Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Até a OAB? Até a OAB. É um sintoma revelador da situação de desordem em que vive hoje o Sistema Judiciário no Brasil.
Alguma coisa, definitivamente, tem de estar ainda mais errada do que se imagina,quando até a Ordem dos Advogados do Brasil começa a achar que a situação não está certa.
A entidade ficou calada como um túmulo, durante os últimos quatro anos, diante da violação serial do direito de defesa, das garantias do processo penal e das prerrogativas legais dos próprios advogados por parte do STF.
A justificativa da OAB para apoiar a ilegalidade com o seu silêncio era a mesma de tantas outras estrelas da “sociedade civil”. O Supremo, no seu entender, estava em guerra para salvar a democracia no Brasil;
- diante desse propósito superior para os interesses da nação, e da imensidão da tarefa a realizar, não se podia ficar querendo que o STF respeitasse todas as leis.
Não ocorreu à direção nacional da OAB, aparentemente,a conexão entre democracia e respeito à lei; uma coisa não existe sem a outra.
Agora, enfim, parece que caiu algum tipo de ficha.
Quem usa a força armada para violar a lei, e recebe aplausos, não tem muito interesse em mudar de conduta; tende a violar cada vez mais, e não menos.
A OAB protestou, em nota oficial assinada por seu presidente, contra decisão do STF que proibiu os advogados de fazerem sustentação oral na defesa dos réus envolvidos nos distúrbios do dia 8 de janeiro em Brasília.
Isso, de acordo com a Ordem, significa a supressão de direitos legais dos acusados; os advogados não podem falar de viva voz diante dos juízes, o que viola garantias constitucionais explícitas dos seus clientes.
A OAB poderia fazer outras reclamações. Na verdade, quase nada é legal ou lícito nesses processos, desde o seu primeiro minuto. Decidiu ficar só no veto à sustentação oral, que considera uma aberração particularmente perversa – para ficar apenas no aspecto mais chocante desse tipo de julgamento, o advogado tem de mandar a sua defesa por computador e a sentença pode sair minutos depois, com o mesmo texto de decisões já tomadas para outros réus.
Alguém está lendo o que a defesa escreve?Não se entende, também, porque o sistema do “plenário virtual”, adotado para enfrentar a emergência da Covid, está sendo utilizado para um julgamento que não tem nada a ver com a situação existente durante a epidemia.
O protesto pode acabar sem nenhum efeito prático;os ministros do STF se acostumaram em ver os dirigentes da OAB de joelhos, e não entendem agora do que estão se queixando.
Quem usa a força armada para violar a lei, e recebe aplausos, não tem muito interesse em mudar de conduta; tende a violar cada vez mais, e não menos.
Os réus não poderiam estar sendo julgados no STF, pois não têm foro especial.
Não poderiam estar sendo condenados a até 17 anos de cadeia por participarem de um quebra-quebra.
Não poderiam ser punidos sem que a acusação apresentasse provas de que cometeram os crimes dos quais são acusados – muitos nem sequer estavam no local geográfico dos distúrbios.
Não poderiam estar presos quando são réus primários.
Não poderiam ser condenados por cometerem ao mesmo tempo os crimes de “golpe de Estado” e de “abolição violenta do Estado de direito” –e não poderiam receber penas somadas por um e pelo outro.
Não poderiam, obviamente, estar sendo julgados pela prática de um crime impossível de ser praticado.
Como alguém pode dar um golpe de Estado sem ter sequer um canivete no bolso?
A OAB, apesar dos frequentes protestos dos seus próprios filiados, está engolindo tudo isso em silêncio.
Fica difícil, agora, impressionar os ministros do Supremo.
Já que militantes identitários tomaram o Reino da Fantasia de assalto, vamos imaginar seus próximos passos
Ilustração: Lézio Júnior
Se você dirigir para o norte de Los Angeles e pegar a San Fernando Road, chegará à cidade de Glendale. Na esquina da San Fernando com a Glendale Boulevard, vai encontrar à direita o Forest Lawn Memorial Park.
Quando os dias estão calmos em Glendale (e geralmente estão), o visitante que entra no parque consegue ouvir o som de algo fazendo um ruído surdo sob a terra. Provavelmente seja o cadáver de Walt Disney se revirando no túmulo ao ver o que estão fazendo com seu reino de fantasia.
Um dia esse pessoal woke talvez decida destruir tudo o que Walt Disney produziu desde a década de 1920, por causa de seu conteúdo “machista, homofóbico, racista” e uma longa lista de pecados imperdoáveis aos olhos dessa gente. E todas essas obras “fascistas” serão substituídas por novas versões dos grandes clássicos de papai Walt Disney.
Aqui vão algumas sugestões de releitura dos inocentes desenhos animados do passado, segundo o ponto de vista desses extremistas da chatice.
Afronegrapreta e os 7 anões LGBTQIA+ Era uma vez, num reino distante, uma rainha muito má e muito, muito branca. A Rainha Má e branca tinha adotado uma menina de extrema beleza conhecida como Afronegrapreta, a quem maltratava e enchia de afazeres domésticos. Mas Afronegrapreta não se importava. Mesmo explorada pela madrasta e vítima da mais-valia, passava o dia trabalhando alegremente. Em seu coração batia a esperança de um mundo mais justo e solidário.
A Rainha às vezes se trancava sozinha em seu quarto, onde guardava em segredo dentro de um armário um Espelho Mágico. — Espelho, Espelho meu — dizia a Rainha Má. — Existe em todo reino alguém mais bela e mais branca do que eu?
E o Espelho sempre dizia que não havia outra mulher mais bela e muito menos mais branca que Sua Majestade. Mas um dia a resposta foi diferente: — Jamais haverá alguém de pele mais alva que a sua, Alteza. Sois a soberana absoluta da brancura. Quanto à sua gloriosa beleza, tenho más notícias. Um Espelho Mágico jamais mente. Eu sou obrigado a revelar que já não és a mais bela desde que adotaste aquela menina como enteada.
A Rainha ficou indignada.
— Mas… aquela criadinha é negra!
