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segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Sem palavras - Guilherme Fiuza

Vozes

Sem palavras

 Foto: Bigstock

O Brasil chegou onde não poderia ter se permitido chegar.

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


quarta-feira, 9 de março de 2022

DESMONTAR A ARMADILHA QUE NOS CAPTUROU - Percival Puggina

Nas raras ocasiões em que ouvimos um parlamentar afirmar e sustentar algo com argumentos consistentes e benéficos à nação, usamos a expressão – “Esse me representa!”. 
O meritório conceito jamais se destina a quem esteja defendendo privilégios, favores especiais a quaisquer grupos, aumento do gasto público, cerceamento de nossas liberdades, demagogias populistas e dissimulação de posições. São vozes, raras vozes que olham a nação e os cidadãos. 
 
Por que se tornaram tão raros? Por que, ao ouvi-los, nos sobrevém o desejo de aplaudi-los, se estão simplesmente fazendo o que deveríamos esperar de todos e de cada um? 
E se tantos, a ponto de se tornarem majoritários, não correspondem às nossas expectativas, como se elegem e reelegem? 
Pois aí está a armadilha, a razão de nossa atual impotência, caro leitor. Vamos desmontá-la? 
 
Esses políticos representam grupos de interesse que, uma vez atendidos, se dão por satisfeitos. Daí os privilégios, os favores, as demagogias, o populismo e a gastança dos nossos recursos.  
Seus eleitores, sem perceber, ajudam a montar a armadilha para si e para os demais. 
Desconhecem haver neles, como em todos nós, duas dimensões – uma individual e uma social. A individual trata do interesse próprio. 
A social vê o cidadão (o sujeito da pátria, o membro da nação, o agente da história).

Nosso sistema de eleição proporcional para os parlamentos permite que dezenas de milhões de cidadãos fiquem sem representante porque votaram em candidatos não eleitos, ou porque uma semana depois não lembram em quem votaram, ou porque não têm comunicação com o eleito. E vice versa: parlamentares não conhecem seus eleitores. Todo um sistema de comunicação indispensável à democracia fica inoperante! O deputado conseguiu a verba, destinou a emenda parlamentar, foi bom despachante de questões individuais, cuidou de seus cabos eleitorais? Missão cumprida, o resto do tempo é para cuidar de grana e reeleição.

Quando vai às bases, esse político padrão conversa apenas com companheiros. A nação e a cidadania estão ausentes, fora da pauta. Há um desinteresse completo e inconsequente sobre questões que levam a sociedade às ruas, tais como prisão após condenação em segunda instância, fim da impunidade, impeachment de ministros do STF, ativismo judicial, direito de trabalhar, direito de defesa, extinção de privilégios e remunerações abusivas, liberdade de expressão, reformas institucionais e fiscais, pluralismo nas universidades. É a armadilha em silenciosa operação. Vamos desmontá-la?

O voto distrital, ao contrário do que se alega, acaba com isso! Como cada distrito elege apenas um deputado, ele será o deputado de todos, do mesmo modo como o prefeito é prefeito de quem votou e de quem não votou nele. Será cobrado por todos. E ao retornar às bases seu incontornável destino é estar entre seus representados dando explicações das quais não tem para onde fugir.

Sua vida, suas posições, ações, omissões e votos dados em plenário transcorrem sob as vistas de todos. No meio do mandato, um recall pode mandá-lo de volta para casa por mau desempenho. Com o voto distrital, a armadilha se inverte: quem é caça, vira caçador. Impossível? Quase, mas totalmente impossível se as pessoas fizerem disso um não assunto, como são hoje, entre os congressistas, os temas de nosso maior interesse. Boa informação e não votar em ladrões e picaretas em 2022 já é bom começo.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. 

 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Branca de Neve e a caixa de Pandora da lacração - VOZES

Vozes - Luciano Trigo

Hollywood resolveu filmar uma nova versão, live action (com atores), da história da Branca de Neve e dos Sete Anões, imortalizada na animação de Walt Disney de 1937 (por sua vez inspirada em um conto dos Irmãos Grimm de 1812).

