração da Petrobras até 2010, quando se elegeu presidente. Seu fiador era Lula. Ela foi a escolhida com base nos seguintes quesitos: era especialista em energia, eficiente como “gerentona” (gerente durona), mulher e mãe. Sua escolha não contou com o apoio do Partido. Dilma foi imposta por Lula. Era considerada um poste. E um poste sem luz própria, sem flexibilidade, sem gosto pela conversa e sem dom de oratória. Por tudo isso, Dilma é hoje presa fácil dos políticos profissionais, que fazem dela gato e sapato.

O balanço da Petrobras revela o imenso desastre de uma presidente perdida em seu primeiro mandato e, mais ainda, no segundo. Percebam que não dá para aceitar sem ressalvas o balanço divulgado. Quem diz que a propina foi de “apenas” R$ 6,2 bilhões? Ah, os delatores, que confessaram uma percentagem tal sobre os contratos. Quem diz que o prejuízo foi de “apenas” R$ 21,6 bilhões em 2014? Ah sim, o balanço foi auditado.

O balanço não foi aprovado por unanimidade.
Dois dos cinco conselheiros fiscais não assinaram o documento. Eles representam acionistas minoritários e trabalhadores. Só para refrescar a memória, a ex-presidente da Petrobras, Graça Foster, caiu porque havia calculado a perda total da Petrobras em R$ 88,6 bilhões, o dobro do que foi admitido agora, de R$ 44,6 bilhões. Graça – ou “Graciosa”, o apelido dado pela chefe – era, segundo o staff do Palácio da Alvorada, a única assessora que podia dormir na residência oficial de Dilma quando ia a Brasília. Caiu em desgraça por querer divulgar números mais catastróficos que os revelados agora. Por que, então, eu ou você devemos crer no balanço?

Devemos crer porque queremos que o Brasil passe a dar certo. O brasileiro não quer perder o otimismo, quer ver uma luz no fim do túnel. Mesmo que a reconstrução leve anos. Essa é uma boa razão. Mas não é alentador o panorama em torno do fosso moral e financeiro da Petrobras. O novo presidente, Aldemir Bendine, pede desculpas e se diz envergonhado pelo que encontrou na estatal. Desmandos, corrupção, roubalheira, péssimas decisões de investimento, interferência política. Só que Bendine acabou de entrar. Ele não tem nada a ver com isso. E Dilma? E Lula? Nada, nada mesmo?

Precisamos crer na boa intenção de Dilma. Ela não quer ficar na História como a pior presidente do Brasil. Suas ações são, no entanto, claudicantes. Típicas de alguém que não sabe mais o que fazer. Dilma insiste em manter 38 ministérios. Isso não tem desculpa, não tem perdão. Ela está paralisada. Com receio de retaliação do Congresso, Dilma triplicou o Fundo Partidário para R$ 868 milhões neste ano, a pedido do senador Romero Jucá, do PMDB. As raposas esfomeadas do Congresso querem compensar a perda de doações empresariais. O presidente do Senado, Renan Calheiros, tirou proveito para alfinetar sua ex-amiga Dilma. Criticou-a por esbanjar em momento de ajuste. Ela tentou se defender. Disse ter cedido a um apelo do Legislativo. Tá ruço, Dilma. Não é mais “ou dá ou desce”. É “dá e desce”. Por tudo isso, pela carestia da vida e pelas mentiras desmascaradas, as panelas fazem estardalhaço nas janelas. Não é só pela Petrobras.

Fonte: Ruth de Aquino – Revista Época