— Sim, Majestade. Mas um Espelho Mágico como eu não obedece às mesmas regras ditadas pelo racismo estrutural de Sua Alteza.
Com o olhar em chamas, a Rainha bateu a porta do armário na cara do Espelho Mágico e jurou para si mesma que iria dar um jeito nessa situação. Chamou seu Segurança/Instagrammer e ordenou a ele que cancelasse sem dó nem piedade sua enteada/criada Afronegrapreta.
Passarinhos ouviram a ameaça pela janela real e correram para contar a notícia aos esquilinhos, que por sua vez contaram para os coelhinhos, que avisaram Afronegrapreta do perigo que ela corria. A mais bela do reino apagou todos os seus perfis nas redes sociais e saiu em desabalada carreira pela floresta sem olhar para trás.
Já exaurida pela fuga, a menina encontrou uma casinha entre as árvores e desmaiou antes de conseguir chegar à porta. Quando despertou, percebeu que estava próxima de um ser de baixa estatura cujo tamanho não deve ser percebido como um fator de exclusão ou preconceito. — Onde estou? — perguntou Afronegrapreta, espantada — Quem é você?
— Sou um dos anões da floresta — respondeu o estranho.
— Já ouvi falar de vocês! — disse a garota, com um sorriso. Atchim, Espirro, Zangado, Soneca, Dunga, Feliz e Dengoso!
— Não mais — disse o ser humano verticalmente limitado — Esses anões velhos foram embora, ainda que a palavra “velho” seja aqui usada sem intenção de ofender os idosos, já que não somos adeptos do etarismo. Agora estamos nós, os mais jovens, todos parecidos em sua diversidade, mas com características identitárias distintas. Eu sou Kink. Quero lhe apresentar meus amigues, cada um/uma/ume com sua própria característica de comportamento sexual.
E então os amigxs Anõx de Kink foram saindo um/uma/ume a um/uma/ume da casinha, alegres e vestidos de acordo com sua própria identidade. Kink os apresentou. — Esta é Florisbela, e ela é lésbica. Ronilson é gay. Jãomaria é bissexual. Guilhermine é transgênero. Fred é queer.Marcianita é um questionando.Bibiane é intersexual. Somos um coletivo LGBTQIA+ consciente e ativo na luta contra a bifobia, homofobia, lesbofobia e transfobia.
Afronegrapreta ficou encantada com toda aquela diversidade e resolveu morar na comunidade LGBTQIA+. Passava seus dias lavando louça e preparando as refeições para seus amiguinhes. Um dia, a Rainha Má descobriu que sua enteada vivia feliz na floresta. Demitiu o Instagrammer/Segurança por justa causa e resolveu cuidar pessoalmente do assunto.
Usando de uma poção mágica, a Rainha Má se transformou em uma senhora de idade avançada(sem perder sua brancura característica)e foi até a casa dos anões LGBTQIA+. Aproveitando um momento em que Afronegrapreta estava só, a falsa velhinha ofereceu à garota uma maçã. Que a garota inocentemente aceitou.
Anos se passaram até que um dia surgiu um Príncipe hétero, branco e louro, que se apaixonou perdidamente pela mais bela do reino
Assim que mordeu o fruto, Afronegrapreta caiu ao chão. Antes de desmaiar (de novo), observou a velha senhora se transformar em sua odiosa madrasta. —Ha-ha-ha — gargalhou a Rainha Má e Racista — Você é muito ingênua mesmo, menina! Mordeu sem pensar a maçã que eu lhe dei, sem imaginar que ela foi criada a partir de sementes transgênicas e envenenada com agrotóxicos! Hahahaha! Agora você vai dormir. E só despertará com o beijo de puro amor de algum Príncipe encantado, desde que seja hétero, branco, louro e de olhos azuis! Hahahaha! Tolinha!
E, enquanto a Rainha se afastava com sua risada de vilã, Afronegrapreta caiu num sono profundo. Foi cuidada pelos anões identitários enquanto permaneceu desfalecida. Anos se passaram até que um dia surgiu um Príncipe hétero, branco e louro, que se apaixonou perdidamente pela mais bela do reino. Gentilmente o príncipe encantado se ajoelhou ao lado de Afronegrapreta e beijou com doçura, delicadeza e afeto os lábios adormecidos da linda garota.
A magia funcionou, conforme havia previsto a Rainha Má. O beijo de puro amor despertou Afronegrapreta, que olhou espantada para os olhos azuis do Príncipe apaixonado na sua frente. Ele sorriu e se preparou para carregar a moça desperta em seus braços direto para o altar.
Mas o que o Príncipe ganhou foi uma bofetada no rosto e a fúria de Afronegrapreta. — O que você está pensando, seu cafajeste?! Aproveitou-se da minha condição para abusar de mim! Eu estava adormecida, como poderia me defender? Quem te deu autorização para me beijar? Isso foi um estupro! Meu corpo, meus direitos! Não é não!
O príncipe foi imediatamente preso e sumariamente cancelado nas redes sociais. Já vendeu três castelos para poder pagar os advogados.
Pinóquio Vivia numa cidadezinha da Itália um carpinteiro chamado Gepeto. Ele queria muito ter um filho. Um dia, montou um boneco, a quem chamou de Pinóquio. Por ser um homem bom e honesto (e não utilizar na sua oficina mão de obra escrava de refugiados muçulmanos vítimas do sionismo), a Fada Arco-Íris deu vida ao boneco Pinóquio. E entregou a ele uma Libélula Falante, que serviria como sua consciência, pronta a lacrar a qualquer deslize verbal do menino.
Gepeto ficou muito feliz com a transformação. Mas logo enfrentou problemas. Pinóquio se envolveu com desajustados, todos vítimas da desigualdade social e da exploração capitalista.
Além disso, o boneco que virou menino dizia muitas mentiras. O que quase levou Gepeto a ter de depor na Comissão de Inquérito das Fake News, instalada no Supremo Tribunal Federal da Itália. Pior: quando mentia, o nariz de Pinóquio crescia. A Libélula Falante disse que aquilo era inaceitável, pois lembrava um estado de ereção típico de machistas agressivos e assediadores.