Pois bem, para o papel principal foi escalada uma atriz “latina”, Rachel Zegler. “Latina”, no miscigenado Brasil, não quer dizer muita coisa, mas nos Estados Unidos é considerada uma etnia à parte. Imagino que, ao escalarem uma atriz de origem colombiana para o papel de Branca de Neve, os produtores devem ter imaginado que iam ganhar o Oscar da lacração: “Vejam como somos ousados, virtuosos e politicamente corretos! Escalamos uma atriz latina – latina! – para interpretar a Branca de Neve! Esse filme vai bombar!”

Mas eles esqueceram um pequeno detalhe: os anões.

Uma vez aberta, a caixa de Pandora da lacração identitária liberta forças que rapidamente saem do controle. O problema é que, inevitavelmente, essas forças entram em rota de colisão umas com as outras, porque cada grupo identitário que se vê com direitos diferenciados olha para os demais como inimigos em potencial. Em um mundo dividido em grupos que competem por privilégios e se ofendem facilmente, jamais será possível agradar a todos.

Quem os partidos pequenos vão apoiar para presidente nas eleições de outubro

Quem com lacre lacra com lacre será lacrado. A Branca de Neve latina foi concebida para agradar e dar representatividade à comunidade latina nos Estados Unidos, mas a própria ideia de refilmar o conto de fadas pareceu inconcebível para a comunidade dos anões – ou, ao menos, para um anão muito representativo, o ator Peter Dinklage, que ficou famoso como o Tyrion Lannister da série “Game of Thrones”.

Em uma entrevista, nesta semana, Dinklage se mostrou chocado com o projeto da refilmagem da Branca de Neve:  “Literalmente sem querer ofender ninguém, mas fiquei um pouco surpreso: eles ficaram muito orgulhosos de escalar uma atriz latina como Branca de Neve – mas ainda estão contando a história de Branca de Neve e dos Sete Anões… Não faz sentido para mim. Querem ser progressistas, mas ainda filmam aquela história retrógrada sobre sete anões vivendo juntos em uma caverna?”

Pois é, coisas que pareceriam impensáveis ou simplesmente ridículas 10 anos atrás hoje são rotineiras – e ai de quem estranhar: será imediatamente julgado, condenado e esfolado nos tribunais de justiça sumária das redes sociais. Uma dessas coisas é um ator anão, que ficou famoso interpretando um personagem anão, achar ruim refilmarem a história da Branca de neve e dos sete anões.

Aliás, Tyrion Lannister era um personagem cínico, misógino, machista, preconceituoso e politicamente incorreto ao extremo – muito pior como ser humano que qualquer um dos Sete Anões. Tyrion era um personagem de ficção. Atchim, Dengoso, Dunga, Feliz, Mestre, Soneca e Zangado também são personagens de ficção, que já encantaram crianças de muitas gerações. Mas, por ser anão, Peter Dinklage julga ter autoridade moral para censurar e proibir a refilmagem de um conto de fadas.

O problema não acaba aí. A Disney julgou necessário responder às críticas de Dinklage mas respondeu de uma forma que deve ter feito seu fundador, Walt, se revirar no túmulo. Pagando pedágio para a lacração, a gigante do entretenimento se apressou a divulgar que a nova versão dos Sete Anões “fugirá dos estereótipos da animação original” (oi?) e que terá consultoria de “membros da comunidade do nanismo”. Já se fala que os anões serão substituídos por um grupo de “criaturas mágicas”...

Que estereótipos seriam esses? A Disney não explicou. O que fica claro é que a nova versão da Branca de Neve representará mais um passo no perigoso projeto de reeditar o passado que parece mover o fascismo identitário – projeto que conta com o apoio incondicional da academia e da grande mídia, principais patrocinadores da cultura do cancelamento.

Mas, superado o problema com os anões, nada impede que o filme seja cancelado por outros grupos. Por exemplo, que história é essa de uma mulher depender do beijo de um príncipe encantado para acordar do feitiço? Trata-se claramente de um estereótipo heteronormativo e machocêntrico e tem tudo para desagradar às feministas. Talvez a Disney resolva também excluir o príncipe e o beijo da história.

