Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Lula no Jornal Nacional Luiz Inácio Lula da Silva é entrevistado por William Bonner e Renata Vasconcellos no Jornal Nacional| Foto: Marcos Serra Lima/G1/Divulgação
Lula foi sabatinado de forma rigorosa e implacável na TV. Melhores momentos:
- Candidato, o senhor não deve nada à Justiça.
- Gostei disso. Pode repetir?
- Claro: candidato, o senhor não deve nada à Justiça.
- Rapaz, me fez um bem danado ouvir isso. Se importa de repetir só mais uma vez?
- Imagina. Candidato, o senhor…
- Desculpe. Se não for pedir demais: será que você poderia falar olhando para aquela câmera? Acho que passa mais verdade.
- Sem problemas. Deixa só eu ajeitar minha cadeira pra não ficar torto.
- Claro, se ajeita aí. Capricha na postura, hein? Ahahaha.
- Ahahaha. Pode deixar. E vou te confessar que adorei o seu pedido.
- Por que?
- Porque eu fico lindo naquela câmera.
- Tá. Então chega de embromar e repete aquela coisa linda que você disse.
- Deixa comigo: candidato, o senhor não deve nada à Justiça.
- Ai, que delícia. Eu ficaria a noite inteira te ouvindo dizer isso, com essa voz macia. Será que vocês podem me mandar um DVD com essa gravação?
- Não trabalhamos mais com DVD. Mas com certeza a produção providencia o arquivo pro senhor.
- Agradeço a compreensão. Sofri muito com toda essa perseguição.
- Imagino. Vou até aproveitar esse gancho pra continuar a sabatina: o senhor se sente o Mandela brasileiro?
- Bem, eu…
- Candidato, o senhor é o Mandela brasileiro. E não deve nada à Justiça.
- O que eu estou achando legal nessa sabatina é o conhecimento que vocês têm das coisas.
- Nós nos preparamos muito para este momento.
- Eu notei. Jornalista que não tem conhecimento fica fazendo pergunta. Vocês vão logo afirmando, o que economiza um tempo enorme.
- Tempo na televisão vale ouro.
- Sei disso. Podem continuar assim então.
- Obrigado, candidato.
- De nada. Mas se quiserem que eu comente alguma coisa fiquem super à vontade. Só me avisem com antecedência que eu vou tirar uma soneca.
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- Nem fala. Tô um caco. Pelo menos não ando mais na rua.
- Rua é horrível. Só tem povo e fascista.
- E eu descobri que fico bem nas pesquisas mesmo sem fazer nada. Então só fico encontrando os meus puxa-sacos. Mas não pensem que isso não cansa.
- Claro que cansa!
- Querido, pode falar mais baixo que estou tentando dormir?
- Desculpe, me empolguei.
- Não tem problema. Agora continua a sabatina por favor pra eu pegar no sono.
- Deixa com a gente. - Mas continuem naquela linha do jornalismo esclarecido, tá? Vocês falam e depois eu assisto no DVD.
- Tranquilo. - Então fala aí.
- Ok. Candidato, o senhor não deve nada à Justiça.
- Essa parte eu já ouvi.
- É que o senhor gostou tanto, achei que ajudaria a relaxar.
- Gostei, mas agora já está me enjoando. Tem outra frase boa aí?
- Várias.
- Então podem ir falando. Estou de olho fechado mas estou ouvindo.
- Ok. Prosseguindo com a sabatina: candidato, o triplex não era seu.
- Impressionante o conhecimento de vocês. Assim é muito fácil relaxar.
- Fique à vontade, candidato.
- Estou super à vontade. Já que vocês não perguntaram nada, posso perguntar?
- Claro. A casa é sua.
- Era sobre isso mesmo que eu queria perguntar. Será que eu posso morar aqui com vocês?
- Mas nós não moramos aqui, candidato.
- Ah, não? Eu vejo vocês sempre aqui, achei que morassem.
- Muita gente acha. Mas nós temos as nossas casas. - Posso ir pra lá com vocês?