A Libélula Falante percebeu que ia ter muito trabalho com Pinóquio. Convenceu Gepeto a deixar pra lá essa história de filho. Gepeto então desmontou Pinóquio e o usou no fogão a lenha para esquentar seu fetuuccine al pomodoro.
A Rainha Leoa Nos confins da África vivia o Rei Mufasa com a Rainha Sarabi. Todos os animais obedeciam ao rei, que ditava as regras de cima de uma grande pedra. Mufasa tinha um irmão chamado Scar, que invejava seu poder.
A floresta se encheu de alegria quando nasceu o pequeno Simba, filho de Mufasa com Sarabi. E todos passaram a saber que o trono teria um herdeiro.
Mas o malévolo tio Scar provocou a morte do irmão Mufasa e ainda fez a culpa recair sobre o pequeno Simba. Quando Scar se preparava para tomar o poder, a Rainha Sarabi revelou que estava por trás do plano. Ela costumava assistir à série O Conto da Aia no serviço de streaming por satélite da selva e havia se tornado uma feminista ultrarradical.
Sarabi se amaldiçoou por não ter dado cria a uma fêmea. Cercada por leoas militantes, inspirou todas as fêmeas do reino, que expulsaram seus respectivos machos. Foi declarada então a Rainha Leoa. O pequeno Simba foi entregue a humanos para ser exposto num zoológico. Scar foi atirado de um penhasco.
Sem machos, as fêmeas de todas as espécies pararam de procriar, causando uma extinção em massa na floresta. A culpa pela catástrofe ecológica africana foi atribuída pela grande imprensa ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Mourão debocha de possível investigação sobre tortura na ditadura: 'Vai trazer os caras do túmulo?'
Vice-presidente minimizou divulgação de áudios de sessões do STM em que ministros admitem [sic] prática
O vice-presidente Hamilton Mourão ironizou nesta
segunda-feira a possibilidade de uma investigação sobre os áudios de
sessões do Superior Tribunal Militar (STM) em que ministros da Corte admitem [sic] a prática de tortura. Mourão disse que "os caras já morreram tudo" e questionou se iriam "trazer os caras do túmulo de volta".
—
Apurar o quê? Os caras já morreram tudo, pô. Vai trazer os caras do
túmulo de volta? — disse Mourão, rindo, ao chegar no Palácio do
Planalto.
Parte das gravações foi divulgada pela colunista do GLOBO Miriam Leitão,
que teve acesso ao material que vem sendo estudado pelo historiador da
UFRJ Carlos Fico. Nas sessões, abertas e secretas, os ministros
militares e civis tecem comentários sobre casos de tortura que ocorreram
durante a ditadura. O historiador teve acesso aos áudios de sessões do
STM entre 1975 e 1985.
Mourão, que é general da reserva do Exército, afirmou que esse assunto é "passado".
—
Isso já passou. É a mesma coisa que a gente voltar para a ditadura do
Getúlio. São assuntos já escritos em livros, debatidos. É passado, faz
parte da História do país.
O
vice-presidente já defendeu em diversas oportunidades o golpe militar
de 1964 e a ditadura militar que durou os 21 anos seguintes.
Nesta
segunda, ele afirmou que a História "tem dois lados" e que nesse caso
houve uma "luta" contra o governo por parte de "organizações que queriam
implantar a ditadura do proletariado", e disse que "houve excesso de
parte a parte".
— É lógico, você tem que conhecer a História. A
História, ela sempre tem dois lados ao ser contada. Então vamos lembrar:
aqui houve uma luta, dentro do país, contra o Estado brasileiro, por
organizações que queriam implantar a ditadura do proletariado aqui. Era
um regime que na época atraía, vamos dizer assim, uma quantidade grande
da juventude brasileira e também parcela aí da sociedade, mas que
perderam essa luta. Ah, houve excessos? Houve excesso de parte a parte.
Segundo a
polícia, o caso aconteceu em Manaus e o homem planejava desenterrar
também corpos de outros familiares. Ele foi encaminhado ao hospital e
será ouvido após alta
Um homem de 35 anos foi detido em Manaus na madrugada desta
quinta-feira (2/7) após desenterrar o corpo da avó do cemitério São
Francisco, na Zona Sul da capital amazonense. Segundo a polícia informou
ao Correio, ele foi encontrado a cerca de 1km do cemitério, no Beco Greco, localizado na rua Jacira Goes, dançando abraçado ao cadáver.
Corpo foi retirado de dentro do cemitério Morro da Liberdade, na Zona Sul de Manaus — Foto: Rebeca Beatriz/G1 AM
A
família informou à polícia que ele possui problemas psiquiátricos. O
homem foi encaminhado para a delegacia e depois para o pronto-socorro.
Depois que receber alta, ele deverá prestar depoimento sobre o caso.
De
acordo com a polícia, o homem saiu do cemitério com o cadáver nos
ombros, caminhando pela rua. Após ser acionada, a polícia encontrou o
homem amarrado a um poste, devido à ação de populares que presenciaram a
cena. O cadáver encontrava-se no chão, ao lado dele.
Saudades da avó "Ele estava completamente transtornado e dizia o tempo todo que queria fazer na avó um transplante para trazê-la de volta à vida porque sentia muita saudade. Ele disse que ia doar todos os seus órgãos a ela”,afirmou o tenente Paulo Araújo, da 2ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), ao G 1.
À polícia, testemunhas informaram que ele já teria tentado roubar o corpo do cemitério outras vezes. Ainda segundo o tenente, além da avó, que morreu em 2018, o homem tinha interesse em desenterrar outros familiares. Segundo a polícia, ele não possui passagem ou antecedentes criminais. Se comprovado o transtorno psiquiátrico, o homem não será responsabilizado. A polícia informou que o corpo da idosa foi devolvido ao túmulo.
O Correio entrou em contato com a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), que administra o cemitério, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. O caso foi encaminhado ao 2° Distrito Integrado de Polícia (DIP).
O STF, na última quarta-feira (24/06), firmou convicção em favor do
emprego público como ideal projeto de vida dos brasileiros. Seria essa
uma espécie de “interpretação conforme a Constituição" do disposto em
seu art. ao, inciso III, que trata da redução das desigualdades sociais?