Luciano Trigo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

domingo, 22 de agosto de 2021

A ditadura do Supremo - VOZES

Flávio Quintela 

A prisão de Roberto Jefferson foi um dos acontecimentos marcantes na política brasileira dos últimos dias. Mais que isso, foi um novo patamar estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal em sua missão de acabar com a liberdade de expressão dos brasileiros.

Ministro Alexandre de Moraes, autor do pedido de prisão do ex-deputado Roberto Jefferson.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Eu não gosto de Roberto Jefferson. Acho-o um oportunista corrupto, que tenta surfar em toda e qualquer onda política que lhe pareça vantajosa. Além disso, as falas que o colocaram na mira de Alexandre de Moraes são, em sua grande maioria, de conteúdo imbecil e cheias de incitações e ataques difamatórios a outras pessoas. 
No entanto, tudo que Roberto Jefferson disse não passa de sua opinião declarada sobre determinados assuntos e, sendo assim, não há cabimento em prendê-lo por tal “crime”.

O Brasil, portanto, entrou para o grupo de países que prendem pessoas por crime de opinião, por falarem. No dia seguinte à prisão, fui tecer comentários em um grupo de WhatsApp onde se discute política brasileira. Ouvi, como contraponto à minha defesa de liberdade de expressão, que Charles Manson foi preso nos Estados Unidos – o país da Primeira Emenda – por incitar assassinatos, e que pela minha lógica um líder radical islâmico estaria exercendo sua liberdade de expressão ao conclamar uma jihad.

O Brasil entrou para o grupo de países que prendem pessoas por crime de opinião, por falarem

Será que é possível mesmo equiparar o discurso de Roberto Jefferson com aquilo que levou à condenação de Manson?                                      Ou, então, podemos colocar o político brasileiro no patamar de um aiatolá? Obviamente que não.
Charles Manson fundou um culto apocalíptico que ficou conhecido como Família Manson. Suas previsões incluíam uma guerra entre raças nos Estados Unidos, que terminaria com a morte de todos os brancos pelas mãos de uma insurreição negra. Ele e seus seguidores seriam poupados da morte porque os negros precisariam de um mestre branco, e esse mestre era obviamente Manson. Dentre os seguidores de Manson, quatro ficaram famosos por terem participado do assassinato de sete pessoas, incluindo o da atriz Sharon Tate: Charles Watson, Leslie Van Houten, Susan Atkins and Patricia Krenwinkel.

O julgamento desses crimes começou em 15 de julho de 1970. Durou nove meses e meio, gerou 209 volumes de transcrição, num total de 31.716 páginas. Foi o julgamento de assassinato mais longo da história americana. O júri ficou incríveis 225 dias em isolamento. Ao fim, depois de tudo isso, os 12 jurados condenaram os seguidores de Manson e o próprio.

Veja Também: Opinião da Gazeta: Supremo sem freios

Acho que dá para dizer, com bastante convicção, que Roberto Jefferson não conseguiu se igualar a Manson, e que o processo jurídico que o levou à prisão não tem a mínima possibilidade de comparação com o processo que levou Manson à cadeia e, posteriormente, à morte. Mais que isso, Manson foi condenado por um júri popular, enquanto Jefferson foi preso pela caneta de um ministro do STF. As incitações de Roberto Jefferson resultaram em nenhum crime cometido, e as calúnias por ele proferidas deveriam ter sido objeto de processo judicial específico, movido pelos caluniados.

Não, Roberto Jefferson não pode ser comparado a Charles Manson. Aliás, nenhum discurso, por mais odioso que seja, deve ser comparado ao caso de Manson. Mas seria ele, então, uma espécie de aiatolá que comanda um grupo de jihadistas radicais?  
Há equivalência entre a frase “concentrar as pressões populares contra o Senado e, se preciso, invadir o Senado e colocar para fora da CPI a pescoção” e a declaração de Ali Khamenei sobre financiar e apoiar os grupos jihadistas em ataques a Israel e aos Estados Unidos
Seria o pescoção a versão jeffersoniana de um homem-bomba?