- Candidato, desculpe perguntar: o que houve com aqueles seus imóveis que não eram seus?
- Tá tudo bem, não precisam se preocupar. É que em nenhum deles eu me sinto tão bem quanto aqui com vocês.
- Que legal. Nós também estamos nos sentindo muito bem. Quem sabe a gente não combina um fim de semana no sítio de um amigo seu?
- Por que fim de semana? Podemos ir agora. A gente continua a sabatina lá.
- Pode ser. Mas e o público?
- Avisa que por uma questão de privacidade ele não vai poder acompanhar essa parte.
- Tá bom. Vou avisar agora.
- Então olha pra aquela câmera, pra passar mais credibilidade.
- Boa. Lá vai: comunicamos aos telespectadores que a partir desse momento a sabatina do candidato Lula ocorrerá no sítio dele que não é dele. Por uma questão de privacid…
- Calma! Melhor dizer que não vai dar pra transmitir essa parte porque a antena da Oi quebrou.
- Ok. Bem, como os caros telespectadores devem ter ouvido o candidato falar, daqui em diante a sabatina não poderá ser transmitida. Mas a nossa audiência pode confiar que continuaremos sendo rigorosos e implacáveis com o candidato. Nosso compromisso é com a isenção.
- Isso aí.
- Ficou bom?
- Se melhorar, estraga.
- Ótimo. Partiu?
- Partiu.
- Só vou dar uma passada em casa pra pegar o protetor solar. Parece que amanhã o tempo vai abrir.
Já que militantes identitários tomaram o Reino da Fantasia de assalto, vamos imaginar seus próximos passos
Ilustração: Lézio Júnior
Se você dirigir para o norte de Los Angeles e pegar a San Fernando Road, chegará à cidade de Glendale. Na esquina da San Fernando com a Glendale Boulevard, vai encontrar à direita o Forest Lawn Memorial Park.
Quando os dias estão calmos em Glendale (e geralmente estão), o visitante que entra no parque consegue ouvir o som de algo fazendo um ruído surdo sob a terra. Provavelmente seja o cadáver de Walt Disney se revirando no túmulo ao ver o que estão fazendo com seu reino de fantasia.
Um dia esse pessoal woke talvez decida destruir tudo o que Walt Disney produziu desde a década de 1920, por causa de seu conteúdo “machista, homofóbico, racista” e uma longa lista de pecados imperdoáveis aos olhos dessa gente. E todas essas obras “fascistas” serão substituídas por novas versões dos grandes clássicos de papai Walt Disney.
Aqui vão algumas sugestões de releitura dos inocentes desenhos animados do passado, segundo o ponto de vista desses extremistas da chatice.
Afronegrapreta e os 7 anões LGBTQIA+ Era uma vez, num reino distante, uma rainha muito má e muito, muito branca. A Rainha Má e branca tinha adotado uma menina de extrema beleza conhecida como Afronegrapreta, a quem maltratava e enchia de afazeres domésticos. Mas Afronegrapreta não se importava. Mesmo explorada pela madrasta e vítima da mais-valia, passava o dia trabalhando alegremente. Em seu coração batia a esperança de um mundo mais justo e solidário.
A Rainha às vezes se trancava sozinha em seu quarto, onde guardava em segredo dentro de um armário um Espelho Mágico. — Espelho, Espelho meu — dizia a Rainha Má. — Existe em todo reino alguém mais bela e mais branca do que eu?
E o Espelho sempre dizia que não havia outra mulher mais bela e muito menos mais branca que Sua Majestade. Mas um dia a resposta foi diferente: — Jamais haverá alguém de pele mais alva que a sua, Alteza. Sois a soberana absoluta da brancura. Quanto à sua gloriosa beleza, tenho más notícias. Um Espelho Mágico jamais mente. Eu sou obrigado a revelar que já não és a mais bela desde que adotaste aquela menina como enteada.
A Rainha ficou indignada.
— Mas… aquela criadinha é negra!