Até onde me lembro, sempre foi assim. Na minha infância, toda mãe
amorosa, todo pai zeloso sonhava com um bom emprego público para o
futuro de seus pimpolhos. Lembro que lá na minha Santana do Livramento,
as referências eram o Banco do Brasil, a carreira militar, fiscal da
receita. Não sei se essas posições ainda se mantêm cobiçadas. O que sim,
sei, é que quanto mais a atividade privada patina em meio às sucessivas
crises da economia ao longo das últimas décadas, maior a atração pelos
concursos e mais aumenta a população concurseira. Estima-se que, todo
ano, cerca de 10 milhões de brasileiros busquem a rede de ensino que
opera com foco nesse atraente mercado. Jovens habitualmente pouco
ou nada ligados ao estudo no sistema formal, público ou privado, ao
ambicionarem um cargo acessível por concurso, passam a queimar pestanas
que cruzaram intactas e dispensadas de maior esforço todos os anos
anteriores. O lado bom dessa história é que, aprovado ou não, o
concurseiro vai aprender com esforço próprio um pouco mais do que trazia
como patrimônio de conhecimento após encerrar seu mal aproveitado ciclo
escolar. O lado ruim é o desestímulo para a atividade privada.
Impossível recusar o fascínio de uma vida sob a proteção do Estado, a
subsistência garantida do ato de nomeação ao túmulo. Estabilidade e
segurança nessas proporções não costumam ser disponíveis na atividade
autônoma ou no setor produtivo da economia. Voltemos, então, à
recente decisão do STF. Na crise que a covid-19 fez desabar sobre a
economia brasileira, empregos viram pó e postos de trabalho, fumaça.
Para alimentar a esperança de não voltar ao envio de currículos, às ruas
e às entrevistas, trabalhadores concordam com reduzir seus salários e
suas jornadas. De algum jeito, que provavelmente lhes vai demandar
angustiantes e longos ajustes no orçamento familiar, colaboram com sua
quota de sacrifício para que os tutores da pandemia não acabem de vez
com seu posto de trabalho. Já no que concerne ao setor público, o
STF (aquele das lagostas e vinhos premiados), por “sólida” convicção de
6x5 em ambos os casos, decidiu que os repasses do Executivo aos outros
poderes não devem ser reduzidos em caso de frustração de receita, nem
podem os governantes diminuir vencimentos de servidores para
compatibilizar sua despesa ao caixa, conforme impõe a responsabilidade
fiscal. Conclui-se daí que esta é uma crendice, atingível por feitiços,
artes ocultas ou milagres. Não é sensato, nem soa como
democrático que, num julgamento desempatado por um único voto e sendo
parte interessada, o STF (elite do setor público) derrube decisões
tomadas pela maioria dos quase 600 congressistas. Esse é mais um primor
da Carta de 1988, que não impõe um número mínimo de votos para que o STF
revogue decisões do Congresso. [a Constituição cidadã também é omissa quando não estabelece que decisões derrubando atos do Presidente da República = Poder Executivo da União = devem ser tomadas pelo Plenário com no mínimo 7 votos a favor da derrubada, não sendo válidas decisões monocráticas contra atos do Presidente.] Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é
arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas
contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A
Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Gerações de brasileiros estão sendo levadas a acreditar que a todo desejo equivale um direito — e nenhum dever
Historiadores relatam que, em busca das riquezas fabulosas do
Eldorado, conquistadores europeus interrogavam insistentemente os
nativos, até que recebessem — ou julgassem receber — a resposta que
desejavam. Pero Vaz de Caminha escreve em sua famosa carta que,
convidados a subir a bordo de uma caravela, alguns nativos examinaram
atentamente um par de objetos e, em seguida, voltaram seu olhar para a
terra. Os navegantes portugueses concluíram daí que eles estavam
propondo trocar aqueles objetos por ouro e outras riquezas —
interpretação que, evidentemente, mais se devia ao desejo que à
realidade. “Isso tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos”,
escreve Caminha.
Talvez tenhamos herdado do colonizador português nossa vocação para
acreditar naquilo que queremos, mais do que naquilo que enxergamos. Não
surpreende, portanto, que o recente fenômeno da pós-verdade tenha
encontrado no Brasil terreno mais do que fértil: a pós-verdade conferiu,
por assim dizer, legitimidade intelectual à persistente atitude do
brasileiro de ignorar fatos e números que contrariem suas convicções.
Sempre aplicamos à realidade o filtro do nosso desejo: se a realidade
não corresponde ao que quero, pior para a realidade.
Outro traço
distintivo do caráter nacional no século 21 é a obstinada recusa em
reconhecer um erro. Parece que Mark Twain estava pensando nos
brasileiros do futuro quando afirmou que é mais fácil enganar as pessoas
do que convencê-las de que elas foram enganadas. Assim somos:
preferimos nos agarrar a um engano até o túmulo a admitir que fomos
feitos de bobos. Por fim, um terceiro traço que nos caracteriza,
complementar aos outros dois, é a tendência a confundir fatos e
opiniões, vontades e direitos, o que geralmente conduz à vitimização:
quando desejos se transformam em direitos, se eu não tenho algo que
quero será sempre por culpa do outro, não por incompetência minha.
Somados,
esses três traços impedem qualquer conciliação entre os campos em
disputa na sociedade fraturada em que vivemos hoje. Como esses campos
parecem viver em realidades incompatíveis, sem qualquer interseção que
permita um esboço de consenso, é inútil apelar à razão. No país das
verdades alternativas, cada um escolhe a narrativa que mais lhe apetece,
sem qualquer cerimônia. Todos têm razão e ninguém admite ser
contrariado.
Como chegamos a esse ponto? Educação. Antigamente se aprendia desde
criança que a gente não pode ter tudo que quer. Mesmo aqueles que não
aprendiam isso em casa acabavam entendendo, porque a vida ensinava, e a
realidade se impunha. A vida ensinava também que as pessoas são
diferentes, têm graus variáveis de beleza e inteligência, talentos,
aptidões e características individuais, mas isso não era motivo para
inveja nem ressentimento. A beleza alheia não ofendia, a inteligência
alheia não oprimia, os talentos alheios eram objeto de admiração, não de
ódio — porque se aprendia também que o esforço, o sacrifício e a
perseverança podiam levar qualquer pessoa à realização e à felicidade.