Se deixarmos que o Estado seja tutor do que podemos ou não falar, necessariamente deixaremos que o Estado estabeleça os limites do que é aceitável e o que não é

Obviamente que não. Roberto Jefferson não lidera uma religião belicosa com financiamento milionário, armamento pesado e táticas avançadas de terrorismo. Não fazem nenhum sentido, portanto, os contrapontos que li no grupo de WhatsApp. Por conseguinte, não fazem nenhum sentido os argumentos que a imprensa brasileira tem apresentado para justificar essa prisão absurda, pois são nada além de variações desses argumentos que mencionei.

Enquanto não há crime, não pode haver julgamento; enquanto não há julgamento, não pode haver prisão. Assim como a arma não atira sozinha, o discurso não fere nem mata. Se deixarmos que o Estado seja tutor do que podemos ou não falar, necessariamente deixaremos que o Estado estabeleça os limites do que é aceitável e o que não é. E esse limite poderá ser mudado todas as vezes em que o Estado se sentir ameaçado. É assim que se faz nas ditaduras.
 

Veja Também: Debaixo de sete chaves
  
Obviamente, existem alguns limites aceitáveis à liberdade de expressão, mas são limites construídos por um consenso de longa data, como o famoso “não pode gritar fogo no meio de uma multidão confinada se não houver fogo”.

Por fim, fala-se tanto de golpe militar na imprensa, mas não se escreve uma palavra sequer sobre a ditadura do Judiciário que vem se impondo há tempos sobre os brasileiros. 
O STF age fora de sua jurisdição e responsabilidade quase todo o tempo. Quando não o faz, é porque está ocupado soltando criminosos. Bolsonaro teve duas chances de mudar um pouco o perfil desse tribunal. Desperdiçou-as com Kassio Nunes e André Mendonça. 
Para mim, quem coloca esses sujeitos no tribunal mais alto do país não tem direito de reclamar desse mesmo tribunal. 
Mas nós temos todo o direito de querer o fim do ativismo e do poder ilimitado dos togados de Brasília. 
E essa pauta deveria ser mais explorada que as besteiras ditas diariamente por Bolsonaro. Se o STF vencer essa briga, não é só Bolsonaro quem perde, mas todos os presidentes que forem empossados daqui para a frente.
 
Flavio Quintela,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Pandemia e lição de casa - Fernando Gabeira

In Blog

Incompetência

Já estamos um pouco cansados de falar da pandemia. Quem caiu, quem não caiu, amigo entubado, amigo extubado, CoronaVac, AstraZeneca, vozes abafadas pelas máscaras, CPIs, mentiras e gravações. Mas a Humanidade tem de enfrentar seus erros e fazer a lição de casa, pois, nas condições de crise ambiental, [crise ambiental??? no Brasil que "ocupa 6,3% das terras continentais do planeta e suas áreas protegidas representam 12,3% das existentes???
A extensão dessas áreas protegidas equivale a 54% do território europeu ou à soma das áreas de 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslovênia, Eslováquia, Espanha, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Reino Unido.???
No Brasil em que a maioria das áreas protegidas reúne terras com potencial madeireiro, agropecuário e mineral??? 
Enquanto em outros países, falsos paladinos na defesa do meio ambiente de outros países (o deles, eles já destruíram, Ex.: A Noruega destruiu o seu e agora vem causar desastres no MEIO AMBIENTE do Brasil - também mata baleias, explora petróleo no Ártico .)  as áreas protegidas estão localizadas em terras marginais: desertos desabitados (China, Austrália, Argélia, EUA), regiões polares e subárticas (Alasca, Sibéria) e montanhas inaptas à ocupação humana (Andes, Rochosas). Confira aqui ou aqui.] 

Um passo importante foi a comissão especial criada pela OMS, que divulgou seu relatório. [até hoje a OMS não conseguiu mostrar aos que analisam seu desempenho com imparcialidade:  qual sua real utilidade?  o que fez de útil no combate à pandemia? não valem as declarações do ex-guerrilheiro que a preside - quase sempre recorrentes e a reboque dos fatos (a propósito: cuidados com a  saúde e guerrilha, combinam?) de que a pandemia vai piorar e que só as vacinas resolvem). Nele, o grupo liderado pela ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark aponta os erros da própria OMS, que perdeu um mês antes de decretar a emergência.

Governos locaiscom seu negacionismo, isso conhecemos bem também foram responsáveis por políticas destruidoras.[conhecemos e bem, mas mesmo assim fazemos questão de destacar que a definição governos locais, por óbvio, não inclui  Governo Federal.]