— Sim, Majestade. Mas um Espelho Mágico como eu não obedece às mesmas regras ditadas pelo racismo estrutural de Sua Alteza.
Com o olhar em chamas, a Rainha bateu a porta do armário na cara do Espelho Mágico e jurou para si mesma que iria dar um jeito nessa situação. Chamou seu Segurança/Instagrammer e ordenou a ele que cancelasse sem dó nem piedade sua enteada/criada Afronegrapreta.
Passarinhos ouviram a ameaça pela janela real e correram para contar a notícia aos esquilinhos, que por sua vez contaram para os coelhinhos, que avisaram Afronegrapreta do perigo que ela corria. A mais bela do reino apagou todos os seus perfis nas redes sociais e saiu em desabalada carreira pela floresta sem olhar para trás.
Já exaurida pela fuga, a menina encontrou uma casinha entre as árvores e desmaiou antes de conseguir chegar à porta. Quando despertou, percebeu que estava próxima de um ser de baixa estatura cujo tamanho não deve ser percebido como um fator de exclusão ou preconceito. — Onde estou? — perguntou Afronegrapreta, espantada — Quem é você?
— Sou um dos anões da floresta — respondeu o estranho.
— Já ouvi falar de vocês! — disse a garota, com um sorriso. Atchim, Espirro, Zangado, Soneca, Dunga, Feliz e Dengoso!
— Não mais — disse o ser humano verticalmente limitado — Esses anões velhos foram embora, ainda que a palavra “velho” seja aqui usada sem intenção de ofender os idosos, já que não somos adeptos do etarismo. Agora estamos nós, os mais jovens, todos parecidos em sua diversidade, mas com características identitárias distintas. Eu sou Kink. Quero lhe apresentar meus amigues, cada um/uma/ume com sua própria característica de comportamento sexual.
E então os amigxs Anõx de Kink foram saindo um/uma/ume a um/uma/ume da casinha, alegres e vestidos de acordo com sua própria identidade. Kink os apresentou. — Esta é Florisbela, e ela é lésbica. Ronilson é gay. Jãomaria é bissexual. Guilhermine é transgênero. Fred é queer.Marcianita é um questionando.Bibiane é intersexual. Somos um coletivo LGBTQIA+ consciente e ativo na luta contra a bifobia, homofobia, lesbofobia e transfobia.
Afronegrapreta ficou encantada com toda aquela diversidade e resolveu morar na comunidade LGBTQIA+. Passava seus dias lavando louça e preparando as refeições para seus amiguinhes. Um dia, a Rainha Má descobriu que sua enteada vivia feliz na floresta. Demitiu o Instagrammer/Segurança por justa causa e resolveu cuidar pessoalmente do assunto.
Usando de uma poção mágica, a Rainha Má se transformou em uma senhora de idade avançada(sem perder sua brancura característica)e foi até a casa dos anões LGBTQIA+. Aproveitando um momento em que Afronegrapreta estava só, a falsa velhinha ofereceu à garota uma maçã. Que a garota inocentemente aceitou.
Anos se passaram até que um dia surgiu um Príncipe hétero, branco e louro, que se apaixonou perdidamente pela mais bela do reino
Assim que mordeu o fruto, Afronegrapreta caiu ao chão. Antes de desmaiar (de novo), observou a velha senhora se transformar em sua odiosa madrasta. —Ha-ha-ha — gargalhou a Rainha Má e Racista — Você é muito ingênua mesmo, menina! Mordeu sem pensar a maçã que eu lhe dei, sem imaginar que ela foi criada a partir de sementes transgênicas e envenenada com agrotóxicos! Hahahaha! Agora você vai dormir. E só despertará com o beijo de puro amor de algum Príncipe encantado, desde que seja hétero, branco, louro e de olhos azuis! Hahahaha! Tolinha!
E, enquanto a Rainha se afastava com sua risada de vilã, Afronegrapreta caiu num sono profundo. Foi cuidada pelos anões identitários enquanto permaneceu desfalecida. Anos se passaram até que um dia surgiu um Príncipe hétero, branco e louro, que se apaixonou perdidamente pela mais bela do reino. Gentilmente o príncipe encantado se ajoelhou ao lado de Afronegrapreta e beijou com doçura, delicadeza e afeto os lábios adormecidos da linda garota.