[a propósito do parágrafo abaixo, tem uma situação, prestes a tomar tempo do Supremo, que vem a calhar para ser citada como comentário desta matéria. Antes, destacamos que todos nós adoecemos, não escolhemos ficar doentes e vitimados por qual moléstia e sim somos 'escolhidos';
apenas determinados estilo de vida nos tornam mais propensos a sermos atingidos por determinadas doenças, mas, essa regra não é definitiva; um exemplo óbvio e recorrente: é aceitável o argumento que um fumante corre maior risco de ser vítima de diversas doenças, entre elas o câncer de pulmão e/ou em outros órgão do aparelho respiratório; recentemente, uma senhora faleceu vítima do câncer do pulmão, que fez metástase para o cérebro - sendo que ela nunca fumou nem foi fumante passiva. Agora o Supremo Tribunal Federal vai atropelar dezenas de processos para julgar se uma norma da Anvisa - agência especializada em normatizar procedimentos relativos à segurança da saúde - que considera "inapto a doar sangue o homem que fez sexo com outro nos 12 meses
anteriores à ida ao hemocentro. O PSB considera que está configurado
preconceito contra os homossexuais,..." "... o ministro Edson Fachin afirmou, ao apresentar o voto favorável à ação,
que o estabelecimento de um grupo de risco com base na orientação sexual
não é justificável. Para ele, trata-se de uma restrição desmedida com o
pretexto de garantir a segurança dos bancos de sangue."(não foi perguntado ao ministro se ele aceita receber sangue de um doador homossexual, homem, que fez sexo com outro seis meses antes da doação) Citamos este exemplo apenas corroborando o entendimento do ilustre articulista de quegerações de brasileiros estão sendo levadas a acreditar que a todo
desejo equivale um direito — e nenhum dever. CLIQUE AQUIpara SABER MAIS, ouAQUI.]
Hoje
não é mais assim:em vez de entender que não podem ter tudo que querem,gerações de brasileiros estão sendo levadas a acreditar que a todo
desejo equivale um direito — e nenhum dever. Uma pessoa desprovida de
beleza tem o direito de ser top model; uma pessoa desprovida de
inteligência ou disposição para estudar tem o direito de tirar nota 10
nas provas; uma pessoa desprovida de dinheiro tem o direito de ter um
iPhone 11; uma pessoa que nasceu homem tem o direito de participar nas
equipes femininas em competições esportivas — tudo “por assim o
desejarmos”, como escreveu Caminha. É difícil acreditar que isso possa
dar certo: pode existir pós-verdade, mas ainda não inventaram a
pós-realidade. Indiferente ao que desejamos e ao sentido que damos às
coisas, a realidade sempre se impõe, nem sempre de forma agradável.
Luciano Trigo, jornalista e escritor - artigo em O Globo
Nesta segunda-feira, em São Paulo, o deputado federal Eduardo
Bolsonaro considerou “normais” as críticas feitas a militares aliados do
presidente da República por ele próprio, pelo irmão Carlos e,
sobretudo, por Olavo de Carvalho. Segundo Eduardo, é natural que quem
não esteja alinhado com Jair Bolsonaro fique sujeito a qualquer tipo de
ataque. Eduardo mirava em Hamilton Mourão, vice-presidente da República,
e em Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo,
ambos generais. Acabou acertando a testa do general Eduardo Villas
Bôas, alvo de um tuíte inverossímil de Olavo de Carvalho.
Por ter afirmado na véspera que o guru da família
presidencial presta um desserviço ao país, Villas Bôas foi reduzido pelo
revide de Olavo a “um doente numa cadeira de rodas”, usado como escudo
por Hamilton Mourão e Santos Cruz. Nem Mourão nem Santos Cruz — que em
missão no Congo participou de combates reais, não de escaramuças de
internet —- precisam de biombos.O disparo alcançou também o general
Augusto Heleno, que encarregou Villas Bôas de coordenar projetos ligados
à educação.
Vítima de uma doença degenerativa, Villas Bôas continua exibindo a
mesma lucidez exibida enquanto comandou o Exército, de 2015 a janeiro
deste ano. Ele é mais que um oficial da reserva alinhado ao presidente
da República. Segundo o próprio Jair Bolsonaro, Villas Bôas teve uma
participação fundamental na caminhada que o levou ao Palácio do
Planalto.O capitão e o general dividem segredos de tão grosso calibre
que Bolsonaro prefere leva-los para o túmulo.
Por tudo isso e muito mais, o presidente precisa encerrar
imediatamente a guerra que opõe partidários de Olavo,entre os quais
figuram seus filhos, a militares submetidos a bombardeios verbais que
acabam de ultrapassar os limites do suportável. O conflito desta vez não
será resolvido com declarações que distribuem afagos a todos os
envolvidos no tiroteio.
Bolsonaro terá de dizer claramente se subscreve o
tuíte de Olavo ou condena o ataque pelas costas sofrido por Villas
Bôas, que feriu também Augusto Heleno. Bolsonaro precisa mostrar sem rodeios com qual dos blocos se alinha. Ou está com os atacantes ou está com os agredidos.
Tomar sucessivas decisões impopulares com estilo de briga de botequim é uma escolha
A Lava Jato fez cinco anos com impressionantes números internos e
grandes repercussões na política continental, algo que não se destaca
muito aqui, no Brasil. Mas na semana do aniversário sofreu uma derrota:
por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que crimes
conexos ao caixa 2 vão para a Justiça Eleitoral. Os políticos acusados de corrupção terão um alívio. A Justiça Eleitoral
não está aparelhada para investigar, dificilmente colherá provas. Alívio
maior ainda é saber que, mesmo com excesso de provas, como no
julgamento da chapa Dilma-Temer, ela decide absolver.