Em outras palavras, a tragédia que o mundo vive hoje poderia ter sido evitada. Comissões internacionais como essa são importantes para despertar uma nova consciência. No final da década dos 60, o Clube de Roma publicou um relatório de personalidades políticas alertando para a produção e o consumo insustentáveis. Isso foi um marco.

No meu entender, existe uma lição implícita na pandemia, já absorvida no século XIX por Humboldt. Ao escalar a montanha do vulcão Chimborazo, ele compreendeu algo que já estava amadurecendo em seu pensamento: os elementos da natureza são interligados, ela é uma rede viva e, portanto, vulnerável.  Lição semelhante pode ser transplantada para a política internacional num caso de pandemia. Estamos todos no mesmo barco. Ninguém estará a salvo enquanto todos não estiverem a salvo.

Daí meu apoio à quebra das patentes, mesmo sabendo que o efeito imediato da medida não é tão promissor quanto a distribuição de vacinas por países que têm mais do que necessitam para vacinar sua população.[detalhe: as vacinas são importantes, quase essenciais - com certeza o ilustre Gabeira é um dos que foi beneficiados por vacinas para diversas doenças (com orgulho e gratidão integro o grupo dos felizardos beneficiários;)
só que cabe um alerta: não se sabe qual o prazo de cobertura da proteção vacinal - meio no 'chute,' é possível apenas estimar que a  proteção vai do dia das primeiras imunizações (dezembro 2020)  até...; 
vacinas desenvolvidas em meses, são realmente seguras?
como a CPI Covidão - pensei em chamá-la do 'fim do mundo',mas já temos o supremo inquérito do fim do mundo... - insiste em tentar responsabilizar Bolsonaro por supostos atrasos, se até a OMS atrasou? ou pretendiam que Bolsonaro começasse a comprar vacinas - ainda inexistentes naquela ocasião - antes mesmo da OMS decretar emergência? - conforme bem demonstra o relatório da Helen Clark; 
se as primeiras notícias da descoberta de vacinas surgiram em meados de 2020, como alguns membros daquela operosa Comissão responsabilizar o presidente do Brasil por atrasos na compra. O Reino Unido, primeira nação a vacinar, começou em dezembro 2020.
Em tempo: antes que o relator da Covidão decrete minha prisão - talvez, por negacionismo - declaro, sob juramento, que tomei as duas doses da coronavac no prazo estabelecido pela ciência e não senti, graças a DEUS, nenhum desconforto de qualquer natureza.
A 'opção' pela chinesa foi compulsória - na ocasião era a única disponível.] 

Essa noção de interdependência deve ser levada também para o plano interno, em que, sem solidariedade, dificilmente atravessaremos a crise. O governo brasileiro fez tudo errado. Negou a pandemia, resistiu à vacina e contribuiu para que tivéssemos um número absurdo de mortes. Como se não bastasse isso, o desmatamento na Amazônia atinge números recordes, o Congresso acaba com as leis que definem o licenciamento ambiental. O processo de destruição da natureza será mais acentuado no Brasil, sem falar no aumento da pobreza, por remarmos contra a corrente mundial que defende a sustentabilidade. O governo e o Congresso não respeitam o alerta sobre uma exploração sustentável da natureza. E muito menos os conselhos para preservar vidas durante uma pandemia. [com o devido respeito ao articulista, sugiro: ele e demais leitores,nos honrem com a leitura dos primeiros quatro parágrafos e, obviamente, confiram tudo neles afirmado.]

Simultaneamente, portanto, criam as bases de uma nova pandemia e estabelecem a política negacionista de um sacrifício humano ainda maior.A única esperança, se isso merece o nome de esperança, é que não conseguirão destruir tudo nem matar todos os brasileiros até 2022.

É simples: ou deixam o poder, ou acabam com o Brasil.[fiquem tranquilos: com a reeleição do capitão, o fim da pandemia e a recuperação da economia, os inimigos do Brasil vão nos privilegiar se ausentando do Brasil por alguns anos ou em privilégio.]

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista 

Artigo publicado no jornal O Globo em 17/05/2021