A magia funcionou, conforme havia previsto a Rainha Má. O beijo de puro amor despertou Afronegrapreta, que olhou espantada para os olhos azuis do Príncipe apaixonado na sua frente. Ele sorriu e se preparou para carregar a moça desperta em seus braços direto para o altar.
Mas o que o Príncipe ganhou foi uma bofetada no rosto e a fúria de Afronegrapreta. — O que você está pensando, seu cafajeste?! Aproveitou-se da minha condição para abusar de mim! Eu estava adormecida, como poderia me defender? Quem te deu autorização para me beijar? Isso foi um estupro! Meu corpo, meus direitos! Não é não!
O príncipe foi imediatamente preso e sumariamente cancelado nas redes sociais. Já vendeu três castelos para poder pagar os advogados.
Pinóquio Vivia numa cidadezinha da Itália um carpinteiro chamado Gepeto. Ele queria muito ter um filho. Um dia, montou um boneco, a quem chamou de Pinóquio. Por ser um homem bom e honesto (e não utilizar na sua oficina mão de obra escrava de refugiados muçulmanos vítimas do sionismo), a Fada Arco-Íris deu vida ao boneco Pinóquio. E entregou a ele uma Libélula Falante, que serviria como sua consciência, pronta a lacrar a qualquer deslize verbal do menino.
Gepeto ficou muito feliz com a transformação. Mas logo enfrentou problemas. Pinóquio se envolveu com desajustados, todos vítimas da desigualdade social e da exploração capitalista.
Além disso, o boneco que virou menino dizia muitas mentiras. O que quase levou Gepeto a ter de depor na Comissão de Inquérito das Fake News, instalada no Supremo Tribunal Federal da Itália. Pior: quando mentia, o nariz de Pinóquio crescia. A Libélula Falante disse que aquilo era inaceitável, pois lembrava um estado de ereção típico de machistas agressivos e assediadores.
A Libélula Falante percebeu que ia ter muito trabalho com Pinóquio. Convenceu Gepeto a deixar pra lá essa história de filho. Gepeto então desmontou Pinóquio e o usou no fogão a lenha para esquentar seu fetuuccine al pomodoro.
A Rainha Leoa Nos confins da África vivia o Rei Mufasa com a Rainha Sarabi. Todos os animais obedeciam ao rei, que ditava as regras de cima de uma grande pedra. Mufasa tinha um irmão chamado Scar, que invejava seu poder.
A floresta se encheu de alegria quando nasceu o pequeno Simba, filho de Mufasa com Sarabi. E todos passaram a saber que o trono teria um herdeiro.
Mas o malévolo tio Scar provocou a morte do irmão Mufasa e ainda fez a culpa recair sobre o pequeno Simba. Quando Scar se preparava para tomar o poder, a Rainha Sarabi revelou que estava por trás do plano. Ela costumava assistir à série O Conto da Aia no serviço de streaming por satélite da selva e havia se tornado uma feminista ultrarradical.
Sarabi se amaldiçoou por não ter dado cria a uma fêmea. Cercada por leoas militantes, inspirou todas as fêmeas do reino, que expulsaram seus respectivos machos. Foi declarada então a Rainha Leoa. O pequeno Simba foi entregue a humanos para ser exposto num zoológico. Scar foi atirado de um penhasco.
Sem machos, as fêmeas de todas as espécies pararam de procriar, causando uma extinção em massa na floresta. A culpa pela catástrofe ecológica africana foi atribuída pela grande imprensa ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Hollywood
resolveu filmar uma nova versão, live action (com atores), da história
da Branca de Neve e dos Sete Anões, imortalizada na animação de Walt
Disney de 1937(por sua vez inspirada em um conto dos Irmãos Grimm de
1812).