Há um novo marco adiante:a votação da prisão em segunda instância. Se o
grupo que resiste à Lava Jato vencer, trará alívio não só para
investigados, como também para os presos. A Lava Jato vinha de uma semana difícil com a história da fundação que
usaria R$ 2,5 bilhões para combater a corrupção. Era dinheiro da
Petrobrás a ser devolvido ao Brasil pelos Estados Unidos. Os
procuradores compreenderam rápido que era melhor recuar da ideia e
deixar que o dinheiro seja usado de acordo com prioridades
democraticamente definidas. Mas os adversários souberam aproveitar o
tropeço.
O ministro Gilmar Mendes chegou a afirmar que havia intenções eleitorais
na decisão dos procuradores de usar o dinheiro contra a corrupção. E
levou o nível da tarde ao de um programa do Chaves, chamando os
procuradores de gentalha. Creio que os ministros perceberam que derrotar a Lava Jato ia custar a
todos uma certa oposição social. E de fato houve reação nas redes e na
rua. Algumas reportagens indicavam que era uma reação de bolsonaristas
contra o STF. Penso que transcende um grupo determinado.Dias Toffoli compreende que está diante de uma situação grave. As
sessões são públicas, a rede comenta e ataca os ministros. No entanto,
sua reação de determinar inquérito no Supremo e escolher um delegado
para conduzi-lo deu a impressão de estar com medo e isolado.
Com medo porque, de fato, o nível de agressividade aumenta, até com
posições que fariam Rui Barbosa virar no túmulo: acabar com o STF.
Isolado porque o Supremo é um órgão superior, existem estruturas
judiciárias próprias para isso. Por que desprezá-las? Elas só
desenvolvem inquéritos sobre acusações específicas, não uma hostilidade
difusa contra os ministros. Na verdade, Toffoli deu uma carteirada. Como em toda carteirada no
Brasil, no princípio as pessoas ficam meio surpresas. Em seguida,
pensando bem, conseguem ver as coisas nas dimensões legais. O inquérito determinado por Toffoli pode ser contestado legalmente e,
sobretudo, no campo político. Até que ponto procuradores e parlamentares
que preparam uma CPI da Lava Toga não podem interpretar isso como uma
tentativa de intimidação?
Não será o fim do mundo entregar os crimes conexos ao caixa 2 à Justiça
Eleitoral, muito menos acabar com a prisão após julgamento em segunda
instância. Se vão fazer isso, aguentem o tranco, sem apelar para saídas
autoritárias. Quem anda pelas ruas não ouve críticas ao STF apenas de
seguidores de Bolsonaro. Há algo mais amplo e potencialmente agressivo. E
se a reação for essa que Toffoli lançou, as coisas podem ficar muito
piores. Em vez de as pessoas lutarem contra juízes que veem apenas como
cúmplices dos políticos, eles vão ser vistos também como autoritários e
antidemocráticos. Algumas previsões eleitorais temiam passos autoritários do governo. O
Supremo e o Parlamento seriam contrapesos democráticos. Se o próprio
Supremo avança o sinal, aumenta uma percepção de insegurança. Não creio
que os parlamentares se vão intimidar.
O caminho escolhido por Dias Toffoli agrava a situação. Abre-se uma
perspectiva para uma luta mais áspera ainda. Já chegamos ao nível do
programa vespertino Chaves com a gentalha, gentalha de Gilmar. No
programa, gentalha é um achado; no diálogo institucional, uma barbárie. A Lava Jato continuará com apoio popular. A entrada de Sergio Moro no
governo ainda é uma incógnita. Ela é baseada no propósito de ampliar o
trabalho da operação, levá-la além dos seus limites com um conjunto de
leis e uma nova atitude do Executivo. Todavia não é garantido que os
parlamentares respaldem majoritariamente suas propostas. E parece haver
no governo uma luta interna com potencial desagregador. As notícias que
vieram de Washington, sobretudo a entrevista de Olavo de Carvalho,
revelam uma linguagem também corrosiva, em especial quanto aos
militares.
Se a maioria ocasional entre os ministros prevalecer e derrotar de novo a
Lava Jato, certamente haverá reações. Toffoli mostrou-se um pouco sem
norte nesta primeira etapa. Se insistir nesse tipo de resposta, tende a
sair enfraquecido. Uma nova derrota da Lava Jato também terá repercussões no Congresso e,
pelo que ouço, o tom lá contra alguns ministros do STF tem a mesma carga
emocional das ruas. Uma CPI da Lava Toga tem o potencial de trazer uma
grande pressão, criar tensões institucionais. A luta ainda está longe do
desfecho, mas vejo que pode ser áspera, com os políticos estimulados
pelas ruas. O aspecto delicado é que ela tem o potencial de pôr em
confronto, ainda que parcialmente, duas instituições com que contávamos
como contrapeso democrático.
Será preciso muita maturidade para avançar daqui para a frente, máxime
neste momento crucial de luta entre diferentes maneiras de tratar a
corrupção. Não deveriam ser tão excludentes. Quando um ministro se
coloca como inimigo da Lava Jato, perde a isenção, propõe, na verdade,
um duelo com a maioria da sociedade e parte substancial do Congresso. Tomar sucessivas decisões impopulares com um estilo de briga de botequim
é uma escolha. O próprio STF, instituição destinada a resolver
conflitos, transformou-se num núcleo conflitivo. Uma fábrica de crises
entre um e outro chá.
Sem esboçar emoção, Leandro Boldrini nega participação na execução do filho
Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo (João Batista Jr./VEJA/VEJA)
O terceiro dia do júri popular sobre a morte
de Bernardo, de 11 anos, executado no dia 4 de abril de 2014 por uma
superdosagem do sedativo Midazolam, contou com o depoimento de seu pai, o
médico cirurgião Leandro Boldrini. Ele é acusado por ser o mentor do
assassinato do filho. Sem esboçar emoção, a maior parte do tempo com
olhar fixo, ele falou ao longo de três horas. Não se negou em responder
nenhuma pergunta elaborada pelos promotores, mas seu advogado, Ezequiel
Vetoretti, pediu ao cliente deixar de falar em determinado momento por
considerar que a promotoria estava sendo sádica e objetivava tirá-lo do
sério. Mesmo assim, os promotores seguiram com as perguntas – sabendo
que não seriam respondidas. Uma delas: “O que é ser pai?”
Encerradas as perguntas, Vettoreti se levantou e leu um
parecer do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, segundo o qual
juízes não podem autorizar que promotores façam perguntas quando o réu
anuncia o desejo em não responder sob o risco de causar nulidade do
julgamento. A estratégia do advogado de defesa é bastante clara: se
Boldrini for inocentado, acatará a sentença a ser proferida, espera-se,
nesta sexta; se pegar cadeia, entrará com pedido para anular todo o
júri.
Quando falou, e falou bastante, Boldrini não conseguiu ser claro em
pontos fundamentais. Ele afirma ter ido dormir depois do almoço
(tilápia, arroz e salada), portanto, não teria visto a mulher, Graciele
Ugulini, deixar a residência com Bernardo. Boldrini se enrolou com a
precisão do horário neste dia 4 de abril de 2014, sem conseguir precisar
ao certo quando chegou à residência para almoçar e quanto tempo levou
para fazer a refeição.
Uma imagem de câmera mostra madrasta e garoto dentro de uma
caminhonete às 12h23, quando ela dirigia o menino rumo à morte na cidade
de Frederico Westphalen. O pai diz ter sido informado pela mulher que,
quando retornaram da cidade vizinha, Bernardo teria ido dormir na casa
de um amigo chamado Lucas. O menino morreu e foi colocado em uma cova
vertical às 15h.
Boldrini e a mulher, na noite de sábado, pouco mais de 24 horas após a
execução, foram para uma boate na cidade Três de Maio. Boldrini só foi
procurar o filho no fim da tarde de domingo, quando foi até o comércio
do pai de Lucas saber se a criança estava lá. Depois de contatar amigos e
pais de amigos do filho, e de fazer um Boletim de Ocorrência, o pai
desligou o celular às 23h58 e o ligou de volta no dia seguinte, às 7h.
Acordou e foi fazer uma cirurgia no hospital. Alguns trechos do depoimento de Leandro Boldrini:
Rumo à morte “Ela (Graciele) me disse que o Bernardo tinha ido pousar na casa do
Lucas, quando voltei do hospital por volta das 20h30, e que teria o
levado para Frederico (Westphalen) durante a tarde, onde foi comprar uma
TV e um aquário para o Bernardo. Não vi meu filho saindo de casa com
ela.”
O “sumiço do filho” “No fim da tarde de domingo, eu fui ao hospital ver os pacientes
recém-operados. Como o restaurante do pai do Lucas fica ao lado do
hospital, passei para pegar o meu filho. Ele não estava lá. Fui até a
casa dele (Lucas), onde me contaram que o Bernardo não tinha ido lá
desde sexta. Comecei a maratona de ligações e procura. Liguei para
outros colegas, pais… fui passando em toda a minha agenda. Fui então até
a praça da cidade, onde havia uma festa. A Graciele só dizia: ‘vamos
continuar ligando’, ela estava normal como a água é cristalina.”
Estorvo familiar “O Bernardo estava começando a ficar mais autônomo, definia o que
queria fazer, onde queria ir. Ele não era um estorvo, caso contrário eu
poderia ter mandado ele (ir morar) para a Tia Juçara, para as avós, um
internato…”
“Quero rezar no túmulo do meu filho” “Eu não mandei matar o meu filho. Podem me decapitar, jurados, mas
estarão cometendo um erro. Quem matou foi a Graciele com a Edelvânia. Se
eu fui um pai ausente? Fui. Mas só mata quem tem patologia, eu não
tenho. Quando sair e tirar as algemas, quero ir direto ao túmulo do meu
filho em Santa Rosa, para rezar. Quero retomar a minha vida aqui em Três
Passos. Hoje, com certeza, faria as coisas diferentes, trabalharia
menos e passaria mais tempo com a família.”
Infância “Meu pai teve três filhos, eu fui o único a fazer faculdade. Ele era
rude, simples. Eu nunca recebi um beijo, ele nunca me pegou no colo.” Revista Veja
Não foi um surto de bom
senso que orientou a aprovação do fim do foro privilegiado na Comissão
de Constituição e Justiça do Senado.
Não foi a adesão a um “avanço civilizatório”, como disse o
senador Álvaro Dias em sua interpretação otimista, o que motivou a
Comissão de Constituição e Justiça do Senado a aprovar o projeto que
propõe o fim do foro especial por prerrogativa de função para todas as
autoridades à exceção dos chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário.
Tampouco foi um surto de bom senso o que acometeu as mentes
insanas de determinadas excelências, como supôs o senador Randolfe
Rodrigues, relator do projeto. O que existe é um alarme falso decorrente da necessidade de
senadores de darem uma “resposta” ao Supremo Tribunal Federal, cuja
pauta do mês de maio inclui o exame da questão. Cientes da
impossibilidade de extinguir o chamado foro privilegiado por ato
judicial, pois é prerrogativa do Congresso mudar as regras legais, o
tribunal discutirá uma mudança de caráter processual: a restrição do
foro de última instância a autoridades cujos atos irregulares tenham
sido cometidos durante o curso do mandato.
Os senadores da CCJ quiseram dar uma demonstração de que são
capazes de se adiantar ao STFnuma questão em que o tribunal se prepara
para se pronunciar devido à omissão do Legislativo. Pois bem, disso não
passará. No máximo e na hipótese mais otimista, os congressistas
aceitarão a alteração que, segundo o ministro Luiz Fux, já conta com
apoio da maioria do colegiado. Ou alguém acredita que entre acabar com o
foro, o que levaria à primeira instância todos os processos hoje em
curso por atos cometidos em épocas anteriores aos atuais mandatos, e
apenas limitar sua amplitude, senadores e deputados ficariam com a
primeira hipótese? De jeito nenhum.
Há um dito segundo o qual o político acompanha enterro,mas
não pula junto com o cadáver no túmulo. De onde trata-se de otimismo à
deriva imaginar que seja possível reunir maioria de parlamentares
dispostos a cavar as próprias covas.