Pois bem, para o papel principal foi escalada uma atriz
“latina”, Rachel Zegler. “Latina”, no miscigenado Brasil, não quer dizer
muita coisa, mas nos Estados Unidos é considerada uma etnia à parte.
Imagino que, ao escalarem uma atriz de origem colombiana para o papel de
Branca de Neve, os produtores devem ter imaginado que iam ganhar o
Oscar da lacração: “Vejam como somos ousados, virtuosos e politicamente
corretos! Escalamos uma atriz latina – latina! – para interpretar a
Branca de Neve! Esse filme vai bombar!”
Mas eles esqueceram um pequeno detalhe: os anões.
Uma
vez aberta, a caixa de Pandora da lacração identitária liberta forças
que rapidamente saem do controle. O problema é que, inevitavelmente,
essas forças entram em rota de colisão umas com as outras, porque cada
grupo identitário que se vê com direitos diferenciados olha para os
demais como inimigos em potencial. Em um mundo dividido em grupos que
competem por privilégios e se ofendem facilmente, jamais será possível
agradar a todos.
Quem os partidos pequenos vão apoiar para presidente nas eleições de outubro
Quem com lacre lacra com lacre será lacrado. A
Branca de Neve latina foi concebida para agradar e dar
representatividade à comunidade latina nos Estados Unidos, mas a própria
ideia de refilmar o conto de fadas pareceu inconcebível para a
comunidade dos anões – ou, ao menos, para um anão muito representativo, o
ator Peter Dinklage, que ficou famoso como o Tyrion Lannister da série
“Game of Thrones”.
Em uma entrevista, nesta semana, Dinklage se mostrou chocado com o projeto da refilmagem da Branca de Neve: “Literalmente
sem querer ofender ninguém, mas fiquei um pouco surpreso: eles ficaram
muito orgulhosos de escalar uma atriz latina como Branca de Neve – mas
ainda estão contando a história de Branca de Neve e dos Sete Anões… Não
faz sentido para mim. Querem ser progressistas, mas ainda filmam aquela
história retrógrada sobre sete anões vivendo juntos em uma caverna?”
Pois
é, coisas que pareceriam impensáveis ou simplesmente ridículas 10 anos
atrás hoje são rotineiras – e ai de quem estranhar: será imediatamente
julgado, condenado e esfolado nos tribunais de justiça sumária das redes
sociais. Uma dessas coisas é um ator anão,que ficou famoso
interpretando um personagem anão, achar ruim refilmarem a história da
Branca de neve e dos sete anões.
Aliás, Tyrion Lannister era um
personagem cínico, misógino, machista, preconceituoso e politicamente
incorreto ao extremo – muito pior como ser humano que qualquer um dos
Sete Anões. Tyrion era um personagem de ficção.Atchim, Dengoso, Dunga,
Feliz, Mestre, Soneca e Zangado também são personagens de ficção, que já
encantaram crianças de muitas gerações. Mas, por ser anão, Peter
Dinklage julga ter autoridade moral para censurar e proibir a refilmagem
de um conto de fadas.
O problema não acaba aí. A Disney julgou
necessário responder às críticas de Dinklage – mas respondeu de uma
forma que deve ter feito seu fundador, Walt, se revirar no túmulo.
Pagando pedágio para a lacração, a gigante do entretenimento se apressou
a divulgar que a nova versão dos Sete Anões “fugirá dos estereótipos da
animação original” (oi?) e que terá consultoria de “membros da
comunidade do nanismo”. Já se fala que os anões serão substituídos por
um grupo de “criaturas mágicas”...
Que estereótipos seriam esses?
A Disney não explicou. O que fica claro é que a nova versão da Branca
de Neve representará mais um passo no perigoso projeto de reeditar o
passado que parece mover o fascismo identitário – projeto que conta com o
apoio incondicional da academia e da grande mídia, principais
patrocinadores da cultura do cancelamento.