Há
quem defenda a ideia de que seriam politicamente proveitosas a
condenação e a prisão de Lula, pois, sob protestos dos progressistas do
mundo inteiro, criariam um grande mártir cuja imagem atrás das grades
motivaria uma reação perfeita para reconquistar apoio popular [todo bandido - o que, obviamente, inclui o Lula tem que ser condenado e encarcerado e se tratando de ladrão de dinheiro público, de um corrupto (caso de Lula) o patrimônio confiscado e proibido do exercício de cargo público.
Se os protestos de progressistas transformarem o condenado em mártir não terá nenhum resultado prático uma eventual reconquista de apoio popular (afinal, temos que ter em conta que pessoas que elegeram e reelegeram coisas como Lula e Dilma são capazes de voltarem a votar nos mesmos) já que bandido preso não pode votar nem ser votado.
O importante é que Lula seja preso, condenado a dezenas de anos de prisão e só saia da cadeia para o túmulo.]
O
Estado brasileiro é ilegítimo, está a serviço de interesses
estrangeiros e por isso não tem moral nem autoridade para julgar e botar
na cadeia Luiz Inácio Lula da Silva. Essa é a tese implicitamente
defendida há dias pelo antigo ídolo do ABC paulista, em encontro de
partidos e movimentos de esquerda: “Estamos na hora de costurar uma
coisa maior, mais sólida. Não é um partido, não é uma frente, é um
movimento para restaurar a democracia”. Ora, se algo precisa ser
restaurado é porque foi desfigurado, deturpado. Sendo assim, as
instituições brasileiras não têm legitimidade para julgar e condenar
quem quer que seja,muito menos um campeão das causas populares que
ensinou ao mundo como combater a fome e acabou com a miséria. [deixando como saldo 12.000.000 de desempregados.]
O
palco para o grande “evento democrático” em solidariedade ao Movimento
dos Sem-Terra (MST) em Guararema (SP) foi armado na Escola Nacional
Florestan Fernandes, criada pelo MST para formar militantes políticos. A
escola havia sido vítima da “truculência policial”. Participaram do
encontro representantes do PT, PCdoB, PSOL e PSTU, além de movimentos
sociais e organizações sindicais. Animado por manifestações de devotado
apoio – que só tem visto em ambientes selecionados –, Lula sugeriu a
existência de influências externas para o fato de os partidos e
candidatos esquerdistas terem sido repudiados nas urnas no mês passado:
“Tem muita coisa que está acontecendo que não é da cabeça do Temer nem
do Eduardo Cunha. Tem muito mais cabeças se metendo, como se meteram na
Argentina, Uruguai, Bolívia”.
Está clara, pois, a estratégia de
Lula na tentativa de afastar o risco cada vez mais próximo de ser
condenado em um dos processos em que é réu por corrupção. A Lava Jato e
operações congêneres não passam de instrumentos de perseguição do PT e
seus dirigentes. E esta é apenas uma das manifestações da ampla
conspiração do capital financeiro internacional para acabar com as
lideranças “progressistas” do País e se apossar do mercado interno e de
nossas riquezas naturais.
É claro ademais que, uma vez não sendo
mais o Brasil uma democracia, fica fácil compreender como e por que a
“nova matriz econômica” dos governos petistas foi sabotada pelo mercado;
como é que alguém como Eduardo Cunha conseguiu se tornar presidente da
Câmara depois da vitória de Dilma no pleito presidencial de 2014; como é
que “a maior base parlamentar da História da República”se dissolveu
num piscar de olhos e todas as propostas progressistas de Dilma passaram
a ser rejeitadas; como é que, de uma hora para outra, o partido mais
popular do País foi massacrado nas urnas municipais. É óbvio que tudo
isso só aconteceu porque os inimigos do povo acabaram com a democracia
no Brasil. Com o apoio da esquerda internacional, é preciso “restaurar a
democracia” entre nós, como espertamente defende Lula da Silva. Sobre
os desmandos administrativos, o desmanche da economia e a corrupção
patrocinados pelo lulopetismo, nenhuma palavra.
O aceno à
esquerda internacional tem a intenção de explorar o que resta do
prestígio do ex-presidente no exterior e capitalizá-lo na forma de
manifestações de solidariedade que criem um clima favorável para que, em
caso de condenação, Lula obtenha asilo político em algum país amigo. Há
quem defenda a ideia de que seriam politicamente proveitosas a
condenação e a prisão de Lula, pois, sob protestos dos progressistas do
mundo inteiro, criariam um grande mártir cuja imagem atrás das grades
motivaria uma reação perfeita para reconquistar apoio popular.
Essa
ideia, porém, só pode passar pela cabeça de quem não conhece o apego
que Lula e sua família sempre tiveram às conquistas do alpinismo social e
econômico. Lula até topa virar mártir, desde que confortavelmente
instalado em algum aprazível recanto do mundo, do qual possa se deslocar
para atender, a bom preço, a governos e instituições que se interessem
por detalhes de como acabou com a fome e a pobreza no Brasil. Quem
quiser que acredite. Porque o que Lula está armando mesmo é um golpe
para chamar de seu.
O petista Renato Duque já teria mesmo fechado o acordo de delação premiada
A
fonte é boa, mas eu não estava lá, não é? De resto, não estamos diante
de um andamento dos mais ortodoxos no que concerne aos códigos. De todo
modo, a informação que recebi na noite desta quinta-feira é que o
petista Renato Duque é, sim, um dos investigados da operação Java Jato
que fechou um dos acordos de delação premiada que ainda não foram
divulgados pelo Ministério Público.
A ser
verdade, a terra petista pode tremer ainda mais. Afinal de contas, era
ele o homem do PT entre os operadores de propina dentro da Petrobras,
segundo investigações conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia
Federal. Até havia pouco, era um verdadeiro túmulo. Como esquecer? Um
subordinado seu, Pedro Barusco, aceitou DEVOLVER US$ 97 milhões.
Consta que
sua família passou a pressioná-lo para fazer o acordo. Boa parte dos
delatores acusa a sua participação do esquema de corrupção, inclusive
Barusco, o ex-subordinado.