Mas, superado o
problema com os anões, nada impede que o filme seja cancelado por outros
grupos. Por exemplo, que história é essa de uma mulher depender do
beijo de um príncipe encantado para acordar do feitiço? Trata-se
claramente de um estereótipo heteronormativo e machocêntrico e tem tudo
para desagradar às feministas. Talvez a Disney resolva também excluir o
príncipe e o beijo da história.
Guilherme Fiuza comenta sobre o fascínio de parte da imprensa por “estudos” sem fundamento
A imprensa sempre gostou de ciência do tipo:comer ovo
sem clara pode aumentar a longevidade; soneca pode elevar as chances de
obesidade; falar muito no telefone pode estar relacionado à redução da libido,
etc. Os “estudos” supracitados foram inventados neste momento aqui mesmo, mas estão
baseados em décadas de leitura de chutes da mesma categoria embalados como
ciência. Agora projeta isso para uma situação de pandemia.
Vale observar que epidemias em geral também sempre se
tornaram acontecimentos muito especiais na imprensa. Em parte pelo papel
importante de informação sobre riscos, cuidados e atendimento, em parte pelo
papel lamentável de especulação sobre riscos, cuidados e atendimento. Parece
ser uma característica inerente ao ser humano: diante de qualquer perigo
disseminado e invisível – como são os vírus – o poder do controle coletivo
(para o bem ou para o mal) sobe à cabeça.
Um cantor conhecido foi preso na periferia do Rio de
Janeiro porque deu um show e, segundo a conjunção científica das manchetes e da
polícia, cometeu o crime de colocar em risco as vidas das pessoas que se
reuniram para assisti-lo.
Por esse critério, todos os donos de ônibus,
prefeitos e governadores do Brasil tinham que estar presos. Eles permitiram
aglomerações em escala muito maior nos transportes coletivos, por muito mais
tempo. E aí, cadê as manchetes científicas?
Ninguém sabe, ninguém viu. Na quarentena vip, as
notícias são de que o mundo lá fora está acabando, mas você vai se salvar
ficando em casa. Empatia é tudo. Aí aparece o badalado Dr. Fauci, que é uma espécie de
fornecedor de manchetes apavorantes, avisando que agora o negócio é usar duas
máscaras. Sim, isso mesmo:uma máscara em cima da outra. E ele não estava
falando do carnaval. Em qualquer conjuntura mais ou menos sadia isso seria
considerado um escárnio. Mas a notícia circulou tranquilamente com cara de
diretriz científica e foi consumida como tal. Como assim? Se uma máscara não
funciona, ela não deveria ser substituída por uma que funcione?
Não. Segundo a moderna literatura científica fast
food, a junção de duas barreiras que não barram desencoraja o coronavírus. Com
toda certeza essa diretriz fará muito bem à saúde dos vendedores de máscaras
vagabundas. Tome vacina, use máscara e fique em casa. Grande
política sanitária propagada pela grande imprensa – na mesmíssima linha dos
critérios hollywoodianos do Dr. Fauci. É isso aí:várias medidas ineficazes
juntas haverão de prover a devida eficácia.
As vacinas são experimentais, foram
liberadas após cerca de seis meses de testes e não têm estudos suficientes em
idosos, conforme atestou no Brasil a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Mas esse detalhe não constrange absolutamente médicos e jornalistas que
propagam a imunização como panaceia.
Existe panaceia de eficácia duvidosa?Na dúvida, use
máscara. Ou melhor, use duas máscaras. E lockdown na veia. O lockdown indiscriminado
não tem resultado nenhum contra covid, conforme acaba de atestar novo levantamento
do epidemiologista John Ioannidis em Stanford feito em dez países, mas pelo
menos você não vai preso. Já é alguma coisa.
Plataformas
de rede social censuram informações sobre terapêuticas antivirais com
estudos promissores, porque ciência é só máscara fajuta, vacina
incipiente e quarentena burra. Tudo bem. Então vamos continuar
divulgando aqui também nossos estudos científicos: além da clara de ovo,
da soneca e do celular, cuidado com a imprensa marrom. Dependendo da
quantidade diária de manchetes que consumir, você tem até 99,9% de
chance de virar um idiota.